quarta-feira, 31 de março de 2010

Desde o dia 12/03/2010 que eu tô me segurando prá não escrever sobre isso, mas hoje eu não me aguentei.

Naquele dia, eu estava subindo a Rebouças de ônibus, a caminho de casa. O ônibus ia virar na Paulista e de lá eu ia pegar o metrô Consolação feliz da vida. Mas quando chegou ali na Oscar Freire os ônibus TODOS pararam! Mesmo no corredor exclusivo prá eles, eles pararam, não iam nem prá frente e nem prá trás. O motorista abriu as portas e todo mundo desceu e fez o restante do caminho a pé, ou seja, subir o resto da Rebouças até a Paulista/Consolação. Naquele dia, fez um calor desgraçado mas mesmo assim como estava com pressa, fui a pé mesmo tentando manter o bom humor (afinal, em menos de 24 horas eu ia ver o show do Axl e aquela coisa toda).
Quando cheguei em casa e abri o site da Folha, descobri que o trânsito tinha parado por causa de manifestações na Paulista e arredores de professores que reivindicam não sei o que.

Beleza, veio o fim-de-semana, se passou outra semana e quando chegou na sexta-fera dia 19/03/2010 a MESMA COISA ACONTECE! Descer do ônibus, andar a Rebouças, blábláblá. Ao contrário de uma semana atrás, meu humor não se fazia presente. Pô, uma vez tudo bem, mas DUAS VEZES? E sempre na sexta-feira, que o trânsito já é mais caótico que o resto da semana. Daí junta um bando de pessoas prá ficar fazendo manifestação.

Hoje, acabei de entrar no site da Folha e? MAIS MANIFESTAÇÃO NA PAULISTA!!! Já xinguei meio mundo (até passei um pouco de vergonha, porquê tinha uma pessoa que não é do meu departamento na mesa da chefona) e tô tomando coragem prá sair daqui em direção a faculdade. Ainda bem que descobri um caminho alternativo prá chegar até a COnsolação, mas cacete meu!

Acho que é nessas horas que eu percebo que tenho um "quê" de Hitler. Se eu fosse prefeita de São Paulo, já ia logo proibir manifestação nas vias principais da cidade. E nem me importo se isso é institucional, iam ter que me respeitar. E isso inclui Marcha prá Jesus, Parada Gay e o caralho a quatro. E existem motivos prá isso:
- O trânsito da cidade tá ficando cada vez pior. A limpeza também. Basta ver as enchentes que tem acontecido com frequência. Daí junta um monte de gente prá sair protestando, gritando e sujando tudo por onde passam.

- Digamos que por exemplo, tem 400 pessoas que estão nas manifestações. Pode ter certeza que desse número total, só umas 80 sabem DE VERDADE o que estão fazendo lá. Todas as outras 320 pessoas estão lá por pura vadiagem, farofice, farra ou prá mostrar que é engajado, quando na verdade nem sabem prá que tudo aquilo serve. A mesma coisa vale prá Parada Gay. Quantos amigos seus você já não viu falar: vamos na Parada Gay aí mano, vai ser mó divertido, quando na real eles são heteros a procura de algo prá fazer no Domingo.
Todas essas manifestações, passeatas pau no cu perderam sua essência real. E brasileiro é um povo que gosta mesmo é de zona, de festa, mesmo que essa festa reflita no trânsito caótico da cidade e deixe meio mundo sem conseguir chegar em casa ou na faculdade.

- Acho que não existe nada mais egoísta do que fazer passeata/manifestação dessa maneira, que só visa vantagens prá você e seus colegas de sindicato. Pessoas assim prejudicam muito a vida dos outros que não tem NADA A VER com o que tá acontecendo. Se eles ganham pouco, desculpa, mas azar o deles. Eu só quero sair do trabalho em paz e conseguir chegar a tempo das aulas na faculdade.




Esse tipo de caos, eu sou contra mesmo!
Sou a favor do caos quando é prá um bem comum. Manifestação prá tirar algum político corrupto do poder, sei lá. Se essas mesmas pessoas organizassem manifestações assim, eu juro que participaria. E tenho certeza que essa cidade seria um lugar mais habitável.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Guia de sobrevivência nos ônibus e metrôs de São Paulo


Inspirada no Guia de sobrevivência de como se alimentar no self-service sem ser comido do http://pinkego.org, eu resolvi fazer esse outro guia, mas a respeito do transporte público da cidade.

