segunda-feira, 30 de julho de 2012

Diário de Viagem - Dicas, conselhos etc etc etc

Seria muita pretensão da minha parte querer dar dicas, conselhos ou qualquer coisa do gênero sobre meus poucos dias em Santiago e San Pedro do Atacama??
Enfim... apesar de ter ficado só 10 dias viajando, resolvi montar esse 'guia' sobre preços, nomes dos lugares que eu fui e etc. Claro que pra montar isso, eu guardei quase todos os papéis e comprovantes, então vamos lá:


ONDE ME HOSPEDEI:
Como eu disse logo no primeiro post sobre Santiago, eu fiquei no Andes Hostel. Fiz a reserva pelo Hostelbookers e recomendo. Não tive nenhum problema com reserva nem nada. Mas lembrando que quando você reserva pelo Hostelbookers, é pago uma taxa de 10% em cima do valor total da mesma. Essa taxa vem na fatura do seu cartão de crédito, mas é preciso pegar o valor desses 10% e fazer o cambio em libras, porque o site é de lá. Mesmo assim, essa taxa é ridiculamente barata, então acho que vale a pena. Foram 5 noites e paguei US$81,00 pagos logo quando você faz o check-in. Ahn: e se você vai embora antes, eles não devolvem a diferença, viu? Acredito que o pagamento só possa ser feito em dólar, mas é sempre bom enviar um e-mail antes pra não chegar desprevenido né? Alguns funcionários do Andes falam português e todos eles falam inglês. O hostel tem café-da-manhã e toalha inclusos, o que é ótimo, pois te poupa essa graninha.
O Andes é o hostel ideal pra quem tá indo viajar sozinho, porque todas as noites eles oferecem eventos no saguão. Noite do karaokê, noite do hot dog, noite de filmes, de churrasco... a não ser que você seja muito anti-social ou realmente não queira interagir com ninguém, dificilmente vai ficar sozinho(a).

Já em San Pedro, eu fiquei no Campo Base. Mesmo esquema, também reservei no Hostelbookers, com toalha e café-da-manhã inclusos. O pagamento é feito na hora do check-out, mas acho que se você quiser já deixar pago, não tem problema. O que foi legal foi que eu tinha reservado 5 noites, mas como eu resolvi ir embora uma noite antes, os caras me cobraram 4 e não 5 noites, diferente do Andes. 4 noites = 44.700 pesos chilenos, o que dá mais ou menos uns R$176,00.
Ao contrário do hostel de Santiago, o Campo Base não tem eventos sociais. Mas acho que isso não acontece só lá e sim em todos os hostels de San Pedro. Como os passeios duram o dia todo e a gente acorda muito cedo, então honestamente, ninguém lá tem muito pique pra fazer as coisas. No máximo um dos barzinhos da cidade e olhe lá. O pessoal em San Pedro costuma dormir meio cedo.

ONDE E O QUE COMER:
Comer em Santiago é MUITO barato. Bom, na real tudo lá é muito mais barato se for comparar com São Paulo, né? Obviamente que não vou lembrar de todos os restaurantes que comi e muito menos os preços de tudo, mas o que mais me chamou a atenção foi o preço que paguei em um prato de ceviche, um de marisco e uma garrafinha de vinho branco lá no Mercado Central. R$28,00!!!
Em San Pedro é um pouquinho mais caro, mas não tãããão mais caro. A maioria dos restaurantes de lá servem o menu: duas opções de entrada, duas opções de prato principal e duas opções de sobremesa. Mais uma taça de vinho ou de pisco sour, dá o equivalente a uns R$28,00 também.

Os chilenos comem muita coisa com choclo (milho), pollo (frango), palta (abacate). Se você for a um restaurante, pedir o menu e ler a palavra 'picoteios', não se assuste: picoteio lá é tipo entrada, coisinhas para beliscar. Ou como eles falam lá: para picar.
As empanadas de lá são IMENSAS. Quando estava lá no Cerro San Cristobal pedi duas empanadas e me arrependi. Uma só é o suficiente, a não ser que você coma muito, claro. Tanto as empanadas quanto os completos são opções gostosas, rápidas e baratas pra você matar a fome durante o dia. Tem em qualquer esquina de Santiago e de San Pedro.
Em Santiago, é tipo, OBRIGAÇÃO comer mariscos/frutos do mar lá no Mercado. Só cuidado quando eles tentarem te vender um prato que eu esqueci o nome (claro), mas que é tipo um caranguejo gigante. Custa uns 100.000 pesos e quase não tem 'carne' no bicho. E se eu fosse você, comeria na marisqueria do Tio Lucho. Fica mais escondidinho, no número 88.

Pra beber não tem segredo. O Chile, além dos deliciosos vinhos, tem várias cervejas riquíssimas. Sem contar o tal do mote con huesillos que eu tanto falei aqui, né? Mas me parece que o mote só é vendido na época do calor. De qualquer maneira, não custa perguntar.
Outra dica importante pra quem, assim como eu, ODEIA água com gás: aqui no Brasil a água com gás tem o rótulo vermelho e a sem gás, rótulo azul. Lá no Chile é ao contrário ¬¬'. Tive que errar umas 3x até aprender.


