terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Guia de sobrevivência ao Natal em família


O Natal está chegando e tem mico maior que aquelas reuniões de família com uns parentes que você mal vê durante o ano e quando chega nessa época se sente na obrigação de desejar boas festas, quando na verdade seu desejo era estar na sua casa assistindo o especial da Xuxa?

Pois foi pensando nisso que eu resolvi montar um guia de como deixar seu natal mais divertido. Siga essas dicas e merry christimas.

Cumprimentando os parentes: essa é uma das piores horas. É quando você tem que dar beijinho e forçar um sorriso para absolutamente TODO MUNDO que vem te dar oi. O sorriso é tão forçado que chega a doer as bochechas. Então a minha dica é: quando aquele seu tio X vier te dar um abraço, arregale os olhos fazendo expressão de surpresa, trema os lábios suavemente, comece a fingir que está chorando e saia correndo para se esconder, sei lá, debaixo da mesa. Se alguém vier perguntar o que aconteceu, fale: EU NÃO POSSO FALAR COM ESTRANHOS, MINHA MÃE ME PROIBIU!

Socializando com a família: aqui é o momento daquelas perguntas clichês. Dê respostas criativas. “E aí, tá namorando?” Resposta: não, mas tenho frequentado altas casas de swing! Outra pergunta: “nossa, como você engordou né? Já pensou em fazer regime?” Solte um: pois é, e você tá ficando cada vez mais feia. Já pensou em morrer e nascer de novo? Em relação aquelas crianças chatas correndo de um lado para o outro, que tal colocar o pé na frente de uma delas? Ela tropeça, cai, se assusta e fica quieta o resto da noite de natal. Se você não quiser usar a desculpa de que tem frequentado casas de swing, então leve um(a) boneco(a) inflável e apresente para seus parentes. Faça-os acreditar que aquela pessoa significa muito para você. Ahn, e coloque-o(a) sentado(a) do seu lado na mesa.

A hora da ceia: tender, chester, farofa, maionese, arroz com passas e mais um monte de coisas deliciosas pra comer. Aproveite! Faça um prato de pedreiro com tudo que tem direito e coma fazendo caretas, mastigando de boca aberta e fazendo barulhos estranhos. Barulhos irritantes com o garfo e arrotos também são bem-vindos. Sirva-se primeiro que todo mundo e solte um “mas só tem isso de comida?” em voz alta, mesmo que a ceia seja suficiente pra alimentar a população da China e da Coréia do Norte inteiras.
Tome todos os aditivos alcoólicos que estiverem disponíveis. Lembre-se que a bebida entra e a verdade sai. Aproveite para causar um climão na família. Diga o quanto detesta os gatos daquela sua tia velha solteira, como a sua prima fica ridícula com aquele vestido florido e sobre sua vontade de estar em casa! Fazer fofocas e intrigas também são aceitas.

O pós-ceia: recuse de TODOS OS JEITOS lavar a louça do jantar. Diga que o clínico geral do pronto-socorro perto da sua casa te proibiu de pegar numa esponja com detergente, pois isso pode afetar todas as suas atividades cerebrais. Terminou de comer? Se jogue na cadeira, levante a camisa, acaricie sua barriga e diga: NOSSA, TÔ CHEIO(a)! Levante-se da mesa e vá deitar no sofá até a hora de abrir os presentes. Não se dê nem ao trabalho de tirar seu prato da mesa e levar até a pia da cozinha.

Trocando os presentes: quando a gente era criança, esse era o momento mais esperado. Hoje em dia, ganhar presente no Natal já não tem mais graça. Mas a partir de hoje isso pode mudar.
Provavelmente seus presentes serão vale-compra de R$30,00 em alguma loja de cd, meias, conjunto de calcinhas, toalhas ou qualquer coisa que o valha. Aquela sua tia mais pão dura que judeu te deu uma blusa azul royal sabendo que você usa basicamente preto, branco e roxo? Agradeça o presente dizendo que precisava mesmo de panos de chão para sua casa. Aquela sua cunhada te deu um enfeite para sua mesa de centro da casa? Pergunte em qual loja de R$1,99 você pode trocá-lo.

