quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Em manifesto na web, jovens paulistas criticam migração


Acabei de ler uma matéria no Terra que um amigo meu revoltadíssimo tuitou. Vou colar a matéria e em negrito, minhas observações a respeito. Para ler a matéria sem meus comentários, clique aqui

~*~

Eles têm entre 18 e 25 anos, são universitários e se uniram a partir de um manifesto virtual, batizado de "São Paulo para os paulistas". A iniciativa, que começou com a voz solitária de uma jovem indignada diante da proposta de inserção da cultura nordestina na grade curricular de escolas da capital do Estado, foi ganhando adeptos e, em poucos meses, já contava com mais de 600 adesões, demonstrações de apoio expressas em assinaturas numa petição online.

Escolhido como porta-voz do grupo por ter um discurso mais moderado e menos conservador, o estudante Willian Godoy Navarro, 22 anos, conversou com Terra Magazine. Nitidamente preocupado em dosar as palavras, ele falou sobre as pretensões do movimento, que tem entre os principais objetivos discutir a questão da migração e a suposta subvalorização da cultura paulista, preterida, segundo o universitário, em função do espaço que culturas "estrangeiras" conquistaram em São Paulo.

-Existe uma representatividade muito forte, na Assembleia Legislativa, de deputados de origem nordestina, que trabalham para o povo paulista. E eles aprovam e trabalham em projetos de lei que valorizam a cultura de lá. Isso não é errado. O que ocorre é que existe uma supervalorização dessa cultura e nenhuma da paulista. Muitas vezes, o aluno passa pelo Ensino Fundamental, pelo Ensino Médio e nunca estudou, não sabe qual é a história de São Paulo, o que são os bandeirantes. E agora o cara quer inserir isso como uma disciplina, "culturas do Nordeste". Aqui não é o Nordeste. Ele deve fazer isso no Nordeste - afirma, garantindo que a preocupação do grupo não se dirige, especificamente, aos migrantes dessa região do país.

O universitário conta que a sondagem na internet foi apenas uma etapa inicial. O plano agora é criar o Movimento Juventude Paulistana, uma organização com "personalidade jurídica", que, a exemplo dos ativistas ambientais do Greenpeace, pretende buscar visibilidade por meio de atos públicos.

-A gente vai fazer alguma coisa na Ponte Estaiada. Uma faixa, uma mobilização que chame a atenção dos principais veículos de comunicação de São Paulo - adianta, sem, no entanto, revelar detalhes.

Confira a entrevista

Terra Magazine- Como surgiu a ideia do manifesto?
Willian Godoy Navarro - A ideia do manifesto surgiu por conta de algumas leis que ainda estão em discussão na Câmara, na Assembleia Legislativa, que defendem a aplicação de uma disciplina nas escolas públicas em relação à cultura nordestina. Isso desencadeou o movimento, porque não existe uma promoção da cultura paulista. Os alunos saem do Ensino Médio e não sabem o que foi a Revolução Constititucionalista de 1932.
Então, a Fabiana (uma das integrantes) criou a petição, jogou na internet e conseguiu a adesão. Foi formado um grupo. Dezenas jovens apoiam e se mobilizam na internet para divulgar. Foram se conhecendo pela internet. A petição está há poucos meses no ar e já tem mais de 600 assinaturas.

O que vocês pretendem exatamente?
A gente quer levantar a discussão. Não apoio a petição. Há uma discussão interna. Acredito que a petição é ousada demais, muito radical. A gente não pode fazer uma petição como se São Paulo fosse um Estado independente.

A petição dá a ideia de que há uma intenção separatista. Não há um consenso no grupo?

Existe um movimento separatista, que é o MRSP, Movimento República de São Paulo, mas a gente não faz parte. A gente apoia o MRSP, mas não apoia a ideia de separar São Paulo do Brasil. Na passeata de 9 de julho, conversamos com eles. É um movimento organizado. São centenas de jovens em todo o Estado. Tem sede em Ribeirão Preto, Sorocaba, Campinas, Santos, São José dos Campos e na cidade de São Paulo. Geralmente, são de famílias italianas. Também são grupos de universitários.


Mas o que vocês objetivam com esse manifesto?

Criar uma influência. Agregar outros jovens que tenham o mesmo interesse em discutir os temas de sua cidade. A gente está trabalhando agora de forma diferente. Vamos criar um grupo de jovens, o Movimento Juventude Paulistana. A migração deve ser discutida e deve ser criticada, mas uma crítica construtiva.

(simplesmente soltar frases do tipo: essa baianada que vem povoar a minha cidade ou então: tinha que ser nordestino não leva a nada. Eu concordo com ele quando a migração deve ser discutida de maneira construtiva. A cidade tem ficado cada vez mais caótica por que? Porque tem havido um crescimento da população desenfreado e a gente não tem mais estrutura pra isso. Mas só ficar reclamando sem pensar na raíz do problema não adianta nada)

No manifesto, há um trecho que fala em "migração predatória". Você concorda com o termo?
Não concordo. O que acontece é que não houve uma política migratória, nada que pudesse planejar isso. O que houve? São Paulo cresceu desde a década de 1970 pra cá, graças à migração. Isso é fato. São Paulo hoje é uma potência com a força de trabalho que os migrantes trouxeram para o estado. O que acontece é que, hoje, a cidade não consegue mais absorver essa migração que ainda continua. Não há nenhum tipo de política pública para administrar isso. As pessoas têm o direito de ir e vir, mas tem que haver uma política que pudesse trabalhar com elas.