MEIO DE TRANSPORTE:
Eu andei só 2x de metrô lá e não lembro quanto foi a passagem. Mas se você tá afim, ande de táxi porque não sai caro MESMO.
Quando eu cheguei em Santiago, peguei um táxi do aeroporto até o centro e paguei US$35,00. Peguei o táxi oficial, os guichês ficam bem na frente quando você desembarca, não tem como não achar. Você se dirige até um guichê, fala o nome da rua pra onde você vai, a mocinha dá o preço, você paga e um funcionário identificado que te leva até o carro.
Se você quiser economizar, pode tomar um Transvip. É tipo uma van que cabe 6 pessoas dentro. O custo: 11.000 pesos chilenos (R$44,00).

Em Calama eu não me lembro quanto paguei no Transvip do aeroporto até o terminal de buses, mas deve ter sido bem mais barato que em Santiago. O ônibus até San Pedro custou 2.500 pesos chilenos. O ônibus da volta (San Pedro - Calama) custou 2.900 pesos.


PASSEIOS:
Aqui não vou falar muito sobre os lugares que eu fui (já fiz isso nos posts anteriores), mas sim vou passar os preços pra ter mais ou menos uma noção.
O nome da agência onde fechei meus passeios em San Pedro é a Maxim Tour, que fica na rua Caracoles 174C. A Caracoles por sinal é a rua principal de San Pedro.
Os passeios pras Lagunas, o Salar de Tara e os Gêiseres deu um total de 100.000 pesos. Todos os passeios incluem café-da-manhã (o Salar de Tara também inclui almoço), porém esse valor é separado das entradas. Pra entrar nos Gêiseres, eu paguei 5.000 pesos. Das lagunas 6.500, do Valle de la Luna 2.000 e do Salar de Tara 50.000 pesos. A agência dá um desconto de 10% se você fechar um pacote com eles.
Ahn outra coisa: o Valle de la Luna paguei separado, porque fechamos esse passeio primeiro e só depois que fechamos os outros. Mas o valor do passeio pra lá sai 8.000 pesos. Acredito eu que os preços dos passeios não mudem muito de uma agência pra outra. Dê uma pesquisada antes.
Dê uma pesquisada também sobre os outros passeios. Eu fiz o básico, mas lá no Deserto também tem as Lagunas Cejar, um tour astronômico (durante a noite pra um observatório ali perto), Ojos de Salar, escaladas em vulcões como o Licancabur, enfim... tem mais um monte de coisa legal pra fazer.

E outra coisa: pra quem quiser estender um pouco a viagem, em San Pedro é possível fechar um passeio para o Salar de Yunni. O Salar de Yunni fica na Bolívia e você pode fechar a viagem numa das várias agências que ficam em San Pedro. Logicamente que só as agências dos bolivianos que fazem esse passeio. Eu não fiz porque fiquei com medo de não gostar, de ser muito roots... foi minha primeira viagem esquema mochila nas costas, então achei melhor pegar meio leve hahahaha. Mas o Yunni deve ser INCRÍVEL! Vi fotos no Google e com certeza irei pra lá ano que vem. Pelo que me falaram, são 3 dias de viagem com algumas paradas e talz...
Já em Santiago e falando sobre o La Chascona: a entrada custou 3.500. Some aí mais 3.000 que gastei na lojinha de souvenirs. O funicular pra subir no Cerro San Cristobal custou 1.800. Eu optei por subir direto, sem descer no zoológico. Se você quiser parar no Zoo, sai um pouquinho mais caro.

Sabe a tal da montanha russa estilo carrinho de rolemã que o chileno me levou? Pois é, eu dei um google aqui e achei o nome: Vertigo Park. Dá uma olhadinha no site, mas achei bem bacana porque não é um passeio que se encontra nos guias clichês do Chile. Não pagamos nada pra entrar, mas a voltinha na montanha-russa saiu por 3.000 pesos cada.
Não sei mesmo quanto custa a passagem de ônibus de Santiago pra Valparaíso e/ou Viña, mas não deve ser caro... e a viagem vale a pena, como eu já relatei no post sobre o dia que fui pra lá.

Teve um passeio mega tradicional em Santiago que eu não fiz e me arrependo por isso. São os tais cafés con piernas. Dêem um Google e procurem mais sobre o assunto, porque eu realmente não sei do que se trata.

Uma coisa que eu achei bem legal em Santiago é que lá na Plaza de armas tem uns guias turísticos usando camisetas vermelhas escrito FREE TOUR. Se você fala inglês bem, é só colar com esse grupo e fazer um tour a pé e de graça pela cidade. Coisa que não se vê aqui em São Paulo, né? Eu não fiz esse tour, mas peguei alguns folhetos na recepção do hostel e guardei comigo. É só você dar uma perguntada que você descobre. O pessoal da recepção dos hostels também sempre tem dicas sobre bons restaurantes, lanchonetes, bares, passeios.
Lá em Santiago eles fazem o famoso 'pub crawl', igual que tem aqui em São Paulo. No Andes tinha bastante divulgação sobre isso e fiquei bem com vontade, mas acabou que não deu tempo. Enfim, tem muita coisa pra fazer, MESMO. Sem contar as vinícolas e as estações de esqui, né? Eu não fui nem em uma e nem em outra, mas fica aí também a dica. Bares, restaurantes, cafés com mesinhas na calçada... Santiago é tipo São Paulo, só que menor e muito mais bonita!



COMPRAS:
Não vou nunca cansar de repetir que fazer compras em Santiago é MUITO barato. Alô mulherada: se joguem sem culpa nas milhares de lojas de departamento espalhadas pela cidade. Compre casacos, bolsas, perfumes, maquiagens, esmaltes e tudo mais que gostarem e se deliciem com os preços. Eu ainda não acredito que consegui comprar dois lindos casacos por R$200,00.
Outra coisa que é bem barato por lá são os sapatos. Quando eu fui estava a maior moda de botas dos mais variados modelos e tinha também muitos daqueles coturninhos, só que com o cano mais baixo, nas vitrines. Vi botas por R$70,00, sem brincadeira. Também comprei aquelas coisas bem clichês tipo imãs de geladeira (comprei uns LINDOS em Valparaíso, recomendo), e claro, muitos postais!!!