Regra nº 1: o negócio já começa antes de você entrar no ônibus e/ou no metrô. No primeiro caso, dica: você está num ponto onde passam vários Praça Ramos por exemplo e você precisa dele prá ir até o seu destino. Se por acaso no primeiro ônibus que passou você não consegue entrar de jeito nenhum, porquê está muito cheio, aguarde o próximo. Os corredores de ônibus só ficam com aquelas filas intermináveis por culpa dos apressadinhos que não podem esperar 5 minutos que seja até chegar um próximo mais vazio.
Já no metrô, se você não vai entrar naquele trem porquê está muito cheio e não quer ser empurrado, saia do caminho. Pois com certeza, se você ficar lá parado, uma manada de pessoas cansadas e irritadas vão sair te atropelando e aquela frase: só por cima do meu cadáver vai de repente, fazer todo o sentido prá você.

Regra nº 2: conseguiu entrar no ônibus? Legal, meio caminho andado prá você chegar em casa ou na faculdade. Mas pelo amor de tudo que é mais sagrado nesse mundo, já deixe separado o seu dinheiro ou bilhete único. Ahn, você não faz isso e quando chega na catraca fica caçando R$2,70 em moedas dentro dos seus bolsos? Pois nunca mais reclame da fila que fica do lado de fora do veículo, porque você é um dos grandes causadores prá que isso aconteça.

Regra nº 3: o telefone tocou. Atendeu? FALE BAIXO! Ninguém é obrigado a escutar sua conversa pouco interessante e nós já percebemos que você possui um aparelho celular. O mesmo vale para os que escutam música alta sem os fones de ouvido (lembra do post passado? Então). Você não é obrigado a escutar Guns n' Roses e eu não quero ouvir o Rebolation, obrigada!

Regra nº 4: você sentou no banquinho reservado a idosos, gestantes, obesos e etc. Daí entrou uma mulher que você definitivamente não sabe se ela espera uma criança ou se está (bem) acima do peso. O que fazer? NÃO CEDA O SEU LUGAR A ELA. Aconteceu comigo isso uma vez no metrô Paraíso e não foi agradável. A mulher disse: senta aqui. E eu, no ápice do mau humor respondi: eu não estou grávida, eu sou gorda mesmo! Tive que ouvir seus pedidos de desculpa do Paraíso até a Sé, estação onde ela desceu e foi um saco. Se a mulher realmente estiver grávida, ela vai PEDIR prá sentar.

Regra nº 5: ta sentado sozinho no banco? Bom prá você, se esparrame mesmo. Mas se alguém sentou ao seu lado, faça cara de paisagem e feche as pernas prá dar espaço a outra pessoa sentar. Isso vale prá quem coloca mochila, mala, jaqueta e derivados no banco vazio ao lado. Esses objetos não tem bunda, e se alguém precisa sentar lá, nada de fazer cara feia. Coloque no seu colo e siga sua viagem tranquilamente.

Regra nº 6: você está dentro do ônibus e o trânsito como sempre, está infernal? NÃO FIQUE RECLAMANDO E PRAGUEJANDO EM VOZ ALTA. Não vai adiantar em NADA, você não vai chegar mais cedo ao seu destino por isso e a pessoa que teve o infortúnio de sentar ao seu lado também está passando pela MESMA situação que você. Um pouco de respeito e bom senso não machuca ninguém.

Regra nº 7: a última e não menos importante. Terminou de beber aquela Dolly ou de comer o milho verde no potinho plástico? Não sei se você reparou, mas existe lixo DENTRO do ônibus prá que você possa jogar fora. Ahn, você ta dentro do metrô e lá não tem lixo? Tudo bem. Espere até saltar na sua estação prá colocar aquilo que ficou na sua mão no lugar certo! É muito fácil reclamar da prefeitura ou do governo porquê a cidade ta cada vez mais suja se você não faz sua parte.

sexta-feira, 26 de março de 2010

O melhor amigo do homem




Eu descobri que o melhor amigo do homem não é o cachorro, o gato, o papagaio, o peixe, o celular, o dinheiro. O melhor amigo do homem são os FONES DE OUVIDO! Sim, isso mesmo, os fones de ouvido.