Papai-noel: se na sua família existem crianças então com certeza vai ter um tio ou cunhado que vai pagar o mico de se vestir de papai-noel. E você também pode aproveitar esse momento para deixar seu natal mais animado. Quando ele aparecer, desarrume a barba falsa, puxe as calças deixando o indivíduo só de cuecas, grite: OLHA, É O (insira aqui o nome do parente que está se passando por papai noel) só para estragar a brincadeira da criançada. Ou então você pode FINGIR que é uma criança. Como? Aja como uma. Saia pulando de felicidade quando o papai-noel aparecer, pergunte de 5 em 5 segundos se tem presentes para você, revire o saco tirando T-O-D-OS os presentes de dentro perguntando: É PRA MIM? Se jogue no chão e comece a chorar esperneando quando constatar que você não ganhará nem um pirulito.

Amigo-secreto: aquela sua tia passou dois meses organizando o amigo-secreto da família. Vocês precisaram sortear pelo menos umas 3x porque alguém sempre tirava ela mesma. Esse é seu momento de brilhar!
Se o momento da revelação será com mímica, seja bastante inconveniente. Se sua vó mal começou a fazer os gestos, já dê seus palpites. “É a Maria!”, “É o Roberto”. VAI VÓ, VOCÊ NÃO TÁ IMITANDO DIREITO!!! Atrapalhe de todas as maneiras possíveis. E quando você for o sorteado, abra o presente na frente de todos e diga: nossa, não podia ter comprado um presente melhorzinho não?
Na sua hora de revelar seu amigo secreto, vá na frente e diga: meu amigo-secreto é (nome da pessoa que você tirou), assim sem mais nem menos. Entregue o presente de má vontade, diga que não poderá trocar pois comprou na promoção. Enfim, improvise!

Cantigas de natal: mico. Mico do mais alto grau! Especialmente se você for o único(a) da família que sabe tocar algum instrumento. Vão te alugar de uma tal maneira que é melhor você se preparar.
Toca violão? Providencie que as cordas sejam arrebentadas no exato segundo do primeiro acorde que você armar. Toca piano? Leve uma partitura em braile e diga que esqueceu a sua em casa, portanto não poderá tocar para a família. E se alguém resolver colocar o cd de cantigas de Natal da Simone no rádio, tape os ouvidos, faça cara de sofrimento, deite no chão em posição fetal e grite: OH NÃO. AS VOZES OUTRA VEZ NÃÃÃÃÃÃÃO!

Deu meia-noite, é natal!: hora de todos aqueles abraços e desejos automáticos de feliz natal. Continue fugindo daquele parente que veio te abraçar no início da festa, alegando que não pode interagir com estranhos. Dê abraços de urso, daqueles que machucam. Beijos melados que incomodam os que vierem de cumprimentar para deixa-los desconfortáveis. E para finalizar, diga que preparou um discurso ou poesia para essa data tão especial. Aí tire do bolso 17 páginas de caderno todas escritas frente e verso e comece uma fala bem enfadonha!

Se depois de tudo isso sua família continuar te chamando para os natais, então desencane e aproveite. Afinal isso só acontece uma vez por ano!






FELIZ NATAL!!! :D

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Porque eu sou anti corinthiana

O título do post de hoje é auto-explicativo. Hoje eu vou dar alguns motivos que me fazem ser anti corinthiana.

O Corinthians é um time como outro qualquer. Tem jogadores titulares e reservas, um capitão, um técnico, uniforme como todos os outros times. O maior problema, pra mim claro, são os próprios corinthianos. E por que?

Porque corinthiano é chato. Eles só sabem falar disso, só o time deles é melhor. Eles não tem humildade de reconhecer quando o Santos ou o XV de Piraporinha jogou melhor que eles uma partida. Só existe o Corinthians, Corinthians, Corinthians. E isso é chato e até um pouco ignorante da parte deles.

Corinthiano é mal educado e não sabe comemorar uma vitória. Eles fazem barulho, parecem neanderthals gritando sem parar, buzinando de uma maneira infernal. Eles não respeitam os outros e impõe a quem quer que seja o time deles.
Quando teve o centenário do Corinthians, me lembro que cheguei no meu departamento para trabalhar e tinha uma bandeira ENORME pendurada na janela. A corinthiana era minoria, mesmo assim ela não quis saber, deixou ali pra todo mundo ver. Claro que eu, chata que sou, esperei ela ir almoçar para ir lá e tirar da janela. Dobrei e coloquei na mesa dela. Ela ficou puta, mas espera aí. Se ela quer pendurar bandeira, pano qualquer porcaria, que faça isso na casa DELA. Eu (e todo mundo que trabalhava comigo) não somos obrigados(as)!

