terça-feira, 31 de maio de 2011

Como me irritar em apenas 6 minutos e poucos segundos


Alguém aí já assistiu aquele clipe da Banda mais (pau no cu) bonita da cidade? Não? Em que mundo você vive então? O da Internet que não é, porque essa m*rda virou o maior frissom do Youtube. Clica aqui, assiste e depois continue a ler o post.

(Pausa para você terminar de ver o vídeo, se é que você vai ter paciência para tal).

Então. Terminou? Que bom, então agora podemos continuar.
O fato é que essa pseudo música, com esse pseudo clipe reuniu tudo o que mais me irrita em apenas 6 minutos e alguns segundos. Tudo o que mas me tira do sério e me faz ter vontade de cortar os pulsos e depois pular corda com as minhas veias estão lá.

1- Pessoas efusivas. Eu odeio pessoas efusivas. Odeio pessoas felizes, que parecem que estão sempre fazendo parte de um comercial de margarina. Isso é falso, NINGUÉM é feliz 100% do tempo. E nesse clipe o que mais tem são os jovens felizes, cantando, pulando e dançando como se o mundo fosse lindo, como se a AIDS tivesse cura ou qualquer merda do gênero.

2- Universitários! Já escrevi uma vez nesse blog sobre o que eu penso dos universitários. E tudo o que eu mais abomino nessa classe está nesse clipe irritante. As roupas neo hippies, aquele ar de: somos super descolados, fazemos faculdade pública/federal/estadual/ocaralhoaquatro, bebemos nos intervalos das aulas e enchemos o cú de maconha, porque queremos ser modernos. Todo o esteriótipo do universitário boçal está presente em cada um desses (in)felizes que aparecem nesse clipe.

3- Letras de música irritante. São 6 minutos e alguns segundos de uma mesma letra imbecil, escrita por alguém que se acha letrista, intelectual ou sei lá o que, e eles ficam REPETINDO essa merda sem parar. Aí vem um babaca que paga o maior pau e diz: ai, mas é uma oração você não entendeu? NÃO, NÃO ENTENDI CARALHO! Talvez meu QI seja pouco pra acompanhar essa poesia concretista horrenda.

4- Fãs que dizem que essa é a salvação da música popular brasileira. Se você assistiu o vídeo, espero que tenha lido os comentários. Todo mundo babando o maior ovo, falando que a música é de uma sensibilidade sem par, que aquilo que é música boa, que tem CONTEÚDO e mais um monte de blábláblá imaturo. Gente ME POUPEM! Será que eles pensam a mesma coisa sobre músicas do Chico Buarque (esse sim é DEUS), Lenine, Tom Jobim, Elis Regina e outros?
Aposto que não! Por que? Porque é o mesmo pessoal que adooora a Ana Carolina, acha o Seu Jorge um super intérprete (alô desafinação), curte aquela porcaria de Cordel de Fogo Encantado (ainda bem que acabou) ou considera as letras dos Los Hermanos verdadeiras poesias.

Aliás, aconteceu um troço engraçado quando eu fui assistir esse clipe. Claro que eu adoro causar uma polêmica virtual, eu tive que deixar um comentário do tipo: gente, vocês precisam aprender o que é boa música. Ao que segundos depois, uma pessoa comenta: você não entende nada de música mesmo.

HA HA HA. Eu comecei a rir, é claro. Meu amor... meu pai É músico, tem banda, escreve letras e tá aí batalhando pelo espaço dele. Minha mãe é formada em piano clássico, deu aulas e sabia ler uma partitura antes mesmo de ser alfabetizada. Meu avô (que Deus o tenha) tocava harpa, violino, teclado, bandolim, reformava instrumentos músicais e aprendia tudo sozinho. Meu irmão é tecnico de som num dos maiores estúdios daqui de São Paulo, toca guitarra, bateria e o que mais você der na mão dele. Por fim, eu fazia aulas de teclado e apesar de ter a minha preferência musical, escuto de tudo um pouco.
Então, SIM eu ENTENDO de música.

Não é porque eu achei essa banda um LIXO que eu não manje nada, esteja pagando de heavy metal tr00 e sei lá mais o que.
Eu sei reconhecer quando a coisa é boa, e essa "Oração" está longe de ser boa.

