quarta-feira, 27 de junho de 2012

Diário de Viagem 9/05 - San Pedro de Atacama - Valle de la Luna

A primeira noite dormindo no Campo Base foi bem tranqüila. Sem barulho, sem incômodos, quarto quentinho, cama confortável... e o melhor foi acordar e ter um café-da-manhã delícia esperando por você. Uma das funcionárias do hostel, a Maria, um amor de pessoa e muito atenciosa já veio me chamando de 'Anita' e perguntando se eu gostaria de ovos pra comer. Fala sério, né???
Uma pena que esse foi o único dia que tomei café lá no hostel. Todos os outros passeios a gente precisava sair de madrugada e ninguém estava acordado.

Encontrei minha tia no hostel dela (que providencialmente ficava praticamente DO LADO do meu hostel) e demos mais umas bandas por San Pedro. Não tinha lá muito o que fazer, porque como já disse, a cidade é minúscula e o passeio para o Valle de la Luna só ia sair as 15:00.



 A recomendação da moça da agência de turismo foi para levarmos água, protetor solar e labial e roupa de frio para o passeio. Desnecessário explicar o porquê da água, mas a roupa de frio foi preciso porque como disse no post anterior, a temperatura em San Pedro cai bruscamente. Até umas 16:00, no máximo 16:30 faz calor, muito calor. De repente a temperatura cai e aí meu bem, se você não estiver agasalhado...

Beliscamos uma torta num barzinho qualquer antes de sair e fomos para a porta da agência. Entramos num ônibinhos com um guia chileno - que arranhava um pouco de inglês também - e mais sei lá quantas pessoas. Só mulheres. Várias européias e um grupinho de umas 3 brasileiras.
Saímos de San Pedro rumo a primeira parada onde tem a tal pedra do Coyote. O ônibus ficou parado lá por uns 20 minutos mais ou menos até todo mundo tirar as fotos e admirar a paisagem.

E olha: que paisagem!!! Mas essa era só a primeira de muitas coisas maravilhosas que eu ia ver naquele dia e naquela viagem. Em volta daquele deserto todo, um monte de vulcões nevados. A sensação é de estar claramente num filme, porque é um visual que você não vai ver em qualquer lugar. Acho que isso explica a quantidade de europeu que sai de tão longe pra vir conhecer. E nós, que moramos aqui na América do Sul, honestamente temos obrigação de conhecer. É tudo muito rico, muito lindo, muito diferente. Nunca pensei que veria nada parecido na minha vida.





Saindo da pedra do Coyote, entramos de volta no ônibus e fomos até o Valle da Morte. Não consegui entender o porque de ter um nome assim meio forte. Parece um lugar horrível, inóspito e perigoso, né? Mas não, não é! Pode até ser inóspito porque fica no meio do nada, mas é outro lugar maravilhoso. O ônibus nos deixa na parte mais alta do Valle e vamos descendo caminhando. Dá mais ou menos uns 40 minutos e eu aconselho quem for, que faça o trajeto usando bota ou coturno. Eu não sabia que a maioria era areia fofa, fui de All-star e me arrependi amargamente. Entrou MUITA areia no meu tênis, hahahaha.
Tem muitas dunas em volta do valle e o pessoal aproveita pra praticar sandboard. Inclusive, em San Pedro a maioria das agências alugam os equipamentos para tal esporte. Durante a descida também é possível ver algumas planícies de sal... enfim, é lindo!











Depois de muita caminhada ainda bem que era descida, porque né? chegamos até onde estava o ônibus que fez sua última parada já no final da tarde no famoso Valle de la Luna para que a gente pudesse ver o (maravilhoso) pôr-do-sol. E acho que de tudo o que eu vi durante essa viagem pro Atacama, isso foi o mais incrível.
Paramos ao pé de uma montanha e toca mais caminhada e areia no tênis. Lendo assim vocês devem pensar: credo, que canseira! Sim, mas é uma canseira que é altamente recompensada quando se chega lá em cima.

