Tá boooom, tá bom, eu sei que estou MUITO atrasada com esse meu diário de viagem. Voltei de lá faz dois meses e honestamente não sei porque demorei tanto pra relatar essa minha última ida ao Chile. Preguiça, falta de inspiração, correria de fim de ano... mas como essa semana anda um marasmo total e irrestrito aqui no trabalho (e aproveitando pra tirar as teias desse blog), aproveito pra dar uma exercitada no meu cérebro já enferrujado graças a publicidade online e vou relatar aqui mais ou menos como foi.
Antes de mais nada, preciso contar a emoção que foi pra comprar a passagem. Aliás, foi uma aventura tão surreal que isso merece um post a parte. No próximo eu conto como foi efetivamente a viagem, as coisas que eu fiz etc etc etc.
Pois vamos lá. Em outubro - e eu não vou me lembrar quando exatamente - meu namorado me disse que poderíamos ir sim ao Maquinaria, que ele ia ter o turno livre e que eu já podia comprar as passagens. Pois bem, entrei primeiro no site da Decolar.com e fiquei realmente assustada com os preços da passagem! É inacreditável como muda o valor de uma hora pra outra. Dois dias antes, pro período do dia 8/11 até dia 12/11, ida e volta mais ou menos uns R$600,00. No dia da compra, a passagem estava custando absurdos quase R$1300,00 (sem brinks) e COM ESCALAS!!!
Me desesperei, quis chorar, me acalmei e entrei direto no site da LAN, onde os preços estavam dentro da normalidade, thanks God. Efetuei lindamente a minha compra prum vôo saindo daqui na quinta-feira a noite e voltando segunda de manhãzinha, pois a ideia era chegar em São Paulo e já ir trabalhar direto.
Minha compra foi confirmada, paguei a primeira parcela (fiz em 3x) e lindo.
Passaram-se algumas semanas da compra, eu me arrependi profundamente de ter comprado pra quinta a noite. Eu fico tão pouquinho com o meu namorado, queria aproveitar o máximo possível. Sendo assim, liguei lá na LAN e perguntei se havia passagens para a quinta de manhãzinha, de preferência no primeiro horário. Sim tinha, mas não com a mesma tarifa que eu havia comprado. Eles iam me cobrar a mais (bem a mais, diga-se de passagem), mas podiam me colocar no vôo das 9 da manhã. Eu ia chegar em Santiago ao meio dia, perfeito! Passei o número do cartão de crédito para um atendente que com certeza não era brasileiro e falava um português carregadíssimo de sotaque e em 3 dias eles mandariam um novo número de reserva pro meu e-mail. Vejam bem, isso foi no dia 2/11 sexta feira. Faltando 6 dias pra minha viagem.
No mesmo dia, eu fiquei sabendo através do meu pai, que o meu cartão de crédito não ia passar pois estava com fatura em atraso e blablabla. Ok, fiquei triste mas me conformei. Segunda-feira, cheguei no trabalho e fui conferir se já podia fazer o check-in online. Não podia, mas curiosamente quando abri meu número de reserva mostrou o vôo das 9 da manhã. Achei estranho e na hora liguei pra LAN.
Abro um parênteses aqui sobre essas ligações: por algum motivo, quando eu tentava ligar lá pelo meu telefone do trabalho, a chamada não completava. Eu tive que lotar meu celular de créditos e ligar diretamente dele. A qualidade das chamadas são HORRÍVEIS e por conta do sotaque dos atendentes, fica super difícil de entender o que eles te falam. Enfim, é uma experiência péssima e eu não recomendo pra ninguém.
Expliquei todo o caso para o moço, que muito solícito disse que ainda não tinha obtido a resposta sobre a minha troca de vôo (a.k.a confirmação do cartão de crédito) e pediu pra ligar mais tarde. Isso foi de manhã e umas quatro da tarde eu liguei e nada. Ok. Qual não foi a minha surpresa, quando no dia seguinte (3ª Feira) eu entro no meu número de reserva E QUEDÊ MEU VÔO??? Não estava disponível para check-in nem o vôo das 9:00 e NEM O DAS 19:00. Ok, liguei novamente explicando tooooda a situação e? 'Ainda não temos a confirmação senhora, mas amanhã logo no primeiro horário ligamos novamente'. Ok moço, mas eu viajo na quinta e eu preciso saber EM QUAL VÔO VOU EMBARCAR.
Não havia muito o que fazer a não ser esperar. E eu esperei, até que na 4ª Feira - vejam bem, faltando UM DIA pra viagem - me ligam: olha só, realmente seu cartão não foi aceito, então pra fazer a troca precisamos de um outro número de cartão. Disse que tudo bem, que eu podia embarcar no vôo das 19:00 mesmo. Aí veio a bomba:
- Olha senhora, a partir do momento que você pede uma troca, a sua primeira reserva é AUTOMATICAMENTE CANCELADA.
Quer dizer, eu já tinha pago a primeira parcela de um vôo que a LAN simplesmente FOI LÁ E CANCELOU! Aquilo me apavorou e pensando em milhares de alternativas, disse que já ligava de volta com um novo número de cartão. Chamei uma amiga minha do trabalho de lado, contei o que estava acontecendo e perguntei se ela me emprestava o cartão, pagava assim que caísse o salário. Sem problemas. Liguei na LAN, fiz tooodo o trâmite novamente e me informaram que em 4 horas me mandariam a confirmação da troca do vôo.
1, 2, 3, 4, 5 horas e NADA de confirmação nem de ligação da LAN. Não preciso falar o quanto fiquei ansiosa e que não consegui colocar nem uma barrinha de cereal na boca, né? Liguei na LAN era umas cinco da tarde já começando a ficar puta, e o moço falando que ainda não tinham confirmado nada. Falei que se até as 18:50 eles não me retornassem (porque pra ajudar, o atendimento deles é só até as 19:00) eu ia ligar de novo. Dito e feito. Liguei e soltei os cachorros. Onde já se viu cancelarem um vôo cuja primeira parcela já estava paga? E eles não avisarem dessa condição de cancelamento no momento da troca de horário? Ok, pode parecer meio óbvio pra quem está acostumado a comprar passagens aéreas, mas pra mim não! E por que o negócio não era automático? Assim que eu passasse o número do cartão de crédito (o meu ou o da minha amiga, que seja), já tinha que avisar se ia liberar ou não.
Fui pra casa espumando de raiva e ansiosa, perigando não conseguir embarcar. Meu namorado, coitado, todo fofo me ligou ansioso que eu tava pra chegar e eu nervosa, comecei a chorar e a falar em português contando o que tinha acontecido, sem nem ligar pro fato de que ele não fala UMA palavra da minha língua a não ser 'caralho'. Me acalmei e contei tudo o que estava acontecendo, dessa vez em espanhol. Ele disse que ia ligar na LAN lá do Chile pra ver se eles podiam ajudar e se ELE podia usar seu próprio cartão pra pagar a maldita taxa. Isso de madrugada, faltando HORAS pra viajar!!! A LAN de Santiago informou que o segundo cartão NÃO tinha sido aprovado, mas que eu poderia ir cedinho ao aeroporto direto na lojinha da LAN, pagar a taxa em cash e embarcar.
E foi o que eu fiz. Cheguei em Guarulhos era umas seis e meia da matina, com tanto medo de não conseguir embarcar, rapei minha conta e fui na tal lojinha. Expliquei a situação pra atendente e eu simplesmente DESACREDITEI quando ela me disse que no sistema, meu vôo das 19:00 aparecia como CONFIRMADO. Parecia um sonho, mas o negócio ficou melhor ainda. Ela disse que poderia me encaixar sim no vôo das 9:00 e pedi pra ela ver quanto ia me custar essa troca. Quase desmaiei quando ela me disse: não vai ser cobrada nenhuma taxa!!! NENHUMA.TAXA!!! SIMPLES ASSIM!!!