Hoje é segunda-feira, eles já ganharam o tal campeonato, ok beleza. Mas eles CONTINUAM falando disso. Tipo, oi? Vamos mudar de assunto? Já passou, move on.
Corinthiano é muito aloprado pro meu gosto...

Corinthiano tem essa mania de falar que VIVE pelo time. Vão me desculpar, mas se você fala frases como (insira seu time aqui) minha vida é você, então ela deve ser BEM MEDÍOCRE! Coisa mais ridícula é você resumir sua vida num time, fazer tatuagem e o cacete a quatro. Nenhum time é motivo para ser sua vida. Isso é fanatismo, faz mal!

Vejam bem, tudo o que escrevi aqui foi generalizado. Tenho vários amigos corinthianos e gosto muito deles, mas a verdade é essa. E lembrando que eu "sou" são paulina. Coloco o sou entre aspas, porque mal acompanho os jogos, não sei quem são os jogadores e não entendo de futebol. Na boa? Prefiro ser assim do que ser "corinthiana, sofredora, maloqueira". Me poupem...

Sei da polêmica que esse post pode causar, mas honestamente, I don't fucking care.
"Tudo que me vem a mente, sem medo de julgamentos".

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Pelo bom senso ao usar o Facebook


Todo mundo tem e gosta de usar o Facebook. Conversar com aquele amigo que mora longe, postar as fotos daquela viagem pra Europa que você fez nas férias, curtir um comentário engraçado que algum colega fez ou, por que não, xeretar na vida alheia.

O problema é que como toda rede social que brasileiro começa a usar, o Face acabou virando um Orkut parte II: a revanche. Tanto é verdade que surgiu um termo novo: a orkutização. Não, você não vai encontrar isso no dicionário mas pra quem é heavy user da internet, já entendeu muito bem o que essa palavra quer dizer.

O fato é que eu cansei! Cansei de abrir meu Facebook esperando ler coisas engraçadas e interessantes e só me deparar com foto de animal morto ou sendo maltratado com a desculpa de que é para ajudar os bichos, piadinhas de mal gosto, coisas estúpidas e sem graça, mulher sem teta, gente morta ou apanhando e qualquer coisa do gênero. E sei que eu não sou a única que está de saco cheio. Vários conhecidos meus estão reclamando da mesma coisa.

Uma coisa que me irrita muito em brasileiro é esse pseudo sentimento assistencialista que a gente tem. Não vou entrar aqui no mérito dos programas como o Luciano Huck e Gugu que gostam de explorar a desgraça dos outros disfarçada de "vamos ajudar dando casa nova e brinquedo pras crianças". A questão é a já citada no parágrafo acima em relação as fotos dos animais maltratados. As pessoas não tem um pingo de filtro e saem por aí compartilhando fotos que já circulavam em e-mails uns 4 anos atrás com o texto "Vamos ajudar a achar os culpados por isso". Tipo, sério mesmo que vocês acham que esse tipo de atitude ajuda em alguma coisa?

Se você quer ajudar os animais, filie-se a uma ONG por exemplo. Acho bacana quando vejo pessoas da minha lista compartilhando fotos de gatos que precisam de um lar, por exemplo. Ou alguém divulgando um cachorro que se perdeu do seu dono e precisa encontrá-lo. Isso é uma boa maneira de colaborar. Não precisa chocar os outros, ninguém é obrigado!

Já comentei várias vezes mais ou menos isso no meu perfil do Facebook e já tive que ler coisas como "mas você está fechando os olhos para o que acontece, essas coisas não são noticiadas na Globo". Dá licença, mas essas notícias não são obscuras não! Se eu quero me informar a respeito, basta dar uma busca virtual e pronto. Milhares de matérias sobre maltrato aos animais e o combate ao câncer de mama vão aparecer e pronto. Posso ler e formar uma opinião. Posso procurar endereços de instituições que precisam da minha ajuda. Então, não. Não estou fechando os olhos, tapando o sol com a peneira, fingindo que não vi... de maneira alguma! Só acho que educação e bom senso não faz mal a ninguém e todo mundo gosta.