Eu não sei se vou conseguir descrever fidedignamente a sensação de ver um pôr-do-sol daqueles, mas juro que vou tentar: você chega lá em cima e bem na sua frente o sol começa a desaparecer por detrás das montanhas. Bem lentamente. O céu vai ficando meio avermelhado e escuro ao mesmo tempo e é uma puta duma ventania, mas não chega a ser frio. Quando você olha pra baixo - o vale é bem alto - realmente lembra o solo lunar, com várias crateras, algumas esbranquiçadas por conta do sal. Nisso, o sol já se pôs, e  o local que ele se escondeu fica já escurecido. Você dá mais uma andada e quando olha pro seu lado direito vê o céu totalmente avermelhado. O sol reflete de alguma maneira ali, não sei como, porque ele já sumiu!!! E as nuvens do céu ficam VERDES!!!
Eu não tomei nenhum tipo de droga, eu juro por tudo que é sagrado, as nuvens realmente estão VERDES! É algo surreal, eu fiquei tão encantada.







Terminado esse show da natureza (ok, isso foi meio brega), descemos o morrão com direito a um tombo meu, porque eu sou jeca, pegamos o ônibus de volta para San Pedro, tomamos um banho rápido e fomos eu e minha tia jantar em um dos trocentos restaurantes bacanas que tem na cidadezinha.
O mais legal é o preço: como San Pedro é muito pequeno, então eles não variam muito justamente pra concorrência não ser desleal. Nessa noite fomos em um restaurante e ele oferecia uma entrada (sopa ou salada), duas opções de prato principal, uma sobremesa e uma taça de vinho ou pisco sour. Pagamos R$28,00 em tudo!!!
Sabe quando que a gente comeria tão bem assim por 28 dilmas aqui em São Paulo?

Dia de dormir cedo, porque o dia seguinte estaríamos de pé as 5:30 da matina para as 6 já embarcarmos no 4x4 em direção ao Salar do Atacama e Lagunas altiplânicas.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Todo o amor do mundo

Hoje eu vou dar uma interrompida na série 'Diário de viagem' para fazer uma homenagem mais que merecida.