Ok, ela emitiu um novo bilhete pra mim, eu ainda com aquela cara de pasma me dirigi ao guichê pra despachar as malas. Isso devia ser umas, sei lá, sete da manhã. Quando chegou minha vez, a mocinha me olhou e falou: VOCÊ NÃO QUER EMBARCAR NESSE VÔO QUE SAI AGORA AS OITO??? Comecei a rir de nervoso, logicamente aceitei, despachei as malas, me despedi da minha mãe, mandei um whatsapp pro meu namorado avisando que ia chegar as onze da manhã e embarquei, INCRÉDULA!
No final das contas deu tudo certo, mas eu prometi pra mim mesma que NUNCA MAIS vou passar por isso. Se eu comprei a passagem pro horário x eu vou me manter nesse horário x. Não vale o nervoso e eu tenho certeza que um golpe de sorte como esses é pra uma vez na vida e nunca mais!
(Continua amanhã)
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
2012: um balanço
Eu sempre tive um certo preconceito com anos pares. Parece besteira, mas é uma coisa muito minha. Meu ano de 2008 por exemplo, foi o pior ano de toda minha existência. Fui mandada embora de dois empregos, meu namoro terminou - e isso significou a fossa mais pesada que eu já passei e que perdurou até quase o final de 2009 - e nem a minha viagem pra Buenos Aires com os amigos pra ver o show do Motley Crüe foi o suficiente para apagar essas memórias ruins.
2010 também foi um ano bem mais ou menos. Valeu por ter emagrecido pra caramba naquela época e talz, mas sei lá... parecia que faltava alguma coisa. Essa história de ter ficado enganchada com alguém que nunca soube o que quis de mim, foi minando as minhas forças. Foi um ano pesado por causa do TCC, vários finais de semana trancada dentro de uma cozinha com mais 5 pessoas, correndo pra entregar o trabalho que ia definir minha nota mais importante na universidade.
Mas em 2012 tudo foi muito, muito diferente. Mais diferente do que eu poderia imaginar.
Em 2012 eu conheci gente nova. Gente de outros países, de outros continentes. Conversei muito com eles, troquei informações, aprendi coisas novas, gastei meu inglês e ouvi inúmeros elogios em relação a ele.
Em 2012 eu voltei a ter contato com gente que eu não via fazia tempo. Me afastei de quem me fazia mal, me atrasando emocionalmente. Demorou, mas eu finalmente consegui deixar de lado e esquecer. Se não deu certo nesse tempo todo, então é porque jamais daria, ué. Simples assim.
Em 2012 eu tirei minhas primeiras férias desde 2005. Consegui juntar dinheiro, comprar passagens, reservar hostels, tudo por conta própria. O que pra mim, Ana Clara, foi um feito muito grande já que eu sempre fui muito mimada e sem iniciativa alguma. Conheci um país novo, lugares inacreditáveis, paisagens maravilhosas, comi coisas diferentes e de quebra conheci O cara.
Graças a esse cara, em 2012 eu voltei a sentir coisas que eu achei que estavam enterradas em mim debaixo de uma montanha de sentimentos mal resolvidos. Tive que reaprender meu espanhol, e agradeço DE VERDADE por todas as aulas que tive durante 9 anos da minha vida escolar. Finalmente elas me serviram para alguma coisa.
Em 2012 eu quebrei meu preconceito com o Rio de Janeiro ao passar um feriado maravilhoso ao lado de pessoas super queridas. Curti a praia, tomei mate com limão, fiz balada carioca... tudo isso com direito a ficar hospedada no pé de uma favela em Copacabana. Quem diria...
Também viajei muito em 2012. Ahn, mas você só viajou sempre pro mesmo país, Ana, alguém vai dizer. Sim, viajei 3 vezes pro mesmo país. Mas a cada viagem, eu voltava com uma bagagem cultural e emocional GIGANTESCA. Conheci pessoas lindas, tomei cervejas diferentes, tirei milhares de fotos... um misto de sensações que sei lá como explicar...
Saí pouco de balada em 2012. Mas não me arrependo de ter ficado meio isolada esse ano. Valeu a pena pra poder juntar dinheiro e passar por tudo que descrevi no parágrafo acima. Acho que mudei em relação a minha vida noturna e isso foi bom. Amadurecer deve ser isso, né?
Também fui em poucos shows em 2012. Poucos em relação aos anos anteriores, onde eu não perdia um que fosse. Abri mão - com muita dor no coração, claro - de ver o Foo Fighters no Lollapalooza. Mas foi um mês antes das minhas férias e da minha viagem, mas a vida é isso... as prioridades mudam. Foram poucos shows, mas foram inesquecíveis. Kiss, Stone Sour, Marilyn Manson, Black Label Society, Madonna, Morrissey...
Claro que nem tudo foi um mar de rosas. Em 2012 perdi minha Bellinha, minha cocker, companheira da minha família desde 2001. Foi horrível, é horrível até hoje, mas fico mais tranquila em saber que ela não sofreu na hora de morrer. E que com certeza, ela sabia o quanto era amada por todos aqui de casa.
Acabei perdendo contato com uma pessoa muito querida, que sempre foi minha parceira no crime, amiga. É triste, mas talvez seja melhor pra mim e pra ela. Pelo menos por enquanto, não sei...
Em 2012 eu fiz poucas resenhas pro Whiplash e entrei numa crise profissional que perdura até agora. Apesar de estar meio perdida, sem saber o que fazer, isso tem me feito pensar e repensar inúmeras vezes minhas escolhas profissionais, a ponto de me arrepender profundamente ter escolhido ser publicitária.
Meu natal de 2012 também foi lindo, ao lado das pessoas que eu amo, ao lado do meu namorado. Na casa que era dos meus avós, com uma árvore cheia de presentes para todos, uma mesa farta e todos com muita saúde. Isso pra mim, é o mais importante.
E pra encerrar, vou passar a virada de ano ao lado daquele cara. Aquele lá que mudou a minha vida e que desejo que esteja ao meu lado no próximo ano.
Confesso que estou com um pouco de medo de 2013. Esse ano que está acabando foi tão bom, mas tão bom que eu fico achando que 2013 vai ser uma merda. Fico pensando: depois de tanta coisa boa, alguma coisa ruim deve acontecer, não é possível. Mas, resolução número 1 de ano novo: ser menos pessimista.
Fato é que 2012 foi o melhor ano da minha vida. Melhor que 2007, que eu sempre considerei como sendo O ano. Mas 2012 veio com tudo e é isso.
Que venha 2013! Com o dobro de coisas boas de 2012.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Nunca vá ao Rio de Janeiro de ônibus
Pois é isso mesmo que você leu. Nunca, em hipótese alguma vá ao Rio de Janeiro de ônibus. Ou se possível, evite ao máximo essa experiência. Espere sair promoções em empresas aéreas, parcele sua passagem em 839x no cartão de crédito se preciso, mas ir de ônibus não!
E eu não tô falando isso porque a viagem é cansativa, longa, a estrada é perigosa e etc. Muito pelo contrário. Leva só 6 horas de São Paulo até lá (em seis horas dá pra dar uma bela duma dormida que você nem vê o tempo passar), os ônibus da Itapemirim são confortáveis e quando ele começa a descer a Serra das Araras, você tem um puta visual. O problema é quando ele chega lá, na capital fluminense.
No feriado de 7 de setembro eu e mais cinco amigas fomos pra lá. Quando começamos a planejar a viagem, vimos que o vôo da volta sairia de lá no Domingo lá pelo meio-dia, ou seja: seria um dia perdido. Acabamos optando por ir de ônibus mesmo e eu topei de boa, porque já fui pra lá de bus, duas vezes inclusive. E nenhuma dessas viagens foi traumática, a ponto de me fazer repensar a idéia. O problema é que nenhuma dessas vezes o ônibus chegou a parar na rodoviária. E aí meu bem, que vem o porém. A rodoviária do Rio é HORRÍVEL! Sério, horrível mesmo. No meio do nada, um lugar feio, sem segurança alguma. Chegamos na 6ª de manhãzinha e ficamos numa fila INTERMINÁVEL até que o ônibus conseguisse estacionar e deixar a gente desembarcar. Ela é suja, mal cuidada (só tem uma parte dela que foi reformada, e essa parte sim tá legal) e os ônibus são anunciados nas plataformas através de MEGAFONES!!! Nem pra ser por auto falantes, espalhados pela rodoviária, sabe? Mega fone mesmo e boa sorte se você conseguir entender o que o cara está falando.