Enquanto as pessoas não aprendem a usar o Face, eu vou excluindo MESMO todo mundo da minha lista, sem dó. E mesmo que eu tenha só 10 pessoas conectadas, não me importo. Prefiro me relacionar com gente que saiba "brincar" de rede social do que com gente que quer aparecer e incomodar.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Surtos Adolescentes


Na 6ª feira da semana passada meu pai comemorou o aniversário dele numa sinuca com os amigos mais chegados. Eu saí do trabalho e fui direto pra lá me encontrar com eles e assim que cheguei, notei num canto, descalça e mexendo furtivamente num iPad uma garota. Ela nem olhava para os lados; passei praticamente na frente dela e os olhinhos continuavam vidrados na tela do eletrônico.

Logo me lembrei que ela é filha do irmão da namorada do meu pai. O pai dela, simpático como sempre foi, veio me cumprimentar perguntando “se eu tinha dado oi pra Carolzinha.” Como eu não quis ser grosseira, respondi sorrindo:
- ela me pareceu tão concentrada mexendo no iPad que achei melhor não atrapalhá-la. Ele revirou os olhos e resmungou algo como: essa geração não é fácil e pronto, o assunto morreu aí. Fiquei com raiva da menina por tamanha falta de educação e morrendo de dó do pai, que é uma pessoa muito gente boa e não merece ter uma filha assim.

Mas depois de observar o comportamento da garota (cara azeda e praticamente implorando pra irem embora) eu me vi nela. Eu era uma adolescente exatamente assim! E juro que senti vergonha dos meus tempos de rebelde sem causa.

Eu era do tipo que tinha que fazer cara de infeliz o tempo todo, porque afinal eu era super gótica e andava com roupas pretas e só ouvia rock. Ia passar o fim-de-semana em Peruíbe na casa dos meus avós e era a única da família que não fazia questão de levar ao menos um biquíni. E se fosse para a praia, sentava debaixo do guarda-sol de cara amarrada e pé pra cima, pra não sujar na areia.

Aliás falando em relação a casa dos meus avós, já tive altas discussões com a minha mãe quando tinha que passar o fim-de-semana lá. Odiava tudo, odiava o fato de ter que sair de São Paulo pra ir pro meio do nada (de acordo com minhas palavras na época) passar o dia das mães ou comemorar o aniversário da minha avó, minha paciência com a caduquice do meu avô era de -1 numa escala de 0 a 10, odiava minha vó me tratando feito criança. E essa minha má vontade piorou quando eu comecei a namorar um cara que raramente ia comigo pra Peruíbe. Aí chegava no Domingo e eu fazia o maior escarcéu pra poder voltar cedo pra casa e ver o namorado.
Me arrependo muito de ter agido assim, porque hoje aos 24 anos e sem meus avós maternos, eu morro de saudade de tudo isso e daria um rim meu para ter só UM DIA a mais com eles.

Isso sem contar na confusão mental que é ser adolescente, né? Você não pode nem SONHAR em ir pra uma matinê com os seus amigos porque ainda não é adulto. Mas se chora porque levou bronca ou ficou de castigo vai ouvir que tá muito crescidinho pra essas coisas. Argh, que inferno!
E se apaixonar então? Nossa, me lembro quando eu tive o primeiro namoradinho, isso foi com 15 anos, e quando a gente terminou eu sofri igual o cão. Chorava todo santo dia e acreditava PIAMENTE que ele seria o homem da minha vida. Inexperiências, inexperiências...

E a falta de dinheiro por não ter idade pra trabalhar? Hoje em dia se eu tô andando na rua e vejo um sapato ou uma blusa que me agradem eu entro na loja, provo e compro. Pronto, não passo vontade. Mas adolescente sofre com isso. Fica dependendo da boa vontade dos pais para comprar um cd ou uma regatinha da Hering que seja.