Uma homenagem pra alguém que chegou na minha casa em meados de Setembro de 2001 só com 40 dias de idade, dentro de uma caixa de leite porque nós ainda não estávamos totalmente preparados para recebê-la.
Alguém que demorou pra aprender a dormir sozinha sem ninguém por perto ou um rádio ligado.
Que quando foi dar seu primeiro passeio no Parque do Ibirapuera, conseguiu escapar das mãos da minha mãe e foi mergulhar no lago atrás dos patos que lá estavam. E que quando via uma pomba na rua, saía correndo feito louca tentando caçá-la.
Que fazia festa, abanava o toco do rabo e saía latindo e correndo pela casa quando alguém abria a porta da cozinha e falava: oi Bella.
Que quando fazia xixi fora do lugar, sabia muito bem que tinha feito coisa errada e tentava amolecer a bronca com aquele olhar de baixo para cima, como que tentando dizer: me desculpa!
Uma homenagem pra alguém que mesmo passeando mais ou menos 20 minutos por dia, num caminho com muitas ladeiras ainda tinha energia o suficiente pra brincar quando chegasse em casa.
Alguém que uivava quando a gente dizia o nome dela em voz de ópera, fazendo um biquinho engraçado com a boca.
Que soltava pêlos por toda a casa, colocava o focinho no lixo quando íamos jogar algum resto de comida, tentando pegar alguma coisa com a língua. E a gente falava: caramba, parece vira-lata! E que quando voltava do banho, chegava em casa toda feliz e contente, pois sabia que todo mundo ia acariciá-la, pois ela estava extremamente cheirosa.
Alguém que adorava ir no colo e deixava a gente segurá-la como se fosse um bebê recém-nascido, nos olhando com uma pureza tão grande mas tão grande, que eu tenho certeza que se ela pudesse falar ela diria: obrigada por esse carinho. Aliás... eu sei que você estava pensando isso na segunda-feira quando fiquei te fazendo carinho.
Que sempre virava de barriga pra cima, esperando que a gente passasse a mão ou pé enquanto ela ia pegando pouco a pouco no sono. E ai se parasse o carinho, ela acordava na hora resmungando e pulando no nosso colo.
Que mesmo não gostando de tomar banho com a gente, ficava quietinha no chuveiro enquanto íamos passando o shampoo e enxagüando com a água quentinha.
Alguém que ficava com a patinha em cima da nossa mão, como querendo dizer: por favor, não para de me fazer carinho, tá?
Que adorava ficar deitada na porta do meu quarto ou ainda do lado da minha cama. E que dormia comigo, com a cabeça apoiada na minha bunda, me esquentando melhor que qualquer cobertor que existe no mundo. E agora que chegou o inverno, quem vai me esquentar desse jeito?
Que roncava quando dormia.
Alguém que nunca viu maldade nas pessoas, se abrindo com qualquer um que fizesse um aceno ou falasse: nossa, que bonitinha.
Alguém que conseguiu destruir TODAS as caminhas que teve ao longo desses 11 anos, porque ela não conseguia deixá-la no lugar. Ela obrigatoriamente tinha que carregar a cama pra todos os cantos da casa.
Alguém que eu tinha certeza que mais cedo ou mais tarde ia começar a falar comigo, de tão humana que ela era.
Que já estava ficando meio surdinha, mas ainda sim era só falar 'Bella' e ela vinha correndo.
Alguém que ficava atrás de mim ou de qualquer pessoa que estivesse em casa, nos seguindo por onde a gente fosse. Quantas e quantas vezes tropeçamos em você, porque você parecia a nossa sombra?

Enfim, essa é uma homenagem a alguém que foi muito amada, muito cuidada, muito querida, muito simpática. Mas mais que isso. Foi alguém que nos ensinou a amar e que vai fazer a maior falta do mundo!

Bellinha, eu te amo!
E espero que você tenha percebido isso enquanto viveu conosco!






quarta-feira, 20 de junho de 2012

Diário de Viagem 8/05 - Santiago - Calama - San Pedro do Atacama

3ª Feira foi dia de acordar muito cedo para pegar o vôo das 8:00 com destino a Calama. Não vou ficar aqui falando do quanto dói se despedir de uma pessoa que em tão pouco tempo você passou a gostar e admirar, porque isso não faz parte do meu relato de viagem.

No avião a caminho de Calama, voltei a ter os medos iniciais da viagem: e se San pedro for uma cidade chata? Se eu não gostar do deserto? Se passar mal com a altitude, o frio, o calor, o tempo seco? Mas mais que isso, estava MORRENDO de medo do hostel ser uma bosta. Uma coisa é você se hospedar numa cidade como Santiago, que é metrópole e se você odiar o lugar onde escolheu para tomar banho e dormir, pode trocar quando bem entender. Mas eu estava indo pra uma cidade pequena, no meio do deserto. Bom, ia ser o que Deus quisesse.

O vôo até Calama foi tranqüilo, mas achei que rolou muita turbulência. Não MUITA turbulência, mas foi o suficiente pra me deixar um pouco apavorada. Mas eu não sou parâmetros, porque tenho verdadeiro pânico de voar. Então o que pode ser turbulência pra mim, pode não ser nada para as pessoas normais.
O aeroporto de Calama fica no meio do deserto!!! Surreal você descer do avião, olhar em volta e não ter nada além de... deserto!




Apanhei minha mochila e do aeroporto peguei um transfer até o terminal de onde saiam os ônibus para San Pedro. Uma dica: não existe vôo direto de São Paulo para Calama. Você necessariamente precisa parar em Santiago para depois voar até Calama. E até existe a possibilidade de você ir para Calama de ônibus, porém a viagem demora 20h, ao passo que de avião você leva só 1 horinha. E o transfer até o terminal de ônibus também sai baratinho.