Eu sou uma pessoa movida a música: no trabalho, prá dormir, prá acordar, prá fazer cocô, prá transar e principalmente, prá chegar ao trabalho sã e salva. Entrar no ônibus lotado e ter que escutar um funk no mais alto volume ou aquele tecnobrega com uma mulher gemendo em tom de voz capaz de estourar cristal definitivamente não é a melhor maneira de começar o meu dia. Por isso, estou sempre empunhada do meu iPod 8GB (grande parte desse espaço ocupado por BOA música, na minha opinião). É só colocar aqueles maravilhosos e confortáveis foninhos brancos, e pronto! Parece que eu sou transportada para uma outra dimensão, onde os MC’s e a banda Calypso não existem.
Porém, quando de repente acaba a bateria do meu tão querido iPod eu quase entro em desespero. Como evitar conversas alheias sem cultura das amigas voltando prá casa depois de um dia cheio na “firma”, aquele senhor ao seu lado reclamando do trânsito e xingando Deus e o mundo porquê não vai chegar na consulta médica a tempo, aquele ser desconhecido tentando socializar com você no ônibus ou aquela pessoa vindo de lá de cima do país falando ALTO ao telefone celular, na tentativa de mostrar que possui tal aparelho?

Por isso que eu falo que todo mundo deveria nascer com fones de ouvido já acoplados a cabeça. Alguém te encheu o saco ou o cara sentado ao seu lado no busão resolveu ouvir a música nova da Beyoncé, sem nem ao menos perguntar se você gosta. Ao invés de desejar ser surdo(a), você estala os dedos e voilá: surge um par de fones ultrapotentes tocando somente músicas de seu agrado. Não seria maravilhoso você não ter contato com essas pessoas mal educadas de todo dia?

Enquanto isso não acontece, se te deu vontade de ouvir uma música bem alta, ponha no ouvido seus foninhos comprados naquele camelô na porta do metrô Santana, plugue no seu MP49 importado do Stand Center e poupe o ouvido de milhares de pessoas como eu, que não são obrigadas a partilhar do seu “gosto” musical.

Grata.

terça-feira, 23 de março de 2010

Caso Nardoni: falta do que fazer ou solidariedade?


Ontem, depois de quase dois anos, começou o julgamento de Alexandre Nardoni e a (ex) mulher dele Ana Carolina Jatobá, que são acusados de matar a filha dele, Isabela Nardoni.

Me lembro que na época do assassinato, da prisão preventiva dos dois e todo aquele trâmite inicial, o outono já tinha começado, fazia uns dias/noites gelados e mesmo com eles já presos no fórum de Santana, tinha uma multidão na porta do prédio deles com faixas, cartazes, velas, fotos da menina, dizeres de luto e pedindo justiça. Tinha gente que queria até mesmo INVADIR o tal do Edifício London em que a menina foi morta. Detalhe: nenhum dos dois estavam mais lá!!! Me lembro também que mesmo com a temperatura batendo na casa dos 12º, um vento gelado prá c*ralho tinha uma verdadeira MULTIDÃO de pessoas desocupadas, com as mesmas faixas e cartazes de pedidos de justiça, querendo o lichamento do casal. Eu ficava deitada no sofá quentinha, debaixo das cobertas vendo aquilo e me perguntava: esse povo não tem mais o que fazer não? Caramba, a polícia já tá fazendo a parte dela e não vai ser com muvuca que alguém vai resolver alguma coisa. Vai prá casa tomar um chocolate quente, dormir, ler um livro, lavar umas cuecas, sei lá!

A TV logo depois da morte da Isabela não parava de passar as mesmas informações sobre o caso, repetindo as mesmas coisas. Não aguentava mais ver aquele Cembranelli (não sei se é esse o sobrenome dele, mas é aquele cara que tem um olho menor que o outro) dando entrevista, falando a MESMA coisa que ele tinha falado 5 minutos atrás prá outra emissora. Depois que a notícia ficou "velha", puf, nunca mais ninguém deu ouvidos, não se tocou mais no assunto, como tudo nesse país. Uma vez ou outra saía uma notinha aqui e ali, mas nada comparado ao massacre midiático que sofri antes. Mas agora com o julgamento acontecendo, aquelas mesmas pessoas desocupadas voltaram com as mesmas faixas e cartazes prá porta do Fórum, esperando que a repórter de uma emissora qualquer lhe faça uma mini entrevista. Até perfil no Twitter prá acompanhar o julgamento foi criado e já tem mais de 4.000 seguidores. No site da Folha Online, você pode acompanhar MINUTO A MINUTO o que está acontecendo dentro da sala de julgamento. Me corrija se eu estiver errada, mas acompanhar a cada 60 segundos o que está acontecendo no julgamento do assassino de uma pessoa (tá, uma criança) é um tanto quanto doentio.