Em San Pedro a dica é comprar artesanatinhos clássicos: meias de lã de lhama, ponches, aquelas touquinhas tipo do Chaves, luvas, bijous de cobre ou prata, bala de coca, porta retrato com madeira de cacto, lhaminhas de pelúcia, cartões postais... dá pra fazer a festa e trazer mimo pra todo mundo, se você for desses/dessas. Além da passarela com várias barraquinhas vendendo os presentinhos, na cidade também tem várias lojas bem bacanudas com roupas lindas. Vale muito a pena dar uma fuçada. O chileno me disse pra tomar cuidado com os vendedores, porque eles tentam passar a perna nos turistas, cobrando mais caro nas coisas. Mas sei lá, eu não me senti lesada em nenhum momento. As etiquetas com os preços estavam lá, não tinha como eles enganarem. Claro que nem tudo é tão barato assim, as bijous por exemplo são bem, bem caras. Mas tem coisas com preços pra todos os gostos e bolsos.

Bom... acho que basicamente é isso.
Me encantei pelo Chile, pelas pessoas (tanto me encantei que voltei namorando, néam?), pela comida, pela educação, pela beleza, pelas paisagens... e espero voltar muito, MUITO em breve!




segunda-feira, 23 de julho de 2012

Diário de Viagem 13/05 - Calama - Santiago - São Paulo

Voltar de uma viagem é sempre ruim. Voltar de uma viagem que foi perfeita, que te mostrou paisagens maravilhosas, que te apresentou a pessoas queridas e especiais é pior ainda. Por isso, quando o despertador tocou logo cedo, avisando que era hora de tomar um banho rápido, pegar as coisas e correr pro aeroporto, eu senti um gosto amargo na boca. E não era do mau hálito matutino não, hahaha. Já era a deprê pós viagem começando a bater.

Enfim... tomei um banho, liguei pra recepção e pedi que eles me chamassem um táxi para as 8 da manhã. Meu vôo era só as 10 e o aeroporto fica bem perto do hotel que eu estava. E sabia que seria essa uma looonga viagem, porque nosso vôo ia chegar em Santiago lá pelas 11:00 e só íamos embarcar para São Paulo as SEIS DA TARDE!!!
Cheguei no aeroporto e não tinha quase ninguém. Na real, o guichê da Lan ainda estava vazio, só uma meia dúzia de gringos esperando pra fazer o check-in. Minha tia chegou um pouco depois de mim e aí já estava tudo certo para despachar as malas e embarcar.




O vôo até Santiago foi rápido e tranquilo. Não teve tanta turbulência como na ida e rapidamente já estávamos descendo no aeroporto da capital chilena ainda sem saber o que fazer. Eu sou meio desesperada com essas coisas de perder vôo e tava com medo de perder o avião pra São Paulo e bla bla bla. Ainda bem que minha tia estava comigo, porque ela me convenceu a pegarmos um Transvip até o centro para darmos uma passeada básica e depois voltar a tempo pro aeroporto.
Coincidência ou não, na nossa van estava o brasileiro que fez o passeio conosco para as lagunas altiplânicas. Ele desceu antes de nós (por sinal, ele se hospedou no mesmo hostel que eu) e quando o motorista perguntou onde queríamos ficar, eu disse: pode deixar a gente no Paseo Huérfanos.

Saltamos da van. O dia estava beeem frio e nublado em Santiago, uma delícia. E as ruas vaziassas, a maioria das lojas fechadas. Andamos meio sem rumo. Paramos numa perfumaria e ficamos um bom tempo lá escolhendo maquiagens, esmaltes e outras coisinhas. Sentamos numa mesa de um café bem simpático na calçada e dividimos um crepe e cada uma tomou um chocolate quente.
Andamos mais um pouco. Uma muvuquinha na Plaza de Armas em comemoração ao dia das mães.

Passamos em frente a uma das diversas lojas de departamento de Santiago, resolvemos entrar e fizemos compras! Um monte de casacos, cada um mais lindo que o outro, ficamos hooooras e hooooras lá provando, provando, provando... eu acabei comprando dois. Um preto com capuz e um roxo, os dois com botões. Sabe o preço? O equivalente a R$200,00. Sabe quando que você compra UM casaco que seja por 200 dilmas aqui em São Paulo??? Então... por isso que eu aconselho. Se você vai pra Santiago, não compre casacos aqui pra levar pra lá. Leve um ou dois que você tenha e goste e compre tudo lá! Vale muito mais a pena.
No final das contas ter feito esse Hzinho em Santiago foi bom, porque fiz umas comprinhas básicas, coisa que não foi possível fazer 9 dias antes, por conta da logística da mochila e etc.

Pegamos um táxi na Plaza de Armas em direção ao aeroporto. Dividindo em duas pessoas saiu acho que 12 mil pesos pra cada uma, ou algo assim. Embarcamos direto (nossas malas já tinham sido despachadas pra São Paulo lá em Calama) e fomos, CLARO, para o Duty Free.
O Free Shop de Santiago é bem grandão, mas não difere muito do daqui de São Paulo. O daqui tem produtos M.A.C e o de lá não. Mas o de lá tinha os perfumes da Shakira e o daqui não tinha. Lá também não tem Victoria Secret... sei que gastamos uns bons minutos (e uma boa grana) lá no Duty Free.