Minhas impressões sobre Calama: é uma cidade HORRÍVEL! Sério, é uma cidade feia, com um povo feio, com ruas feias, casas feias, tudo feio! É tipo uma cidade-oásis, que fica há 45 minutos, 1 hora de distância de várias mineradoras. Então, as pessoas que moram em Calama são os mineradores e pessoas que trabalham nessas mineradoras. E enquanto eu esperava pelo meu ônibus para San Pedro, começou a me dar mais desespero ainda, parecia que eu estava em alguma cidadezinha do Novo México e o Danny Trejo ia aparece a qualquer momento, hahahaha.

Pois bem, chegou o ônibus e embarquei. Conforto ao máximo dentro dele, as poltronas eram de leito, o que foi perfeito pois eu estava morrendo de sono e fui dormindo de Calama até San Pedro. Em algum momento eu abri os olhos e vi somente deserto, deserto, deserto. Não tinha nada em volta e confesso que cheguei a ficar com um certo medo do motorista acabar se perdendo. Não entendo como eles SABEM pra onde estão indo.
Fui acordada com um celular tocando Michel Teló (SIM, ESSA MERDA NO MEIO DO DESERTO!!!) e tínhamos acabado de chegar em San Pedro. Desci do ônibus, coloquei a mochila nas costas, dei uma olhada ao redor e: opa!

Levei um choque! Afinal, eu tinha acabado de sair de Santiago e caí numa cidade minúscula, sem prédios, poucos carros, sem asfalto. Tudo meio amarronzado, seco... conforme ia andando para o meu hostel, fui pensando: ca-ra-lho, olha isso aqui! Tava morrendo de medo de não me acostumar, porque eu me conheço. Sou chata, fresca, mimada e adoro bater no peito e falar que amo uma cidade grande. Mas nada como vivenciar o que eu vivenciei nessa viagem, porque não precisou de muito para eu simplesmente me apaixonar por San Pedro do Atacama =)

O hostel que eu fiquei se chama Campo Base. Também reservei no Hostel Bookers e fui pelo feeling, já que nenhum outro chegou a me agradar quando fiz a reserva. Foi o único que achei mais limpo e menos simples e ainda sim paguei somente 59.000 pesos chilenos por 5 noites. Multiplica isso por 4, faça as contas de quanto gastei e vai ver que não saiu caro. Fui super bem recebida por um dos donos do hostel, um santiaguino que falava inglês sem sotaque e extremamente fluente. Cheguei no meu quarto para acomodar as coisas, e claro que não tinha ninguém lá, mas já sabia que estava dividindo-o com mais 3 americanos.
Tomei um banho (o banheiro do meu quarto tinha até banheira!), coloquei um short, pois fazia muito calor e sozinha fui dar uma voltinha pela cidade. Minha tia só ia chegar a noite.



San Pedro é encantadora. Não tem nada asfaltado, com pracinha e árvores, a igrejinha é uma graça. E o mais incrível é que quando você dá uma olhada um pouco mais além, vê um monte de montanhas e vulcões esbranquiçados de neve. Um contraste com as cores da cidadezinha, que é toda em tons amarronzados e avermelhados por conta da terra. Coisa linda mesmo!
Vi também que San Pedro é muito bem servida de restaurantes e barzinhos, mas estavam quase todos fechados. A noite é que eles abrem e o pessoal fica muito mais animado. Durante o dia estão quase todos fora fazendo algum passeio por ali perto.









No fim do dia voltei para o hostel e já vesti uma calça. Impressionante como em questão de HORAS a temperatura no deserto cai. Até as 16:30 mais ou menos é muito calor, mas não chega a incomodar como o calor daqui. A partir das 17:00, a temperatura vai caindo, caindo e chega a noite, você precisa se agasalhar. Fiz amizade com os americanos que estavam no mesmo quarto que eu e ficamos bebendo cerveja no hostel até minha tia chegar.

