quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Não, eu não tenho saudade da faculdade

Semana passada eu fiz um caminho diferente para ir de casa até o trabalho e acabei passando de ônibus na frente do Mackenzie. Aí dei uma olhada básica pela janela e dei graças a Deus de ter terminado e ainda concluí que eu não sinto um pingo de saudade daquele tempo.

Compartilhei isso no meu Facebook no mesmo dia e um monte de gente veio comentar que morre de saudade de quando estudava e talz... sério, não entendo isso! Eu nunca vou sentir saudade dos tempos de universidade.

Saudade de sair do trabalho e não poder ir pra casa direto descansar?

Saudade de professores malas, trabalhos pau no cu? Saudade de ter que ficar até o final de uma aula inútil, só porque o mestre resolve passar a lista no último minuto?

Saudade de ter que jantar uma porcaria qualquer na cantina do seu prédio e de ter que se estressar com o seu diretório acadêmico?

Saudade de ter que fazer trabalho em grupo e sempre, SEMPRE se estressar com algum metido a espertinho que nunca fazia nada e deixava tudo nas costas de um ou dois mais esforçados? E de ter que criar apresentações no Power Point pro SEMINÁRIO da noite?

Saudade de passar em frente ao bar em pleno calor, querer sentar na mesa e pedir uma cerveja, mas não pode porque jájá tem prova e você está super apertado com a nota? De ter que conferir e controlar sempre suas faltas, pra não ter que pegar DP por esse motivo?

Saudade de gastar os tubos com rematrícula, mensalidade, material para aula de desenho - no meu caso - e saudade do estresse de ter que montar sua grade curricular, porque você pegou DP no primeiro semestre e isso atrasou todas as suas outras matérias?

Teve um semestre que eu entrei num grupo pra fazer trabalho e como sempre não deu tempo de terminar durante a semana. A conclusão que a gente chegou foi que precisávamos nos reunir na casa de alguém pra terminar o mesmo. E tinha um menino no meu grupo que era tão mimado, mas tão mimado que ele fez TODO MUNDO ir pra casa DELE, que era LONGE PRA CACETE só pra terminar esse trabalho! Detalhe: a internet dele era DISCADA. Quando eu argumentei pra nos reunirmos na própria faculdade e terminar essa porcaria de trabalho logo, ele me respondeu: ay, me sinto mais a vontade na minha casa. AHN, VAI PRA &*%#+##@ NÉ? Não dá pra ter saudade de ter esse tipo de estresse!

Saudade de ter que andar com xerox de apostila pra cima e pra baixo dentro da mochila, uma pasta de desenho tamanho A3 na mão dentro do metrô lotado. De fazer aquela velha pergunta: professor, a prova é em dupla e com consulta? Não!

Saudade de ficar decidindo tema de trabalho, de TCC, de ter que matar seu emprego pra fazer um resumo de algum texto whatever... tipo, sério mesmo que as pessoas sentem saudade DISSO?



Aí vão falar: ai Ana, claro que não. Saudade de encontrar os amigos!
Aí eu respondo: os amigos você encontra FORA da faculdade e não dentro dela. Qual a graça de encontrar os amigos na faculdade? Os amigos você encontra no bar num sábado a tarde ou numa balada sexta-feira a noite.

E não me venham com: ahn, saudade das festas. Esse argumento também não vale, uma porque eu sou chata e antisocial e me orgulho em dizer que nunca freqüentei UM EVENTO SEQUER do meu tempo de universitária. No máximo fui em um churrasco no começo do curso e SÓ. Agora cervejada, bota fora, bota dentro, festa dos bixos, festa dos veteranos... Derrmelivre!
Mas pra quem curte, uma pergunta: quem disse que precisa ESTAR na universidade pra ir nesse tipo de evento? Conheço tanta gente que já se formou há anos e ainda vai em todas essas festas. Argumento falho, próximo!

Ahn, saudade de ter menos responsabilidades. Oi? Só quem nunca trabalhou durante o curso pode dizer uma abobrinha dessas. Eu, por exemplo, comecei a trabalhar na área desde que entrei na faculdade, ou seja, sempre tive responsabilidades. E por muitas vezes deixei de fazer várias coisas importantes porque simplesmente não dava tempo. Esse argumento só vale pros acomodados que acham que universidade é mundo de faz de conta.

Quantas vezes eu não ouvi os professores falarem já no úlimo ano: a partir de agora vocês são lançados no mercado de trabalho. Tsc tsc...

