quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Surtos Adolescentes


Na 6ª feira da semana passada meu pai comemorou o aniversário dele numa sinuca com os amigos mais chegados. Eu saí do trabalho e fui direto pra lá me encontrar com eles e assim que cheguei, notei num canto, descalça e mexendo furtivamente num iPad uma garota. Ela nem olhava para os lados; passei praticamente na frente dela e os olhinhos continuavam vidrados na tela do eletrônico.

Logo me lembrei que ela é filha do irmão da namorada do meu pai. O pai dela, simpático como sempre foi, veio me cumprimentar perguntando “se eu tinha dado oi pra Carolzinha.” Como eu não quis ser grosseira, respondi sorrindo:
- ela me pareceu tão concentrada mexendo no iPad que achei melhor não atrapalhá-la. Ele revirou os olhos e resmungou algo como: essa geração não é fácil e pronto, o assunto morreu aí. Fiquei com raiva da menina por tamanha falta de educação e morrendo de dó do pai, que é uma pessoa muito gente boa e não merece ter uma filha assim.

Mas depois de observar o comportamento da garota (cara azeda e praticamente implorando pra irem embora) eu me vi nela. Eu era uma adolescente exatamente assim! E juro que senti vergonha dos meus tempos de rebelde sem causa.

Eu era do tipo que tinha que fazer cara de infeliz o tempo todo, porque afinal eu era super gótica e andava com roupas pretas e só ouvia rock. Ia passar o fim-de-semana em Peruíbe na casa dos meus avós e era a única da família que não fazia questão de levar ao menos um biquíni. E se fosse para a praia, sentava debaixo do guarda-sol de cara amarrada e pé pra cima, pra não sujar na areia.

Aliás falando em relação a casa dos meus avós, já tive altas discussões com a minha mãe quando tinha que passar o fim-de-semana lá. Odiava tudo, odiava o fato de ter que sair de São Paulo pra ir pro meio do nada (de acordo com minhas palavras na época) passar o dia das mães ou comemorar o aniversário da minha avó, minha paciência com a caduquice do meu avô era de -1 numa escala de 0 a 10, odiava minha vó me tratando feito criança. E essa minha má vontade piorou quando eu comecei a namorar um cara que raramente ia comigo pra Peruíbe. Aí chegava no Domingo e eu fazia o maior escarcéu pra poder voltar cedo pra casa e ver o namorado.
Me arrependo muito de ter agido assim, porque hoje aos 24 anos e sem meus avós maternos, eu morro de saudade de tudo isso e daria um rim meu para ter só UM DIA a mais com eles.

Isso sem contar na confusão mental que é ser adolescente, né? Você não pode nem SONHAR em ir pra uma matinê com os seus amigos porque ainda não é adulto. Mas se chora porque levou bronca ou ficou de castigo vai ouvir que tá muito crescidinho pra essas coisas. Argh, que inferno!
E se apaixonar então? Nossa, me lembro quando eu tive o primeiro namoradinho, isso foi com 15 anos, e quando a gente terminou eu sofri igual o cão. Chorava todo santo dia e acreditava PIAMENTE que ele seria o homem da minha vida. Inexperiências, inexperiências...

E a falta de dinheiro por não ter idade pra trabalhar? Hoje em dia se eu tô andando na rua e vejo um sapato ou uma blusa que me agradem eu entro na loja, provo e compro. Pronto, não passo vontade. Mas adolescente sofre com isso. Fica dependendo da boa vontade dos pais para comprar um cd ou uma regatinha da Hering que seja.

Aí depois de pensar sobre tudo isso, reviver mentalmente minha adolescência, eu parei de julgar a menina do começo desse post. Pois uma hora ela vai crescer, amadurecer, ser mais educada e simpática, olhar pra trás e pensar como eu penso agora: como eu era boba!

domingo, 20 de novembro de 2011

Um ano atrás


Meu pai estava completando 50 anos e estávamos muito ansiosos - eu e ele - pois no dia seguinte iríamos assitir a uma lenda viva do rock: Sir Paul Mccartney. Pra um cara que é fã dos Beatles desde sempre e pra mim, que crehttp://www.blogger.com/img/blank.gifsceu ouvindo esses caras, foi no mínimo uma honra.