Aliás, as plataformas são um caso a parte. Puta confusão, precisa de bola de cristal - ou de boa vontade pra alguém te informar - pra adivinhar onde seu ônibus vai parar, é um Deus nos acuda na hora de embarcar e desembarcar, porque fica todo mundo amontoado na frente de um ônibus que pode nem ser o seu. Inclusive eu e as meninas fizemos isso, talvez porque se não fosse assim, não conseguiríamos embarcar.
E eu fiquei mais chocada ainda em saber que essa é a única rodoviária interestadual da cidade. Gente, peraí... tudo bem que aqui em São Paulo também só tem a Rodoviária do Tietê de onde sai ônibus para outros estados, mas apesar dela ser super feia, não dá pra negar que é bem mais organizado, né? Poxa vida... o Rio é uma cidade turística pra caralho, merece um lugar melhor pro pessoal que chega de ônibus... espero de verdade que até a Copa, o governo, estado, prefeitura, whatever consigam dar um upgrade, porque, olha... causa muito má impressão da cidade.
Mas ainda bem que essa sensação passa quando você fica alguns dias lá na cidade.
Eu confesso: sempre fui preconceituosa em relação ao Rio de Janeiro. Sempre fui muito influenciada pela mídia, que de tanto falar, acabou me deixando com verdadeiro PÂNICO do Rio. Achava que assim que saltasse do ônibus, ia ser assaltada, sei lá. Mas nada como uma viagem pra essa impressão mudar.
Primeiro porque eu e as meninas nos hospedamos num hostel que fica no PÉ da favela do Cantagalo. Isso mesmo, a gente se hospedou quase no morro, hahahahaha. E se quer saber, mais tranqüilo impossível. Primeiro porque a favela foi pacificada pela UPP. Ou seja: quase nada de barulho de madrugada, o que me permitiu dormir linda e tranqüilamente. Não tão tranqüilamente assim porque o travesseiro do hostel parecia mais uma folha de papel, mas isso não vem ao caso. Ficava uma viatura da polícia na esquina da rua onde estávamos praticamente 24h por dia. Sabe quando mostra favela em novela da Globo e é aquela calmaria, com uma ou outra música alta, a galera se dando bem, aquela puta paz? E a gente assiste e pensa: ahn, que mentira, até parece que é assim. Pois então, é. Surreal.
Os prédios residenciais do Rio também são lindos. Meio padrões assim, com aquela arquitetura antigona e apartamentos com janelas enormes, bem coisa do centro de São Paulo, sabe? A quantidade de táxis que tem na cidade também, não é brincadeira... sem contar que é MUITO mais barato que aqui em São Paulo, né? O único chato é ter que ficar de olho se os taxistas não estão te enrolando, mas acredito que isso aconteça aqui também pra quem vem de fora. Mal de brasileiro, que sempre quer levar vantagem em cima dos outros.
A praia de Ipanema, apesar de estar LOTADA, é linda também. Água do mar gelada, ideal pra dar uma refrescada noforno calor que estava fazendo. A junção morro + praia também é bem bonita... pena que quando você olha pro morro, vê um monte de favela... se não fosse isso, a paisagem seria ainda mais bonita. Galera andando de bicicleta de boa pela cidade, coisinhas fofas (e caras) pra comprar na feirinha de Ipanema... e o mate que vendem na praia??? Sério, como que ainda não trouxeram essa idéia maravilhosa pras praias aqui de São Paulo? Aquilo é muito, MUITO bom!
Acho também que nem preciso comentar sobre a vista do Morro da Urca/Pão de Açúcar a noite. Infelizmente, quando chegamos estava uma fila GIGANTESCA e quando conseguimos chegar lá em cima, já tinha anoitecido. Eu já tinha ido no bondinho uma vez de dia, mas sei lá, eu tinha 14 anos e não me lembrava direito. Queria ter visto mais pro fim da tarde/noite, mas ok, fica pra próxima. Valeu a pena do mesmo jeito. A minha única reclamação é: R$53,00 pelo bondinho é muito enfiar a faca, né? E o pior é que só paga meia quem for estudante do Rio. Porra, estudante é estudante em qualquer lugar do país. Ou tô errada?
Por conta do preço - e da grande possibilidade de enfrentar fila - que acabamos abortando a ideia de ir pro Cristo.
Enfim, nada como dar uma nova chance ao Rio de Janeiro. Digo isso por mim, Ana Clara, que pretendo voltar logo pra poder dedicar mais tempo aos passeios turísticos. Porém, voltar ao Rio de ônibus e parar na rodoviária... NUNCA MAIS, hahahahaha.
(Lembrando que essas são as MINHAS impressões. Você pode concordar, ou não)
E eu não tô falando isso porque a viagem é cansativa, longa, a estrada é perigosa e etc. Muito pelo contrário. Leva só 6 horas de São Paulo até lá (em seis horas dá pra dar uma bela duma dormida que você nem vê o tempo passar), os ônibus da Itapemirim são confortáveis e quando ele começa a descer a Serra das Araras, você tem um puta visual. O problema é quando ele chega lá, na capital fluminense.
No feriado de 7 de setembro eu e mais cinco amigas fomos pra lá. Quando começamos a planejar a viagem, vimos que o vôo da volta sairia de lá no Domingo lá pelo meio-dia, ou seja: seria um dia perdido. Acabamos optando por ir de ônibus mesmo e eu topei de boa, porque já fui pra lá de bus, duas vezes inclusive. E nenhuma dessas viagens foi traumática, a ponto de me fazer repensar a idéia. O problema é que nenhuma dessas vezes o ônibus chegou a parar na rodoviária. E aí meu bem, que vem o porém. A rodoviária do Rio é HORRÍVEL! Sério, horrível mesmo. No meio do nada, um lugar feio, sem segurança alguma. Chegamos na 6ª de manhãzinha e ficamos numa fila INTERMINÁVEL até que o ônibus conseguisse estacionar e deixar a gente desembarcar. Ela é suja, mal cuidada (só tem uma parte dela que foi reformada, e essa parte sim tá legal) e os ônibus são anunciados nas plataformas através de MEGAFONES!!! Nem pra ser por auto falantes, espalhados pela rodoviária, sabe? Mega fone mesmo e boa sorte se você conseguir entender o que o cara está falando.
Aliás, as plataformas são um caso a parte. Puta confusão, precisa de bola de cristal - ou de boa vontade pra alguém te informar - pra adivinhar onde seu ônibus vai parar, é um Deus nos acuda na hora de embarcar e desembarcar, porque fica todo mundo amontoado na frente de um ônibus que pode nem ser o seu. Inclusive eu e as meninas fizemos isso, talvez porque se não fosse assim, não conseguiríamos embarcar.
E eu fiquei mais chocada ainda em saber que essa é a única rodoviária interestadual da cidade. Gente, peraí... tudo bem que aqui em São Paulo também só tem a Rodoviária do Tietê de onde sai ônibus para outros estados, mas apesar dela ser super feia, não dá pra negar que é bem mais organizado, né? Poxa vida... o Rio é uma cidade turística pra caralho, merece um lugar melhor pro pessoal que chega de ônibus... espero de verdade que até a Copa, o governo, estado, prefeitura, whatever consigam dar um upgrade, porque, olha... causa muito má impressão da cidade.
Mas ainda bem que essa sensação passa quando você fica alguns dias lá na cidade.