Isso porque eu não mencionei o fato do clipe ser uma cópia cuspida e escarrada de um outro clipe de uma banda gringa né?




Mas é uma coisa que o meu pai sempre diz: tudo o que vem fácil, vai fácil. A fama desses caras tá vindo como um cometa. Dou 2 meses pra ninguém mais falar dessa porcaria.
Aí é esperar qual vai ser a próxima febre que a Internet vai nos trazer. E disso, eu sinto MEDO!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Rock in Rio: por que (não) ir?


E depois de 10 anos, o Rock in Rio volta para o Rio de Janeiro (Roberto Medina, seu imbecil. Pode fazer o festival aonde você quiser, mas tire o RIO do nome, pois descaracteriza total o negócio!). Bandas confirmadas e ingressos esgotados.

Andei lendo por aí na internet uma série de coisas sobre o evento, alguns metendo o pau, outros felizes porque vão ver a banda da vida delas e blábláblá. E em meio a tanto frissom, resolvi vir aqui escrever sobre o que eu penso do festival em questão.
Eu fui no Rock in Rio III pra ver o (Guns) Axl Rose. Foi meu primeiro show, o primeiro evento desse porte, eu tinha de 13 pra 14 anos e confesso que foi legal pra caralho.
Fez calor, tinha um monte de gente e eu vi o palco de longe, mas ainda sim foi legal acho que justamente por ter sido minha primeira experiência do tipo. Foram 14h de pé, sem ir nem pra frente e nem pra trás, sem comer, sem beber, sem ir ao banheiro e não podia sequer levantar o braço, pois se fizesse isso não ia mais ter espaço pra colocar ele no lugar.

Quando confirmaram o Rock in Rio desse ano, confesso que fiquei empolgada. Eu gosto dessas coisas, gosto da bagunça. Mas aí o line up foi sendo confirmado. Metallica (ok, mas já vi ano passado da grade), Motorhead (ok, eles vivem tocando aqui), Lenny Kravitz (hmmm, tá), Stone Sour (tenho vontade de ver ao vivo sim, mas não me comove), Red Hot Chilli Peppers (de novo?) Elton John (oi? ROCK in Rio?) e aí começaram as piadas... Claudia Leitte (é ela ou é a Ivete Sangalo? Sei lá, as duas são iguais), Katy Perry, DETONAUTAS, GLORIA, PITTY...

Que o Rock in Rio traz umas "atrações" nada a ver, isso a gente já sabe. Tivemos o Tremendão Eramos Carlos, o Lobão levando latada na cabeça, o Carlinhos Brown que ficou com inveja do seu amigo da cela 11 e repetiu a mesma cena em 2001, Pato Fu, Sandy & Junior (!), Britney Spears (!!), AARON CARTER (!!!). Mas parece que o Roberto Medina gosta de ser ridículo e tenta se superar a cada evento que passa. Ou ele deve echer o cu de dinheiro com essas bandas de quinta, porque só pode.

Aí confirmaram (de novo) o Guns n' Roses (ou como eu prefiro chamar, Axl Rose & friends). Porra, beleza fiquei feliz vamo que vamo. Mas aí de repente os ingressos SE ESGOTARAM! E-S-G-T-O-R-A-M!!! Cacete... estamos em Maio, quase Junho, o evento é só em setembro/outubro e NÃO TEM MAIS INGRESSO?
Aí você vê um pessoal reclamando de que só tem ponto-de-venda de ingresso NO RIO DE JANEIRO. E quem não mora lá? Compra pela internet e gasta os tubos com taxa de entrega e o caralho a quatro.
Isso porque eu não mencionei o preço. R$90,00 a meia entrada. Quando eu fui em 2001, comprei meu ingresso NA RENNER do Shopping Center Norte DO LADO DA MINHA CASA e gastei a bagatela de TRINTA E CINCO REAIS. E não teve essa de ingresso esgotar não. Um dia antes quando eu já estava no Rio, minha amiga resolveu ir de última hora comigo nos shows do dia 14 e comprou seu ticket UM DIA ANTES!