Aí depois de pensar sobre tudo isso, reviver mentalmente minha adolescência, eu parei de julgar a menina do começo desse post. Pois uma hora ela vai crescer, amadurecer, ser mais educada e simpática, olhar pra trás e pensar como eu penso agora: como eu era boba!

domingo, 20 de novembro de 2011

Um ano atrás


Meu pai estava completando 50 anos e estávamos muito ansiosos - eu e ele - pois no dia seguinte iríamos assitir a uma lenda viva do rock: Sir Paul Mccartney. Pra um cara que é fã dos Beatles desde sempre e pra mim, que crehttp://www.blogger.com/img/blank.gifsceu ouvindo esses caras, foi no mínimo uma honra.

Eu pensei em vir aqui e fazer um puta texto em relação a isso, mas preferi dar o básico Ctrl C + Ctrl V na resenha que eu enviei para o Whiplash.com na época. Acredito que ela resume bem o que todo mundo que lá estava sentiu.
Então coloque seu Let it Be pra tocar e aproveite!

~*~

Os ingressos para o primeiro show do Sir PAUL MCCARTNEY em São Paulo no dia 21/11/2010 deveria vir com um aviso mais ou menos assim: Atenção: se você é cardíaco, consulte seu médico antes de assistir à essa apresentação. Se você estava lá, possivelmente concorda comigo. Caso contrário, continue lendo essa resenha para entender o que eu quis dizer.

A ansiedade em relação à esse show já começou cedo, logo quando foi confirmada a apresentação do ex-BEATLE por aqui. A confusão em conseguir comprar ingressos, àqueles que foram na porta do estádio do Morumbi tentar entrar de última hora... só isso já era o suficiente para deixar qualquer um com os nervos à flor da pele. Mas algo muito maior estava reservado para nós, os expectadores.

Com o Morumbi lotado, pontualmente às 21:30 – e devemos agradecer aos britânicos por essa maravilhosa cultura de não atrasar os shows, especialmente quando esse cai em pleno Domingo – entra no palco a (super competente) banda que acompanha o astro principal da noite. E eis que surge ele, diante de aproximadamente 65 mil privilegiados, PAUL MCCARTNEY, com um sorriso no rosto que foi capaz de arrancar gritos e choro... muito choro! A introdução não poderia ser melhor, com "Venus and Mars / Rock Show", seguida de Jet. Pensar que o Paul tem quase 70 anos nas costas e mesmo assim canta todas as músicas no seu tom original, nos faz pensar que das duas uma: ou o cara se cuida pra caramba, ou ele fez pacto com alguma entidade do além. A energia que ele transmite, a animação, a presença de palco é algo fora de série.

A primeira música dos BEATLES foi "All my loving", logo a terceira do set, que foi para deixar todo mundo sem palavras, e aqueles com problemas cardíacos começarem a ficar sem ar. Mas foi quando PAUL sentou ao piano pela primeira vez na noite para tocar "The long and widing road" que o estádio entrou numa espécie de coma. Todo mundo abobalhado, desacreditando no que estava acontecendo.

PAUL se comunicou o tempo todo com o público entre uma música e outra e mandou muito bem no português, dizendo claramente e inúmeras vezes o quanto estava feliz em estar tocando para nós mais uma vez. A versatilidade musical que ele tem é algo impressionante. Tocar piano, guitarra, baixo, ukelelê como se fosse a coisa mais fácil do mundo, decididamente é para poucos.

Homenageando Linda, sua esposa falecida, MCCARTNEY cantou "My Love", uma linda balada de sua carreira solo que foi dedicada também a todos os casais de namorados que lá estavam. Um momento para os cardíacos começarem a sentir o braço esquerdo formigando de tanta emoção. Mas não parou por aí: "I’ve Just seen a Face", "And I Love her", "Blackbird" e "Here today" (música escrita para homenagear JOHN LENNON) exatamente nessa seqüência. É ou não para ter no mínimo uma arritmia cardíaca?

E não foi só PAUL que deu um show. Seu baterista também mostrou muita presença de palco em "Dance Tonight". Durante toda a música as câmeras estavam voltadas para ele, que fez dancinhas engraçadas e arrancou gargalhadas de todo mundo.