Ninguém para prá pensar que enquanto eu estou aqui digitando esse post, tem uma criança morrendo de fome no interior do Ceará. E enquanto você está sentado com a bunda na cadeira na frente do computador lendo esse texto, uma outra está morrendo por negligência médica em algum hospital público da Bahia ou do Rio de Janeiro. Mas ninguém faz esse estardalhaço todo e quando o âncora do jornal da noite da maior emissora do país for falar sobre algum desses casos, o tempo que ele vai dedicar a isso vai ser menos (bem menos) do que ele dedicou falando sobre o caso Nardoni.

E por quê isso? Por quê a menina era bontinha? De classe média e tinha dinheiro? Por quê morrer de fome, negligência médica, abandono é feio e indigno e ninguém quer ver isso na TV? Aparentemente, até na disputa pelo horário nobre na mídia os menos afortunados saem perdendo.







Eu entendo que é uma história revoltante, uma menina de 5 anos ser morta pelo próprio pai e pela madrasta dessa maneira, que mexe com o emocional de algumas pessoas mais sensíveis (especialmente aquelas que tem filhos). Mas ficar plantado(a) na frente do prédio onde eles moravam ou no Fórum, olhando pro nada me soa muito como falta do que fazer MESMO! Existem outras coisas acontecendo no país todo que, na minha ríspida opinião, são bem mais importantes que isso. A justiça já está fazendo o papel dela, não há nada que essas pessoas possam fazer. Se cada um cuidasse da sua vida ou daquilo que realmente fosse de interesse público, QUEM SABE esse país/cidade estivesse melhor encaminhada.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Notas de um Domingo comum...



Ontem fiz um programa que eu tava muito afim de fazer: ir ao cinema na Avenida Paulista. Fez uma tarde linda ontem e filmes que eu quero assistir e que estão em cartaz é o que não falta. Por isso, eu e a minha tia fomos ao cinema.

Primeiro, a escolha do filme. Preciosa - Uma história de esperança. Tanto eu quanto ela queríamos muito assistir, então fomos. Aonde? No Gemini. O Gemini prá quem não conhece, fica quase na frente da Cásper Líbero, na Avenida Paulista. A Avenida Paulista sempre foi um dos meus lugares favoritos aqui na cidade e de Domingo então fica mais gostoso ainda passear por lá. Além disso, eu considero que assistir algum filme naquele cinema é como uma viagem no tempo. Os carpetes e forros das paredes tem estampas super psicodélicas, lembra muito os objetos de decoração que o Stanley Kubrick usou no filme A Laranja Mecânica. Os bancos das salas são de couro vermelho e cabem mais de 300 pessoas lá dentro. Quando entramos, a música de fundo era um misto de música de tourada com bolero. Muito legal! É lógico que as poltronas não são as mais confortáveis, o som nem se compara com o Kinoplex por exemplo... mas acho muito válido de vez em quando sair desse circuito Cinemark-Bristol-HSBC-Unibanco. No Gemini, a "fauna" de pessoas é totalmente variada: cults, metidos a moderninhos, pessoas, digamos, comuns e alguns aleatórios. As salas quase nunca enchem (bônus, porquê ver filme em shopping ou nesses grandes complexos tem se tornado cada vez mais desagradável) e o ingresso é bem mais barato.

O filme em si é MUITO BOM! Claro, a história é pesada (sem trocadilhos com o peso das atrizes principais), triste, revoltante e mexe com quem tá assistindo. Ouvi muitos fungados de gente chorando enquanto assistia a projeção, mas c*ralho, como valeu a pena. Todos os atores estão ótimos, a trilha sonora... merecido o Oscar de melhor atriz coadjuvante. Gostei muito e recomendo!

Mas claro, pela história ser bem triste, eu e a minha tia saímos de lá de dentro meio passadas. A noite estava linda, nem muito quente e nem muito fria, então resolvemos tomar um choppinho prá relaxar. Fomos andando a pé pela Paulista até o Center 3. Enquanto a gente andava, minha tia comentou: "como será que os estrangeiros que vem prá cá olham a Avenida Paulista?" Claro que são com olhos diferentes dos nossos, moradores da cidade acostumados com a paisagem. Ainda tentei um exercício nessa caminhada de uns 15 minutos (estávamos sem pressa nenhuma) de ver com olhos de turista práquele amontoado de prédios, bancos e faróis mas é difícil. O MASP é interessante, mas não surpreende. O Parque Trianon, a feirinha, os hippies, a diversidade de pessoas numa mesma calçada já fazem parte do cotidiano de nós paulistanos. E mesmo assim, num grau de intensidade menor que os turistas, eu consigo apreciar tudo aquilo.