Navegando agora pela Internet e seguindo o perfil do Rock in Rio no Twitter, descubro que eles também estão vindo com um discursinho manjado sobre ser o festival mais sustentável do Brasil, reciclar lixo e blábláblá. Alguém se lembra do SWU ano passado? Eu não fui, mas li inúmeras críticas sobre essa pseudo tentativa de ser um festival ecológico e não deu nada certo. Cervejas caríssimas, você não podia levar sua própria comida e não sei mais o que.

Sinceramente, o pessoal que organiza essas coisas realmente acha que esse tipo de coisa funciona aqui no Brasil? Claro que não. Brasileiro é mal educado, porco e a maioria vai pra esse festival pra zonear, jogar lama nos amigos achando que está em Woodstock e fumar MUITA maconha. Aliás, o cheiro de maconha é insuportável. Depois de 14h sentindo o pessoal fumando do meu lado, eu saí de lá MUITO lesada, fiquei chapada por tabela.


Mas só pra não acharem que eu sou azeda, existem sim motivos pra ir num festival desse porte.
- Vale pelo rolê. Pela viagem com os amigos, pela zona que vocês farão na estrada, pelas pessoas que você provavelmente vai conhecer lá dentro ou na fila. Isso com certeza vai render boas risadas e ótimas histórias pra se contar para os filhos depois.

- Vale por algumas bandas. Quem nunca viu o Metallica ou o Axl ao vivo com certeza vai se emocionar. É sempre emocionante, arranca lágrimas. A atmosfera desse tipo de show é algo que só quem curte essas loucuras consegue sentir. Como eu já vi o Metallica faz 1 ano e pouco (e vi da grade, diga-se de passagem) e também já vi o Axl bem pertinho de mim, não vale a pena sair daqui, tentar ingresso na porta pra assistir de longe.

- Bem ou mal, você está indo no ROCK IN RIO. Ok, o festival pode não ter mais aquela aura especial de 1985 ou 1991, mas ainda sim é o Rock in Rio. Mais uma vez, boas histórias pra se contar por aí.

- Você indo, poderá depois falar bem (ou mal) do evento com conhecimento de causa, o que não vai te deixar passar por ignorante quando o assunto for Rock in Rio.




Eu não vou.
Não vou porque tenho outros objetivos que pretendo alcançar em Março do ano que vem, porque quero guardar uma grana, porque vai ter o SWU e provavelmente eles trarão o Foo Fighters (se isso acontecer mesmo, terei que engolir a língua e ir ao show sem reclamar). Não vou porque não tem mais ingresso e eu não quero sair por aí desesperada a caça.
Não vou porque estou cansada, não tenho mais muita paciência pra essa aglomeração de pessoas, porque estou com preguiça de me locomover da minha cidade linda para ir até o (eca) Rio de Janeiro e de repente passar nervoso.
Pode ser que mais pra frente surja um novo lote, pode ser que eu dê um jeito de ir pra assistir o Axl de novo... mas por enquanto, eu vou... ficar em casa.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Sobre a decisão da Anvisa em proibir os remédios contra a obesidade


Faz tempo que eu quero escrever sobre isso aqui no blog. Aí na semana passada li uma reportagem na Veja (tá, eu sei que "leu na Veja, azar o seu"), mas mesmo assim achei válida e me ajudou a formar uma opinião a respeito.

A Anvisa quer proibir que os endocrinologistas receitem remédios inibidores de apetite como femproporex, anfepramona (o remédio que eu tomo, por sinal) e até a sibutramina que é RIDÍCULA e mal faz efeito! E sabe o que eu acho disso tudo? DESNECESSÁRIO, PATÉTICO, FALTA DO QUE FAZER!
Por que?

1- quando esse tipo de atitude é tomada você tira TODA a liberdade e autonomia do médico. Um profissional que na maioria das vezes estudou ANOS pra chegar onde chegou. Uma pessoa que em algum momento da vida dela resolveu que ia ser médico(a), estudou pra caralho, fez plantão em hospital público, ESPECIALIZAÇÃO na área, ralou pra caralho e finalmente conseguiu montar seu próprio consultório e tem seus pacientes fixos. Aí vem uma porra duma organização e fala: AGORA VOCÊS NÃO PODEM MAIS RECEITAR ISSO OU AQUILO!
Tipo, oi? A pessoa ESTUDOU pra isso, ela SABE o que está receitando! É a mesma coisa que alguém te chamar de BURRO.