Tudo certo, tia e sobrinha com zilhares de sacolas nas mãos, embarcamos para o nosso vôo rumo a São Paulo. As duas com o coração na mão, querendo ficar mais alguns (vários) dias, claro.
Mas foi isso... o vôo de volta foi bem tranquilo também. Apesar de estar muito ansiosa pra rever minha mãe, meu irmão e meu pai, sinto que meu coração ficou lá no Chile.

E por isso pretendo voltar em breve!

Hasta la vista mi Chilenito querido =)

terça-feira, 17 de julho de 2012

Diário de Viagem - Uma noite em Calama

Eu particularmente estava morrendo de medo quando embarquei no ônibus em San Pedro rumo a Calama. Quer dizer, não era exatamente medo, mas era um pouco de receio, sabe? Primeiro porque, como eu comentei aqui anteriormente, Calama é uma cidade HORRÍVEL. Me causou muito má impressão, e aí eu fiquei com medo de que ela fosse também perigosa. E segundo porque eu tava apavorada de repente o chileno não conseguir me buscar no terminal, ou eu acabar parando num outro lugar... sei lá! Sou desesperada e drama queen mesmo, fazer o que. Mas ainda bem que deu tudo certo.

Uma coisa curiosa que eu observei durante toda a viagem de ônibus pra Calama. Nas cadeiras do meu lado estavam sentado um cara e uma menina. A menina devia ser novinha, no máximo uns 20 anos. O cara já aparentava ser um pouco mais velho que ela, mas não muito mais velho. Deu a impressão de que eles estudam na mesma escola.
Enfim... o ônibus deu a partida e rumou para a estrada e quando vi, a menina estava abrindo uma latinha de cerveja... QUENTE, mas ok. O curioso não foi a temperatura da breja e sim o fato de que ela e ele tomavam cada um uma latinha e entre um gole e outro eles escondiam a cerveja. Tipo, um gole, e escondiam a lata num saco plástico. Outro gole, saco plástico... a sensação é que eles estavam fazendo alguma coisa muito, MUITO errada MESMO! Eu sei que lá em Santiago se você é pego na rua com uma lata de breja ou uma garrafa de qualquer outra bebida alcoólica na mão, a polícia te prende e ponto final! O irmão de um amigo do meu pai, chileno, já foi preso porque estava bebendo na porta de casa. Mas não imaginei que fosse assim, tão proibido.

Enfim, a viagem até Calama foi tranqüila. Tirando a minha ansiedade monstra em chegar logo. Ansiedade essa que me impediu de dormir, logicamente.
O ônibus chegou na rodoviária - que por sinal foi um terminal diferente de onde eu peguei o ônibus na ida - e pronto, lá estava o chileno me esperando já com um hotel escolhido pra gente passar a noite. Não me perguntem o nome do hotel, porque eu não sei. Sei que era bem bacana, com cama confortável e o pessoal da recepção extremamente simpático. Quando chegamos, a menina que estava lá disse com um sorriso no rosto:
- Conseguiu encontrar sua namorada?

Pois bem, largamos as coisas no quarto e saímos a pé para jantar. Minha opinião sobre Calama não mudou nadica de nada. Continuo achando uma cidade feia e vou morrer pensando assim. Até o chileno acha isso. Mas enfim, eu tava com ele então nada mais importava /guei
Nessa nossa andada até o restaurante eu pude observar que tava rolando a maior comoção nas ruas por conta do dia de las madres, que ia ser no dia seguinte. A gente estava numa espécie de passarela fechada para carros com camelôs por todos os lados vendendo todo tipo de presente pro dia das mães. Uma coisa mais brega que a outra, HAHAHAHAHAHA. Até caixa de bombom estilo Especialidades Nestlé com uma fita decorativa em cima eu vi vendendo. Sério, tão brega, tão kitschi e tão divertido.

Ele escolheu um restaurante bem gostoso pra gente comer. Disse que nunca tinha ido, mas que os colegas de trabalho dele recomendaram. Ok, vamos lá. Novamente: não faço a MENOR idéia do nome do lugar, mas o restaurante me pareceu bastante tradicional na cidade, tipo sei lá, o Chácara Souza. Muitas famílias jantando, mães ganhando rosas (de plástico ou não) de presente e uns clipes de músicas em espanhol passando numa televisão.
Sentamos e pedimos o cardápio. Como eu tava MORRENDO de preguiça de tentar entender o que era cada prato, falei pro chileno: escolhe você. E ele pediu umas carnes com salada e sei lá mais o que.

A comida era bem gostosa e o jantar estava indo tudo bem até que... alguém pegou um microfone e falando extremamente rápido, anunciou uma cantora que iria fazer um show para homenagear as mães. Ok, jantar com música ao vivo not good. Mas aí entrou a cantora. Uma moça bem com cara de chilena, gordinha (gordinha não vai, gorda mesmo), soltou um playback bem estilo daqueles tecladistas de churrascaria e começou a ~cantar~.
Sério, ela ficou bem do lado da minha mesa o tempo TODO e ela cantava pra fora, tipo meio berrando, sei lá hahahahaha. O chileno falava comigo e eu mal conseguia entender uma palavra... sério, tava MUITO brega e a gente não conseguia parar de dar risada disso tudo.