A terceira homenagem da noite foi em "Something". Nesse momento, o telão de fundo do palco mostrou várias imagens de GEORGE HARRISON, fazendo com que mais lágrimas brotassem dos olhos do público. Aliás, público esse no mínimo variado. Desde (pré) adolescentes com seus pais, até os tiozões que devem ter crescido ouvindo os discos de vinil do FAB four. E as promessas de chuva durante o show não se cumpriram. Ainda bem, porquê a noite estava linda, a lua estava cheia... enfim, o cenário ideal para um espetáculo dessa magnitude.

Até mesmo uma música meio mala como "Ob-la-di, Ob-la-da" ficou divertida. Antes de executá-la, PAUL MCCARTNEY disse: nós íamos pedir para que cantassem essa música comigo, mas mesmo sem pedir vocês vão cantá-la do mesmo jeito. E foi assim mesmo que aconteceu. E daí pra frente, foi só BEATLES, o que tornou o show ainda mais emocionante (se é que isso ainda era capaz). Foi catártico ouvi-lo cantar "A Day in The life" e emendando com "Give Peace a chance". Nessa hora, os fãs ergueram balões brancos, o que deve ter deixado LENNON muito feliz ao ver essa cena, de onde quer que ele esteja.

Quando todo mundo achava que não podia ficar mais extasiado, MCCARTNEY sentou ao piano e emendou "Let it Be", "Live and let die" (com direitos a fogos de artifício e labaredas de fogo saindo do chão do palco) e "Hey Jude". Os cardíacos provavelmente já estavam à beira de um ataque ao ver e ouvir todos esses clássicos ao vivo, com o público cantando em uníssono e PAUL esbanjando simpatia e notas agudas, como se ele ainda tivesse vinte e poucos anos.

Todos saíram do palco, aumentando a ansiedade e deixando todos com aquela sensação de “essa noite não pode acabar”. Depois de um breve intervalo, ele voltou segurando uma imensa bandeira do Brasil e tocou "Day Tripper", "Lady Madonna" e "Get Back". Deixaram o palco mais uma vez e quando voltaram, podia ver estampado no rosto do público uma expressão que misturava muita alegria, êxtase e um pouco de melancolia, pois a noite inesquecível estava mesmo acabando.

Quem estava lá e ouviu "Yesterday" pode-se considerar uma pessoa abençoada pelo deus da música, do rock n’ roll ou qualquer coisa que o valha. Foi um verdadeiro presente; mas PAUL ainda tinha fôlego para cantar "Helter Skelter", no tom original, sem desafinar uma só nota! Os acordes de "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" deram a tona do encerramento do show. A banda ainda citou "The End", para que aqueles que ainda não tinham tido um enfarte, pudessem fazê-lo.

Com muitos agradecimentos, palhetas jogadas para quem estava no gargalo da pista Premium, papel verde picado e até um tombo de PAUL... assim encerrou-se uma experiência surreal, mágica, uma dádiva. E como diz uma faixa que alguém levou para o show: the dream is over. Now is real. Thank you Paul!

SET LIST:

Venus and Mars / Rock Show
Jet
All My Loving
Letting Go
Drive My Car
Highway
Let Me Roll It / Foxy Lady (Jimi Hendrix cover)
The Long and Winding Road
Nineteen Hundred and Eighty-Five
Let 'Em In
My Love
I've Just Seen A Face
And I Love Her
Blackbird
Here Today
Dance Tonight
Mrs Vandebilt
Eleanor Rigby
Something
Sing the Changes
Band on the Run
Ob-La-Di, Ob-La-Da
Back in the U.S.S.R
I've Got a Feeling
Paperback Writer
A Day in the Life/Give Peace a Chance
Let It Be
Live and Let Die
Hey Jude
Primeiro bishttp://www.blogger.com/img/blank.gif
Day Tripper
Lady Madonna
Get Back
Segundo bis
Yesterday
Helter Skelter
Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
The End

~*~

A resenha no link original pode ser lida aqui.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Uma reunião de família




Um dia eu me sentarei no chão da sala do meu apartamento localizado na Avenida Paulista com um ou dois filhos já adolescentes e contarei para eles sobre o dia 14/11/2011. De fundo musical vai tocar Faith no More, Down, Loaded e Alice in Chains. Bandas que eles já terão escutado por influência minha e que eu pude ver ao vivo no dia já citado.