Eu confesso: sempre fui preconceituosa em relação ao Rio de Janeiro. Sempre fui muito influenciada pela mídia, que de tanto falar, acabou me deixando com verdadeiro PÂNICO do Rio. Achava que assim que saltasse do ônibus, ia ser assaltada, sei lá. Mas nada como uma viagem pra essa impressão mudar.
Primeiro porque eu e as meninas nos hospedamos num hostel que fica no PÉ da favela do Cantagalo. Isso mesmo, a gente se hospedou quase no morro, hahahahaha. E se quer saber, mais tranqüilo impossível. Primeiro porque a favela foi pacificada pela UPP. Ou seja: quase nada de barulho de madrugada, o que me permitiu dormir linda e tranqüilamente. Não tão tranqüilamente assim porque o travesseiro do hostel parecia mais uma folha de papel, mas isso não vem ao caso. Ficava uma viatura da polícia na esquina da rua onde estávamos praticamente 24h por dia. Sabe quando mostra favela em novela da Globo e é aquela calmaria, com uma ou outra música alta, a galera se dando bem, aquela puta paz? E a gente assiste e pensa: ahn, que mentira, até parece que é assim. Pois então, é. Surreal.
Os prédios residenciais do Rio também são lindos. Meio padrões assim, com aquela arquitetura antigona e apartamentos com janelas enormes, bem coisa do centro de São Paulo, sabe? A quantidade de táxis que tem na cidade também, não é brincadeira... sem contar que é MUITO mais barato que aqui em São Paulo, né? O único chato é ter que ficar de olho se os taxistas não estão te enrolando, mas acredito que isso aconteça aqui também pra quem vem de fora. Mal de brasileiro, que sempre quer levar vantagem em cima dos outros.
A praia de Ipanema, apesar de estar LOTADA, é linda também. Água do mar gelada, ideal pra dar uma refrescada no
Acho também que nem preciso comentar sobre a vista do Morro da Urca/Pão de Açúcar a noite. Infelizmente, quando chegamos estava uma fila GIGANTESCA e quando conseguimos chegar lá em cima, já tinha anoitecido. Eu já tinha ido no bondinho uma vez de dia, mas sei lá, eu tinha 14 anos e não me lembrava direito. Queria ter visto mais pro fim da tarde/noite, mas ok, fica pra próxima. Valeu a pena do mesmo jeito. A minha única reclamação é: R$53,00 pelo bondinho é muito enfiar a faca, né? E o pior é que só paga meia quem for estudante do Rio. Porra, estudante é estudante em qualquer lugar do país. Ou tô errada?
Por conta do preço - e da grande possibilidade de enfrentar fila - que acabamos abortando a ideia de ir pro Cristo.
Enfim, nada como dar uma nova chance ao Rio de Janeiro. Digo isso por mim, Ana Clara, que pretendo voltar logo pra poder dedicar mais tempo aos passeios turísticos. Porém, voltar ao Rio de ônibus e parar na rodoviária... NUNCA MAIS, hahahahaha.
(Lembrando que essas são as MINHAS impressões. Você pode concordar, ou não)
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Diário de viagem: um breve relato (parte 2)
Acho que o meu dia em Viña del Mar merece um post a parte, hahaha, então vamos lá.
Desde maio que eu tava louca pra voltar pra Viña, porque daquela vez
eu só tinha ~visto~ a cidade a noite e bla bla bla. Dessa vez acordamos
relativamente cedo, pegamos e carro e chegamos lá bem na hora do almoço.
O
caminho pra lá foi lindo. Primeiro porque estava sol, não tinha uma
nuvem no céu e dava pra ver a cordilheira, linda, toda nevada. Depois
porque ele fez um caminho diferente um pouco mais longo e íamos parando
pra tirar fotos.
Ahn, o mais importante: nesse dia nem tava tanto frio assim \o/
Nossa primeira parada foi Reñaca, uma praia que fica do lado de Viña. A orla está sendo toda reformada pro verão, por isso o caminho estava meio confuso pra chegar até lá. Reñaca é muito praia de rico, haahahaha. As casas que ficam de frente pro mar é tudo casa de celebridade chilena e lá lota na temporada. Isso tudo de acordo com ele, né?
Paramos num restaurante - cujo nome eu LOGICAMENTE me esqueci - com vista pra praia e pedimos dois pratos: um de ceviche e outro chamado 'jardim de mariscos'. Bem gostoso, mas honestamente o do Mercado Central era melhor ;-)
Nem vou comentar do preço, porque né? É chover no molhado, já falei tanto sobre isso nos posts das minhas férias que enfim...
Achei Reñaca uma graça com os barquinhos coloridos aportados no cais e os pelicanos nas pedras. Fora que né? A cor do mar é ALGO!
Mais 10 minutinhos de carro e já estávamos em Viña =)
Estacionamos na beira da calçada perto do mar e fomos caminhando e tirando foto. Tem MUITO cigano em Viña, chega a ser chato de tanto que eles ficam te abordando. E tem muito passeio de carruagem pelas ruas da cidade, aheuaeiauhea. Achei brega, mas até que deu vontade de pagar um mico desses. O legal é que as carruagens tem tipo um mecanismo que recolhe o esterco do animal mesmo quando ele está passeando.
Lembro quando a minha tia me disse que Viña del Mar era um 'Guarujá melhorado' e eu meio que torci o nariz na época. Se for isso, então é um Guarujá um milhão de vezes melhorado!!! Viña é lindo! O Castillo Wulff é lindo, o relógio de flores é lindo, o mar, a vista, o sol... tudo é lindo. E romântico, claro, hahahahaha. Tô louca pra ir pra lá no verão, deve ser uma delícia!
Todas essas fotos eu tirei do Castillo. A entrada é de graça e a vista é linda. Altamente recomendável.
E logicamente, tirei novas fotos na frente do famoso relógio de flores. Não importa quantas vezes você vá a Viña, tirar foto no relógio é obrigatório, lol.
Tudo isso nós fizemos a pé e contando que durante o caminho nós fomos parando várias vezes, deu mais ou menos uma meia hora. Ahn, uma coisa que eu reparei: os chilenos tomam MUITO sorvete. Tinha sorveteria por tudo quanto é canto, e diferente daqui que só tomamos no calor, lá eles tomam em qualquer época do ano. Palavras dele: mesmo se estiver chovendo, a gente toma um helado. Ok então, né? Hahahahaha.
No caminho de volta pro carro, o sol já estava começando a se por e resolvemos subir nas pedras da praia e esperar até que ele fosse embora de vez. Muita gente faz isso e acho que isso que deixa o clima da cidade tão gostoso.
Lindo né? Mais lindo ainda é que o sol se poe mas continua meio claro ainda, o céu azul e a lua já surgindo... aff s2
- Mas como nem todas as viagens são perfeitas, eu vivi um pouco da 'vida real' de Santiago. E isso inclui trânsito. Sim, trânsito igual aqui em São Paulo. No caminho do aeroporto até a casa dele a gente pegou engarrafamento e numa sexta a tarde quando íamos pra casa da mãe dele. Os santiaguinos são meio kamikazes
Mas também foi a única coisa, digamos, fora do comum, que rolou.
De resto, continuo achando o Chile lindo, Santiago mais lindo ainda. E minha vontade de conhecer outros lugares do país aumentou ainda mais.
Pra terminar... uma fotinho da cordilheira na viagem de volta.
Coisa rica!!!