(praticamente a mesma coisa que eu comentei acima. Eu não sou contra a migração. Mas lógico que deveria ter um controle. Uma pessoa de outro estado quer vir trabalhar aqui? Ótimo. Mas antes da gente receber "de braços abertos" deveriam existir leis parecidas como quando você vai morar em outro país. Tem emprego certo aqui? Aonde? Quanto tempo vai durar? Você já tem onde morar? Ótimo, então seja bem vindo a São Paulo. Do que simplesmente a cidade receber uma caralhada de migrantes que vem aqui tentar a sorte. E se dá errado, acontece o que? Vira mendigo? Vai morar em favela ou em região com ocupação irregular?)

Vocês são a favor de iniciativas que estimulam o retorno de migrantes ao local de origem?
Imagina só: um migrante que tinha um trabalho na área agrária, rural. Ele vem para uma cidade, sem qualificação, sem estudo, sem preparo. Ele não tem base para se manter nessa cidade. Se ele sempre trabalhou no meio rural, o que vai fazer na cidade? Ninguém pensou nisso.

(mais uma vez eu concordo com ele. Se para uma pessoa nascida aqui mesmo que teve condições de estudar em bons colégios, fez uma boa faculdade, é bem qualificado para o mercado de trabalho e mesmo assim encontra sérias dificuldades em arrumar um emprego, o que uma pessoa que morou a vida inteira num lugar no meio do nada vai conseguir aqui em São Paulo? Não é questão de ser preconceituosa e sim apenas coerente. Se a cidade oferecesse estudo de graça de QUALIDADE para essas pessoas que, sei lá queiram estudar aqui, ótimo, acho louvável. Mas todo mundo sabe que a educação pública daqui é caótica e poucos podem PAGAR uma boa instituição de ensino).

Então você apoia essas iniciativas?
Sim, é uma questão humanitária. Para você ter uma ideia, tem uma pesquisa que diz que 84% dos moradores de rua que vivem no Centro de São Paulo são migrantes. É aquela mesma história. Vêm para São Paulo, não são absorvidos, não têm amparo público e acabam vagando pela cidade. O custo de vida em São Paulo é alto. Acredito que seja um dos mais altos do pais. Já é difícil para um paulistano, que constrói uma carreira, comprar, financiar um apartamento ou uma casa, imagina para o migrante que consegue ganhar um salário mínimo por mês e tem uma família para sustentar?

(de novo: a cidade não tem estrutura direito nem pra quem é nascido aqui ou no Estado, que dirá pra alguém que vem de fora com pouca - ou nenhuma - instrução? Aqui é literalmente a selva de pedra, onde todo mundo quer te eliminar e se você não tem um pingo de digamos, malícia, acaba literalmente na sarjeta)

Lendo o manifesto, notei que o movimento tem uma particular preocupação com os nordestinos...
Não existe essa preocupação particular. Mineiros, nordestinos, mato-grossenses, paulistas que vieram do interior para a capital. Todos.

(ele quis ser eufemista, mas todo mundo sabe que a maioria dos migrantes que vem pra cá são nordestinos. Por que? Porquê eles tem poucas condições lá. Uma pessoa do sul ou mesmo de Belo Horizonte dificilmente vem pra cá. E vamos combinar: o preconceito contra nordestinos existe sim! Como bem resumiu meu pai: só tem que tomar cuidado pra não virar preconceito assumido. Porque ele já existe, só não é institucionalizado)

Mas, inicialmente, você comentou que a petição foi desencadeada pelos projetos de lei que defendem o ensino da cultura nordestina nas escolas.
O que desencadeou foi exatamente isso. Existe uma representatividade muito forte, na Assembleia Legislativa, de deputados de origem nordestina, que trabalham para o povo paulista. E eles aprovam e trabalham em projetos de lei que valorizam a cultura de lá. Isso não é errado. O que ocorre é que existe uma supervalorização dessa cultura e nenhuma da paulista. Muitas vezes, o aluno passa pelo Ensino Fundamental, pelo Ensino Médio e nunca estudou, não sabe qual é a história de São Paulo, o que são os bandeirantes. E agora o cara quer inserir isso como uma disciplina, "culturas do Nordeste". Aqui não é o Nordeste. Ele deve fazer isso no Nordeste.

(por mais que seja muito importante o paulistano ter um aprendizado do seu país como um todo, nossa cidade é meio que esponja. Aqui a gente encontra de tudo, de todas as culturas de todas as regiões do Brasil e do mundo. Então, a gente vai absorvendo essa quantia imensa de informações e acabamos perdendo um pouco da nossa própria identidade)

É por isso que vocês falam no manifesto: "O paulista olha ao seu redor e se vê um estrangeiro em sua própria terra"?
A Fabiana foi muito ousada, colocou palavras bastante fortes nesse manifesto. Por isso que vamos mudá-lo. E a gente não vai mais fazer isso pelo meio virtual. A gente vai utilizar essa influência que conseguimos para fazer algo oficial mesmo. Uma organização que vai ter uma personalidade jurídica. Vai ser algo com uma representatividade mais concreta.

Nesse primeiro momento, o manifesto virtual serviu para saber se haveria aceitação?
Foi um estudo para a gente sentir como seria a aceitação. Falar da migração sempre é um tabu. Sempre alguém vai se sentir prejudicado. A gente estava discutindo ontem para falar com você hoje. A gente não pode falar da migração. São Paulo foi construído por imigrantes e migrantes. O que tem que acontecer é uma administração, um controle.