Isso só deu combustível pra terminarmos nosso jantar o mais rápido possível pra voltar correndo pro hotel e aproveitar algumas horinhas juntos antes do despertador tocar e ele voltar ao trabalho na mineradora e eu, ir pro aeroporto de Calama rumo a São Paulo. =((

(Não tem fotos dessa noite em Calama)

domingo, 15 de julho de 2012

Diário de Viagem 12/05 - San Pedro do Atacama - Gêiseres de Tatio - Calama

Esse último dia de viagem foi muito especial e por conta disso, o relato de hoje vai ficar meio gigante, mas vamos lá.

As 3:30 meu celular despertou e eu, com muito custo - porque tava frio pra c*ralho fora da cama - eu me troquei. Total preparação: uma meia fio 80, uma leggin preta flanelada por cima da meia, uma meia normal do tipo soquete, uma meia de lã de lhama e o coturno. Na parte de cima do corpo: uma segunda pele de manga comprida flaneladinha por dentro, uma camiseta de manga comprida, uma blusa flanelada por cima, o casaco de pluma de ganso. Duas luvas, cachecol e uma boina de lã.

As 4:00 chegou o ônibus que ia nos levar para os Gêiseres. Não, não foi um 4x4, foi ônibus mesmo, igual o que nos levou para o Valle de la Luna. Inclusive suspeito que o guia também era o mesmo. Todos acomodados, antes de tomar a estrada, o guia disse claramente: podem dormir, porque não terá nada para ver a caminho dos gêiseres. Não vamos fazer nenhuma parada, vamos direto para lá.

Assim sendo, aproveitei pra dar uma dormidinha. Não sei quanto tempo de viagem até os gêiseres, mas acredito que seja 1 hora e meia mais ou menos, quase duas. Porque quando chegamos lá, o sol estava começando a nascer.
Agora, por favor... eu preciso relatar sobre o que eu senti quando desci do ônibus: frio... MUITO FRIO!!! No termômetro do veículo estava marcando -8º e começou a bater um certo pânico. A hora que eu coloquei meus pézinhos pra fora... meu Deus!!! Nunca imaginei que ia passar tanto frio na minha vida. E nunca mais reclamo do frio daqui de São Paulo, porque olha...

Compramos nossos ingressos para adentrar ao parque onde tem os gêiseres, entramos no ônibus e ele andou durante uns 5 minutos. O suficiente para o guia nos instruir a NUNCA chegar perto de onde jorram a água, respeitar as demarcações feitas com as pedras em volta dos gêiseres. Andar devagar, porque estávamos a uma altitude de 6 mil metros e tanto. Disse também que em 40 minutos o café da manhã estaria pronto, tempo suficiente pra gente poder andar entre os gêiseres, tirar fotos etc etc etc.

Confesso que caminhei com uma certa dificuldade, tamanho o frio. Meu pé simplesmente congelou e doía tanto que era ruim de andar. Mas na boa, vale muito a pena. É só ver as fotos.







Os gêiseres soltam os jatos de água mais forte quando o sol já nasceu mesmo e o calor reflete nos buracos. Como o sol ainda estava nascendo, então eles não estavam totalmente em atividade, ainda. Lá nos gêiseres acho que foi o único lugar que eu senti frio úmido. Sem contar o cheiro de enxofre, né? A água que sai dos buracos sai a 84º. Com o frio que eu tava sentindo, minha vontade era de mergulhar lá dentro e nunca mais, sair, hahahahaha.
Tirei foto também do Vulcão de Tatio, que faz fronteira com o Peru, Chile e Bolívia.


Conforme o sol foi nascendo, os gêiseres foram soltando jatos de água cada vez mais fortes. Até a hora que ele nasceu e de vez e deixou a paisagem ainda mais bonita.





Depois do café-da-manhã entramos no ônibus novamente a caminho do maior gêisere que tinha lá no parque. E perto da piscina termal. O guia nos explicou que essa piscina estava liberada para os corajosos que estivessem afim de tirar as roupas, colocar um calção de banho/biquíni e dar uma nadadinha. A água, claro, quente. Mas ele alertou para ficarem no máximo 20 minutos, pois a água estava cheia de sais.
Logicamente que eu não fiz parte do seleto grupo que encarou a temperatura negativa e mergulhou na água. Se só de tomar uma friagem de leve em Itú no feriado eu já tô com gripe, imagina se fizesse isso lá nos gêiseres. Enfim, deve ser no mínimo uma experiência interessante. Se você for pra lá e curte essas coisas meio kamikazes, eu recomendo ;-)





Com o sol totalmente "nascido", a atividade dos gêiseres estava (desculpem o trocadilho não intencional) a todo vapor. E o frio, continuava bombando. Mesmo assim era hora de entrar no ônibus novamente e ir em direção ao povoado de Machuca no caminho de volta para San Pedro. As paisagens que iam passando pela janela do ônibus enquanto seguíamos em direção a Machuca, surreais também. Com direito a vicunhas, lhamas (algumas) e patos em lagos quase congelados.






Depois de mais ou menos 1 hora na estrada, chegamos ao povoado de Machuca. O guia nos recomendou experimentar a empanada de quejo de cabra do único restaurante de lá. Eu mal pude acreditar no que vi quando chegamos. Imagina um povoado com, sei lá, 5 casas de pedra. Então, esse é o povoado de Machuca. Uma igrejinha num morro - que estava fechada, por isso só tiramos fotos do lado de fora - uns, sei lá, 20 nativos, alguns ônibus de turismo e só.
Descrevendo assim acho que não dá pra se ter uma idéia, melhor mesmo é ver as fotos.