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Diário de Viagem: um breve relato (parte 1)
Apesar de dar muita saudade, ter namorado que mora em outro país é bom por isso. Quando você menos espera, está separando seu passaporte de novo, fechando as malas e imprimindo a passagem para uma viagem nova, mesmo que ela dure poucos dias. E foi o que aconteceu comigo há umas duas ou três semanas. Depois de quase 3 meses longe dele, finalmente surgiu uma oportunidade de ficar uns 4 dias lá em Santiago. Apesar de ter sido uma viagem curta - e cujo o foco definitivamente não era o turismo - achei legal relatar aqui como foi essa minha segunda vez na capital chilena, pois acabei fazendo coisas e indo a lugares novos. Tentarei ser resumida - a.k.a menos detalhista - nesse relato, então vamos lá:
- Uma das novidades dessa viagem foi conhecer o Cajon del Maipo. Acordamos na 5ª bem cedinho pois ele tinha alguma coisa pra resolver da carteira de moto dele num lugar cujo endereço ficava perto desse lugar.
O Cajon del Maipo fica há mais ou menos uma hora de Santiago e é o destino certo pra quem curte esses turismos de aventura, esportes radicais e bla bla bla. Mais informações nesse link aqui ou então dá um Google pra conhecer mais sobre o Cajon ;-)
Nossa primeira parada foi numa espécie de povoado para que ele pudesse resolver seus assuntos burocráticos que, ainda bem, não demoraram quase nada. O dia estava cinza, nublado, chuvoso (longe de mim reclamar, pois depois de 35 dias sem chuva aqui em São Paulo, eu tava era feliz da vida por ver água caindo do céu, hahaha) e muito frio. Ou seja, ideal pra ver NEVE. E ela estava lá, meio ralinha no povoado. Depois pegamos o carro e começamos a subir mais próximo da cordilheira. No caminho, a chuva ia dando uma engrossada de leve e os carros estacionados na rua já começavam a ficar com uma grossa camada branca; bem coisa de filme mesmo. Depois de mais ou menos uns 15 minutos, estacionamos o carro e foi só a gente descer, que floquinhos de neve começaram a cair, awwww. Durou bem pouquinho, mas foi o suficiente pra brasileira jeca aqui ficar (quase) realizada, hahahaha.
Tão vendo esse túnel aí da foto? Pois então, nós atravessamos ele, hahaha. Deu o maior medo, tudo escuro, parecia enredo de filme de terror hollywoodiano/adolescente de um grupo de amigos que vão viajar juntos e começa a acontecer assassinatos estranhos, sabe? Claro que nada aconteceu e a experiência foi no mínimo interessante. A estrada ficava na beira de onde estávamos e poucos carros e caminhões passavam por lá. Também tinha essa espécie dei, sei lá, altar provavelmente em homenagem a pessoas que já morreram ali (ou não). Igual a gente vê em beira de estrada? Então...
O Carlos bem que tentou, mas não nevou o suficiente pra deixar o carro dele branco, tadinho.
Na volta a Santiago paramos numa lanchonete beira de estrada, simplérrima e mandamos ver uma empanada (empanada gigante, by the way) cada um e um chá. Aliás, o chá está para os chilenos como o café está para os brasileiros. Perguntei se eles não tem o costume de tomar café e ele me disse que não, porque a qualidade do café chileno é muito ruim.
- Também fui ao cinema em Santiago. Tá, vocês podem pensar: ahn, grande merda ir ao cinema. Mas pô, era ir ao cinema em OUTRO país e acho isso muito válido.
Fomos nesse cinema aqui que fica num bairro chamado La Reina. Esse bairro, ele me contou, fica numa espécie de morro e diferente daqui de São Paulo ou do Rio de Janeiro, lá quem mora nos morros é o pessoal mais abastado, que tem mais grana. No caminho do cinema eu vi um morro cheio de luzinhas das casas e fiquei com muita vontade de conhecer esse bairro, pois ele disse que é muito bonito e elegante. Quem sabe na próxima viagem, né?
Pois bem, o cinema é enorme, tem trocentas salas, fliperama, máquinas de foto estilo aquelas que tinha nos Playland's da vida e várias opções de comes além da pipoca. O ingresso custou 3.800 pesos (menos de R$4,00), mas porque ele tinha algum desconto x lá. Tinha MUITA gente pra ver o filme e acabamos entrando na fila tarde demais e sentamos num lugar horrível e desconfortável, hahaha. Ahn: e o porta-copos da poltrona não cabia a garrafa de água, ela ficava caindo. ¬¬'
Quase não tem comercial antes do filme e passam poucos trailers também. E a legenda, que assim como aqui também é branca, 'muda de lugar' na tela quando tem algum fundo branco, justamente pra gente poder conseguir ler. Demorou pra fazerem isso aqui também né?
Aaaaahn e o ponto alto da noite: terminou o filme e o que aconteceu? COMEÇARAM A BATER PALMA!!! Pois é...
- Também me levaram pra dançar, hahahahaha. A gente queria ter feito isso na primeira vez que eu fui, mas acabou não dando tempo. Dessa vez fomos eu, Carlos e a Marta, aqueeela chilena que fez o favor de nos apresentar. Fomos buscá-la em sua casa e fizemos uma primeira parada num bar que estava lotado e justamente por isso o dono não deixava mais ninguém entrar. Fomos parar em Providência (se eu não me engano) numa balada chamada Zen. Cacei aqui algum link mas não achei. Enfim, a balada era bem bonita e tocava música eletrônica. Nem lembro quanto pagamos, mas não deve ter sido muito. Tava meio vazia talvez porque estivesse um FRIO DO CARALHO e é muito engraçado ver as chilenas dançando. Elas são todas tímidas e a única menina que tava soltando a franga na pista tinha cara de ser européia, hahahaha. Tinha um chileno tentando um approach na Marta e eu fiquei surpresa de verdade com o respeito do cara. Aqui em São Paulo os manés chegam chegando, te apertando, querendo fungar no seu cangote e enfim... um verdadeiro horror. Esse cara ficou de boa, na dele, conversando com a maior paciência, puxando assunto... comentei isso com a Marta e ela me disse que nem todos os chilenos são assim, que tem alguns que pegam pesado. Vai saber né?
- Apesar de todas essas coisas legais que fizemos, o ponto alto mesmo desse 'bate-e-volta' pro Chile foi no sábado, meu último dia, que passamos em Viña del Mar.
Mas acho que isso vou deixar pro próximo post =)
- Uma das novidades dessa viagem foi conhecer o Cajon del Maipo. Acordamos na 5ª bem cedinho pois ele tinha alguma coisa pra resolver da carteira de moto dele num lugar cujo endereço ficava perto desse lugar.
O Cajon del Maipo fica há mais ou menos uma hora de Santiago e é o destino certo pra quem curte esses turismos de aventura, esportes radicais e bla bla bla. Mais informações nesse link aqui ou então dá um Google pra conhecer mais sobre o Cajon ;-)
Nossa primeira parada foi numa espécie de povoado para que ele pudesse resolver seus assuntos burocráticos que, ainda bem, não demoraram quase nada. O dia estava cinza, nublado, chuvoso (longe de mim reclamar, pois depois de 35 dias sem chuva aqui em São Paulo, eu tava era feliz da vida por ver água caindo do céu, hahaha) e muito frio. Ou seja, ideal pra ver NEVE. E ela estava lá, meio ralinha no povoado. Depois pegamos o carro e começamos a subir mais próximo da cordilheira. No caminho, a chuva ia dando uma engrossada de leve e os carros estacionados na rua já começavam a ficar com uma grossa camada branca; bem coisa de filme mesmo. Depois de mais ou menos uns 15 minutos, estacionamos o carro e foi só a gente descer, que floquinhos de neve começaram a cair, awwww. Durou bem pouquinho, mas foi o suficiente pra brasileira jeca aqui ficar (quase) realizada, hahahaha.
Tão vendo esse túnel aí da foto? Pois então, nós atravessamos ele, hahaha. Deu o maior medo, tudo escuro, parecia enredo de filme de terror hollywoodiano/adolescente de um grupo de amigos que vão viajar juntos e começa a acontecer assassinatos estranhos, sabe? Claro que nada aconteceu e a experiência foi no mínimo interessante. A estrada ficava na beira de onde estávamos e poucos carros e caminhões passavam por lá. Também tinha essa espécie dei, sei lá, altar provavelmente em homenagem a pessoas que já morreram ali (ou não). Igual a gente vê em beira de estrada? Então...