(o que eu já escrevi lá em cima. Regulamentação, leis para a migração. Pra que essa cidade - e não só São Paulo, qualquer grande capital onde tem um grande fluxo de migração - não vire uma festa do oba oba, crescimento desenfreado sem o mínimo de controle)

Como assim "um controle"?
Não existe controle. Não controle. Controle é uma palavra muito forte. Mas nenhuma política que pudesse organizar a migração. Não só de nordestinos, mas de todos que vêm para São Paulo ou para outra cidade. A gente tem quase um milhão de pessoas na cidade de São Paulo que não conseguem emprego, que moram em favelas ou em áreas com más condições de moradia. A gente não tem estrutura para absorver a migração. Essa mão-de-obra, essa força de trabalho que continua vindo para São Paulo poderia desenvolver outras áreas do país. A gente se preocupa com o futuro da cidade.

(não só se preocupar com o futuro da cidade mas sim do país como um todo. Eu concordo com o meu amigo quando ele disse que o certo não é expulsar os migrantes que estão aqui. Tanto que eles não dizem isso em nenhum momento, em nenhum lugar. Até porque seria meio absurdo você chegar em alguém que já mora aqui há algum tempo e dizer: oi, você está sendo convidado a se retirar da nossa cidade. O certo mesmo é dar oportunidades pra que essas pessoas possam crescer na vida dentro de seu próprio estado. Por isso acho esse manifesto importante: pra abrir os olhos de todos o brasileiros e do governo, pra que eles possam investir em capitais em potencial. Não só aqui. Acho que seria uma ótima oportunidade de desenvolverem áreas mais abandonadas, como o próprio Nordeste. O manifesto não é puro e simplesmente de paulistanos burgueses idiotas, como disse meu amigo)

Vocês do movimento consideram que a migração provoca sobrecarga no sistema de saúde e impactos nos índices de violência?
Seria hipócrita se dissesse que não. A maior parte das pessoas que utiliza o SUS na cidade de São Paulo são migrantes. Agora, não que esse seria o problema. Em relação à violência, é também bastante contestado. O cara vem, mora na periferia, não tem emprego, não tem nenhuma base. Vai trabalhar no mercado informal ou arranjar outro meio. Mas as vezes há outras situações que fazem com que parta a criminalidade.

Vocês falam de xenofobia no manifesto. "Se um migrante adentra em uma região, e desrespeita seus costumes, não respeita a diversidade. Pretender modificá-los, moldá-los a si, impôr os próprios, forçar os anfitriões a aceitar a descaracterização, são atos de 'Xenofobia'". Quero que você comente esse trecho do manifesto.
Quem escreveu foi a Fabiana, mas acredito, que ela quis dizer que está sendo forçada a inclusão de uma cultura diferente. Não sei se você vai concordar comigo, mas tem uma característica bem peculiar. É muito diferente da cultura paulista, como a cultura paulista é diferente da cultura carioca. Quando existe qualquer ato de promoção da cultura dos paulistas é visto como preconceito.

(da mesma maneira como é preconceito um branco usar uma camiseta escrito: 100% branco. Por que um negro pode usar uma camiseta 100% orgulho negro sem ser considerado preconceituoso? Por que querer que os paulistanos dêem mais atenção à sua própria cultura é preconceito? Eu acho que quando um migrante ou até mesmo um IMIGRANTE vai morar em outro lugar diferente daquele seu de origem, ele deve no MÍNIMO respeito à cultura local. Chegar aqui e achar que aqui é Goiânia, Fortaleza ou Rio de Janeiro é muita falta de respeito com uma cultura que levou séculos para ser construída)

O que seria um ato de promoção da cultura paulista, por exemplo?
Por exemplo, existem mais pessoas que vão para a semana cultural nordestina, na Zona Norte, no Cambuci, onde há um centro de cultura nordestina, do que as que foram à passeata em 9 de julho, que é um marco para o Estado.

Então, na sua opinião há uma subvalorização da cultura de São Paulo?
Isso mesmo. Quem é o responsável? O governo e a prefeitura que incentivam isso. O problema é o seguinte: a maior parte do eleitorado que promove eles (políticos) são migrantes.

(eu não sou contra um migrante querer ser eleito a algum cargo político. Mas acho que nesse caso também deveria haver uma regulamentação: um mato grossense quer ser vereador da nossa cidade? Então vamos ver há quanto tempo ele mora aqui em São Paulo. Talvez estabelecer um tempo mínimo de sei lá, 25 anos. Um tempo suficiente pra que ele conheça todos os problemas da cidade, tenha idéias concretas para solucioná-las. Do que adianta eleger alguém que mal conhece o estado/cidade que ele quer representar?)

Especificamente, nordestino?
Sim, basicamente sim.

E, na visão de vocês, eles acabam elegendo representantes de origem nordestina...
Entendeu nosso ponto? O pessoal fala muito de outras culturas, mas qual é a cultura daqui? Ninguém fala.

No manifesto, vocês dizem que São Paulo cresceu sem receber dádivas do Brasil.
Certo.

Vocês dizem: "São Paulo não deve nada ao Brasil, portanto, o usufruto desse trabalho deve ser para o povo paulista".
Por exemplo, São Paulo é o estado que mais arrecada impostos, que mais produz. A gente não recebe nem um terço do que produz. Esse déficit orçamentário no Estado não permite que o governo trabalhe na habitação, na infra-estrutura, no saneamento, na educação e na saúde. A gente é prejudicado. O dinheiro dos impostos, das industrias e do povo de São Paulo é revertido para outros Estados, ao invés de ser aplicado novamente aqui.
Recife, Salvador recebem mais investimentos do Governo Federal do que arrecadam. A capital do Piauí, Teresina, é um exemplo disso. Isso é um absurdo, sendo que a gente tem problemas de transporte público em São Paulo. O transporte público aqui é terrível. Muitos falam que a migração foi responsável pelo avanço, mas São Paulo sempre foi rica. Sempre foi desenvolvida. E foi com a força do trabalho dos migrantes também. Mas não só dos migrantes, mas de todos os paulistas.