Aliás, a chegada dela merece um parágrafo especial, mesmo sabendo que o post de hoje está IMENSO. Minha tia sempre foi chegada a esportes radicais e umas viagens mais roots: montanhismo, escalada, Machu Picchu, desertos... todas essas coisas sempre fizeram parte dos roteiros de viagem dela. A mim nunca me agradou muito, mas sempre tive muita vontade de viajar com ela, simplesmente porque nos damos muito bem. O mais louco foi que ela resolveu que ia me acompanhar no Atacama DE ÚLTIMA HORA. Então, quando eu vi ela chegando lá no hostel, não teve jeito: a gente começou a gritar, se abraçar e pular de uma maneira tão efusiva, que se eu estivesse vendo de fora ia achar totalmente ridículo!

Enfim, fomos todos (eu, minha tia e os gringos) prum barzinho que ficava do lado do Campo Base. Ambiente muito legal a céu aberto com fogueira, pisco, coisinhas pra comer e música boa rolando. Até Lenine tocou e ainda fomos brindados com uma apresentação de malabares de fogo por um francês desses que passa a vida viajando. Lindo!




Minha tia e eu fechamos logo no primeiro dia todos os passeios numa agência cujo o nome eu me esqueci, mas no final do relato da viagem eu prometo que posto todas as informações aqui! A ordem dos passeios: Pôr-do-sol no Valle de la Luna no dia seguinte. Lagunas altiplânicas. Salar de Tara. Gêiseres de Tatio. Quem nos recomendou essa sequência foi a própria moça da agência, por causa da altitude. Como o passeio nos Gêiseres é o que tem a altitude mais alta, então o correto é você ir se aclimatando aos poucos. O valor dos passeios: 100 mil pesos, o que dá R$400,00. Caro sim, mas considerem que, tirando o Valle de la Luna, todos os passeios incluiam café da manhã. Honestamente, acho que foi o meu maior gasto em toda a viagem.

Bora dormir, porque amanhã começa o primeiro dia de verdade no Atacama.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Diário de Viagem 7/05 - Santiago

O último dia em Santiago. E eu estava triste não só porque eu simplesmente me apaixonei pela cidade, mas porque também me apaixonei por um... bom, deixa quieto, né? Mas enfim, mesmo meio borocoxô, não tinha tempo pra essas coisas não. Esse último dia o esquema foi acordar o mais cedo possível (dentro dos meus padrões de férias, né?) e ir almoçar no Mercado Central!!!
Antes de embarcar pro Chile, ouvi tantas pessoas que já tinham conhecido o país e a cidade me falando de comer no tal mercado, que eu estava curiosíssima pra saber o motivo de tanto frissom. Frissom esse totalmente necessário, porque olha... o negócio é BOM, viu?

O mercado de lá não é tão grande quanto o de São Paulo. E o forte deles é mais frutos do mar, peixes, mariscos e etc. Dei uma volta pelo mercado antes de decidir onde iríamos almoçar e saquei que não tinha muitas barracas de frutas. E tinha muito restaurante também. Por todos os cantos e vários chilenos te abordando, tentando te arrastar pra dentro do restaurante deles. Isso me incomodou um pouco, mas enfim... pelo menos não abordam você de maneira agressiva ou invasiva.





Almoçamos no restaurante do Tio Lucho (esse eu me lembro o nome) e eu que acabei escolhendo ir lá. Porque é um restaurante menorzinho, o senhor que nos abordou foi simpático e era longe da muvuca dos outros lugares pra comer. Abri o cardápio e me deu vontade de comer TUDO, hahahaha. Eu AMO mariscos, peixes, frutos do mar, então sofri pra escolher. No final, pedimos um prato de mariscos e outro de ceviche. E uma garrafa pequena de vinho branco.
Antes de falar do sabor da comida, quero falar uma coisa importante: o preço. Veja bem, pedimos dois pratos e mais um vinho. E não tô falando de prato de arroz, feijão e costelinha de porco. Estamos falando de frutos do mar, ceviche... enfim, essas coisas que costuma ser caras. Mais o vinho... sabe quanto deu a conta? Sem brincadeira? R$28,00. Sim, 28 dilmas, reais, dinheiros... e aí, São Paulo é uma cidade cara sim ou com certeza absoluta???