Chegamos no Center 3 e confesso que aqueles lados é o meu favorito de toda a Avenida Paulista. Prá quem não sabe, nesse shopping aos Domingos rola uma feira de roupas/sapatos/variedades chamada Como Assim?!?! Sou frequentadora assídua, conheço o que eles vendem lá de cor e salteado e acho que justamente por isso eu andava meio broxada de ir lá, porquê é sempre as mesmas coisas. Mas ontem eu resolvi prestar atenção naqueles stands que eu quase nunca olho e tive gratas surpresas. Eu e minha conta bancária, porque comprei duas blusas LINDAS, hahahahaha. Isso porquê eu tinha jurado que não iria comprar mais nada até ir pro Rio de Janeiro ver o show do Axl de novo; mas claro que não resisti.
Quis tomar alguma coisa do Starbucks, mas estava uma fila absurda e pensei: ou o chopp ou um Frapuccino com muito chantilly por cima. Dessa vez fiquei com o chopp, porquê o tempo tava super propício e depois do filme, eu precisava!

Lá no Center 3 tem um restaurante perto do Subway chamado Pateo da Luz que é uma delícia. A noite eles fazem um rodízio de pizza delicioso e durante o dia servem um almoço super gostoso também. O chopp tava uma delícia e os atendentes foram solícitos quando eu e a minha tia falamos que só queríamos tomar alguma coisa mas sem ter que pagar o couver artístico. Sim, a noite rola um banquinho e um violão e eu acho um saco. O cara ontem tocou coisa do Roberto Carlos e do Fábio Júnior (!!!), mas pelo menos o som não tava super alto e a gente pôde conversar sem ter que levantar o tom de voz uma com a outra.

Prá finalizar, passei na Augusta em busca do DVD do Nosferatu de 1922. Tenho um trabalho da faculdade prá fazer cuja proposta é escolher uma cena de algum filme mudo prá colocar voz em cima. Eu ia pegar O Gabinete do Doutor Caligari, mas como o Nosferatu eu já cheguei a assistir via Youtube, achei que seria mais fácil. Vamos ver...
Ahn sim. Uma coisa que eu gosto da Augusta (antes de chegar naquela parte dos botecos frequentados por modernetes, fashionistas MEUCU prá eles) são justamente essas barraquinhas de DVD's de filmes "cools". Minha mãe comprou uma vez o Freud - A Janela da Alma e eu comprei o Control (já falei sobre esse filme aqui). Tem vários filmes que são dificérrimos de achar até prá alugar, então vale a pena dar uma conferidinha.



Depois de um dia como esses eu vejo que por mais trânsito, poluição, violência, falta de estrutura e tudo mais que tem essa cidade eu me pergunto: tem como não amar isso aqui?

segunda-feira, 15 de março de 2010

Continuação do post 13/03/2010: Uma noite catártica



Pronto, fim do show do Bach, agora faltava muito pouco prá eu ver o meu frontman favorito... muito pouco? Claro que o show do Axl (desculpa, mas prá mim é uma dificuldade imensa falar show do Guns N' Roses sem os membros originais) iria atrasar PELO MENOS em uma hora. O atraso é quase como uma cláusula de contrato quando você compra seu ingresso prá um show dele. E quando a galera começa a vaiar nos intervalos entre uma música de fundo e outra, pode ter certeza que ele ta lá no camarim dele tranquilão, ouvindo tudo e com um sorriso de satisfação. É isso que o Axl quer.

Mas antes de falar sobre o show em si, abro um parágrafo para falar (mal) da empresa de segurança contratada. Os seguranças eram ignorantes (alguém avisa as pessoas que trabalham com isso que não é só colocar um terno e pronto, você vira autoridade?), ao contrário da empresa que cuidou da segurança do show do Metallica eles não distribuíram água prá quem estava na grade – o que na minha opinião deveria ser OBRIGAÇÃO dessas empresas, uma vez que quem tá lá esmagado não pode sair pra comprar água – e em determinado momento, todo mundo tava reclamando de sede. Depois de muita reclamação e gente sendo carregada pelos bombeiros a caminho da enfermaria, eles trouxeram algumas caixas de água. Deu pra matar um pouco a sede, mas fica aqui a minha reclamação e revolta a respeito desse fato lamentável!