No manifesto, vocês dizem que os "migrantes não construíram São Paulo por serem alocados na construção civil. Seja desmentida tal falácia". Você acha que isso é realmente uma falácia?
Essa parte do manifesto não li, mas o entendimento é o seguinte: quem constrói São Paulo não são os pedreiros. São os empresários, os investimentos aplicados na cidade, feitos por paulistas. Falar que outras pessoas construíram a cidade é absurdo. Eles trabalharam, usaram sua força de trabalho. Não significa que construíram São Paulo. Esse prédio que você trabalha, por exemplo, não foi construído por migrantes...por pedreiros. Foi construído pela empresa que investiu, que financiou o projeto. Entendeu o ponto de vista do manifesto? As pessoas dizem: "Ah, os migrantes construíram São Paulo". Construíram com sua força de trabalho, mas se não fossem os investimentos e o dinheiro que gira na cidade, não teriam construído nada.

(aqui eu discordo só um pouquinho: acho que o crescimento de São Paulo foi feito sim pelo trabalho braçal dos migrantes, mas esse trabalho sem os investimentos de grandes empresários, essas construções civis não existiriam. Então acredito que nossa cidade cresceu - e cresce na soma das duas coisas)


Vocês têm noção do teor polêmico da causa que defendem?

É muito polêmico. É o que falei para a Fabiana. "Não se pode falar da migração. No Brasil, não se pode falar, porque todos são". Parte do manifesto não apoio. A gente vai estudar uma nova forma de aplicar um manifesto cabível para a realidade e para a necessidade de São Paulo.

(é polêmico porquê como eu já escrevi aqui: o preconceito existe, mas ninguém tem coragem de tornar isso público, como eles estão fazendo. A repórter se vocês perceberem, o tempo todo meio que trata como absurdo tudo o que eles estão divulgando, como se eles fossem politicamente incorretos. Mas tenho certeza que essa mesma repórter algum dia já reclamou algo do tipo: esse bando de baiano povoando a cidade, puta merda. A verdade é sempre polêmica)

Então, o manifesto que está na internet vai ser reformulado?
Vai ser reformulado. Vamos utilizar a influência conquistada com esses meses de trabalho. A gente vai fazer algo oficial agora, que vai ser o Movimento Juventude Paulistana. Vai ter um site e tudo mais.


E qual o objetivo do Movimento Juventude Paulistana?

Levantar esse assunto, mas de forma coerente. A gente vai tentar fazer com que ele seja discutido com a sociedade. Se a sociedade não tiver interesse em discutir a migração, a gente não discute. A gente vive em um país democrático e tem que expressar nosso ponto de vista. Há outros milhares de paulistanos que apoiam nossa ideia. A gente vai tentar levantar isso com a sociedade.

(é importante que esse manifesto não entre na cabeça pequena de alguns ignorantes como movimento separatista, como preconceito ou então com idéias fascistas do tipo: nós paulistanos somos melhores, por isso vamos expulsar todos os migrantes daqui. Acho bem coerente eles quererem discutir tudo isso de uma maneira não-polêmica, fazer com que as pessoas pensem um pouco a respeito de tudo que foi dito)

Como?
Como o Greenpeace chama a atenção? Ele faz uma passeata com 100 mil pessoas ou faz um ato que atrai a mídia. O ato. É isso que a gente vai fazer.

Já há algo planejado?
Não posso dizer. A gente vai fazer alguma coisa na ponte estaiada. Uma faixa, uma mobilização que chame a atenção dos principais veículos de comunicação de São Paulo. Se os paulistas não tiverem interessados em debater, a gente não vai debater. Queremos, pelo menos, criar uma oportunidade. Existe uma comunidade de São Paulo no Orkut. E eu levantei o tema. Foi só para fazer uma pesquisa mesmo. Muita gente falou mal, veio apedrejando. Em cada 10 pessoas, dois apoiavam. Se em cada 10 paulistanos, dois apoiarem, a gente vai ter, numa cidade de 10 milhões, 2 milhões. E isso é muita gente. Então, queremos pegar esses jovens, essas pessoas que querem mudar São Paulo, mudar não, pelo menos, melhorar.

(aqui eu já discordo. Aliás, como já disse aqui no meu blog um dia, eu sou contra essas manifestações públicas que param avenidas, praças, vias importantes da cidade causando trânsito, transtorno e irritação nas pessoas. Ao invés de chamarem a atenção de uma forma positiva, vão fazer isso de uma maneira negativa. Acho que eles deveriam pensar em outras formas de divulgar esse manifesto)


Na primeira etapa, vocês querem levantar a discussão sobre a migração, mas o que vem depois?
Depois disso, vamos planejar. Eu entrei agora. Eu decidi falar, porque eles são muito conservadores. Eu disse: "Não seria interessante se vocês falassem agora. Vamos mudar o discurso". Da forma radical que eles estão criando, não vão conseguir apoio de ninguém.

A ideia é abrandar o discurso para conseguir adesão, não impactar tanto?
A gente está utilizando métodos de publicidade, de promoção e de marketing, estudo de teses de algumas pessoas, que a gente está elaborando, para poder montar o movimento. A gente quer fazer algo que conquiste o maior número de pessoas possível.Estamos conseguindo adesão de algumas pessoas com influência. A gente tem o presidente de um centro acadêmico de um curso na USP.

Qual curso?
Ele não me deu autorização para falar.

Mas vocês querem manter o anonimato?
Ele quer.

Não faz muito sentido. Se vocês querem dar visibilidade ao tema, soa incoerente.
Ele está representando a comunidade japonesa. É descendente. E tem outras pessoas que trabalham com ele. Eu, do Centro Acadêmico da UNIP, outros de outras instituições. Anhembi-Morumbi... A gente está pegando pessoal da UNINOVE também, da Barra Funda. É um movimento de universitários.