Eu pensei em vir aqui e fazer um puta texto em relação a isso, mas preferi dar o básico Ctrl C + Ctrl V na resenha que eu enviei para o Whiplash.com na época. Acredito que ela resume bem o que todo mundo que lá estava sentiu.
Então coloque seu Let it Be pra tocar e aproveite!

~*~

Os ingressos para o primeiro show do Sir PAUL MCCARTNEY em São Paulo no dia 21/11/2010 deveria vir com um aviso mais ou menos assim: Atenção: se você é cardíaco, consulte seu médico antes de assistir à essa apresentação. Se você estava lá, possivelmente concorda comigo. Caso contrário, continue lendo essa resenha para entender o que eu quis dizer.

A ansiedade em relação à esse show já começou cedo, logo quando foi confirmada a apresentação do ex-BEATLE por aqui. A confusão em conseguir comprar ingressos, àqueles que foram na porta do estádio do Morumbi tentar entrar de última hora... só isso já era o suficiente para deixar qualquer um com os nervos à flor da pele. Mas algo muito maior estava reservado para nós, os expectadores.

Com o Morumbi lotado, pontualmente às 21:30 – e devemos agradecer aos britânicos por essa maravilhosa cultura de não atrasar os shows, especialmente quando esse cai em pleno Domingo – entra no palco a (super competente) banda que acompanha o astro principal da noite. E eis que surge ele, diante de aproximadamente 65 mil privilegiados, PAUL MCCARTNEY, com um sorriso no rosto que foi capaz de arrancar gritos e choro... muito choro! A introdução não poderia ser melhor, com "Venus and Mars / Rock Show", seguida de Jet. Pensar que o Paul tem quase 70 anos nas costas e mesmo assim canta todas as músicas no seu tom original, nos faz pensar que das duas uma: ou o cara se cuida pra caramba, ou ele fez pacto com alguma entidade do além. A energia que ele transmite, a animação, a presença de palco é algo fora de série.

A primeira música dos BEATLES foi "All my loving", logo a terceira do set, que foi para deixar todo mundo sem palavras, e aqueles com problemas cardíacos começarem a ficar sem ar. Mas foi quando PAUL sentou ao piano pela primeira vez na noite para tocar "The long and widing road" que o estádio entrou numa espécie de coma. Todo mundo abobalhado, desacreditando no que estava acontecendo.

PAUL se comunicou o tempo todo com o público entre uma música e outra e mandou muito bem no português, dizendo claramente e inúmeras vezes o quanto estava feliz em estar tocando para nós mais uma vez. A versatilidade musical que ele tem é algo impressionante. Tocar piano, guitarra, baixo, ukelelê como se fosse a coisa mais fácil do mundo, decididamente é para poucos.

Homenageando Linda, sua esposa falecida, MCCARTNEY cantou "My Love", uma linda balada de sua carreira solo que foi dedicada também a todos os casais de namorados que lá estavam. Um momento para os cardíacos começarem a sentir o braço esquerdo formigando de tanta emoção. Mas não parou por aí: "I’ve Just seen a Face", "And I Love her", "Blackbird" e "Here today" (música escrita para homenagear JOHN LENNON) exatamente nessa seqüência. É ou não para ter no mínimo uma arritmia cardíaca?

E não foi só PAUL que deu um show. Seu baterista também mostrou muita presença de palco em "Dance Tonight". Durante toda a música as câmeras estavam voltadas para ele, que fez dancinhas engraçadas e arrancou gargalhadas de todo mundo.