2- um médico BOM, DECENTE não sai receitando qualquer remédio pra qualquer pessoa de maneira aleatória. Todas as vezes que eu tomei remédios pra emagrecer (femproporex, sibutramina e agora a anfepramona), os endocrinologistas que eu fui me mandaram fazer um moooooooooooonte de exames. Aí, SÓ DEPOIS que eles escolhiam qual era o melhor remédio pra mim, qual daria melhor resultado e AÍ SIM eles me davam. E mesmo assim, sempre em quantidade controlada, pra depois de ter perdido os primeiros quilos, eles irem tirando o remédio de mim aos poucos. A Anvisa acha o que? Que a pessoa entra na sala do médico, ele olha pra cara dela e fala: você vai tomar tal substância porque combina com o seu nome?

3- Proibir esse tipo de remédio agora é ter um número de pessoas obesas muito maior depois. Ou a Anvisa acha que dá pra tratar só com shake da Herbalife ou com dietazinha, sem nada? Tem casos em que a pessoa TEM que tomar o remédio. E aí? A pessoa vai ter problema de colesterol, de coração, sofrer preconceito porque proibiram os remédios?

4- Os funcionários da Anvisa não vão na minha casa, as 22:30 numa quarta-feira tirar o terceiro pedaço de pizza da minha mão, evitando que eu engorde né? Isso eles não fazem...






Pô.
Tem tanta coisa mais importante - envolvendo esse ramo de remédios pra emagrecer - pros caras se preocuparem.
Eles deveriam combater a venda de receitas falsas, isso sim. Tinha que prender pseudo-médicos que estão por aí "trabalhando", receitando coisa errada, prejudicando um monte de gente, quem sabe até MATANDO essas pessoas, sabe?
Vai ali no centro de São Paulo, perto da Galeria do Rock pra você ver. Qualquer infeliz pode ir lá comprar uma receita falsa. EU MESMA cheguei a comprar uma vez. Chegou pelos Correios em casa e custou só R$15,00. Era só preencher com o remédio que me desse na telha... e aí? Isso a Anvisa não vê, isso eles não proibem!
Tá tudo errado nessa merda de país... tudo errado.

-Ana-


Ps; se alguém concorda comigo, tá rolando um abaixo-assinado contra essa decisão ridícula:
http://www.abaixoassinado.org/assinaturas/assinar/8288

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Fases da vida

Essa semana me peguei refletindo sobre isso... sobre as fases da vida.
Me lembrei de quando eu estudava no Nova Era, quando estava na 3ª série mais ou menos. Praticamente todo fim-de-semana tinha uma festinha de aniversário para ir. Meus pais, coitados, gastavam os tubos com presentes numa loja que tinha (achei que tinha falido, mas descobri ontem que ainda existe) no Center Norte, a Brinquedos Laura. Sexta era festa da Gabriela Alem num buffet da Zona Norte. No sábado, tinha aniversário da Thaís Cadernuto no salão de festas do prédio dela. Cada festa era uma coisa nova, mas ao mesmo tempo eram parecidas umas com as outras. Os mesmos buffets, as mesmas brincadeiras, o mesmo rapaz fantasiado de mágico fazendo aqueles velhos truques pras crianças... e quando alguém fazia festa num buffet que não era na Zona Norte? Nossa, ai era frisson. Geralmente a gente achava essas festas muito mais legais que as que aconteciam no Jardim São Paulo e arredores. Buffets maiores, com brinquedos mais modernos, lembrancinhas mais legais...