Vou contar para eles sobre a viagem até a cidade onde foi realizado o evento (SWU, que provavelmente até lá já não mais existirá), sobre a chuva que caia farta na cidade e sobre eu e meus amigos ficarmos parados na porta do estacionamento esperando chegarem novas capas de chuva, mais resistentes e que nos deixariam menos molhados.

Contarei sobre a emoção de atravessar os portões do tal evento, o coração acelerado em saber que teria um longo dia pela frente de shows, emoções, músicas, lágrimas. Sobre a corrida até um dos palcos para ver o ex-baixista do Guns n’ Roses e sobre como eu me senti quando o vi em cima do palco cantando músicas como It’s so easy, So fine e Dust n’ Bones. Contarei como me senti quando ele desceu do palco e começou a tocar bem pertinho da gente que estava na passarela. E se eles duvidarem dessa história, terei uma foto para provar.

Depois narrarei sobre como sobrevivi às rodas de bate-cabeça durante o show do Down, a banda do vocalista daquela banda que canta Cowboys from hell e 5 minutes alone. Sobre como foi surreal vê-lo ali cantando só o refrãozinho de Walk. Tenho certeza que nessa hora, meus filhos arregalarão os olhos e falarão: nossa, que foda mãe! E aí?

Aí eu vou continuar contando sobre aquele dia. Da chuva que diminuiu de intensidade e ainda sim não parou de cair. Mostrarei fotos minhas usando uma capa de chuva amarela, do lado dos meus amigos – que eu fui encontrando um a um por lá, todo mundo com aquela cara boba de felicidade, meio que desacreditando que aquele dia estava realmente acontecendo. Contarei também sobre a aventura de usar um banheiro químico a noite, sem iluminação alguma e sem papel higiênico. Provavelmente eles vão falar: credo mãe, que nojo. Mas eu responderei: que nada. Isso tudo faz parte do roteiro de ir a um evento. Sem isso, não teria graça. Assim como não seria um festival completo sem a lama e o coturno que antes era preto e naquele dia ficou marrom.

Vou contar do cansaço nas pernas, a vontade de sentar em algum lugar para dar uma esticada. Mas falarei sobre isso com um sorriso no rosto, porque valeu a pena! Valeu a pena porque vi o Alice in Chains. E que depois do Alice in Chains, eu vi o Faith no More. Esmagada na grade, tomando chuva, pulando e cantando as letras a plenos pulmões. Compartilhando esse momento com alguns dos meus melhores amigos, que também sentiram o que eu senti. Vou contar sobre o momento que aquele vocalista louco foi lá pro meio, se jogou na galera enquanto cantava e que isso foi DO MEU LADO! E vou contar também sobre eu ter tocado o Mike Patton enquanto ele cantava. E aí, meus filhos provavelmente vão até perder o fôlego e vão falar: CA-RA-LHO MÃE! VOCÊ JÁ PEGOU NO MIKE PATTON!

Infelizmente não terei uma foto com ele para mostrar, mas tudo bem. Vi o show e foi isso que me importou. E aí, quando eles acharem que já acabou, vou finalizar a história contando sobre a dificuldade que foi tirar o carro do estacionamento, sobre os quase-atolamentos que sofremos. Contarei que dormi na viagem de volta, morrendo de sono e dor nas pernas. Que cheguei na cidade de madrugada e tive que pegar metrô de volta para casa. Sobre o longo banho que tive que tomar, afinal choveu o dia inteiro. E que só fui deitar na cama as 7 da manhã, depois de já estar 24h acordada.

Provavelmente a minha filha, puxando a mim, vai fazer cara feia e falar: credo, que preguiça passar por isso. Nunca que eu vou fazer algo do gênero. E eu, feliz da vida e cheia de boas memórias responderei: foi um dos dias mais divertidos da minha vida.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Sobre a confusão na USP


E no meio desse bafafá todo em relação a USP é claro que eu, Ana Clara, tinha que vir aqui dar os meus pitacos não solicitados, né?