Cara, vocês conseguem imaginar alguém morando... aí??? Tipo, muito surreal. Fiquei ME imaginando numa dessas casinhas durante uma semana. Certeza que morreria de tédio ou de frio logo na primeira noite. Aliás, como esse povo consegue dormir nessas casas de pedra? É pedra, deve ser frio pra cacete aí dentro. Coragem!
Claro que eu e minha tia provamos a tal empanda de queijo de cabra que o guia recomendou. Aliás, não só o guia, mas umas 3 pessoas que conheci lá no hostel e já tinham feito esse passeio. E digo que a fama justifica, viu? O negócio é realmente BOM!

Já saindo de Machuca, o que encontramos??? Lhamas! Muitas, muitas, MUUUUUITAS LHAMAS!!!
Meu instinto Felícia aflorou dentro de mim e deu vontade de sair correndo por entre elas, gritando e abraçando-as. Pena que não me deixaram fazer isso =((
A cara de blasé que elas tem é demais, não me aguento hahahahaha.




Pois bem, de volta a San Pedro, num trajeto que durou mais 1 hora e meia. Passamos por vários cactos, mais e mais paisagens lindas. Enfim, estava encerrado o passeio pra um dos lugares mais incríveis que eu já vi. Olhando tudo aquilo enquanto ainda estava dentro do ônibus, eu só conseguia pensar: caralho, nunca imaginei que um dia ia vivenciar algo parecido.
Pra mim, a viagem já estava encerrada com chave de ouro, mas quando chegamos em San Pedro eu, minha tia e todos os outros que estavam chegando na cidade tiveramo uma grata surpresa.

Colocamos o pé pra fora do ônibus e escutamos uma música bem alta vindo, provavelmente da praça. Minha tia só me olhou e me arrastou pra lá.
Quando chegamos lá, TCHANAN... Um show da banda dos Carabineros de Chile!!! Meu, que GENIAL, sério. A banda tocando tudo direitinho, com um cantor em algumas músicas, todo mundo batendo palma, participando, cantando junto... achei tão legal, meu. Dá pra ver que os chilenos respeitam os Carabineros que por sua vez respeitam a população. Até 'Aquarela do Brasil' (ou seria Aquarela brasileira) eles tocaram. Só eu e minha tia nos manifestamos naquela hora, mas ok, hahahaha.

Mas o ponto alto MESMO foi aqui, nesse vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=3vt_R6omSEU&feature=plcp

Fala sério, hahahaha. As crianças no meio dançando, depois os carabineros de parzinho sacudindo os ombros. Foi demais, juro.

Fim da apresentação, hora de tomar um banho e começar a juntar as coisas, porque meu ônibus em direção a Calama ia partir as 19:10. E a minha ansiedade já tava no talo, pra poder rever o chileno de novo.
Eu e minha tia almoçamos uma besteirinha qualquer e fomos depois atrás de souvenirs básicos pra nós e para os parentes, claro.

Minha noite em Calama foi bem divertida também, e por isso merece uma atualização a parte, então por ora é isso.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Diário de Viagem 11/05 - San Pedro do Atacama e Salar de Tara

Eu já estava sofrendo antecipadamente por esse passeio. Explico porque: um dia antes, a noite eu conheci um grupo de pessoas que já tinha feito o passeio para lá e haviam me alertado que estava MUITO frio, com temperaturas abaixo de 0º. Porra! Eu sou brasileira, não sou programada geneticamente para temperaturas assim, hahahaha. Claro que eu sabia que era frio, mas enfim... nas lagunas altiplânicas fez frio... bastante por sinal, mas eu honestamente não sei quantos graus chegou a fazer.
Sendo assim, me preparei psicologicamente (e com roupas adequadas, é claro) para encarar pelo menos -7º.

O esquema foi o mesmo: acordamos as 5:30, nos vestimos com um milhão de roupas e as 6 da matina, lá estava o 4x4 nos buscando na porta do hostel. Dessa vez estávamos eu, minha tia, um casal de chilenos, um brasileiro e o guia, também chileno. O carro, o guia nos explicou, ia parando aos poucos ao longo do caminho para que pudéssemos ir nos aclimatando com a altitude.
A primeira parada aconteceu quando o sol já tinha nascido, num lugar aberto com um lago completamente congelado e os tais vulcões nevados em volta. Quando o carro parou e eu olhei o termômetro, lá estava: -7º. Respirei fundo e bora lá.

PUTA QUE LA MERDA!!! Nunca pensei que sentiria tanto frio assim na minha vida, sem brincadeira. Eu mal conseguia me mexer e só pensava: eu não vou aguentar ir pros gêiseres amanhã, não vou! Lendo isso, você deve pensar: não vale a pena esse frio todo, esse perrengue todo. Mas na boa, VALE! É só ver as fotos aí embaixo pra comprovar que vale, e vale pra caralho!







Essa primeira parada também serviu para que a gente pudesse tomar o café da manhã. Sim, de novo ao ar livre. Você vai com tanta vontade beber um café com leite quentinho, na tentativa de se esquentar, mas é impossível! É muito vento, muito! Fora que, não sei se por causa da altitude ou coisa do gênero, eu não senti a menor fome durante os passeios. Comi super pouco. Mas os desayunos que foram servidos durante todos esses dias de passeio foram bem gostosos. Com pão, frios, manteiga, geléia, chá de coca, café com leite, chocolate...