Aí, quando a gente tinha uns 11, 12 anos e ainda estávamos no Nova Era, as festinhas começaram a ficar mais "adultas". Alguns comemoravam os aniversários no Playland do Center Norte geralmente no meio da semana, o que gerava discussões entre pais e os filhos. Os pais achavam um absurdo seu filho ir dormir a meia-noite em plena Quaeta-Feira. Já a gente, queria liberdade e achava o máximo ir dormir tão tarde no meio da semana. Começaram também os bailinhos. Não precisava ser necessariamente aniversário de alguém. Bastava uma casa disponível, uma mãe afim de ficar de olho em 30 pré-adolescentes, alguns cd's dos Backstreet Boys, as melhores da Jovem Pan e pronto, a festa estava feita! Meninas levavam um prato de salgado e refrigerante, meninos levavam um prato de doce e lá pelas tantas, os casaizinhos estavam formados, dançando ao som de I'll never break your heart. Foi também mais ou menos nessa época que todo mundo começou a perder a "virgindade da boca". Eu mesma, beijei pela primeira vez aos 11 anos num desses bailinhos. Por sinal, o primeiro que o pessoal da minha sala promovia. Bons tempos... a gente era tão inocente e nem sabia. Achava que estava arrasando em dar um beijo de língua todo desengonçado no menino mais bonito da sala. E ai se os pais ficassem sabendo disso, né?

Infelizmente o período do Nova Era foi só até a 8ª séria. A escola não tinha colegial e tivemos que nos separar. Isso lá pelos 14, quase 15 anos de idade. Aí começou a fase das festas de debutante. Festas mais elaboradas, gastava-se mais dinheiro com os presentes e principalmente as roupas. O medo de aparecer com o mesmo vestido em todas as festas era algo sempre presente, pelo menos pra mim. Afinal, todas as festas tinham as mesmas pessoas. E a gente, no auge dos 15 anos achava o máximo dançar ao som de um dj qualquer tocando putz putz comercial, tentar roubar um copo de chopp da parte dos adultos e ir embora lá pelas 2, 3 da manhã.

Logo as festas de debutante acabaram e começou a época das festas em baladas na Vila Olímpia, onde nem sempre a gente entrava porque era preciso ter 18 anos e a gente tinha, em sua maioria, 17. Quantas e quantas vezes meu pai me levou até a porta de alguma balada, eu tentar desesperadamente entrar e não conseguir porque não tinha RG falso.

Aí as festas em balada da Vila Olímpia acabaram porque eu finalmente conheci pessoas que gostavam de rock e frequentavam lugares que tinham mais a ver comigo. E eu comecei a sair loucamente pra baladas tipo Ledslay, Madame Satã, Funhouse e coisas do genero. Ia de metrô, voltava de metrô feliz da vida me achando super independente e coisa e tal.

2011 promete ser a fase dos casamentos. Pelo menos 3 amigas minhas estão com casório marcado e eu já estou correndo atrás de roupa para tais eventos. Ano passado fui no meu primeir chá de bebê, de uma amiga minha que engravidou do namorado e estava toda feliz em saber q ia ser mãe.

É surreal pensar em como a vida passa tão rápido...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Minha primeira grande perda


Na sexta-feira da semana retrasada era meu último dia de férias do meu trabalho e minha mãe me acordou da seguinte maneira: filha, se acalma.
Esse tipo de frase tem o efeito contrário. É a mesma coisa se eu disser: NÃO PENSE NUMA MAÇÃ. O que você vai fazer? Pensar em uma maçã, é claro.

Quando ela disse isso, eu dei um salto da cama. Minha avó (mãe da minha mãe) está doente, com anorexia nervosa, então todo mundo da família meio que esperava alguma tragédia.

- O que aconteceu mãe?
- Filha, fica calma, tá bom?
- MÃE, pelo amor de Deus o que tá acontecendo?

Ela não conseguiu segurar o tom de voz firme e foi chorando que ela me disse:
- Seu avô faleceu, filha.

COMO ASSIM? Meu avô? Até 10 dias antes ele estava aqui em São Paulo na minha casa, sorrindo, consertando um monte de coisa que estava quebrada no meu apartamento, fazendo minha avó comer. COMO?
Instantaneamente eu comecei a chorar. Comecei a chorar MUITO. Minha mãe me abraçou, meu padrasto entrou no meu quarto segurando um copo de água com açúcar na tentativa de nos acalmar:

- Como aconteceu, mãe?
- Ele não estava se sentindo bem minha filha. Disse a sua avó que seria bom os dois irem ao pronto socorro. Pegou o carro, andou 4 quadras, tirou o pé do acelerador, fez um barulho e morreu. Infarto fulminante, foi na hora.