Enfim, voltando a comida... eu nunca, NUNCA comi nada parecido na minha vida! O sabor dos pratos, meu Deus. Cada garfada no ceviche, cada ostra devorada era um 'hmmmm' novo. Muito fresco, muito saboroso, muito delicioso, muito exótico, muito TUDO! Amei, recomendo pra todo mundo e nem preciso dizer que pretendo comer no mercado quando voltar pra Santiago, né? E pelo preço então... almoço completo!




Saímos do Mercado e fomos andar por aí aleatoriamente, meio sem rumo. Fomos para o centro, andamos pelo Paseo Huérfanos porque eu encasquetei que queria comprar uma bota estilo coturno. Aqui em São Paulo as botas são o olho da cara, mas lá em Santiago vi botas custando R$80,00. Eu tinha visto umas lojas vendendo o modelo que eu queria logo no primeiro dia, mas não comprei. E resolver que vai adquirir alguma coisa justo no seu último dia na cidade não dá muito certo, né? Pois bem, foi o que aconteceu. Entrei em duas lojas, provei dois modelos, não me apaixonei. Aí deu uma bodeada e acabei não comprando.
Aliás, outra dica, especialmente pras mulheres: em Santiago o que mais tem é loja de departamento. Elas são IMENSAS, tem até setor de brinquedos e de perfumes importados, estilo Duty Free. Os casacos são lindos e BARATOS!!! Eu só não fiz aloka das compras, porque de Santiago ainda iria pra San Pedro e eu estava com uma daquelas mochilas que cabem só as roupas que você leva, infelizmente.

Conheci também a versão chilena da Galeria do Rock. Honestamente? Não tem nada que já não tenha aqui na nossa Galeria. As camisetas são muito parecidas, os ~acessórios~ também. Também não comprei nada lá. As únicas coisas que arrematei nesse último dia foram duas boininhas de lã (baratíssimas, paguei 1.000 pesos chilenos em cada uma, o que dá R$4,00), dois ponchos e muitos cartões postais.

Como no dia seguinte eu e o chileno iríamos acordar MUITO cedo pra pegar o vôo para Calama (ele embarcou no vôo uma hora antes de mim), então nada de grandes planos para a noite. Fomos ao supermercado e compramos todos os ingredientes para fazer o famoso completo: uma versão chilena do hot dog com salsicha (claro), mostarda, maionese, catchup, tomate bem picadinho e abacate amassado! Falando assim parece ser horrível, mas é muito gostoso e barato. Tem em toda parte da cidade pra comer e é recomendável pra quem foi viajar com pouca grana e precisa economizar na comida =D

Jantamos tarde e resolvemos sair pra encontrar com a Marta, a chilena que fez o favor de nos apresentar, haha. Buscamo-a na sua casa e depois pra achar um barzinho aberto, penamos viu? Impressionante, mas 2ª a noite em Santiago tá praticamente tudo fechado!
Paramos num parquinho de uma praça no Barrio Brasil (queria muito ter conhecido esse bairro durante o dia) e no final conseguimos achar um bar lá na Bella Vista, bem pertinho do La Chascona. Bebi meu último pisco sour, nos despedimos da Marta e voltamos pra dormir pelo menos umas 3 horinhas.

(Barrio Brasil)



Próxima parada da viagem: Calama - San Pedro do Atacama \o/

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Diário de Viagem 6/05 - Santiago

Domingo dia 6/05 foi dia de conhecer um poquinho mais de Santiago.
Foi um dia lindo, que fez sol e frio. Um parênteses aqui pra dizer o quão phyno e elegante é andar de roupas de frio e óculos escuros, hahaha. Se for em uma viagem pra outro país então melhor ainda.