O Carlos bem que tentou, mas não nevou o suficiente pra deixar o carro dele branco, tadinho.
Na volta a Santiago paramos numa lanchonete beira de estrada, simplérrima e mandamos ver uma empanada (empanada gigante, by the way) cada um e um chá. Aliás, o chá está para os chilenos como o café está para os brasileiros. Perguntei se eles não tem o costume de tomar café e ele me disse que não, porque a qualidade do café chileno é muito ruim.
- Também fui ao cinema em Santiago. Tá, vocês podem pensar: ahn, grande merda ir ao cinema. Mas pô, era ir ao cinema em OUTRO país e acho isso muito válido.
Fomos nesse cinema aqui que fica num bairro chamado La Reina. Esse bairro, ele me contou, fica numa espécie de morro e diferente daqui de São Paulo ou do Rio de Janeiro, lá quem mora nos morros é o pessoal mais abastado, que tem mais grana. No caminho do cinema eu vi um morro cheio de luzinhas das casas e fiquei com muita vontade de conhecer esse bairro, pois ele disse que é muito bonito e elegante. Quem sabe na próxima viagem, né?
Pois bem, o cinema é enorme, tem trocentas salas, fliperama, máquinas de foto estilo aquelas que tinha nos Playland's da vida e várias opções de comes além da pipoca. O ingresso custou 3.800 pesos (menos de R$4,00), mas porque ele tinha algum desconto x lá. Tinha MUITA gente pra ver o filme e acabamos entrando na fila tarde demais e sentamos num lugar horrível e desconfortável, hahaha. Ahn: e o porta-copos da poltrona não cabia a garrafa de água, ela ficava caindo. ¬¬'
Quase não tem comercial antes do filme e passam poucos trailers também. E a legenda, que assim como aqui também é branca, 'muda de lugar' na tela quando tem algum fundo branco, justamente pra gente poder conseguir ler. Demorou pra fazerem isso aqui também né?
Aaaaahn e o ponto alto da noite: terminou o filme e o que aconteceu? COMEÇARAM A BATER PALMA!!! Pois é...
- Também me levaram pra dançar, hahahahaha. A gente queria ter feito isso na primeira vez que eu fui, mas acabou não dando tempo. Dessa vez fomos eu, Carlos e a Marta, aqueeela chilena que fez o favor de nos apresentar. Fomos buscá-la em sua casa e fizemos uma primeira parada num bar que estava lotado e justamente por isso o dono não deixava mais ninguém entrar. Fomos parar em Providência (se eu não me engano) numa balada chamada Zen. Cacei aqui algum link mas não achei. Enfim, a balada era bem bonita e tocava música eletrônica. Nem lembro quanto pagamos, mas não deve ter sido muito. Tava meio vazia talvez porque estivesse um FRIO DO CARALHO e é muito engraçado ver as chilenas dançando. Elas são todas tímidas e a única menina que tava soltando a franga na pista tinha cara de ser européia, hahahaha. Tinha um chileno tentando um approach na Marta e eu fiquei surpresa de verdade com o respeito do cara. Aqui em São Paulo os manés chegam chegando, te apertando, querendo fungar no seu cangote e enfim... um verdadeiro horror. Esse cara ficou de boa, na dele, conversando com a maior paciência, puxando assunto... comentei isso com a Marta e ela me disse que nem todos os chilenos são assim, que tem alguns que pegam pesado. Vai saber né?
- Apesar de todas essas coisas legais que fizemos, o ponto alto mesmo desse 'bate-e-volta' pro Chile foi no sábado, meu último dia, que passamos em Viña del Mar.
Mas acho que isso vou deixar pro próximo post =)
terça-feira, 28 de agosto de 2012
São Paulo, faz assim comigo não...
Eu nunca pensei que um dia iria dizer isso na minha vida, mas eu ando cada vez mais com ASCO de viver em São Paulo.
Juro por Deus... eu sempre fui uma entusiasta da minha cidade natal. Sempre curti encher a boca pra falar que nasci na Avenida Paulista, o coração de Sampa. Que aqui tem tudo a qualquer hora do dia, da noite ou da madrugada, que não me falta nada, que é a maior cidade do país e por isso São Paulo é foda, me invejem... mas sério, ultimamente eu tenho pegado um nojo, um pavor de viver aqui, que olha...
Do que adianta tudo isso se os paulistanos (e os brasileiros em geral, claro) são mal educados e não estão nem aí de escutar uma merda de uma música qualquer sem fone de ouvido do meu lado no ônibus? Ou se elas INSISTEM em jogar a garrafa de refrigerante vazia na rua, sem a menor preocupação com a sujeira?
Do que adianta viver numa cidade onde o custo de vida é altíssimo? Qualquer almocinho simples durante a semana quando você está no trabalho não sai por menos de R$25,00? Onde pra comprar qualquer apê é quase 100 mil dilmas, as roupas, comida, táxi, produtos de limpeza, enfim... tudo tem um preço absurdo, totalmente fora dos padrões do que seu salário pode bancar? Sim, porque né? Vamos ser honestos? O salário que as pessoas recebem, comparado com os preços de serviços e produtos básicos é mixaria!
Onde pra fazer um trajeto curto de carro, é capaz de levar 1h e meia, porque o IPI do carro reduziu, então vamo todo mundo comprar pra fingir que a economia do país cresceu, a crise mundial não nos afeta e bora lotar as ruas e avenidas da cidade, porque elas ainda não tem trânsito o suficiente. E enquanto isso, o governo/prefeitura/o raio que o parta não investe NADA em transporte público. O ônibus é uma merda e não anda nem no corredor reservado para eles, o metrô não dá conta da quantidade de pessoas que vivem aqui e a CPTM... bom, acho que nem precisa falar da CPTM, que é um sistema de trens falho, que dá problema TODO SANTO DIA. A sensação que eu tenho é de que um grupo de pessoas sabota de propósito os trens da CPTM e depois ficam assistindo por uma TV dando risada dos troxas que precisam desse tipo de transporte. Só isso explica tamanho nível de trollagem!
Uma cidade onde em breve vai ter eleição e não tem UM candidato que sirva, que seja digno de dirigir a maior cidade do país. Não tem um candidato que tenha capacidade, competência e honestidade pra acabar com tudo de ruim que há em São Paulo, tornando isso aqui uma cidade agradável para ser vivida.
Um lugar que cresceu sem planejamento algum, a ponto de um bairro inteiro ter sido construído nas redondezas de um dos aeroportos sem que ninguém fizesse nada. Onde as pessoas mais pobres são obrigadas a viver na beira de córregos, simplesmente porque não tem uma caralha de uma política de planejamento.
Aí você me fala: ai, mas a vida noturna de São Paulo é completa! Sim, é. Mas e aí? O Metrô não funciona 24h, sendo assim você é obrigado a pegar um táxi pra voltar pra casa. A bandeira 2 do Táxi é praticamente um assalto a mão armada de tão caro, sem contar que você corre o risco de sofrer um acidente de carro por conta de algum babaca que saiu do rolê completamente bêbado e além de não respeitar a própria vida, ainda fode com a dos outros, dirigindo que nem um maluco.
Ahn sim: não citei os tais arrastões, que estão tirando da cidade o que ela mais tinha de legal: os restaurantes, com pratos de todas as partes do mundo. Cada vez menos as pessoas querem arriscar suas preciosas vidas (e seu iPhone, jóias, dinheiro) com um bando de adolescentes armados e loucos, né?
