segunda-feira, 22 de março de 2010

Notas de um Domingo comum...



Ontem fiz um programa que eu tava muito afim de fazer: ir ao cinema na Avenida Paulista. Fez uma tarde linda ontem e filmes que eu quero assistir e que estão em cartaz é o que não falta. Por isso, eu e a minha tia fomos ao cinema.

Primeiro, a escolha do filme. Preciosa - Uma história de esperança. Tanto eu quanto ela queríamos muito assistir, então fomos. Aonde? No Gemini. O Gemini prá quem não conhece, fica quase na frente da Cásper Líbero, na Avenida Paulista. A Avenida Paulista sempre foi um dos meus lugares favoritos aqui na cidade e de Domingo então fica mais gostoso ainda passear por lá. Além disso, eu considero que assistir algum filme naquele cinema é como uma viagem no tempo. Os carpetes e forros das paredes tem estampas super psicodélicas, lembra muito os objetos de decoração que o Stanley Kubrick usou no filme A Laranja Mecânica. Os bancos das salas são de couro vermelho e cabem mais de 300 pessoas lá dentro. Quando entramos, a música de fundo era um misto de música de tourada com bolero. Muito legal! É lógico que as poltronas não são as mais confortáveis, o som nem se compara com o Kinoplex por exemplo... mas acho muito válido de vez em quando sair desse circuito Cinemark-Bristol-HSBC-Unibanco. No Gemini, a "fauna" de pessoas é totalmente variada: cults, metidos a moderninhos, pessoas, digamos, comuns e alguns aleatórios. As salas quase nunca enchem (bônus, porquê ver filme em shopping ou nesses grandes complexos tem se tornado cada vez mais desagradável) e o ingresso é bem mais barato.

O filme em si é MUITO BOM! Claro, a história é pesada (sem trocadilhos com o peso das atrizes principais), triste, revoltante e mexe com quem tá assistindo. Ouvi muitos fungados de gente chorando enquanto assistia a projeção, mas c*ralho, como valeu a pena. Todos os atores estão ótimos, a trilha sonora... merecido o Oscar de melhor atriz coadjuvante. Gostei muito e recomendo!

Mas claro, pela história ser bem triste, eu e a minha tia saímos de lá de dentro meio passadas. A noite estava linda, nem muito quente e nem muito fria, então resolvemos tomar um choppinho prá relaxar. Fomos andando a pé pela Paulista até o Center 3. Enquanto a gente andava, minha tia comentou: "como será que os estrangeiros que vem prá cá olham a Avenida Paulista?" Claro que são com olhos diferentes dos nossos, moradores da cidade acostumados com a paisagem. Ainda tentei um exercício nessa caminhada de uns 15 minutos (estávamos sem pressa nenhuma) de ver com olhos de turista práquele amontoado de prédios, bancos e faróis mas é difícil. O MASP é interessante, mas não surpreende. O Parque Trianon, a feirinha, os hippies, a diversidade de pessoas numa mesma calçada já fazem parte do cotidiano de nós paulistanos. E mesmo assim, num grau de intensidade menor que os turistas, eu consigo apreciar tudo aquilo.

Chegamos no Center 3 e confesso que aqueles lados é o meu favorito de toda a Avenida Paulista. Prá quem não sabe, nesse shopping aos Domingos rola uma feira de roupas/sapatos/variedades chamada Como Assim?!?! Sou frequentadora assídua, conheço o que eles vendem lá de cor e salteado e acho que justamente por isso eu andava meio broxada de ir lá, porquê é sempre as mesmas coisas. Mas ontem eu resolvi prestar atenção naqueles stands que eu quase nunca olho e tive gratas surpresas. Eu e minha conta bancária, porque comprei duas blusas LINDAS, hahahahaha. Isso porquê eu tinha jurado que não iria comprar mais nada até ir pro Rio de Janeiro ver o show do Axl de novo; mas claro que não resisti.
Quis tomar alguma coisa do Starbucks, mas estava uma fila absurda e pensei: ou o chopp ou um Frapuccino com muito chantilly por cima. Dessa vez fiquei com o chopp, porquê o tempo tava super propício e depois do filme, eu precisava!

Lá no Center 3 tem um restaurante perto do Subway chamado Pateo da Luz que é uma delícia. A noite eles fazem um rodízio de pizza delicioso e durante o dia servem um almoço super gostoso também. O chopp tava uma delícia e os atendentes foram solícitos quando eu e a minha tia falamos que só queríamos tomar alguma coisa mas sem ter que pagar o couver artístico. Sim, a noite rola um banquinho e um violão e eu acho um saco. O cara ontem tocou coisa do Roberto Carlos e do Fábio Júnior (!!!), mas pelo menos o som não tava super alto e a gente pôde conversar sem ter que levantar o tom de voz uma com a outra.

Prá finalizar, passei na Augusta em busca do DVD do Nosferatu de 1922. Tenho um trabalho da faculdade prá fazer cuja proposta é escolher uma cena de algum filme mudo prá colocar voz em cima. Eu ia pegar O Gabinete do Doutor Caligari, mas como o Nosferatu eu já cheguei a assistir via Youtube, achei que seria mais fácil. Vamos ver...
Ahn sim. Uma coisa que eu gosto da Augusta (antes de chegar naquela parte dos botecos frequentados por modernetes, fashionistas MEUCU prá eles) são justamente essas barraquinhas de DVD's de filmes "cools". Minha mãe comprou uma vez o Freud - A Janela da Alma e eu comprei o Control (já falei sobre esse filme aqui). Tem vários filmes que são dificérrimos de achar até prá alugar, então vale a pena dar uma conferidinha.



Depois de um dia como esses eu vejo que por mais trânsito, poluição, violência, falta de estrutura e tudo mais que tem essa cidade eu me pergunto: tem como não amar isso aqui?

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