A terceira homenagem da noite foi em "Something". Nesse momento, o telão de fundo do palco mostrou várias imagens de GEORGE HARRISON, fazendo com que mais lágrimas brotassem dos olhos do público. Aliás, público esse no mínimo variado. Desde (pré) adolescentes com seus pais, até os tiozões que devem ter crescido ouvindo os discos de vinil do FAB four. E as promessas de chuva durante o show não se cumpriram. Ainda bem, porquê a noite estava linda, a lua estava cheia... enfim, o cenário ideal para um espetáculo dessa magnitude.

Até mesmo uma música meio mala como "Ob-la-di, Ob-la-da" ficou divertida. Antes de executá-la, PAUL MCCARTNEY disse: nós íamos pedir para que cantassem essa música comigo, mas mesmo sem pedir vocês vão cantá-la do mesmo jeito. E foi assim mesmo que aconteceu. E daí pra frente, foi só BEATLES, o que tornou o show ainda mais emocionante (se é que isso ainda era capaz). Foi catártico ouvi-lo cantar "A Day in The life" e emendando com "Give Peace a chance". Nessa hora, os fãs ergueram balões brancos, o que deve ter deixado LENNON muito feliz ao ver essa cena, de onde quer que ele esteja.

Quando todo mundo achava que não podia ficar mais extasiado, MCCARTNEY sentou ao piano e emendou "Let it Be", "Live and let die" (com direitos a fogos de artifício e labaredas de fogo saindo do chão do palco) e "Hey Jude". Os cardíacos provavelmente já estavam à beira de um ataque ao ver e ouvir todos esses clássicos ao vivo, com o público cantando em uníssono e PAUL esbanjando simpatia e notas agudas, como se ele ainda tivesse vinte e poucos anos.

Todos saíram do palco, aumentando a ansiedade e deixando todos com aquela sensação de “essa noite não pode acabar”. Depois de um breve intervalo, ele voltou segurando uma imensa bandeira do Brasil e tocou "Day Tripper", "Lady Madonna" e "Get Back". Deixaram o palco mais uma vez e quando voltaram, podia ver estampado no rosto do público uma expressão que misturava muita alegria, êxtase e um pouco de melancolia, pois a noite inesquecível estava mesmo acabando.

Quem estava lá e ouviu "Yesterday" pode-se considerar uma pessoa abençoada pelo deus da música, do rock n’ roll ou qualquer coisa que o valha. Foi um verdadeiro presente; mas PAUL ainda tinha fôlego para cantar "Helter Skelter", no tom original, sem desafinar uma só nota! Os acordes de "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" deram a tona do encerramento do show. A banda ainda citou "The End", para que aqueles que ainda não tinham tido um enfarte, pudessem fazê-lo.

Com muitos agradecimentos, palhetas jogadas para quem estava no gargalo da pista Premium, papel verde picado e até um tombo de PAUL... assim encerrou-se uma experiência surreal, mágica, uma dádiva. E como diz uma faixa que alguém levou para o show: the dream is over. Now is real. Thank you Paul!

SET LIST:

Venus and Mars / Rock Show
Jet
All My Loving
Letting Go
Drive My Car
Highway
Let Me Roll It / Foxy Lady (Jimi Hendrix cover)
The Long and Winding Road
Nineteen Hundred and Eighty-Five
Let 'Em In
My Love
I've Just Seen A Face
And I Love Her
Blackbird
Here Today
Dance Tonight
Mrs Vandebilt
Eleanor Rigby
Something
Sing the Changes
Band on the Run
Ob-La-Di, Ob-La-Da
Back in the U.S.S.R
I've Got a Feeling
Paperback Writer
A Day in the Life/Give Peace a Chance
Let It Be
Live and Let Die
Hey Jude
Primeiro bishttp://www.blogger.com/img/blank.gif
Day Tripper
Lady Madonna
Get Back
Segundo bis
Yesterday
Helter Skelter
Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
The End

~*~

A resenha no link original pode ser lida aqui.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Uma reunião de família




Um dia eu me sentarei no chão da sala do meu apartamento localizado na Avenida Paulista com um ou dois filhos já adolescentes e contarei para eles sobre o dia 14/11/2011. De fundo musical vai tocar Faith no More, Down, Loaded e Alice in Chains. Bandas que eles já terão escutado por influência minha e que eu pude ver ao vivo no dia já citado.

Vou contar para eles sobre a viagem até a cidade onde foi realizado o evento (SWU, que provavelmente até lá já não mais existirá), sobre a chuva que caia farta na cidade e sobre eu e meus amigos ficarmos parados na porta do estacionamento esperando chegarem novas capas de chuva, mais resistentes e que nos deixariam menos molhados.

Contarei sobre a emoção de atravessar os portões do tal evento, o coração acelerado em saber que teria um longo dia pela frente de shows, emoções, músicas, lágrimas. Sobre a corrida até um dos palcos para ver o ex-baixista do Guns n’ Roses e sobre como eu me senti quando o vi em cima do palco cantando músicas como It’s so easy, So fine e Dust n’ Bones. Contarei como me senti quando ele desceu do palco e começou a tocar bem pertinho da gente que estava na passarela. E se eles duvidarem dessa história, terei uma foto para provar.

Depois narrarei sobre como sobrevivi às rodas de bate-cabeça durante o show do Down, a banda do vocalista daquela banda que canta Cowboys from hell e 5 minutes alone. Sobre como foi surreal vê-lo ali cantando só o refrãozinho de Walk. Tenho certeza que nessa hora, meus filhos arregalarão os olhos e falarão: nossa, que foda mãe! E aí?

Aí eu vou continuar contando sobre aquele dia. Da chuva que diminuiu de intensidade e ainda sim não parou de cair. Mostrarei fotos minhas usando uma capa de chuva amarela, do lado dos meus amigos – que eu fui encontrando um a um por lá, todo mundo com aquela cara boba de felicidade, meio que desacreditando que aquele dia estava realmente acontecendo. Contarei também sobre a aventura de usar um banheiro químico a noite, sem iluminação alguma e sem papel higiênico. Provavelmente eles vão falar: credo mãe, que nojo. Mas eu responderei: que nada. Isso tudo faz parte do roteiro de ir a um evento. Sem isso, não teria graça. Assim como não seria um festival completo sem a lama e o coturno que antes era preto e naquele dia ficou marrom.

Vou contar do cansaço nas pernas, a vontade de sentar em algum lugar para dar uma esticada. Mas falarei sobre isso com um sorriso no rosto, porque valeu a pena! Valeu a pena porque vi o Alice in Chains. E que depois do Alice in Chains, eu vi o Faith no More. Esmagada na grade, tomando chuva, pulando e cantando as letras a plenos pulmões. Compartilhando esse momento com alguns dos meus melhores amigos, que também sentiram o que eu senti. Vou contar sobre o momento que aquele vocalista louco foi lá pro meio, se jogou na galera enquanto cantava e que isso foi DO MEU LADO! E vou contar também sobre eu ter tocado o Mike Patton enquanto ele cantava. E aí, meus filhos provavelmente vão até perder o fôlego e vão falar: CA-RA-LHO MÃE! VOCÊ JÁ PEGOU NO MIKE PATTON!

Infelizmente não terei uma foto com ele para mostrar, mas tudo bem. Vi o show e foi isso que me importou. E aí, quando eles acharem que já acabou, vou finalizar a história contando sobre a dificuldade que foi tirar o carro do estacionamento, sobre os quase-atolamentos que sofremos. Contarei que dormi na viagem de volta, morrendo de sono e dor nas pernas. Que cheguei na cidade de madrugada e tive que pegar metrô de volta para casa. Sobre o longo banho que tive que tomar, afinal choveu o dia inteiro. E que só fui deitar na cama as 7 da manhã, depois de já estar 24h acordada.

Provavelmente a minha filha, puxando a mim, vai fazer cara feia e falar: credo, que preguiça passar por isso. Nunca que eu vou fazer algo do gênero. E eu, feliz da vida e cheia de boas memórias responderei: foi um dos dias mais divertidos da minha vida.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Sobre a confusão na USP


E no meio desse bafafá todo em relação a USP é claro que eu, Ana Clara, tinha que vir aqui dar os meus pitacos não solicitados, né?

Tudo começou porque alguns alunos foram presos dentro do campus pela polícia pois estavam fumando maconha. Outros alunos que não o estavam fazendo se rebelaram, fizeram o maior alvoroço, subiram em cima de viatura, pediram a retirada da PM do campus da Cidade Universitária e enfim. Resultado disso: alunos acusando a PM de agressão e adivinhem só: ocupação da reitoria da universidade!
Os alunos pegos foram liberados quase que em seguida, pois a droga era de uso pessoal. Tudo o que a polícia iria fazer era levá-los para delegacia, provavelmente eles assinariam um termo, os pais seriam chamados e pronto. Mas não. Os que não estavam envolvidos acharam isso uma postura arbitrária da Polícia e deu no que deu.

Acredito que esse seria o momento ideal para fazer justiça a polícia de São Paulo. Quem se lembra porque eles começaram a patrulhar o campus? Foi depois que um estudante foi morto depois de uma tentativa de assalto. Todo mundo ficou indignado, aconteceu dentro da maior universidade do país, os alunos pediram e lá foram os policiais fazer o seu trabalho. E esse trabalho não é só intimidar os marginais, estupradores e potenciais assassinos. Mas se eles encontram um grupo de estudantes fazendo o uso de drogas, é claro que eles vão abordar. Afinal, a maconha AINDA não é legalizada aqui no nosso país. E os alunos deveriam saber disso, certo? Teoricamente sim, mas na prática a coisa muda de figura. Os uspianos pensam que por terem estudado em escola particular, feito o melhor cursinho da cidade para entrar na universidade mais conceituada do país, eles pode fazer o que bem entendem. E isso envolve fumar maconha sem serem incomodados, é claro! A lei não vale para eles e se alguém tentar fazer o que é certo, eles batem o pé e fazem birra que nem criança mimada. Daquelas que se joga no chão da loja de brinquedos se a mãe diz que não vai comprar um Hot Wheels ou o último modelo da Barbie. E todo mundo passa em volta, olha e pensa: credo, que criança insuportável. Ou ainda: é culpa da mãe que não educou direito. E a mãe, com aquela cara de vergonha dela e do monstro que ela mesma criou.
É assim com os alunos da USP. “Agora eu quero policiais no campus”. “Agora eu não quero, porque preciso fumar meu baseado em paz”. Na boa? Falta vergonha na cara desse povo. Pegar um ônibus ou um vôo pra Brasília e invadir o Congresso, ninguém quer? Tomar posse do Palácio do Governo, que tal?

O que falta pra esses alunos da USP é levar um bom sarrafo da polícia, com direito a cassetete, gás de pimenta e bomba de efeito moral. Porque é isso que a gente faz com criança mimada: bate na bunda de chinelo!

Falta uma mensalidade bem cara para eles pagarem. Afinal criança malcriada é assim: a gente tira a mesada deles e pronto.

Falta todo mundo ali levar um belo dum susto: ser assaltado com arma na cabeça, sofrer um seqüestro-relâmpago, tentativa de estupro. Pra ver se entra na cabeça que SIM, a polícia PRECISA estar ali. Criança egoísta que só enxerga seu próprio umbigo tem que aprender na marra. Eu não gosto de desejar esse tipo de coisa para os outros, mas pelo amor de Deus. O que vai ter que acontecer pra eles perceberem que essa postura deles é totalmente ridícula?
Eu não sou mãe e nem tenho idade pra isso. Mas as vezes me coloco no lugar da mãe do menino que foi assassinado em Maio desse ano e que dor que deve ser. Que falta de sensibilidade desse zé povinho em relação a segurança pública. Tem comunidade que daria de um tudo para ter a polícia patrulhando os arredores e esses "estudantes" querem abrir mão disso tudo por causa de um baseado! Me poupem...

Falta todos eles serem punidos com contribuição social. Cuidar de criança na creche, catar sujeira do chão, doar cesta básica para instituições de caridade, participar de algum programa de alfabetização para adultos. Ajudar na reforma de monumentos públicos, reforma na própria universidade. Porque com criança birrenta e egoísta a gente coloca num canto de castigo, manda escrever na lousa quantas vezes forem necessárias “nunca mais vou desobedecer”, “nunca mais vou bater nos outros”.

Queria ver se estando ocupados desse jeito, eles teriam tempo pra tanto showzinho!

(alguns) LINKS RELACIONADOS:

Estudantes da USP votam hoje se vão sair da reitoria

Vídeo mostra ocupação do prédio da reitoria da USP

Presença da PM em campus gera polêmica no interior de SP

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Notas de uma 6ª Feira a noite

Cheguei em casa ainda era dia, graças ao horário de verão. No caminho do trabalho até aqui, fiquei pensando nos dois convites para duas diferentes "baladas" que eu tinha hoje: um show de uma banda cover de heavy metal em um bar. Uma festa daquelas de arromba no Baixo Augusta. Senti vontade de ir nas duas mas ao mesmo tempo não tinha ânimo para chegar em casa, tomar um banho, me arrumar e sair logo em seguida.

Abri a porta do apartamento que está vazio, pois até meu pai saiu com os amigos. Liguei o computador e fiquei apática na frente dele conversando com um ou outro amigo. Resolvi tomar um banho, mas sem lavar o cabelo. A água do chuveiro caiu quente sobre o meu corpo. Um alívio para esse frio em plena primavera. No iTunes, um dos cd's mais downs que eu conheço: Hangover do Black Label Society.

Me ensaboei, tomando o cuidado para não molhar o cabelo. Até que o sabonete caiu no chão. Se eu agachasse para pegá-lo isso acarretaria em ensopar meus fios, porque o box é pequeno. Como eu não estava nem um pouco afim de sair daquele vapor, soltei os cabelos e deixei a água cair. Me abaixei para pegar o sabonete, sentei no chão e lá fiquei... apática, sem reação, durante 15 minutos. Olhando para o nada, deixando as gotas me molharem, escutando o som do chuveiro e da música que rolava no escritório ao lado. Pensando em várias coisas e ao mesmo tempo sem necessariamente prestar muita atenção no que me vinha na mente. Com vontade de chorar, um nó na garganta. Eu simplesmente não tinha forças para me levantar. Não tinha forças físicas e nem mentais. Só queria ficar lá, olhando para um ponto fixo enquanto meus dedos ficavam enrugados.

Pensei um pouco sobre a minha vida sem graça, onde nada demais acontece e eu nunca consigo conhecer alguém bacana. Em como eu cansei de ficar solteira (faz 3 anos já), mas ao mesmo tempo tenho uma preguiça enorme em me relacionar com os outros. Pensei em ex-namorados, ex-amigos, pessoas que já passaram pela minha vida... enfim, pensei. Mas nunca sem me atrelar em alguma coisa.

Consegui finalmente me levantar do chão. Lavei os cabelos, saí do chuveiro, me enxuguei e coloquei uma calça jeans e uma regata. "Talvez eu me anime pra sair daqui umas duas horas", falei em voz alta.

Mas aí minhas forças - que eu tinha provisoriamente recarregado durante o longo banho - foram minando novamente. E quando me dou conta estou de de pijamas preparando um lanche com os frios que sobraram da semana, bebendo a terceira lata de Budweiser, escutando Depeche Mode na frente do computador escrevendo nesse blog.

E assim será minha 6ª Feira a noite...

Se isso é bom ou ruim não sei dizer. Mas me sinto entorpecida...

"Step outside this world where I'll be free, yeah
Step outside this world where I can see, oh
Queen of sorrow and all this hell within
Oh, I close my eyes and sit back as I watch my end begin
"


http://www.youtube.com/watch?v=90Ez4em-8pk

Quando o ídolo pensa que é Deus


Só nessa semana eu entrei aqui umas 2 vezes, comecei a escrever um post, de repente minha inspiração acabou, eu desisti e fechei a aba do Mozila. É ruim quando você tem várias idéias para escrever e não dá prosseguimento em nenhuma. Vamos tentar mais uma vez.

Na semana passada eu li essa notícia aqui, a respeito de vários ingressos para o show do João Gilberto estarem, como disse a matéria, encalhados. Lendo a notícia, dá pra sacar o porque: os valores são absurdos. Mas não é só por isso. Vamos lembrar que todos os meses o Brasil recepciona artistas cujos valores de suas apresentações são exorbitantes. João Gilberto é conhecido não só por ser o "pai" da bossa nova mas também por ser um MALA SEM ALÇA! Atrasos de mais de uma hora, reclamações do ar condicionado, uma cara sempre amarrada e rabugenta. Quem quer gastar a maior grana pra ir num show desses? Só mesmo aquele povo metido a cult que lambe o saco desse senhor.

Vejam bem, não estou tirando o mérito do cara, a importância da música dele pra cultura do país, mas tudo tem um limite! E quando eu digo isso em relação ao João Gilberto, eu quero dizer isso para o Axl Rose também. Não é porque eu sou fã do cara que vou achar legal ficar esperando debaixo de uma chuva torrencial por mais de duas horas. Isso sem contar aquele medo de: será que ele realmente vai aparecer? Será que não vai dar um piti ainda no início da apresentação e largar todo mundo na mão?

Aí, em contrapartida a minha revolta e indignação a esse tipo de comportamento dos artistas, eu vejo por aí comentários estúpidos do tipo "mas ele pode, ele é o João Gilberto". "É o Axl, ele sempre atrasa!"
NÃO! Não, não e não!
O João Gilberto pode ser o pai, avô, primo, DONO da bossa nova, mas NÃO! O Axl pode, outrora ter sido um puta cantor, que compôs coisas lindas e foi dono da maior banda dos anos 90, mas NÃO! Quem acha isso legal, desculpa mas tá com um pensamento muito equivocado!

Nada justifica esse tipo de atitude, nada justifica ser cuzão e tratar o público como merda. O que mais me irritou depois do Rock in Rio foi quando o "Guns n' Roses" lançou essa nota aqui. O conteúdo da mesma é absurdo, mas o pior de tudo é a postura das pessoas, compactuando com esse tipo de comportamento desrespeitoso, achando isso rock n' roll, aceitando como se fosse normal.

NÃO VELHO. NÃO É NORMAL!!! Normal é o infeliz do cara subir no palco na hora combinada, fazer um bom show sem reclamar ou dar escândalozinho por causa de uma camiseta do ex-integrante da sua banda ou por causa do barulho do ar condicionado e PRONTO. Fica todo mundo feliz, você recebe seu cachê e no próximo show não terá tanta dificuldade assim em vender ingressos.

Curiosamente, esse mesmo show do João Gilberto foi adiado, devido a uma forte gripe.
Coincidência? Acho que não...

Mas isso é bom para esses artistas que acham que são deuses aprenderem. Tem mais é que levar um belo dum susto. Todas as reclamações e estrelismos uma hora voltariam contra ele...

Post Scriptum: além desses absurdos sobre o show do João Gilberto, acho que o maior que eu li foi de um rapaz dizendo que o valor do ingresso era alto mesmo, pois não era "cultura para qualquer um". Espera aí: o nome do estilo não é Música POPULAR Brasileira? Popular não significa para todos? Para o pobre a para o rico? Fã de bossa nova além de babaca é preconceituoso?
Na boa, né? ...