De qualquer maneira, acho que fiquei tão entretida com essa história das águas que nem me dei conta de que o Axl atrasou uma hora e meia. Quando as luzes se apagaram e começou a introdução, dava pra sentir que aquelas 38 mil pessoas se transformaram em uma só, que estavam ali para apenas UM motivo: ver o líder do Guns n’ Roses ao vivo novamente, depois de 9 anos de espera (pra quem foi no Rock in Rio III, claro). E como não poderia deixar de ser, a entrada foi triunfal, mesmo com a música de abertura sendo do amado e ao mesmo tempo odiado Chinese Democracy. Estavam todos cantando, batendo palma, gritando, chorando. Até que Axl foi correndo em direção a lateral que eu estava e: STOP, STOP, STOP. Eu não acreditei naquilo. Algum imbecil da platéia tacou um copo de água em direção ao cara. Me pergunto o que leva uma pessoa a gastar R$400,00 num ingresso, ser espremido, suar e morrer de calor só pra ter o gostinho de jogar algo em algum famoso. Se não gosta, se é “Slashzete”, é tão mais fácil não ir né? Todo mundo ficou com medo de que ele desistisse do show ali na hora, mas ele fez apenas xingar e voltar a música de onde tinha parado. Me senti no Anhembi em 1992. E olha que nem tinha idade pra isso, hein? A animação do público continuou a mesma e aumentou quando ele perguntou: DO YOU KNOW WHERE THE FUCK YOU ARE? Comecei a chorar a partir daquele momento, não sabia o que fazia: se ria, se chorava, se tirava foto, se olhava pra ele. Logo em seguida, veio It’s so easy, Mr. Brownstone e Sorry, estrategicamente posicionada prá acalmar os ânimos, depois de 3 clássicos seguidos do grandioso Apettite. Mais uma vez me surpreendeu a reação das pessoas com mais uma música do Chinese sendo cantada e aplaudida. Em seguida veio Rocket Queen, e prá mim foi o momento mais emocionante da noite. Não pela música em si, mas porquê o Axl nessa hora veio até o lado que eu estava e OLHOU PRÁ MIM!!! Olhou prá mim e SORRIU. Preciso falar que eu chorei que nem criança? Não, né?

Depois de um solo de um dos guitarristas contratados por Axl Rose (Richard Fotus) veio o primeiro cover da noite: Live and let die chegou com muitos fogos de artifício, explosões e uma comoção geral da galera. Nessa hora, liguei pro meu pai prá ele ouvir a música - já que ele é fanático pelos Beatles. E foi quando eu desliguei com ele que comecei a chorar DE VERDADE. E foi assim até o fim da noite. Outro solo de um dos integrantes, dessa vez era Dizzy Reed. Aliás, antes de falar sobre a próxima música tocada (Street of Dreams) muita gente com quem eu conversei sobre o show achou que houveram muitos solos entre uma canção e outra, o que quebrava um pouco do ritmo do show. Eu também achei, mas imagino que o Axl tenha feito isso na intenção de apresentar sua banda nova para o público. E os músicos, apesar de não serem os integrantes originais, são muito bons e competentes. Mas voltando... Street of Dreams foi também bem recebida por todos e o Axl, apesar de algumas falhas nos momentos mais agudos, no geral mandou bem.

Outro solo, dessa vez do guitarrista DJ Ashbba. Foi um solo LINDO, de arrepiar mesmo. O cara toca bem, mas ainda sim não é o Slash. Aliás, percebi que os 3 guitarristas que o Axl contratou, todos eles tentam ser o Slash. Na maneira de tocar, no cigarrinho aceso no canto da boca, na abertura de pernas e como encaixavam suas guitarras. Isso me levou a conclusão de que o Slash sempre vai ser o alter-ego de Axl Rose, mesmo que ele nunca assuma isso.
Depois desse solo, veio talvez o maior sucesso do Guns: sim, ela... Sweet Child o' Mine. E é totalmente dispensável eu comentar alguma coisa. Quem estava lá sabe o que foi aquilo. Emocionante, catártico, maravilhoso... nenhuma desses adjetivos é o suficiente prá explicar. E mais uma vez, não conseguia cantar quase nenhuma frase da música, pois só fazia chorar.
Logo em seguida, veio um petardo do Use Your Illusion II: You Could be Mine foi exatamente como eu imaginava. Aquela intro da bateria deixou todo mundo ensandecido, e quando o Axl correu prá perto de onde eu estava, colocou o pé no P.A e cantou: Youuuu could be mi-iiine, eu me senti em algum show de 1991, ou na turnê dos Illusions no Japão.