Quantas adesões vocês já tiveram. As pessoas que se agregaram através da internet se encontram?
Todos as mais de 600 adesões (assinaturas na petição virtual) foram muito comprometidas e decididas, se possível, a apoiar. As pessoas que assinaram realmente têm interesse em participar e sempre geram soluções e ideias para que a gente possa melhorar o nosso plano. A gente tem 600 jovens que, a qualquer momento, se estiverem disponíveis, vão participar. Tem uma menina que veio de Campos do Jordão para conhecer a gente. Ainda mais agora. A gente tem 100 pessoas na cidade de São Paulo, que assinaram o manifesto, que estão dispostas a conversar, a entrar na reunião. E temos mais 600 pessoas do movimento separatista.

Onde vocês pretendem chegar?
Nossa meta é que isso seja discutido na Assembleia Legislativa, na Câmara Municipal. A gente quer que seja implantada algum tipo de política que possa administrar isso (migração). Que fale: "vocês não têm qualificação, então, vão fazer um curso de qualificação e ser alocados para outras áreas do Estado que oferecem mais oportunidades. As pessoas que vivem em São Paulo e querem, mas não têm condições de voltar para a terra de onde fugiram... A cidade gerar essa oportunidade para elas. O pouco que a gente conquistar para uma cidade como São Paulo vai ser bastante.

~*~

Essa discussão ainda vai dar muito pano pra manga. Mas se você ler direito, vai ver que é bastante coerente muitas coisas que eles dizem. E com certeza, você já pensou dessa maneira, ao menos uma vez na vida.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Lembranças


Esse fim-de-semana que passou, eu estranhamente senti uma saudade forte sua. Coloquei um cd pra tocar com músicas de uma banda que eu sei que você gosta e resolvi abrir a minha caixinha. A caixinha de Pandora, onde meses atrás quando fomos almoçar juntos pela última vez, eu a lacrei com cadarços velhos amarrados, escrevi bem grande NÃO ABRIR e joguei lá no fundo da parte mais alta do meu armário. Assim, ficava mais difícil ter acesso à todas aquelas fotos, os set lists dos seus shows (que eu ia toda orgulhosa, empunhando uma máquina fotográfica e registrando tudo, pois achava você em cima do palco a coisa mais linda do mundo), a carta e pequenos detalhes que só faziam sentido pra nós.

Mas esse fim-de-semana eu resolvi abrir essa caixa. E revi todas as fotos, parando em cada uma delas por longos minutos, prestando atenção em mim, em você, em nós dois. Pra poder olhar de novo o seu sorriso, que foi o que me conquistou logo de cara assim que te conheci. Pra olhar uma foto e me lembrar de onde estávamos, o que tínhamos feito naquele dia, o que estávamos escutando e dizendo um para o outro. Pra notar no seu olhar terno e carinhoso pra mim. Olhei pra foto que alguém tirou da gente num Mac Donald's qualquer, logo depois que saímos do motel. Acho que ainda nem tínhamos completado 1 mês de namoro. E era visível a felicidade que estávamos sentindo. Bem nessa hora começou a tocar "Heart of Gold" e me lembrei também da primeira vez que escutei essa música. Estávamos deitados e ouvindo a voz do Zakk Wylde e você me disse: "ainda bem que eu não precisei atravessar o oceano pra achar o meu heart of gold". E enquanto me lembrava disso e ficava admirando nossa foto, eu... eu senti meus olhos ficarem marejados. Foi uma sensação muito estranha. Eu não sentia isso por você há MESES.

Depois li a única carta que você me escreveu em 10 meses de namoro. Me lembrei do dia que você me deu, de onde estávamos (voltando da faculdade juntos, como sempre) e ia fazer só 2 meses que estávamos juntos, que a gente se conhecia. Mas de acordo com a carta, parecia muito mais tempo, porque nos dávamos muito bem e eu era a garota que por tanto tempo você procurou, mas só tinha encontrado quando me conheceu. Você também era tudo o que eu buscava em um homem. E tive sorte de ter vivido essa experiência, mesmo que por menos tempo do que eu desejava. Aí, quando cheguei ao final da leitura da carta, vi o "Eu amo muito você". Isso deixou meu coração ainda mais apertado e a saudade misteriosamente aumentou ainda mais.

Por último achei a embalagem de acrílico em formato de coração com o melhor presente que você me deu. No dia que fez 2 meses que tínhamos nos conhecido. Sentamos na praça de alimentação da faculdade e você disse que tinha uma surpresa pra mim e aí...
Confesso que coloquei a aliança no meu dedo enquanto escutava as músicas e remexia no passado. A impressão que deu era de que ela está mais justa no meu dedo. Será que eu engordei e por isso meu vestido Armani não serve mais? Será que durante esses quase dois anos engordei de mágoa, choro contido, tristeza, angústia e raiva depois que o namoro acabou?
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Caramba... quase 2 anos já. E pensar que eu só consegui superar a pior fase pós-namoro de Novembro do ano passado pra cá. E mesmo assim (e eu odeio admitir isso), eu ainda sinto um pouco sua falta. Ainda guardo um milhão de lembranças, objetos e memórias. Ainda sinto frio na barriga com certas coisas que se relacionam a você.
Você é meu heart of gold. E acho que sempre vai ser...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Cala a boca Stallone???

Bom e daí que hoje saiu essa matéria no site da Folha e em muitos outros meios de comunicação, online ou não:

Stallone faz piada de mau gosto sobre o Brasil em feira nos EUA

O ator Sylvester Stallone participou ontem de um debate na convenção anual Comic-Con, que acontece em San Diego (EUA), em que falou sobre o filme "Os Mercenários", que foi filmado no Brasil e teve a participação da atriz Gisele Itié.

Stallone falou a 6.000 pessoas sobre como foram as gravações. Segundo ele, gravar o filme no país foi melhor por que deu maior liberdade aos produtores em sequências agressivas em que era necessário usar armas e destruir propriedades.

"Você pode explodir o país inteiro e eles ainda dizem: 'Obrigada! Aqui está um macaco para você levar de volta para sua casa", disse o ator.


(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/771528-stallone-faz-piada-de-mau-gosto-sobre-o-brasil-em-feira-nos-eua.shtml)


E em SEGUNDOS já virou TT (Trending Topics) no Twitter, um monte de gente que eu sigo comentando revoltadíssimos com o que o cara falou e não sei mais o que. Até então, eu tô dando risada, até que um cara que eu conheço twitta a seguinte frase:
"PRIMEIRO LUGAR NO WORLDWIDE!!! Vem filmar aki agora FDP. CALA BOCA SYLVESTER STALLONE !!!!! Gostei disso! Atitude BRAZIL!!!"

Atitude??? Por favor, né?
Aí vieram uma série de pensamentos e questionamentos na minha massa cinzenta:

- Será que esse mesmo pessoal que tá nervosinho por causa de uma declaração dessas vão prestar a mesma dedicação e atenção na hora de escolher quem será o novo presidente, o novo governador de suas cidades e etc?

- Por quê ao invés de ficarem "xingando muito no Twitter" esse pessoal não vai, sei lá fazer uma caridade, doar roupas para a campanha do agasalho, dar dinheiro para as cidades do Nordeste que foram afetadas por causa das chuvas ou ir até Brasília e fazer protesto contra a corrupção ou qualquer coisa que o valha?

- Pra piorar, esse mesmo cara disse "se a única maneira de se expressar é o Twitter, então é válido". É o protótipo das pessoas da minha geração MESMO! Burras, acéfalas, que acham que internet é tudo na vida, provavelmente não lê um jornal (o caderno de esportes não vale como leitura), não vai a um museu e seu único sonho de vida é ser rockstar. Como que essa pessoa pode ter a coragem de dizer que a única maneira de se expressar é o Twitter? Talvez seja para ele, que seja burro demais e não sabe mais pensar coisas que ultrapassem os 140 caracteres.

- Apesar do comentário digamos, infeliz, do Stallone, vamos ser honestos vai: ele disse APENAS A VERDADE! Nada do que ele disse é mentira, NADA! Todo mundo sabe que brasileiro adora lamber o saco de gringo quando vem pra cá e todo mundo sabe que a imagem que eles tem de nós lá fora é essa: de um país caótico, onde as pessoas andam peladas na rua (aliás, rua não: selva. Porque eles realmente acham que todo mundo aqui vive na selva amazônica) e onde se vêem macacos, tucanos e araras em cada esquina que você vai.
E por que gringo tem essa imagem do Brasil? Porque NÓS MESMOS nos vendemos dessa maneira. Quando digo nós, estou dizendo o governo. Já pararam pra reparar nos comerciais feitos pelo Ministério do Turismo? É só imagem de praia, de floresta, de gente andando à cavalo no meio das montanhas, tomando chimarrão na frente da fogueira, samba...
Aqui não é a terra do futebol, do carnaval, das morenas peladas? Não vivem dizendo que somos o povo mais receptivo do mundo e sei lá mais o que?

Se ele disse isso, é porque deram liberdade pra isso.
Doeu? Doeu, claro que doeu. Mas lembrando que a verdade SEMPRE dói... né?

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Cd's que mudaram minha vida parte 4: Nightwish - Oceanborn


A história sobre esse cd é engraçada, na verdade.

Me lembro que em 2001, eu tinha 14 anos e estava no auge da minha fase de adolescente rebelde, gótica e roqueira. Andava só de preto, com crucifixos e pentagramas pendurados no pescoço e escutava rock o dia INTEIRO. E nessa mesma época fiz alguns amigos que escutavam muitas bandas que eu ainda não conhecia como Rhapsody, Savatage, Blind Guardina e Nightwish.
Vivia tendo reuniões na casa de um desses amigos e ficávamos ouvindo música mas eu nunca prestava muita atenção, pois o menino por quem eu era apaixonadinha na época estava sempre por lá; o que significava toda a minha atenção voltada para ele.

Um belo dia, já quase no final do ano eu fui dar uma volta na Galeria do Rock com o então namorado da minha tia mais nova, que era mais novo que ela e mais velho que eu e também curtia o mesmo som que eu. E naquele dia, eu estava DETERMINADA a comprar um cd, mas não sabia exatamente qual. Passamos o dia andando pelos corredores daquele velho prédio e eu sem saber o que comprar. Tinha que escolher muito bem, afinal grana de adolescente é sempre escassa. Eu tinha que comprar O cd, para não me arrepender depois.

Eu e o Edgard (o namorado da minha tia) estávamos subindo as escadas rolantes, quando de repente eu vejo... ele! O menino por quem eu estava totalmente apaixonada, materializado ali na minha frente. Era bom demais, encontrar assim do nada:
- Oooi Clarinha, que coicidência você por aqui. E aí, como tá?

- Ahn tô bem... vim aqui afim de comprar um cd, mas não sei qual.

- Por quê você não compra algum do Nightwish?

- Putz, boa idéia. Mas qual você me recomenda?

- Todos são bons, Clarinha.

- Ahn... mas todos eu não posso comprar né?

- Então vem aqui.

Ele me pegou pelo braço e entramos na primeira loja que encontramos. O vendedor muito atencioso, cumprimentou a mim, a ele e ao Edgard e depois perguntou o que queríamos:

- Você pode, por favor pegar todos os cd's do Nightwish que você tem?