Meu choro aumentou mais ainda. Fiquei imaginando minha avó, que anda tão fraca passando por isso, vendo o companheiro de 57 anos sem vida bem ao lado dela. Eu chorava, minha mãe chorava, o telefone não párava de tocar.
No mesmo dia, eu, meu pai e meu irmão fomos para Peruíbe. O velório seria no mesmo dia e sábado de manhã seria o enterro.

Quando entrei na casa dos meus avós (que estava cheia de parentes, amigos da Igreja e pessoas querendo dar uma força) e vi todos os instrumentos do meu avô do jeitinho que ele havia deixado (olhei um a um os instrumentos: os violinos, o teclado, o bandolim, a harpa que ele restaurou com tanto carinho), quando vi minha vó sentada no sofá com aquele olhar perdido e as pessoas em volta dela, a sensação que eu tive foi que entrei numa espécie de sonho bizarro. Não queria chorar na frente da minha vó, queria ser forte para poder consolá-la, mas quando ela veio me abraçar foi impossível controlar:

- Ana, você sabe que seu avô te amava muito, não sabe?
- Sei vó... eu também amava muito ele.

O velório foi horrível é claro. Entrar na Igreja onde meu avô ia todos os Domingos cheio de vida, com todos os hinos ensaiados para tocar lá na frente... entrar na Igreja e vê-lo deitado num caixão, sem vida, roxo, gelado, só a carcaça... não dava pra acreditar, simplesmente não dava! O tempo todo repetia pra mim mesma: essa é a cena mais surreal da minha vida.
Não consigo esquecer o rostinho da minha avó quando ela chegou perto do corpo do meu avô. Passava a mão no rosto dele, beijava sua testa e olhava fixamente para ele, acho que na tentativa de acreditar que aquilo estava realmente acontecendo.

O pastor da igreja chorou ao tentar falar algumas palavras; meu irmão tentou fazer um discurso em nome dos netos, mas não conseguiu terminar. Em volta do caixão, fotos do meu avô VIVO. Tocando violino, tocando sua harpa, ao lado da minha vó, ao lado dos netos, ao lado das filhas. Eu olhava para o corpo sem vida e olhava para as fotos... tão diferente, tão triste.

No dia seguinte, o enterro. Quando você acha que não dá pra ficar pior, fica. Por mais que a gente saiba que aquilo que está no caixão não mais tem vida, é apenas o que restou da pessoa, dói muito quando precisa fechá-lo. Minha vó, pela primeira vez desde que meu avô tinha morrido, começou a chorar. O cortejo até o cemitério. Não podia estar acontecendo comigo. Eu sempre via essas coisas do lado de fora e dava graças a Deus por não passar por aquilo, por ter todos os meus avós vivos. O cemitério ele tinha escolhido um dia que foi passear lá com a minha mãe e minha tia. Falou que queria ser enterrado lá. Era um cemitério velho onde os mortos não são enterrados e sim colocados numa espécie de gavetinha. Minha tia uma vez disse:

- Credo pai, não quero enterrar você aqui. Que cemitério horroroso!
- Horroroso minha filha? Que nada! Olha que lugar lindo, no meio das montanhas, perto do mar

Minha avó passava a mão no caixão antes de ser enterrado e dizia: Tchau meu amor. Eu te amo, logo logo a gente se encontra. E chorava... que cena horrível!

Ficar na casa com a minha avó para fazer companhia não tem sido fácil. A presença do seu Nylthon é muito marcante em cada canto daquela casa. As boinas que ele costumava usar estão todas penduradas no mancebo, num canto da sala. O roupão continua na porta do banheiro. A oficina que ele tanto amava ficou do jeito que ele tinha deixado. Alguns canos estão cortados e amarrados em elásticos, pois ele estava construindo um daqueles sinos de vento, uma das especialidades manuais do meu avô. As fotos dele sorrindo estão espalhadas por todos os cantos da casa. A sensação que se tem é que a qualquer momento ele vai entrar pela sala e dizer:
- Oh netos... que bom ter vocês por aqui!




Mas apesar de toda essa tristeza, me consolo por algumas coisas:
- Meu avô morreu da maneira mais digna que tem. Sem dor, sem doenças, sem sofrimento e ao lado da mulher que ele mais venerava no mundo! Melhor que isso, só morrer dormindo.

- Alguns dias antes dele falecer, ele foi ao geriatra e tinha sido diagnosticado com Alzheimer. Uma das irmãs dele está numa casa de repouso há ANOS com esse mesmo mal e é tão triste você viver sem saber quem é, sem reconhecer a família, os amigos. Precisar de ajuda pra comer, ir ao banheiro, tomar banho. Meu avô não precisou passar por nada disso. A dor dele olhar para nós e não nos reconhecer seria muito mais doloroso do que a sensação que estamos tendo agora.

- Antes dele morrer, deu tempo de comemorar 80 anos ao lado dos amigos, bem, totalmente lúcido. Viajou para Buenos Aires com minha vó, minha mãe e meu irmão. Passou o Natal com a família, assistiu minha apresentação do TCC. Ele estava tão feliz que eu tinha terminado a faculdade, que o meu irmão ia começar a dele. E de quebra, ainda passou 10 dias aqui em São Paulo com a gente.



O que dói mesmo... é a saudade que temos de você, vô!

Nylthon Salles (09/11/1930 - 4/02/2011)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Retrospectiva 2010 atrasado


Já estamos no dia 3/01/2011 e só agora consegui sentar na frente desse blog e escrever algumas coisas sobre o ano que passou.

2010 começou muito bom quando um dos meus melhores amigos - e na época, meu ficante - voltou dos Estados Unidos com uma mala cheia de presentes, e saímos direto, nos divertimos horrores. Até que ele resolveu voltar pra ex-namorada dele me deixando completamente maluca, sem chão, com raiva e ficamos meses sem nos falar. Ainda bem que em maio, por causa de um simples SMS de aniversário, voltamos a ter contato, voltamos a ficar, vimos que não deu certo e conseguimos colocar a amizade acima de tudo. E estamos assim até hoje.

Esse ano que passou também foi absurdamente corrido, especialmente por ser o último ano da faculdade. O primeiro semestre foi uma loucura só, perdi vários finais de semana em função desse trabalho, virei noites escrevendo textos, fui na rua fazer pesquisa, tabulei dados, morri de sono, dei idéias... mas conseguimos entregar tudo dentro do prazo. E confesso que acho que se estivesse em outro grupo, provavelmente isso não aconteceria. Graças a eles, ao pessoal da Senso Incomum, todo esse processo de TCC foi bem menos traumático do que eu imaginava.

Tive um dos melhores aniversários da minha vida com direito a almoço mexicano com as pessoas que trabalham comigo, depois no mesmo dia comemoração num pub com todos os meus amigos, presentes, surpresas, meus pais e algumas pessoas que eu não via há anos. E no dia seguinte, fiz a segunda parte da minha comemoração numa balada que até então não conhecia, mas que foi muito bom, a música, o grau alcoólico dos convidados, todo mundo causando... consegui realizar uma, hm, "fantasia" minha e enfim... todas essas coisas saudáveis que eu gosto, hahahaha.

Depois que passou meu aniversário, no entanto, eu senti meu ânimo despencar. Fiquei várias semanas dentro de casa sem fazer nada. Me sentia mal, queria sair, ver amigos, fazer balada... mas ao mesmo tempo, sentia preguiça, não queria. Fiquei um pouco preocupada comigo mesma, mas acho que no fim das contas tudo isso se deu por causa do tempo que o TCC estava me tomando. Comecei a sentir os efeitos de estar MUITO acima do meu peso; mas tinha aquele pensamento: ahn, já que estou gorda, vou comer mesmo e foda-se. Até o dia que eu fui vestir a calça que eu mais gosto e ela NÃO PASSOU DAS MINHAS COXAS. Sentei na cama, comecei a chorar e não conseguia entender POR QUE eu deixei chegar naquele ponto.
Foi aí que eu resolvi ir atrás de um endocrinologista que me deu remédios e uma dieta a seguir. Estou emagrecendo aos poucos (já perdi 8kg) e minha auto estima foi parar lá em cima, lógico.

Fiz várias baladas, conheci lugares novos, fiz novas amizades, fiquei com alguns caras diferentes, tive um rolo com uma pessoa que acabou se mostrando muito "o lado feminino do relacionamento", o que me fez querer cortar logo. Afinal, pra mim homem tem que ter atitude de homem. Mas não me arrependo de nada do que fiz, NADA!

Vi shows maravilhosos. Metallica, Axl Rose & Sebastian Bach (um dos shows mais aguardados no ano pela minha pessoa), Placebo, dobradinha de Rammstein, 69 Eyes, Bon Jovi, Paul Mccartney (surreal, só isso que digo), Aerosmith... nossa, tantos. Fora o fato de ter começado a escrever pro Whiplash. Descobri outra atividade que eu amo, que é escrever sobre música. Tive oportunidade de ir a vários shows de pequeno porte (de graça), de tirar foto com vários famosos (Eric Martin, Gilby Clarke, Sebastian Bach, Rafael Bittencourt).

Também foi muito legal ver que depois de tanta batalha, meu pai conseguiu lançar o cd dele, com participação especial do Rafael Bittencourt do Angra em uma das músicas. Foi meio surreal entrar no estúdio e ver o cara lá sussão, normal, como se não fizesse parte de uma banda famosa. Ver que ele estava se espelhando no meu irmão para poder fazer os acordes e depois sentar de frente pra ele e jantarmos, como se o cara fosse um brother nosso. Aliás, ele acabou virando... quem diria. O guitarrista da banda que eu amava na adolescência fazendo parte da minha vida desse jeito.

Claro que tive momentos ruins, além do fato de me sentir mal por ter engordado e a saudade imensa que eu sentia *dele*. Minha avó começou a ficar doentinha, minha família (minhas tias e minha mãe, para ser mais exata) tiveram uma das piores brigas, ficamos meses separadas... foi ruim, esse tipo de coisa nunca tinha acontecido comigo, não na família Salles. Mas claro que no fim das contas, deu tudo certo e não tem mais picuinha.

Outra ironia do destino: acabei virando amiga da (agora ex) namorada do meu ex. Até ano retrasado, eu e ela trocávamos farpas direto por internet, nos odiávamos... era uma guerra fria. Mas aconteceu porque tinha que acontecer: viramos amigas, resolvemos todas as nossas diferenças e nem tocamos mais nesse assunto. Ou tocamos, mas pra dar risada e ver o quanto éramos bobas. Eu vi que finalmente desencanei mesmo desse meu ex. Ele namora outra menina já e hoje em dia temos uma relação boa, nos falamos por MSN e eu não sinto mais o que sentia por ele... aquela coisa tóxica, que me fazia mal.

Fiquei mais racional, tentei ser paciente em vários momentos (nem sempre consegui, mas juro que me esforço, hahahaha), conheci bandas novas que nunca tinha ouvido, trabalhei muito, dei duro na faculdade, chorei, tive raiva, tive acessos de felicidade, uma amigona minha teve bebê, caí, levantei e enfim... tudo o que uma vida de uma mulher comum de 23, quase 24 anos de idade pode ter.

E que venha 2011 com muito mais!

-Ana-

Ps; próximo post será contando sobre minha viagem de ano novo prum camping em Ubatuba. Experiência surreal e deliciosa!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Diálogos que falam por mim


- Escuta. Sei que é difícil acreditar quando dizem 'sei como você se sente', mas no meu caso eu realmente sei como você se sente.

Sabe, eu estava saindo com alguém em Londres. Trabalhamos no mesmo jornal. Descobri que ele também saía com outra garota, Sarah, da seção de produção, no 19º andar. Acontece que ele não estava tão apaixonado quanto eu imaginava.

O que eu quero dizer é, sei como é se sentir extremamente pequena e insignificante. E como isso dói em lugares que você nem sabia que tinha em você. E não importa quantos cortes de cabelo, quantas academias você freqüenta, ou quantas garrafas você toma com as suas amigas... você continua indo para a cama todas as noites, repassando todos os detalhes e se pergunta o que fez de errado, ou como pôde ter entendido errado. Ou como por aquele momento pensou que pudesse ser feliz?

Até que se convence de que uma hora ou outra ele vai perceber e baterá na sua porta. E depois de tudo, ainda que essa situação tenha durado muito tempo, você vai para um lugar novo e conhece pessoas que te fazem sentir útil de novo. E vai recompondo sua alma pedaço a pedaço. E toda aquela confusão, os anos desperdiçados da sua vida... começam a desaparecer.

(O Amor Não Tira Férias)