Pois bem, todos alimentados, entramos novamente no carro e seguimos pra um dos lugares mais incríveis que eu já vi. Um grande descampado imenso, coberto por rochas maiores ainda!
O guia me explicou que acredita-se que nesse lugar há muuuuuuuuuuuuuuitos anos (muitos mesmo, tipo milhares, quem sabe milhões de anos) deve ter sido mar, porque essas rochas lembram muito corais. E realmente, elas se parecem. São meio avermelhadas, com aquele aspecto poroso típico de coral. Muito louco você pensar em quanto a natureza muda radicalmente. Fora imaginar que você está num lugar que provavelmente um dia foi o fundo do mar e hoje é apenas... deserto!




Uma coisa engraçada que aconteceu. Em determinado momento que estávamos andando por entre essas rochas/corais, me deu subitamente uma vontade de ir ao banheiro. Primeiro pensamento foi: fudeu!
Toda sem graça, fui até o guia e perguntei se por algum milagre divino acaso tinha algum banheiro por ali. A resposta foi:

- Tem sim. Atrás de qualquer dessas rochas. Tá aqui o papel!

Fiquei meio duvidosa de fazer xixi no meio do deserto, não queria parecer vândala, hahaha. Mas indo atrás de um coral, vi que eu não fui a única. O mais divertido (não) é ficar de bunda de fora naquele puta frio. Achei que o xixi ia congelar, haohaohaha.

Enfim... entramos novamente no carro, andamos mais um pouco por entre as dunas (eu juro que não sei como que os caras conseguem se achar. Ali é literalmente o meio do NADA) e chegamos a outra parte com mais rochas e desfiladeiros. Parece coisa de filme, de verdade. É uma sensação de paz e angústia ao mesmo tempo. Não tem barulho, só o vento. Não tem nuvem no céu, só muito sol e muito frio. Não tem quase ninguém por ali. Enfim, não tem NADA! Experiência no mínimo surreal!





Uma das coisas mais legais, pelo menos pra mim, nesse passeio foi estar acerca de um vulcão, que do outro lado dele dali 5km já estava a Bolívia. Tão pertinho e tão longe ao mesmo tempo...
Falando em vulcões, o solo que a gente estava era lotado de rochas vulcânicas tão frágeis, que a gente pegava a pedra inteira, jogava com uma forcinha no chão e ela quebrava, mostrando o interior dela, lindo! As cores eram basicamente preto, um azul bem escurão, vermelho meio terracota... o guia disse que a gente podia levar essas rochas pra casa e pedir para polir e transformar em objeto de decoração, ou algo do gênero. Claro que eu trouxe a minha, né?





Seguimos rumo a nossa última parada antes de irmos embora. Um almoço, novamente a céu aberto, no meio do deserto. Definitivamente, esses guias do Atacama curtem uma refeição a céu aberto, no frio, hahahaha.
O passeio para o Salar de Tara é o único que tem almoço incluso. Todos os outros a gente volta pra San Pedro antes, então não precisa. Aliás, o passeio ao Salar de Tara é o passeio mais longo do roteiro.

Nosso 4x4 parou no lugar onde comeríamos e pudemos ver numas rochas ali perto, um monte de viscacha. É um animal bem típico daquela região, nos explicou o guia. As viscachas lembram muito coelhos, mas com um rabo muito grande. E é engraçado que elas meio que grudam nas pedras, sei lá... sei que são muito fofinhas e tirei trocentas mil fotos. Além das viscachas, também tirei foto de umas lhamas, algumas vicunhas e uns flamingos que estavam por ali... nada mal um visu desses durante o almoço, né?




O almoço foi bem básico, na verdade. Atum em lata, frios, pão, suco, chá de coca, tomate... eu particularmente mal sentia fome durante esses passeios pro Atacama. Eu não sei se tem a ver com a altitude, que meio que me deixava 'cheia' ou o que, mas eu comi super pouco durante os passeios. Em compensação em San Pedro...

Bom, terminado o almoço foi hora de colocar todas as coisas dentro do carro e pegar o caminho de volta pra cidade. Paramos mais algumas vezes pra tirar fotos, claro. Não me canso nunca de dizer (escrever) que as paisagens de lá são maravilhosas e indescritíveis.




Chegamos em San Pedro e fui direto tomar um banho. Acabamos nem almoçando... deixamos pra comer algo na hora do jantar.

Dia de dormir cedo, porque o último passeio era para os Gêiseres. Significa acordar as 3:30 da manhã pra estar pronta em meia hora, pois as 4:00 passa o ônibus da agência para nos buscar.
E me preparar psicologicamente para o frio. Mais frio que no Salar de Tara.

domingo, 1 de julho de 2012

Diário de Viagem 10/05 - San Pedro de Atacama e Lagunas Altiplânicas


O terceiro dia de passeio no Atacama foi um dia para acordar muito cedo, mais precisamente as 5:30. Porque as 6 da manhã o 4x4 da agência de turismo ia passar na porta do hostel para nos buscar e irmos em direção primeiro ao Salar do Atacama e depois para as Lagunas altiplânicas.
A preparação para o frio foi: uma leggin flanelada por dentro, uma meia, meu coturno, uma camiseta de manga comprida, uma de lã por baixo, um casaco de pluna de ganso e os orejos que eu comprei em Santiago para esquentar as orelhas.

O nosso guia para as lagunas era chileno, completamente maluco e engraçado. Eu e minha tia conhecemos duas chilenas também engraçadíssimas.
Nossa primeira parada, como disse lá em cima, foi o Salar do Atacama. Minha tia que já conhecia o lugar, tinha me falado meio mal de lá e honestamente... eu achei legal, mas não foi tudo isso não. Achei que ia ver um milhão de flamingos, mas eles estavam em tão pouco número =((. O guia explicou que isso provavelmente foi devido a chuva que caiu no começo do ano, que caiu em maior quantidade do que o esperado e deu uma 'bagunçada' no ecossistema. Além disso, o salar tinha um cheiro de enxofre um pouquiiiinho desagradável, hahahaha. Mas ver flamingos é sempre válido e eu logicamente tirei um milhão de fotos.