O vendedor deu as costas e alguns segundos depois virou-se para nós novamente e colocou 3 cd's um ao lado do outro.

- Vai Clarinha, agora escolhe a capa que você mais gostou.

E sem pestanejar, peguei o Oceanborn. Paguei, me despedi do meu amigo e rumei para casa com um cd nas mãos que eu não fazia IDÉIA do que se tratava. No fundo, estava com medo de ter comprado um cd que eu iria odiar. Mas como no começo do mesmo ano eu fiz a mesma coisa com um cd do Whitesnake e não me arrependi nadinha, vai ver que iria acontecer a mesma coisa dessa vez.
Cheguei em casa e antes de colocar o cd pra tocar, dei uma olhada no encarte. A foto daquela moça com os olhos pintados de preto, o cabelo bem escuro e a roupa meio medieval me deixaram um tanto quanto espantada. "Como assim uma MINA na banda?", eu pensei. Naquela época, conhecia poquíssimas (ou nenhuma) banda que tinha mulher. Eu realmente estava começando a descobrir novos sons.

Enfim, coloquei o cd pra tocar. O instrumental da primeira música começou a me agradar. Pensei: uau, é super pesado e gótico. DE REPENTE... entrou a vocalista. Cantando... LÍRICO! Eu quase pirei, sério. Era a primeira vez na minha VIDA que eu ouvia tal coisa. Música pesada, guitarras incessantes, um verdadeiro instrumental de rock n' roll com uma vocalista cantando estilo ÓPERA! Até pra quem tem pai como o meu, publicitário, músico que escuta de absolutamente TUDO era tudo muito novo pra mim.
Confesso que eu demorei alguns minutos pra poder digerir o que estava ouvindo. Mas depois comecei a prestar atenção, atenção e... foi amor à primeira ouvida. Na mesma hora eu chamei meu pai, empolgadassa: pai pai, olha que diferente esse som. Ele adorou, claro. Minha música favorita do cd? Passion and the Opera. Não sei o motivo, mas definitivamente É a minha favorita!

Não sei se por acaso, se eu tivesse escolhido o Angels Fall First ou até mesmo o Wishmaster no lugar do Oceanborn, a música do Nightwish teria causado tanto impacto em mim como causou. O fato é que eu ouvi esse cd durante muito tempo seguido e logo virei fã da banda. Comprei os outros cd's, fui em dois shows (Credicard Hall em 2002 e Via Funchal em 2004), comprei e usei camisetas, aprendi a tocar "Walking in the air" no teclado e ainda acho a Tarja uma das mulheres mais bonitas que eu já vi.



Depois que ela (Tarja) saiu da banda, confesso que parei de acompanhar o trabalho deles. Mas esse cd me marcou muito e merece um post sobre ele.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Dia Mundial do Rock


Eu tinha escrito um texto IMENSO aqui sobre o dia Mundial do Rock e falando mal dos emos que SUJAM esse estilo musical. Mas daí perdi a linha de raciocínio e a inspiração e resolvi postar uma letra do Kiss, que diz absolutamente TUDO.

~*~

God gave rock and roll to you
Gave rock and roll to you
Put it in the soul of everyone

Do you know what you want? You don't know for sure
You don't feel right, you can't find a cure
And you're getting less than what you're looking for

You don't have money or a fancy car
And you're tired of wishing on a falling star
You gotta put your faith in a loud guitar

Chorus:
God gave rock and roll to you
Gave rock and roll to you
Gave rock and roll to everyone (oh yeah)
God gave rock and roll to you
Gave rock and roll to you
Put it in the soul of everyone

"Now listen":
If you wanna be a singer or play guitar
Man, you gotta sweat or you won't get far
Cause it's never too late to work nine-to-five

You can take a stand or you can compromise
You can work real hard or just fantasize
But you don't start living till you realize

"I gotta tell ya!"

God gave rock and roll to you
Gave rock and roll to you
Gave rock and roll to everyone
God gave rock and roll to you
Gave rock and roll to you
Put it in your soul

God gave rock and roll to you
(To everyone he gave the song to be sung)
Gave rock and roll to you
Gave rock and roll to everyone

God gave rock and roll to you
(To everyone he gave the song to be sung)
Gave rock and roll to you
Saved rock and roll for everyone
Saved rock and roll

God gave rock and roll to you
Gave rock and roll to you
Gave rock and roll to everyone
God gave rock and roll to you
Gave rock and roll to you
Put it in your soul

"I know life sometimes can get tough!
And I know life sometimescan be a drag!
But people, we have been given a gift,
We have been given a road
And that road's name is... Rock and Roll!"

http://www.youtube.com/watch?v=F1yvQV7J47o

~*~

É isso.
Só quem curte DE VERDADE consegue entender um solo de guitarra bem tocado, a adrenalina e a vibe maravilhosa de um show (por mais caro que seja o ingresso) e aquele sorriso na cara de satisfação depois de ver seu ídolo de pertinho.

Você que acha que Restart/Cine/Fresno/NXzero é rock... shame on you!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Cd's que mudaram a minha vida parte 3: Black Label Society - Blessed Hellride


Black Label Society é a minha banda número 3 do meu top 3 de bandas. Sou louca pelo Zakk Wylde e a voz rouca dele. Até mesmo os solos um pouco cansativos que ele faz, sou fã.