Tudo começou porque alguns alunos foram presos dentro do campus pela polícia pois estavam fumando maconha. Outros alunos que não o estavam fazendo se rebelaram, fizeram o maior alvoroço, subiram em cima de viatura, pediram a retirada da PM do campus da Cidade Universitária e enfim. Resultado disso: alunos acusando a PM de agressão e adivinhem só: ocupação da reitoria da universidade!
Os alunos pegos foram liberados quase que em seguida, pois a droga era de uso pessoal. Tudo o que a polícia iria fazer era levá-los para delegacia, provavelmente eles assinariam um termo, os pais seriam chamados e pronto. Mas não. Os que não estavam envolvidos acharam isso uma postura arbitrária da Polícia e deu no que deu.

Acredito que esse seria o momento ideal para fazer justiça a polícia de São Paulo. Quem se lembra porque eles começaram a patrulhar o campus? Foi depois que um estudante foi morto depois de uma tentativa de assalto. Todo mundo ficou indignado, aconteceu dentro da maior universidade do país, os alunos pediram e lá foram os policiais fazer o seu trabalho. E esse trabalho não é só intimidar os marginais, estupradores e potenciais assassinos. Mas se eles encontram um grupo de estudantes fazendo o uso de drogas, é claro que eles vão abordar. Afinal, a maconha AINDA não é legalizada aqui no nosso país. E os alunos deveriam saber disso, certo? Teoricamente sim, mas na prática a coisa muda de figura. Os uspianos pensam que por terem estudado em escola particular, feito o melhor cursinho da cidade para entrar na universidade mais conceituada do país, eles pode fazer o que bem entendem. E isso envolve fumar maconha sem serem incomodados, é claro! A lei não vale para eles e se alguém tentar fazer o que é certo, eles batem o pé e fazem birra que nem criança mimada. Daquelas que se joga no chão da loja de brinquedos se a mãe diz que não vai comprar um Hot Wheels ou o último modelo da Barbie. E todo mundo passa em volta, olha e pensa: credo, que criança insuportável. Ou ainda: é culpa da mãe que não educou direito. E a mãe, com aquela cara de vergonha dela e do monstro que ela mesma criou.
É assim com os alunos da USP. “Agora eu quero policiais no campus”. “Agora eu não quero, porque preciso fumar meu baseado em paz”. Na boa? Falta vergonha na cara desse povo. Pegar um ônibus ou um vôo pra Brasília e invadir o Congresso, ninguém quer? Tomar posse do Palácio do Governo, que tal?

O que falta pra esses alunos da USP é levar um bom sarrafo da polícia, com direito a cassetete, gás de pimenta e bomba de efeito moral. Porque é isso que a gente faz com criança mimada: bate na bunda de chinelo!

Falta uma mensalidade bem cara para eles pagarem. Afinal criança malcriada é assim: a gente tira a mesada deles e pronto.

Falta todo mundo ali levar um belo dum susto: ser assaltado com arma na cabeça, sofrer um seqüestro-relâmpago, tentativa de estupro. Pra ver se entra na cabeça que SIM, a polícia PRECISA estar ali. Criança egoísta que só enxerga seu próprio umbigo tem que aprender na marra. Eu não gosto de desejar esse tipo de coisa para os outros, mas pelo amor de Deus. O que vai ter que acontecer pra eles perceberem que essa postura deles é totalmente ridícula?
Eu não sou mãe e nem tenho idade pra isso. Mas as vezes me coloco no lugar da mãe do menino que foi assassinado em Maio desse ano e que dor que deve ser. Que falta de sensibilidade desse zé povinho em relação a segurança pública. Tem comunidade que daria de um tudo para ter a polícia patrulhando os arredores e esses "estudantes" querem abrir mão disso tudo por causa de um baseado! Me poupem...

Falta todos eles serem punidos com contribuição social. Cuidar de criança na creche, catar sujeira do chão, doar cesta básica para instituições de caridade, participar de algum programa de alfabetização para adultos. Ajudar na reforma de monumentos públicos, reforma na própria universidade. Porque com criança birrenta e egoísta a gente coloca num canto de castigo, manda escrever na lousa quantas vezes forem necessárias “nunca mais vou desobedecer”, “nunca mais vou bater nos outros”.

Queria ver se estando ocupados desse jeito, eles teriam tempo pra tanto showzinho!

(alguns) LINKS RELACIONADOS:

Estudantes da USP votam hoje se vão sair da reitoria

Vídeo mostra ocupação do prédio da reitoria da USP

Presença da PM em campus gera polêmica no interior de SP