Explosões de caixas eletrônicos, seqüestros relâmpagos, furtos, assalto a mão armada, estupro, briga que pode resultar em morte, vandalismo, pixação, impunidade, polícia corrupta, poluição sonora, poluição visual, poluição dos carros e ônibus e motos, motoboys brotando do chão, assaltos em plena luz do dia, seqüestro de pessoas que estão longe de serem milionárias, trotes telefônicos de bandidos que passam o dia inteiro coçando o saco na cadeia, filas intermináveis em todos os lugares que você vai, estacionamentos com preços exorbitantes, caminhões quebrados parando o trânsito, motoboy largado na pista ferido parando o trânsito, enchentes, faróis quebrados depois de uma chuvinha qualquer, bueiros entupidos... precisa de mais?
Onde os rios que cortam a cidade são nojentos, sujos, fedem. As pessoas não sabem como descartar e reciclar seus lixos, porque não tem educação e nem cultura pra isso. O prefeito não se importa, o governador não tá nem aí. Depois vem com lei pra proibir as sacolinhas plásticas nos supermercados, usando um discurso muito bonito citando palavras e expressões como 'sustentabilidade', 'economia verde', 'um futuro melhor para as próximas gerações'.
Na boa, como que vai existir um futuro melhor pras próximas gerações se nada é feito pra isso?
Você vê alguma perspectiva de melhora pra São Paulo?
Porque eu... honestamente não vejo!
Quero ir embora pra Passárgada, ou qualquer lugar que o valha.
Juro por Deus... eu sempre fui uma entusiasta da minha cidade natal. Sempre curti encher a boca pra falar que nasci na Avenida Paulista, o coração de Sampa. Que aqui tem tudo a qualquer hora do dia, da noite ou da madrugada, que não me falta nada, que é a maior cidade do país e por isso São Paulo é foda, me invejem... mas sério, ultimamente eu tenho pegado um nojo, um pavor de viver aqui, que olha...
Do que adianta tudo isso se os paulistanos (e os brasileiros em geral, claro) são mal educados e não estão nem aí de escutar uma merda de uma música qualquer sem fone de ouvido do meu lado no ônibus? Ou se elas INSISTEM em jogar a garrafa de refrigerante vazia na rua, sem a menor preocupação com a sujeira?
Do que adianta viver numa cidade onde o custo de vida é altíssimo? Qualquer almocinho simples durante a semana quando você está no trabalho não sai por menos de R$25,00? Onde pra comprar qualquer apê é quase 100 mil dilmas, as roupas, comida, táxi, produtos de limpeza, enfim... tudo tem um preço absurdo, totalmente fora dos padrões do que seu salário pode bancar? Sim, porque né? Vamos ser honestos? O salário que as pessoas recebem, comparado com os preços de serviços e produtos básicos é mixaria!
Onde pra fazer um trajeto curto de carro, é capaz de levar 1h e meia, porque o IPI do carro reduziu, então vamo todo mundo comprar pra fingir que a economia do país cresceu, a crise mundial não nos afeta e bora lotar as ruas e avenidas da cidade, porque elas ainda não tem trânsito o suficiente. E enquanto isso, o governo/prefeitura/o raio que o parta não investe NADA em transporte público. O ônibus é uma merda e não anda nem no corredor reservado para eles, o metrô não dá conta da quantidade de pessoas que vivem aqui e a CPTM... bom, acho que nem precisa falar da CPTM, que é um sistema de trens falho, que dá problema TODO SANTO DIA. A sensação que eu tenho é de que um grupo de pessoas sabota de propósito os trens da CPTM e depois ficam assistindo por uma TV dando risada dos troxas que precisam desse tipo de transporte. Só isso explica tamanho nível de trollagem!
Uma cidade onde em breve vai ter eleição e não tem UM candidato que sirva, que seja digno de dirigir a maior cidade do país. Não tem um candidato que tenha capacidade, competência e honestidade pra acabar com tudo de ruim que há em São Paulo, tornando isso aqui uma cidade agradável para ser vivida.
Um lugar que cresceu sem planejamento algum, a ponto de um bairro inteiro ter sido construído nas redondezas de um dos aeroportos sem que ninguém fizesse nada. Onde as pessoas mais pobres são obrigadas a viver na beira de córregos, simplesmente porque não tem uma caralha de uma política de planejamento.
Aí você me fala: ai, mas a vida noturna de São Paulo é completa! Sim, é. Mas e aí? O Metrô não funciona 24h, sendo assim você é obrigado a pegar um táxi pra voltar pra casa. A bandeira 2 do Táxi é praticamente um assalto a mão armada de tão caro, sem contar que você corre o risco de sofrer um acidente de carro por conta de algum babaca que saiu do rolê completamente bêbado e além de não respeitar a própria vida, ainda fode com a dos outros, dirigindo que nem um maluco.
Ahn sim: não citei os tais arrastões, que estão tirando da cidade o que ela mais tinha de legal: os restaurantes, com pratos de todas as partes do mundo. Cada vez menos as pessoas querem arriscar suas preciosas vidas (e seu iPhone, jóias, dinheiro) com um bando de adolescentes armados e loucos, né?
Explosões de caixas eletrônicos, seqüestros relâmpagos, furtos, assalto a mão armada, estupro, briga que pode resultar em morte, vandalismo, pixação, impunidade, polícia corrupta, poluição sonora, poluição visual, poluição dos carros e ônibus e motos, motoboys brotando do chão, assaltos em plena luz do dia, seqüestro de pessoas que estão longe de serem milionárias, trotes telefônicos de bandidos que passam o dia inteiro coçando o saco na cadeia, filas intermináveis em todos os lugares que você vai, estacionamentos com preços exorbitantes, caminhões quebrados parando o trânsito, motoboy largado na pista ferido parando o trânsito, enchentes, faróis quebrados depois de uma chuvinha qualquer, bueiros entupidos... precisa de mais?
Onde os rios que cortam a cidade são nojentos, sujos, fedem. As pessoas não sabem como descartar e reciclar seus lixos, porque não tem educação e nem cultura pra isso. O prefeito não se importa, o governador não tá nem aí. Depois vem com lei pra proibir as sacolinhas plásticas nos supermercados, usando um discurso muito bonito citando palavras e expressões como 'sustentabilidade', 'economia verde', 'um futuro melhor para as próximas gerações'.
Na boa, como que vai existir um futuro melhor pras próximas gerações se nada é feito pra isso?
Você vê alguma perspectiva de melhora pra São Paulo?
Porque eu... honestamente não vejo!
Quero ir embora pra Passárgada, ou qualquer lugar que o valha.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Notas de um sábado qualquer
Mais um sábado na vida dessa que vos escreve. Um sábado calorento - totalmente fora do contexto da estação regente, o 'inverno' - com direito a compras na José Paulino seguida de uma longa e dolorosa sessão de tatuagem.
Tatuagem essa que foi feita num famoso estúdio tanto de tatuagem (claro) quanto para ensaios de bandas. O Nimbus, que fica ali na Lapa, pertinho do Metrô Barra Funda.
Mas eu não estou aqui pra fazer propaganda do estúdio ou do tatuador (que por sinal é fodido no que faz) e sim pra registrar minhas impressões durante as duas horas que fiquei sentada na cadeira, enquanto as agulhas rasgavam minha pele imprimindo um desenho que de lá nunca mais sairia.
Fiquei sentada num local privilegiado, de frente para as portas de um dos estúdios de ensaio e com visão também para a porta de entrada e saída do local.
E durante as duas horas em que lá fiquei, eu presenciei:
- um tiozão que não parava de sair de uma das salas que estava rolando um ensaio e indo até a recepção comprar mais uma long neck de Heineken. Usando bermuda cáqui, camisa pólo listrada de azul e branco - por dentro da bermuda, logicamente - e que eventualmente adentrava o estúdio de tatuagem pra meter a carona no meio do trampo do pobre tatuador perguntando coisas imbecis do tipo: dói fazer tatuagem?
E como boa filha de psicóloga que sou, que ama observar as pessoas e criar histórias para essas mesmas pessoas, já logo pensei que provavelmente ele devia ser pai de um dos moleques que estavam ensaiando. E possivelmente a quantidade de brejas compradas devia ser pra ele mesmo, que estava de saco cheio de passar o sábado INTEIRO esperando por seu filho.