Antes de comprar o cd, era a mesma coisa do Depeche Mode. Já conhecia várias músicas, pois tinha baixado algumas aleatoriamente pela Internet. Mas num Domingo qualquer em maio de 2007, eu estava na Saraiva que fica próximo ao Kinoplex do Itaim Bibi olhando a seção de “cd’s em oportunidade”. Tinha várias coisas interessantes por lá a preços bem convidativos. De repente achei uns 3 cd’s do Black Label jogados lá. O Stronger than death, o Sonic Brew e claro, o Blessed Hellride. Cada um desses cd’s custava apenas R$12,90 (JURO!!!) e eu, LÓGICO comprei todos ao mesmo tempo.

Mas o Blessed Hellride foi o que mais me chamou a atenção, não sei dizer bem o porquê. Foi esse cd que eu escutei voltando prá casa no carro do meu pai e tanto eu quanto ele ficamos impressionados tamanha fúria com que o Zakk executava os riffs de guitarra. Além dos harmônicos característicos, é lógico. A música de mesmo nome do cd é uma das poucas “lentas” e a voz do Zakk é simplesmente... hmmm... maravilhosa. Adoro o timbre de voz dele, adoro gente que canta como ele, com uma “sujeirinha” na voz – como diria meu pai – rouca e com um sotaque diferente. Voz de homem mesmo.

Minha música favorita desse cd é a Funeral Bell e arrisco a dizer que essa também é minha música favorita de toda a carreira da banda. Ela é animada, tem um ritmo contagiante (já perdi a conta de quantas vezes estava no trabalho ou no ônibus/metrô com fones de ouvido, essa música começava a tocar e eu alegremente ficava chacoalhando a cabeça, agitando, bangeando como se não houvesse amanhã quando na verdade estavam todos me olhando com cara de “o que ela PENSA que ta fazendo?”) e como sempre, Zakk Wylde canta de maneira visceral, outra característica que ele possui e que eu a-do-ro.

Eu tive um namorado que tem (ou tinha, sei lá) uma banda cover de Black Label e sempre fiquei chateada pelo fato dele nunca ter conseguido tirar a Funeral Bell. Ele dizia que essa em particular era difícil de tocar e cantar ao mesmo tempo e eu passei 10 meses praticamente implorando prá ele fazer um esforço e aprender, porquê adoraria vê-la ao vivo. Não adiantou nada; o namoro terminou sem que eles ensaissem essa. Também não consegui curtir ao vivo tocada pela banda original em 2008, porquê infelizmente o Black Label teve que fazer um show curto naquela noite.

Mas agora que eles estão com um cd novo, possivelmente haverá uma turnê. E Deus queira que eles passem por aqui novamente, mas dessa vez SÓ eles. Prá eu poder tietar o Zakk por mais tempo do que dois anos atrás. E quem sabe eles não toquem essa ;-)

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Adeus Brasil


E daí que hoje foi o último jogo da seleção canarinho na Copa do Mundo de 2010. Infelizmente a gente não passou pela Holanda, mas pelo menos perdemos com dignidade. Diferente daquele jogo VERGONHOSO que fizemos contra a França em 2006.

Aliás, isso me lembra que naquele dia eu estava na casa de um amigo meu - que hoje mora nos Estados Unidos e aparentemente não volta pra cá tão cedo - com mais outros amigos. Fizemos um churrasco com muita cerveja e comida. Eu era meio apaixonada pelo primo da minha amiga e no dia ele estava ficando com a ex-namorada dele; fato esse que me deixava bem chateada com a minha auto-estima, que na época não era lá aquelas coisas, ainda mais pra baixo.

Dois dias antes desse jogo, eu tinha prestado pela segunda vez o vestibular no Mackenzie. Da primeira vez não tinha conseguido passar, minha colocação foi vergonhosa. Mas pra essa segunda vez eu estudei MUITO, fiz cursinho específico pro Mackenzie. Mesmo assim, como sempre na minha vida estudantil eu tinha ido MUITO MAL em Biologia, Física, Química e Matemática. Pra vocês terem uma noção, eu consegui ZERAR na prova de Matemática. Naquela época, por causa disso o clima lá em casa estava péssimo. O resultado da Belas Artes (a outra faculdade que prestei, e seria minha segunda opção caso a primeira não desse certo) tinha saído. Eu tinha passado, é claro. Mas estava triste e angustiada pois sabia que se eu não tivesse passado no Mackenzie, me sobraria fazer faculdade num lugar que eu não sentia a mínima vontade de estudar. E eu seria uma frustrada eternamente.

Me lembro que um dia antes do jogo eu fui fazer a matrícula sozinha da Belas Artes. Não conseguia sentir um pingo de felicidade ou de orgulho de mim mesma. Minha mãe estava puta da vida comigo. Meu pai, chateado por ter jogado dinheiro fora durante 6 meses no cursinho. E eu com medo. O churrasco no dia do jogo ajudou um pouco a dar uma esquecida, mas eu não conseguia me animar. E ainda por cima a seleção jogou mal pra caramba, Roberto Carlos arrumando a chuteira em momento decisivo, Ronalducho levando chapéu do Zidane, a desclassificação do Brasil... não tinha nem isso pra me ajudar a me animar.
Ahn sim: o pior foi ver todo mundo combinando de fazer uma balada pós churrasco e eu ter que dizer: não obrigada. Estou desempregada e sem dinheiro nem pra ir na esquina.


Na época foi trágico. Mas hoje, 4 anos depois o Brasil foi sim eliminado mais uma vez. Mas o jogo não foi vergonhoso, não senti vergonha da seleção que representou meu país.
Não estou desempregada e se quiser posso encontrar alguns amigos agora para poder tomar uma cerveja, dar risada e o mais legal: poder comemorar o fato de que estou a caminho do ÚLTIMO semestre do curso de Publicidade e Propaganda naquela faculdade que eu estava morrendo de medo de não ter passado.





Ainda bem que o mundo dá voltas, né?