Aproveitamos essa primeira parada para tomarmos café-da-manhã (lembrando que a refeição já estava inclusa no preço do passeio). E aí eu senti a dificuldade de comer ao ar livre, com um vento medonho e um frio de cortar a pele, hahahahaha. Imagina você tentando preparar um sanduíche sem tirar as luvas??? Chato, mas não totalmente impossível... o que eu achei bem bacana também foi que em todos os cafés-da-manhã que tomei lá no deserto, sempre tinha chá de coca, bom para quem tem problemas com a altitude.

Entramos de volta no carro e continuamos nossa viagem até pararmos num povoado muito simpático o qual eu não consigo de jeito NENHUM me lembrar do nome. Um povoado bem pequeno, com algumas casinhas e uma igreja, CLARO! Acho que todas as cidades pequenas tem uma igreja pra chamar de sua, né? Eu fiquei imaginando como seria morar num daqueles povoados, no meio do nada, com alguns poucos bares e um frio de congelar lágrimas... fiquei ME imaginando morando num lugar daqueles.






Depois de uma pequena caminhada por essas bandas, entramos novamente no 4x4 e rumamos para as lagunas. Aliás, uma observação minha: a viagem foi incrível e eu amei tudo. Mas as vezes me irritava um pouco esse entra-e-sai do carro. As vezes a gente saía, ficava só tipo 10 minutos, tirava umas fotos, entrava no carro de novo pra dali 20 minutos sair outra vez e... enfim, mesmo assim eu tava de férias e tinha que curtir né?
Antes de chegarmos as lagunas, paramos num lugar onde tinha uns desfiladeiros incríveis. Isso sem contar aqueles vulcões maravilhosos e nevados em volta. É sério, eu não vou cansar de repetir isso... nunca vi nada parecido na minha vida. E quando a gente finalmente chegou nas tais lagunas então...




Em volta só montanhas meio amarronzadas - exceto pelos cumes esbranquiçados da neve - um aspecto de deserto mesmo, meio seco, árido. E as lagunas de um azul/verde IMPRESSIONANTES! Nunca vi água tão cristalina em toda a minha vida. É claro que a gente não pode chegar perto das lagoas, tem até uma delimitação com pedras em volta, mas imagino que elas sejam MUITO geladas.
E são várias lagunas, de água calminha, só com pequenas ondas por causa do vento. Parecia um quadro de pintura... as fotos falam por si só, né?















Caminhamos por um bom tempo em volta das lagunas e nessa caminhada comecei a conversar com uma das chilenas simpáticas que estavam no passeio. Contei sobre minha aventura amorosa em Santiago, sobre os chilenos e os brasileiros em geral... ela curiosa, quis saber o que os brasileiros pensam a respeito dos chilenos. Não soube muito o que responder, apenas disse:

- Quando falam sobre o Chile para nós, os brasileiros já associam os vinhos, a Cordilheira, Pinochet... essas coisas mais básicas.

Tava mentindo? Eu pelo menos faço essa associação. Ou pelo menos fazia, né?
Eu também quis saber o que os chilenos pensavam a respeito de nós, brasileiros. Ela disse que nos achavam um povo muito educado (coitada), amável e simpático. Mas que ela não conhecia nosso país ainda e que gostaria de um dia viajar para o Brasil.

Enfim... uma das coisas mais legais nessa viagem, além das paisagens maravilhosas, foi conhecer gente como ela pra trocar experiências e aprender várias coisas novas.
Saímos das lagunas em direção a San Pedro. Mas não sem antes pararmos em um outro povoado onde tinha um restaurante totalmente roots, mas que de acordo com o guia, oferecia uns pratos maravilhosos! Mais uma vez me senti num filme do Robert Rodriguez ou do Quentin Tarantino, hahahaha. Só um povo meio com cara de índio no lugar, o chão de terra batida, o banheiro precário. Mas caralho, que comida deliciosa... MESMO!
Pedi uma cazuela, prato típico chileno que é o equivalente a nossa canja de galinha. Mas no prato chileno, o frango vem inteiro e com uma espiga de milho. Muito, MUITO gostoso!
Não tirei foto do prato, mas busquei uma imagem no Google pra vocês terem uma idéia:



De volta a San Pedro, sem nada pra fazer. Somente um banho durante a tarde, gastar alguns pesos na lan house e se comunicar com os seus amigos via Facebook, interagir com os gringos no hostel. Mais tarde eu e minha tia fomos jantar num dos restaurantes bacanas da cidade, naquele mesmo esquema: entrada + prato principal + sobremesa + vinho ou pisco = R$28,00.
Uma observação importante: se você for para o Atacama, fique esperto(a) se não vai ter nenhuma festa clandestina. Não tem balada lá em San Pedro, mas de vez em quando rolam as famosas festas clandestinas, no meio do deserto. Infelizmente eu não peguei nenhuma quando fui, mas minha tia me contou que geralmente acontece de um grupo de pessoas se juntar em algum barzinho ou na praça da cidade e saem todos juntos para o deserto e ficam lá, fazendo festa. E são clandestinas, porque - dãããã - são proibidas.

Agora, o porquê de serem proibidas... não me pergunte!