E quando eu achei que ele ia tocar uma música qualquer do Chinese prá que eu pudesse respirar um pouco, um piano de cauda todo espelhado LINDO foi para o meio do palco, ficando EXATAMENTE no meu campo de visão. Eu já sabia o que estava por vir, e o mini cover de Another Brick in the Wall só serviu prá minha ansiedade aumentar ainda mais. Mas foi emocionante ver todo mundo cantando Hey teacher, leave the kids alone. E mais emocionante ainda quando ele começou a tocar November Rain. Claro que eu fui as lágrimas mais uma vez, não conseguia tirar os olhos daquele piano, do Axl cantando talvez a música mais sensível do Guns. Meu choro era um misto de felicidade, de satisfação, alegria, emoção, tristeza porquê sabia que aquela noite uma hora iria acabar. Mas quando eu fiz a burrada de olhar pro DJ Ashbba do meu lado solando EXATAMENTE IGUAL o Slash, meu choro foi de saudade da formação antiga. Não parava de pensar: caralho, ele podia estar aqui AGORA.
O encerramento da November Rain não poderia ser mais clichê (e mais emocionante também): uma "chuva" em forma de cascata de fogos no palco e meu sorriso de orelha a orelha. Muito melhor que em 2001, quando eu estava longe do palco e só vi uma miniatura do Axl, porquê meu pai me colocou nos ombros.

Outro solo, dessa vez do Bumblefoot. Tempo o suficiente pro Axl ir até o camarim e voltar com o seu chapéu branco. Knocking on heaven's door estava chegando, com uma versão um pouco mais agitada do que a executada no Rock in Rio. Mais uma vez, lágrimas e o estádio inteiro cantando a música inteira. Em seguida, outro clássico do Apetite: Nightrain. Todo mundo pulando e cantando. Axl agradeceu e saiu fora. Hora de começar a gritar Guns N' Roses, Guns N' Roses (menos eu, que ou ficava quieta, ou gritava só pelo nome do Axl) e de se preparar, pois o fim do show estava chegando.

A banda volta e começa o Bis com Madagascar. Dessa vez não teve o Axl "tocando" guitarra como há 9 anos e acho que ele desafinou menos. No telão, imagens de Marthin Luther King. Aliás, produção do show impecável, como tinha que ser. Nessas horas é bom saber que Axl Rose é perfeccionista, mas tão perfeccionista que chega a ser chato. Shackler's Revenge e This I love foram as próximas. No final da This I love, Axl pergunta: lovely evening, don't you think? Aliás, queria saber de onde ele tirou tanto bom humor. Ele teve seu momento Carlinhos Brown, ameaçou ir embora, mas continuou. Jogaram camisetas na cara dele, e ele sempre sorridente, guardava tudo o que atiravam no palco. Aliás, queria saber AONDE ele guarda tudo aquilo. Foram faixas (adorei uma que estava escrita: Don't worry mamma, Axl Rose is watching me e uma que o cara do meu lado tinha feito, com a inscrição: We Love Beta Lebeis), rosas de plástico, camisetas e até um sutiã!!! Isso sem contar no coro puxado POR ELE MESMO de "fuck you Axl Rose". Ele fez isso durante vários intervalos, sempre dando risadas sarcásticas.

Voltando ao show: a galera começou a gritar por Patience. E ela veio. E foi emocionante, mas ao mesmo tempo triste. O fim do show estava mesmo bem perto. Faltava só UMA música práquele sonho de adolescente acabar de vez. E claro, foi Paradise City.
Não preciso falar que aquilo foi abaixo. Mais uma vez fui as lágrimas com aquele apito, aquele riff de guitarra logo no começo, as corridinhas do Axl de um lado pro outro, a chuva de papel picado, as explosões e os fogos foram o encerramento perfeito para uma noite mais perfeita ainda.

Saí do Parque Antártica cansada, suada, com MUITO sono e os olhos inchados de tanto chorar. Mas valeu cada segundo, cada centavo dos R$240,00 do ingresso, cada gota de suor, cada minuto de sede que eu senti... achei que iria me decepcionar por não ser a banda antiga, mas não adianta. Meu integrante favorito sempre foi e sempre será o Axl. E vê-lo me fez a pessoa mais feliz do mundo inteiro!
Espero não ter que aguardar mais nove anos prá ter essa sensação de felicidade novamente...

domingo, 14 de março de 2010

13/03/2010: Uma noite catártica





Pois é... depois de anos esperando, finalmente chegou o grande dia, o grande show, a grande emoção: ver novamente o Axl Rose (meu membro favorito do Guns) ao vivo mais uma vez. Depois de nove anos, eu mal podia acreditar que aquilo ia acontecer comigo novamente.

Os portões abriram as 16:00 e assim que entrei, grudei na grade lateral do lado direito do palco. Ali na frente já estava lotado, impossível conseguir um lugar. Mas tudo bem, era o Axl e o Bach, com certeza eles correriam de um lado para o outro (como realmente aconteceu durante toda a noite). Confesso que, assim que consegui meu lugar, me ajoelhei, levantei as mãos pro céu e gritei: EU TÔ AQUIIII. E dei um beijinho no chão. No show do Rock in Rio III, o máximo que fiz foi ter pulado, enquanto meu pai dizia: vai filha, pisa firme, vc tá em solo sagrado agora.
Sempre gostei de observar a reação das pessoas que entram em shows. Alguns entravam correndo, vi outros dando cambalhotas, uns choravam. Mas a sensação de felicidade plena e satisfação estava visível no rosto de cada um. Naquela noite, todos nós iríamos assistir aos dois maiores vocalistas de hard rock da história da música.

Houve demora prá começar os shows nacionais que abririam para o Sebastian Bach, o que causou um pouco de ansiedade nos presentes, ou pelo menos no pessoal que tava perto de mim ali na grade. A primeira banda que tocou foi o Rock Rocket. Com o som MUITO baixo e rejeição de grande parte do público (que arremessou copos de água e outros objetos - acho isso tão desnecessário), eles tocaram poucas músicas. Do set list, eu conhecia umas 3. Gosto do som deles, mas eles estavam totalmente fora do contexto. Conseguiram ganhar um pouco do público quando tocaram Attitude, cover do Misfits, que o Guns regravou no The Spaggethi Incident. Enfim, ao som de vaias e "ih, fora" a banda deixou o palco nos chamando de maloqueiros. Ok.

Ainda teria MAIS UMA banda antes do grandioso Sebastian Bach e seria o Forgotten Boys. O som dessa vez estava bem mais alto, a banda interajiu pouco com o público, mas esse se mostrou mais receptivo ao som alternê que eles apresentaram. Como não conheço NADA deles, a apresentação só serviu prá eu me concentrar e me preparar ainda mais para o Bach.

E as 21:40 mais ou menos, ele entra. Grandioso, com uma energia de dar inveja a qualquer garotinho de 20 anos e abrindo o show com Slave to the grind. Prá mim foi uma das várias surpresas do show dele, porquê até então ele abria com Back in the Saddle. Bach estava visivelmente emocionado (e porquê não dizer espantado) com a quantidade de pessoas que se espremiam entre as arquibancadas, pista vip e normal do Parque Antártica. A banda que o acompanha (muito boa, por sinal) então nem se fala. O vocalista arriscou várias palavras no nosso idioma como "sai do chão", "mãos prá cima", "estamos muito felizes em estar aqui" e coisas do gênero. E toda vez que o público gritava seu nome, ele retribuia com São Paulo, São Paulo. Clichês como fingir que ia dar mosh, se embrulhar na bandeira nacional e trocar o American por Brazilian na música American Metalhead (do cd Angel Down de 2007) agradaram e muito todo mundo que estava lá. Inclusive a mim.
Bach alternou músicas do Skid Row com as do já citado cd. Músicas aliás, muito boas. Mas é inegável que quando clássicos do calibre de Monkey Business, 18 and a life, Piece of Me e Big Gun eram executados, todo mundo ia ao delírio. Outra surpresa muito agradável foi escutar In a Darkneed Room ao vivo. O próprio Bach antes de cantá-la disse que fazia pelo menos uns 10 anos que ela não era executada. Me senti uma adolescente do finzinho dos anos 80/começo dos anos 90, apaixonada e emocionada, cantando a plenos pulmões. Foi um dos momentos mais maravilhosos do show, na minha humilde opinião. Ou não, porquê quando eles tocaram I Remember You (a essa hora, Bach estava usando uma camiseta que fizeram prá ele escrito Tião) foi catártico. Mais uma vez, aquele sentimento da adolescência voltaram a tona e eu curti até o último minuto daquela baladinha maravilhosa. Youth Gonne Wild era a música mais esperada por mim. Não por ser a última, mas porquê ela tem um significado imenso na minha vida. E quando ela começou, pulei, gritei, cantei, bati palma e agradeci por estar viva e poder presenciar aquele espetáculo. Bach e sua banda estavam com um sorriso de orelha a orelha, o guitarrista (?) estava filmando a galera com sua cam, foi de um lado ao outro do palco ao lado do Bach. Com certeza, eles vão guardar esse show na memória com um carinho especial.

Continua a seguir...