- não só vi esse tiozão indo pra cá e pra lá, como vi muitos outros na mesma pegada coxa do primeiro. Alguns assistiam aos Jogos Olímpicos na televisão que ficava na recepção do estúdio enquanto outros ficavam dentro das salas de ensaio. Será que eles também eram pais esperando por seus filhos?
- pude também escutar algumas músicas que eram ensaiadas. As músicas de sempre: Holy Diver, Smoke on the water, Rockin' the free world e aquela encheção de lingüiça dessas bandas que fazem cover de classic rock em um barzinho qualquer da Vila Madalena ou da 13 de Maio. Tão boring...
- entre uma agulhada e outra, vi chegarem outros integrantes de outras bandas chegarem, carregando seus instrumentos, pedestais, caixas, bumbos, pratos, cases de guitarra e baixo, alocando todo seu arsenal musical na recepção, esperando que as salas de ensaio vagassem para que eles pudessem entrar e fazer seu som.
- vi as namoradas dos integrantes dessas mesmas bandas chegarem junto deles. A maioria com aquele aspecto de resignadas e de saco cheio por terem que acompanhar MAIS UM ensaio do seu namorado. Fiquei com dó, de verdade delas. Certeza que o último lugar em que elas gostariam de estar num sábado ensolarado e agradável como aquele era dentro de um estúdio de ensaio, com suas paredes grossas e seu ar-condicionado no talo. Aposto 1 real que elas preferiam estar em casa vendo TV. Ou com o namorado no cinema, no parque, no motel... em QUALQUER LUGAR menos lá.
Aposto que elas todas já sabem a porra do set list de cor, o que torna ter que acompanhar o ensaio, um processo ainda mais moroso.
Na HORA me lembrei da época que namorava um cara que também tinha banda. Naqueles tempos eu até me divertia e fazia questão de ir nos ensaios. Porque ia toda orgulhosa, pra tirar foto, fazer vídeos e enfim... porém, pensando nos dias de hoje, minha paciência pra esse tipo de atividade em casal é -10.
- juro que vi uma das namoradas descritas acima chegando segurando uma camisa masculina num cabide. O namorado dela era meio gordão, então certeza que ele levou a camisa pra poder trocar depois do ensaio, pois ele deve suar tanto, mas tanto, que dá até pra torcê-la depois que terminam suas atividades como músico.
- mas o melhor momento foi na troca de bandas. As que estavam ensaiando a horas dando lugar para as que estavam chegando. Uma das bandas era toda composta por moleques que deviam ter no máximo seus 20 anos, usando bandanas na cabeça, camisetas de banda e saindo do ensaio com aquele olhar de: sou super rockstar, me invejem! Claro que eles estavam acompanhados de suas respectivas namoradas, porém essas com uma expressão mais feliz, provavelmente pensando: sou foda, namoro um cara que tem banda.
E depois de duas horas sentada naquela cadeira, observando tudo isso, a tattoo finalmente ficou pronta.
E eu saí do estúdio com a sensação de já ter visto esse filme antes. Seja com o irmão que tem banda, com o pai que tem banda, com o ex-namorado que tinha banda ou comigo mesma, que costumava ter banda.
Tatuagem essa que foi feita num famoso estúdio tanto de tatuagem (claro) quanto para ensaios de bandas. O Nimbus, que fica ali na Lapa, pertinho do Metrô Barra Funda.
Mas eu não estou aqui pra fazer propaganda do estúdio ou do tatuador (que por sinal é fodido no que faz) e sim pra registrar minhas impressões durante as duas horas que fiquei sentada na cadeira, enquanto as agulhas rasgavam minha pele imprimindo um desenho que de lá nunca mais sairia.
Fiquei sentada num local privilegiado, de frente para as portas de um dos estúdios de ensaio e com visão também para a porta de entrada e saída do local.
E durante as duas horas em que lá fiquei, eu presenciei:
- um tiozão que não parava de sair de uma das salas que estava rolando um ensaio e indo até a recepção comprar mais uma long neck de Heineken. Usando bermuda cáqui, camisa pólo listrada de azul e branco - por dentro da bermuda, logicamente - e que eventualmente adentrava o estúdio de tatuagem pra meter a carona no meio do trampo do pobre tatuador perguntando coisas imbecis do tipo: dói fazer tatuagem?
E como boa filha de psicóloga que sou, que ama observar as pessoas e criar histórias para essas mesmas pessoas, já logo pensei que provavelmente ele devia ser pai de um dos moleques que estavam ensaiando. E possivelmente a quantidade de brejas compradas devia ser pra ele mesmo, que estava de saco cheio de passar o sábado INTEIRO esperando por seu filho.
- não só vi esse tiozão indo pra cá e pra lá, como vi muitos outros na mesma pegada coxa do primeiro. Alguns assistiam aos Jogos Olímpicos na televisão que ficava na recepção do estúdio enquanto outros ficavam dentro das salas de ensaio. Será que eles também eram pais esperando por seus filhos?
- pude também escutar algumas músicas que eram ensaiadas. As músicas de sempre: Holy Diver, Smoke on the water, Rockin' the free world e aquela encheção de lingüiça dessas bandas que fazem cover de classic rock em um barzinho qualquer da Vila Madalena ou da 13 de Maio. Tão boring...
- entre uma agulhada e outra, vi chegarem outros integrantes de outras bandas chegarem, carregando seus instrumentos, pedestais, caixas, bumbos, pratos, cases de guitarra e baixo, alocando todo seu arsenal musical na recepção, esperando que as salas de ensaio vagassem para que eles pudessem entrar e fazer seu som.
- vi as namoradas dos integrantes dessas mesmas bandas chegarem junto deles. A maioria com aquele aspecto de resignadas e de saco cheio por terem que acompanhar MAIS UM ensaio do seu namorado. Fiquei com dó, de verdade delas. Certeza que o último lugar em que elas gostariam de estar num sábado ensolarado e agradável como aquele era dentro de um estúdio de ensaio, com suas paredes grossas e seu ar-condicionado no talo. Aposto 1 real que elas preferiam estar em casa vendo TV. Ou com o namorado no cinema, no parque, no motel... em QUALQUER LUGAR menos lá.
Aposto que elas todas já sabem a porra do set list de cor, o que torna ter que acompanhar o ensaio, um processo ainda mais moroso.
Na HORA me lembrei da época que namorava um cara que também tinha banda. Naqueles tempos eu até me divertia e fazia questão de ir nos ensaios. Porque ia toda orgulhosa, pra tirar foto, fazer vídeos e enfim... porém, pensando nos dias de hoje, minha paciência pra esse tipo de atividade em casal é -10.
- juro que vi uma das namoradas descritas acima chegando segurando uma camisa masculina num cabide. O namorado dela era meio gordão, então certeza que ele levou a camisa pra poder trocar depois do ensaio, pois ele deve suar tanto, mas tanto, que dá até pra torcê-la depois que terminam suas atividades como músico.
- mas o melhor momento foi na troca de bandas. As que estavam ensaiando a horas dando lugar para as que estavam chegando. Uma das bandas era toda composta por moleques que deviam ter no máximo seus 20 anos, usando bandanas na cabeça, camisetas de banda e saindo do ensaio com aquele olhar de: sou super rockstar, me invejem! Claro que eles estavam acompanhados de suas respectivas namoradas, porém essas com uma expressão mais feliz, provavelmente pensando: sou foda, namoro um cara que tem banda.
E depois de duas horas sentada naquela cadeira, observando tudo isso, a tattoo finalmente ficou pronta.
E eu saí do estúdio com a sensação de já ter visto esse filme antes. Seja com o irmão que tem banda, com o pai que tem banda, com o ex-namorado que tinha banda ou comigo mesma, que costumava ter banda.
Assinar:
Postagens (Atom)