Almocei na casa da irmã do chileno que eu conheci. Achei o máximo a expressão de uma das sobrinhas dele quando ele falou que eu era do Brasil, hahaha. Tipo, encantada mesmo, 'uau, você vem de São Paulo, conta mais'. Esse almoço só serviu pra reforçar a primeira impressão que tive dos chilenos em geral: educados. MUITO educados!

Depois do almoço ele me levou para conhecer outro cerro, o Cerro Santa Lucía. Bem próximo do centro de onde eu estava hospedada, e sinceramente? Muito mais lindo que o San Cristobal.
Pra começar, que ele é menor e em todos os sentidos. Não é tão alto quanto o primeiro que eu fui, então você não precisa de ascensor. Vai subindo a pé mesmo. Calma, não é tão cansativo quanto parece. Na verdade é ótimo, porque você pode ir subindo e parando pra tirar fotos de diferentes ângulos da cidade. E outro detalhe que me agradou muito no Santa Lucía: tem bem menos turistas que o San Cristobal.

Só sei que quando chegamos lá em cima, a primeira coisa que me veio na cabeça foi: hola Santiago, estoy enamorada por ti! Coisa linda mesmo! Por algum milagre meteorológico ou sei lá o que, naquele dia deu pra ver melhor a cordilheira do que quando eu fui no San Cristobal. O visual da cidade de Santiago vista de cima é demais. A gente percebe que é cidade grande, com prédios, mas ao mesmo tempo tem muita árvore, muito verde. Diferente daqui de São Paulo quando a gente sobe, sei lá no Banespa. O visual também é incrível, mas falta um verdinho aqui nessa nossa cidade, né?

Fiquei mais ou menos uns 15 minutos em cima do Cerro tirando fotos e admirando a paisagem. Quando começamos a descer, parei numa barraquinha que estava vendendo coisas para comer e beber e lógico que mandei pra dentro mais um mote com huesillos <3 Muito amor por esse chá, não vejo a hora de voltar pra Santiago e bebê-lo de novo, hahahaha.
Outra coisa que achei linda no Santa Lucia, é que tem uma construção tipo um castelo. O chileno me explicou que lá vive tendo festas. Imagina que incrível, uma festa no Cerro Santa Lucía em Santiago? Ai ai...

Saímos de lá e o chileno me perguntou se eu tinha medo de altura. Disse que não e então ele falou que me levaria num lugar x e não quis me dizer o nome. E agora, relatando a viagem pra vocês, confesso que vou ficar devendo o nome do parque que ele me levou, hahahaha =(
Sei que pegamos o carro e ele foi por uma parte da cidade que eu não tinha ido ainda. Fomos num parque perto das montanhas muito lindo. Tinha espaço pra jogar paintball, mesa de pebolim e mais um monte de outras coisas. Não deve ser um lugar muito turístico, coisa que eu adorei. Vantagens de se conhecer a cidade com alguém de lá: ir para lugares que só eles conhecem.

Andamos numa espécie de montanha-russa, mas era de carrinho de rolemã, hahahaha. Muito legal. A velocidade quem controla é você mesmo, numa espécie de "câmbio" que tem no carrinho. Não tirei fotos, não podia. De lá, entendi o motivo da pergunta 'você tem medo de altura'. Ele queria porque queria ir num brinquedo chamado "Swing". É tipo um Sky Coaster do Playcenter. Gentilmente declinei do convite. Juro que a altura não é algo que me apavora, mas a idéia da queda livre... aff, me dá arrepios só de pensar!

Saímos desse parque já quase no final do dia. Jantamos em um restaurante japonês no Bairro da Providência, se eu não me engano. Nada de rodízio! Pedimos um prato que veio muito bem servido. Os sushis eram enoooormes e o preço, justo. Atendimento muito bom também. Mas de novo, não vou me lembrar o nome do lugar. Sou loira e tenho memória de peixe, sorry, hahahaha.