Sério, a única coisa que eu tenho saudade da faculdade era de ir na papelaria e poder comprar um caderno e uma agenda novos pra serem usados durante aquele ano, aeahieaheahuheaiuhea. De ter uma carteirinha pra pagar meia entrada nos lugares.
Mas de resto... pfff! Sou muito mais minha vida pós universidade, formada e podendo ir pra casa as sete da noite pra descansar.

Bem melhor!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Mulher Sofre!

Me peguei pensando isso esses dias.

Desde a semana retrasada (dia 6/10 para ser exata) que eu tô pra vir aqui e comentar um fato que aconteceu comigo numa balada.
Um amigo meu fez aniversário e comemorou numa balada nova na Augusta, numa festa que ele dá de vez em quando chamada Let's get rocked. Por ser uma festa de um amigo, as pessoas que costumam aparecer só os amigos e conhecidos. Parece festa na casa de alguém, porque cada um que entra porta adentro é um rosto conhecido, ou no mínimo familiar.

Ok, em determinado momento da noite, um rapaz fortinho, bombadinho, com camiseta em gola V chegou com tudo pra cima de mim, me agarrando e falando coisas do tipo: olha, eu não sou desse rolê do rock, mas te achei muito linda, como que eu posso chegar em você?
Minha cara de desprezo não mentiu e eu respondi simplesmente:

- Bom, do jeito que você veio falar comigo, você JÁ CHEGOU EM MIM NÉ?

- Ai, sério? Porque eu só frequento balada de samba e te achei muito linda, me dá UM BEIJO.

E eu me desvencilhando de qualquer jeito, porque a essa altura ele estava ME AGARRANDO, meio que puxando o meu rosto pra perto dele. Juro que fiquei com NOJO. Não só porque ele tinha mau hálito (fato esse provavelmente provocado pela quantidade de bomba que ele deve tomar), mas porque eu me senti a própria puta na rua Augusta. E não é porque eu frequento baladas lá, que eu sou uma.

- Você tá achando que isso aqui é micareta? Que eu dou um beijo e saio fora? Por favor, bem se vê que você não pertence a isso aqui. Olha, eu não tô afim, não tô interessada, VOCÊ NÃO FAZ MEU TIPO, blábláblábláblá.

Enfim, depois de pelo menos 10 minutos desagradabilíssimo com esse sujeito tentando me pegar a força, consegui fazer ele entender de que NÃO É NÃO! E isso me levou a ter certeza de que tive mais sorte que a menina que teve seu braço QUEBRADO porque ela não cedeu às investidas de um playboy. Ou àquela outra que apanhou do ex-marido (ou ex-namorado, sei lá), porque ela NÃO CURTIU UM STATUS DELE NO FACEBOOK!

Aí eu me pergunto: esse mundo está doente or what?
A partir de agora eu me sinto meio que na obrigação de aceitar um cara me agarrando, por medo dele me machucar? Será que esses bombadinhos, ratos de academia usam tão pouco o cérebro que eles esqueceram o significado da palavra NÃO? Carinhas mimados, que provavelmente foram criados a leite com pêra dentro do condomínio de luxo do papai e da mamãe e que nunca tiveram nada negado a eles. Aí acham que isso se aplica a vida e se a gatinha da balada te disse não, obrigada então você tem direito de dar um soco no olho direito, ou chamar de vadia que se acha!

Eu me considero uma pessoa muito boca dura. Se o cara me pega num dia ruim eu já saio respondendo algo do tipo TIRA A SUA PATA DE CIMA DE MIM, VOU CHAMAR O SEGURANÇA! As vezes eu tenho medo de ser assim, porque não posso prever a reação do outro. Eu posso dar o azar de pegar um cara muito violento que não está nem aí se é homem ou mulher e já vai metendo a mão. Mas porra, eu não tenho sangue de barata! Eu não sou obrigada a aceitar esse tipo de atitude.

E isso é bom pra esses "homens" aprenderem que nem todas as mulheres são iguais. Que nem todas elas gostam desse esteriótipo horrendo de camiseta justinha e com gola V, músculos salientes e correntona de prata. Que nem todas aceitam esse tipo de "approach" (que pra mim tá mais pra assédio mesmo) e que nem todas engolem essa situação calada.

Enquanto isso, eu sempre penso: o que eu fiz pra merecer esse tipo de incômodo?

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Minha segunda casa está voltando!




Quando eu tinha 14 anos, eu me achava mega gótica porque andava de preto, escutava Nightwish e tinha um sobretudo e um coturno. Coisa de adolescente, mas né, fazer o que.
E uma das coisas que eu mais tinha vontade de fazer aos 14 anos era conhecer o famoso Madame Satã. Uma balada no centro, que como amigos meus me contavam, tocava só música gótica e a casa parecia um castelo e blábláblá.

Só realizei meu desejo de conhecer a casa 4 anos depois, quando eu tinha 18. Me lembro até da data, dia 26/10/2005. Foi bem na época que eu comecei a andar com um pessoal que tinha mais a ver com o estilo de música que eu curto (meus amigos do colégio se dividiam entre micaretas, baladas na Vila Olímpia ou rolês de forró). Aí um dia, a Dani e a Milena (oi amiga!) me levaram no Madame. Era um sábado, aniversário da Dani, dia de open bar.
E por mais que me dissessem que o Madame Satã já não era a mesma coisa, eu não pude deixar de sentir algo diferente quando entrei lá.

Lembro que assim que pus os pés lá dentro, olhei em volta da casa, olhei o bar, olhei as paredes, a sombra do morceguinho que voava, o quadro do Jethro Tull, os tijolinhos a vista e pensei: caralho! O cheiro do incenso de cravo que ficava fumegando na porta da chapelaria. A pista de dança. Aquele porão de teto baixo com pouca iluminação. Tudo aquilo me deixou em êxtase.

Desse dia em diante, eu passei a frequentar a casa praticamente toda a semana, todos os dias, quinta, sexta, sábado e domingo. Fiz amizade com os barmans e mesmo em dia que as bebidas eram pagas, eu as conseguia de graça. Chegou uma época em que eu ia mesmo sozinha, pois sabia que ia encontrar algum conhecido lá. E mesmo que não encontrasse, eu nunca me importava de ficar só na pista, dançando VIRADA PRA PAREDE, é claro, hahahaha.
Levei muitos amigos meus lá, que não tinham nada a ver com o som, mas que saíram de lá falando super bem da balada. Levei meu ex-namorado num Domingo chuvoso e ele simplesmente adorou! Passei uma anti-véspera de Natal lá dentro, já dancei especial Depeche Mode no Carnaval de 2006. E quando eu passei no Mackenzie, adivinha onde foi que eu comemorei? Lá, é claro! Com direito a muita bebida e um dos maiores porres da minha vida.

Fiquei com muito cara gato lá dentro, já chorei de desilusão amorosa, transei na pista, fiquei até acenderem as luzes e mandarem a gente embora. Enfim, lá era a minha segunda casa. Até que um dia fecharam as portas e o Madame nunca mais voltou a funcionar! Durante um tempo fiquei bem mal, pois vivi muita coisa boa lá dentro. E podem me chamar de brega, mas eu me apego muito a essas coisas, a esses momentos. Muita coisa até hoje eu relaciono com o Madame.

Me senti órfã por um tempo, até que comecei a frequentar o Manifesto. Também vivi muita coisa legal lá, conheci muita gente. Mas nada se comparou a emoção que eu senti ao entrar no Madame Satã pela primeira vez. Não me importo que me chamem de louca, mas aquele casarão tinha uma energia diferente. Uma energia boa, em contrapartida a tudo que já falaram de mal da casa. Eu gosto tanto da casa, que cheguei a homenageá-la com uma tatuagem na perna. O S do Satã, que são duas cobras, uma comendo a outra, o símbolo do infinito.


Mas faz umas 3 semanas que tenho lido no facebook dos amigos que a equipe da DJ Club comprou o casarão, estão reformando e vão reabrir. Primeiro eu fiquei duvidosa, porque vai saber, né? Falaram que iam derrubar o imóvel pra construir outra coisa no lugar. Aí os boatos foram ficando cada vez mais fortes, até que hoje eu assisti esse vídeo aqui.

Ou seja: essa reinauguração VAI ACONTECER! E ao que tudo indica, vai ser ainda melhor que o Satã que eu frequentei. Conforme o vídeo foi passando pelos "cômodos" do imóvel, eu fui ficando emocionada, com saudade das coisas que aconteceram lá dentro. A hora que eles mostraram a pista então, quase dei um berro de felicidade. Achei que nunca mais ia ver aquilo na minha vida.

De acordo com eles, lá pelo meio de dezembro, a casa vai reabrir. Espero de verdade que isso aconteça. E que isso traga de volta uma das melhores épocas da minha vida.


"There's a light that never goes out"

terça-feira, 4 de outubro de 2011

É difícil ser fã...


Que eu escuto Guns n' Roses desde os meus 3 anos, sou fã do Axl, imitava o cara na frente da TV, choro igual criança, tenho um zilhão de pôsteres e etc, todo mundo já sabe.
Mas é difícil ser fã de um cara que conseguiu estragar sua carreira de uma maneira que provavelmente não tem mais volta.

Eu resolvi ir no Rock in Rio justamente por isso: porque sou fã e porque sei que se eu tivesse ficado em casa vendo pela TV eu jamais me perdoaria. Mas o show do "Guns" (entre aspas mesmo, porque né?) foi muito, MUITO aquém do que eu esperava.

Claro que eu sei que nunca mais vai ser a mesma coisa por vários motivos:
1- porque ele tá velho, a voz muda e ele nunca mais vai conseguir cantar do jeito que ele cantava antigamente. Mas isso é natural, as pessoas envelhecem e são poucos os cantores que conseguem manter a mesma qualidade de antes (Bruce Dickinson e Lemmy entram nessa categoria).

2- A banda ficou totalmente irreconhecível. São bons músicos? São, claro que são. Mas a gente sente falta daquela velha formação do Apetite, do Adler na batera, do Duff, do Slash e do Izzy.

Mas o que eu vi ali foi uma má vontade absurda do Axl. Show com a mão no bolso mesmo, do tipo: beleza, vamos tocar aí pra eu ganhar meu cachê e ir embora desse fim de mundo. Eu desacreditei nas caras que ele fazia quando tocou November Rain. Errando a letra. E Patience então? Disperso pra caralho... ainda comentei com a minha prima que tinha algo muito errado. Ela disse que achava que ele estava bem louco. Mas acho que não era droga não. Era o botão do foda-se ligado. Triste!

Não quero cair em defesa dele, só porque eu sou fã. Sei reconhecer quando está ruim, eu acho. E acho também que se for para ele continuar desse jeito, então que encerre logo sua carreira. Pra gente lembrar do Guns como uma das bandas mais perigosas do planeta. Lembrar daquele guitarrista com o rosto escondido por detrás dos cabelos e daquele baixista loiro-descolorido com uma pegada punk rock e cadeado pendurado no pescoço. Ou do baterista completamente maluco, que parecia não pertencer a esse mundo.

E vamos ver se essa má vontade vai persistir nos shows que ele fará em Buenos Aires e no México...

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Como me fazer pagar a língua


Lembra desse post aqui? Que eu dei inúmeros motivos para não ir no Rock in Rio, que eu estava com preguiça de sair daqui de São Paulo pra ir até lá etc etc etc.

Enfim, estava me mantendo muito firme na minha decisão até sexta-feira passada quando o festival começou. Assisti alguns shows pela TV e uma voz bem baixinha dentro de mim começou a falar: e se você fosse? E se?
Em paralelo a isso, minha mãe - que curiosamente sempre me critica por eu gastar grana com ingressos de shows - ficava: nossa Ana, não acredito que você não vai no Rock in Rio, justo você que não perde UMA.

Inconscientemente eu comecei a procurar pessoas vendendo ingressos, vi gente vendendo até por R$450,00. Até que no Domingo, eu resolvi ficar acordada (até tarde) pra assistir os shows do "dia do metal". E foi vendo o show do Slipknot que me bateu o sininho e: opa. Se eu não for, vou me arrepender pro resto da minha vida de ter ficado em casa sozinha as lágrimas vendo o Axl Rose. Aí, entrou o Metallica no palco e eu: PUTAQUEPARIU EU PRECISO DE UM INGRESSO, VOU PRO RIO NEM QUE SEJA A PÉ E...

E foi engraçado como tudo deu muito certo de uma maneira tão rápida. Na segunda-feira eu e um amigo dos tempos de cursinho fechamos uma excursão numa agência e agora de pouco a menina que vendeu seu ingresso veio me entregar (Mirja sua LINDA, se você estiver lendo isso, um beijo!).

E é isso... depois de 10 anos estou voltando para Jacarepaguá, para a cidade do Rock, para o Axl Rose, para um festival desse porte. Podem vir falar que não é mais ROCK in Rio e sim POP, falar que eu vou ter que suportar Pitty e Detonautas, que o Axl tá velho e gordo e o Guns acabou e sei lá mais o que. Mas fã é assim mesmo, vai e foda-se!
E se eu sobreviver, juro que volto aqui para contar.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Como eu consegui essa(s) foto(s)



Eu ainda tô meio em choque pelo que me aconteceu ontem, mas vou tentar fazer esse post.

Desde janeiro que a minha ansiedade tá no talo por causa do show do Black Label Society. Comprei o ingresso num dos primeiros dias que começaram a vender e quando foi em Fevereiro, falaram que o show que ia ser transferido pra Agosto invés de Maio como tava marcado. Ok, vamos esperar mais uns meses.
Fui em várias apresentações nesse meio tempo, shows grandes por sinal, mas nenhum se comparou a ansiedade que eu estava sentindo pra ver o Zakk Wylde mais uma vez.

Faz duas semanas que eu tô fazendo contagem regressiva no meu facebook e sonhando com uma foto com ele. Não podia ser tão difícil, afinal um dos meus amigos está acompanhando a banda durante a turnê aqui na América do Sul. De um jeito ou de outro eu tinha que conseguir.

Eis que ontem de manhã eu cheguei no trabalho, abri meu twitter e vi que o Zakk em pessoa estaria na Kiss FM a partir das 18:00. "Pode ser a minha chance de tentar alguma coisa", eu pensei. Mas ainda não tinha decidido se ia ou não. Provavelmente estaria lotado de metaleiros/headbangers/curiosos/posers/whatever. O expediente foi chegando ao fim e aí começou a me dar aquela coceirinha de ir pra lá e tentar a sorte. O NÃO eu já tinha. Só precisava conseguir o SIM.

Abri minha lista do MSN e chamei umas 3 pessoas pra irem comigo. As três disseram que não podiam ir. Aí tentei lembrar de alguém que seria louca o suficiente pra tietar comigo o ex-guitarrista do Ozzy Osbourne. A irmã de um amigo meu! Chamei, morrendo de medo dela responder que não ia e qual foi a minha surpresa quando ela topou NA HORA! Ok, nos encontramos as 19:00 no metrô Consolação.

Nisso, fiquei ouvindo a rádio e acompanhando pra saber se ele já tinha chegado, ido embora, enfim. Justamente quando eu estava pegando o elevador pra ir embora do trabalho rumo ao metrô, o apresentador do programa fala:

- Infelizmente o mister Zakk Wylde não poderá vir. O vôo dele atrasou e ele não vai conseguir chegar em tempo hábil de participar do nosso programa. Uma pena.

Juro que não me senti ultra mega triste. Um pouco decepcionada, talvez mas nada demais. Enfim, me encontrei assim mesmo com a minha amiga e resolvemos tomar um Starbucks no shopping center ao lado da rádio. Conversa vai, conversa vem (afinal, fazia uns bons anos que a gente não se via), a esposa do meu amigo que está com a banda me liga e:

- Ana, você está ouvindo a Kiss?
- Não, mas tô aqui perto, por que?
- POR QUE O ZAKK TÁ LÁ!

Juro, nessa hora parecia que tinha descido um balde de gelo na minha barriga. Larguei tudo em cima da mesa, puxei a menina pelo braço e vamo que vamo. Na porta da rádio, não tinha ninguém, NINGUÉM! Não podia ser ali, por que só eu que tinha tido essa idéia brilhante de ir lá? Não podia ser assim tão fácil né? Mas era ali.
Ficamos debaixo de uma garoa fininha (Fê, se você estiver lendo isso, OBRIGADA) cada uma com um fone de ouvido escutando o programa.

Uma van apareceu na porta da garagem da estação de rádio. Começamos a ficar espertas e nisso o locutor: é isso aí galera, esse foi o Zakk Wylde participando aqui do nosso programa, obrigada blábláblá. Ok, ele ia aparecer por ali a qualquer momento. Mas como otimismo não é meu forte, continuei pensando: não é possível que vai ser assim tão fácil.

Mas foi! Foi porque a van desceu um pouco em direção a garagem e nós duas descemos um pouco também. Vi uma movimentação e DE REPENTE... o Zakk Wylde flesh and blood aparece NA MINHA FRENTE!
Sabe a sensação que eu tive? Tela azul do Windows. Travei, não conseguia ir pra frente nem pra trás, não conseguia abrir a boca, não emiti um som. Eu sempre imaginava que quando o visse na minha frente, ia abrir a boca e tagarelar sem parar, com aquele papo de fã, mas NÃO.

Meu amigo me viu e disse pro Zakk: Zakk, essa é uma amiga minha. Aí ele veio vindo na minha direção e eu BESTA. Ele disse: hey baby, me deu uma palheta. Perguntei pro meu amigo se eu podia tirar ao menos uma foto e eu ganhei não só uma, mas duas fotos, dei mais um abraço nele, ele disse "thanks for coming" e quando ele já estava perto da van, eu disse: see you at the show.

A van ligou o motor e eles foram embora. E eu fiquei parada no meio da rampa da garagem tentando digerir o que tinha acontecido.
É, eu consegui duas fotos com o cara que eu mais tive vontade de conhecer (depois do Axl), ganhei duas palhetas de presente e daqui 2 dias assistirei o segundo show do Black Label Society.

Dreams do come true.