A noite, nada de baladas. Só mesmo uma garrafa de vinho no terraço do prédio do chileno e depois dormir, porque o dia seguinte seria o último dia em Santiago =((

(Vista do Cerro Santa Lucía)

 (Vista do Cerro Santa Lucía)



(O castelo onde tem as festas)



sexta-feira, 1 de junho de 2012

Diário de Viagem: 5/05 - Valparaíso e Viña del Mar

O sábado não foi um dia pra ficar em Santiago e sim de pegar o carro e rumar para Valparaíso e de lá para Viña del Mar. Sim, fui de carro graças ao chileno que conheci no dia anterior. Mas em Santiago tem ônibus que sai de algum terminal que vai pra Valparaíso.

Mais ou menos uma hora, uma hora e pouquinho na estrada - boa e pavimentada, por sinal - e pronto, chegamos em Valparaíso. No dia estava frio, ventando e nublado e foi o maior vacilo ever: saímos de Santiago era quase 14h. Ou seja: quando cheguei em Valparaíso, o outro museu do Pablo Neruda (o La Sebastiana) já estava fechado e só conheci Viña del Mar a noite =((

Mas enfim, nada de lamentações porque pretendo voltar para essas duas cidades muitas e muitas vezes. Deixa eu contar aqui minha primeira impressão sobre Valparaíso: quando vi as fotos na internet pensei: caralho, vou amar! Aí cheguei lá e bem... eu gostei. Mesmo! Mas achei que ia ser amor a primeira vista e não foi. Levei algum tempo até curtir de verdade a cidade.

É um morrão sem fim e o recomendado é você conhecer a cidade através dos ascensores. Tem vários, que param em diferentes pontos da cidade, que fica de frente pro porto. Como eu fui de carro, não peguei nenhum ascensor. Largamos o carro em uma rua qualquer e fomos andando aleatoriamente pelas ruas. Outro vacilo meu, deveria ter insistido no ascensor. Explico porquê: tem muitas ruinhas e pontos turísticos interessantes que só se chega de ascensor. Eu juro que não sabia disso. Mesmo!

Mas enfim, mesmo com esses tropeços (primeira viagem sozinha, né? É permitido errar) eu me simpatizei demais com Valparaíso. Totalmente diferente de Santiago, com as casinhas todas coloridas e murais com grafite por todos os cantos. Muitos restaurantes, cafés, lojinhas de roupas e souvenirs, hostels e gringos, muitos gringos! Achei uma cidade bem tranqüila. Gente tocando música nas ruas... demorei, mas gostei de Valpo.

Saindo de lá já quase no fim da tarde, fomos para Viña. De carro de Valparaíso até Viña dá, sei lá, uns 15 minutos. Não sei como faz para ir de ônibus, mas acredito que seja bem fácil também.
Não tenho muito o que falar sobre Viña del Mar, infelizmente. Cheguei lá e já estava de noite. Só escutei o barulho do mar (sei que a água de lá é muito, MUITO gelada, mesmo no verão) e tirei a clássica foto em frente ao relógio de flores. Queria ter visto a praia de dia, tirado foto no castelo lindo que fica bem de frente pra ela, mas vai ficar pra outra vez. =((

A viagem de volta para Santiago foi bem tranqüila. Paramos em um supermercado para comprar queijos e vinhos e foi isso que fiz na noite de Sábado na capital chilena. Não me perguntem o nome do vinho, não me lembro. Mas sei que era vinho branco e estava uma delícia =). Eu confesso que nunca fui fã de vinho (graças ao meu primeiro porre com vinho barato, acabei ficando com trauma enfim), mas afinal, eu estava no Chile e ainda não tinha bebido um gole sequer de vinho.

Algumas fotos desse dia pra vocês verem: