sexta-feira, 28 de maio de 2010

Hard Legends Party (Carioca Club, São Paulo - SP, 23/05/10)

Saiu minha primeira resenha de verdade no site do Whiplash sobre o show do Eric Martin & Jeff Scott Soto.

Prá mim é uma alegria e um orgulho muito grande ter tido essa oportunidade, pois uniu duas coisas que eu mais amo na vida: escrever e escrever sobre música.








Espero ter mais chances dessas, porquê foi realmente uma experiência muito legal.
Prá ler o texto todo, clique aqui

E prá ver todas as fotos, clique aqui e aqui






KEEP ON ROCKIN'

quarta-feira, 26 de maio de 2010

ZZ Top São Paulo 20/05/2010


O que você vai ler a seguir é uma tentativa de resenha sobre o primeiro show do ZZ Top em terras brasileiras.


Pela primeira vez no Brasil, o trio texano, os barbudões do rock do ZZ Top tocaram no Via Funchal. Com apenas um show marcado anteriormente, devido a grande procura de ingressos, os produtores precisaram abrir uma nova data (que seria no dia seguinte). E mesmo com preços exorbitantes, a casa estava com sua capacidade máxima. Repleto de tiozões, motoqueiros, pais com seus filhos (meu caso) ou fãs de blues/rock/boa música, o clima da casa era bastante agradável, mesmo fazendo frio lá fora.

A abertura do show ficou por conta da banda do Hudson (aquele mesmo, da dupla sertaneja Edson e Hudson), Rollermax. Apresentando um som essencialmente instrumental, a banda no geral é boa e o público recebeu muito bem. Hudson dedicou àquele show ao Dio (mais uma das inúmeras e merecidas homenagens para um dos "deuses" do metal). O som da casa estava satisfatória, o que para mim é uma surpresa, pois apesar de gostar da casa, sempre tive a sensação que a acústica do Via Funchal deixa muito a desejar (vide Helloween em 2003).
Hudson e sua banda tocaram também alguns covers como Highway Star, do Purple e Mr. Brownstone do Guns n' Roses. Hudson em si é um ótimo guitarrista e mais rock n' roll que muita gente por aí. É uma pena que o cara tenha se vendido ao sertanejo prá ganhar uma grana, pelo menos por um determinado período de tempo.

Um fato importante a ser citado: durante todo o show de abertura, os telões não funcionaram. Estavam apenas com o seguinte recado: a pedidos da produção da banda, os telões permanecerão desligados. Houve um certo receio, ao menos da minha parte, de que isso se repetisse também na apresentação principal.




Sem mais delongas, a primeira banda sai do palco e pouco tempo depois, uma das locutoras da Kiss FM entra no palco, dizendo que o ZZ Top estava animado para tocar aqui em São Paulo, pois sabiam que aqui o público era mais animado e pedindo gritos de: olê olê olê olê ZZ Top.

Pouco tempo depois e lá estavam eles: Billy Gibbons (Guitarra e Vocal), Dusty Hill (Baixo e Vocal) e Frank Beard (Bateria), já abrindo com You Got Me Under Pressure, incendiando o Via Funchal. Realmente, os telões ficaram desligados durante todo o show. Graças a Deus, a casa é estilo "arena", então mesmo quem estava na pista normal, pôde ver tudo. As barbas imensas e a bateria monstra de Frank. O show segue com "Pincushion” e “I’m Bad, I’m Nationwide”. Mesmo os que não conhecem as músicas, estão batendo palma ou dançando. Um verdadeiro espetáculo de blues, feito por quem entende da coisa.

Billy é sempre simpático, conversando algumas vezes com o público (memorável quando ele chama duas meninas ao palco e eles dialogam e ele diz que chegou em São Paulo de bicicleta, arrancando risadas gerais. Elas perguntam tudo em português, e eles respondem em... PORTUGUÊS).
Além disso, os caras são performáticos, com suas guitarras e ternos, dancinhas. O entrosamento entre eles é absurdo e louvável, pois depois de tantos anos de banda, a formação continua sendo a mesma.

A banda tocou também Hey Joe, outra merecida homenagem na noite ao deus da guitarra Jimmi Hendrix. No telão ao fundo do palco, imagens que tinham relação com a(s) música(s) executadas, cenas dos próprios caras do ZZ Top compensaram o fato de que os telões laterais estavam desligados.
Em seguida, "I Need You Tonight”, “Brown Sugar” e “Party On The Patio” e "Just Got Paid" davam a tona de que o show estava em sua reta final. Porém faltavam a trinca de ás da banda. E ela veio, com "Gimme All Your Lovin’” (essa, provavelmente a música mais esperada de muitas pessoas ali presentes, pois foi a primeira vez que o Via Funchal cantou em uníssono), “Sharp Dressed Man” e “Legs.

Estava dando um aperto no coração por saber que o show estava acabando, mas como sempre dizem, tudo o que é bom dura pouco. O segundo cover da noite ficou para Viva Las Vegas, do rei Elvis Presley, outro momento alto da noite. Em seguida veio La Grange e prá fechar de vez, Tush.



Sim, ficou aquele gostinho de quero mais. Inclusive, quem podia bancar um segundo show saciou esse gostinho no show de sexta-feira. Mas foi uma apresentação impecável, que compensou direitinho essa espera de 40 anos.
Como disse uma amiga minha: foi um show prá vida!

CRÉDITO DA FOTO: ALEXANDRE CARDOSO
Para ver mais fotos do show, clique aqui

terça-feira, 25 de maio de 2010

Eu me lembro do meu primeiro encontro. Tinha 15 anos e ele se chamava Fábio. O conheci numa aula de Kung Fu que fui assistir por insistência da minha amiga que na época praticava a tal arte marcial. Ele era o professor, e ao final da aula ele sentou do meu lado, puxou conversa e no dia seguinte ele já sabia meu telefone e estava me ligando.

Foram 5 dias de ligações direto, às vezes mais de uma por dia. Horas a fio (com o perdão do trocadilho) de conversa e xaveco furado (isso eu percebo hoje, aos 23 anos. Mas na época era o máximo, CLARO), até que um dia ele resolveu me chamar prá sair. Numa 5ª feira, ele iria me buscar na porta do colégio.

Aquele dia do encontro foi um dos dias mais longos da minha existência. A ansiedade começou já de manhãzinha. O colégio que eu estudava não usava uniforme, então era preciso escolher uma roupa decente pro meu PRIMEIRO ENCONTRO. Dava graças aos céus por não precisar uma calça de tactel azul marinho horrível qualquer, uma camiseta branca com um logo estúpido na frente e uma mochila nas costas.
As horas não passavam. As aulas pareciam que iam durar uma eternidade. Me dava dor de barriga de tanto nervoso; tanto que na hora do intervalo eu nem consegui comer. Aliás, nunca em toda minha vida acadêmica eu desejei tanto que um intervalo acabasse LOGO. Na sala de aula, eu ficava com um olhar fixo no relógio pendurado em cima da lousa. Talvez com a força do meu pensamento, o ponteiro maior iria parar no número 6 e o ponteiro menor do número 12, quem sabe. As aulas de matemática que já não faziam sentido prá mim desde a 6ª série, naquele dia pareciam fazer MENOS SENTIDO AINDA. Me sentia o próprio Charlie Brown ouvindo sua professora: blá blá blá. SOCORRO! Alguém aí adianta o tempo, pelo amor de Deus, Preciso ir para o meu encontro o mais rápido possível, será que ninguém percebe isso?





FINALMENTE! O tão esperado soar do alarme tocou. Parecia o coro dos anjos, trombetas celestiais anunciando as boas novas. Eu saí correndo da sala de aula parecendo uma louca. Desci as escadas voando, quase que tropeço e caio. "Vai tirar a mãe da zona?" ouvi de alguém que empurrei prá abrir passagem. Cheguei na portaria do colégio, passei minha carteirinha na catraca e finalmente estava livre. Ele estava lá me esperando. A voz que eu tanto ouvi durante os últimos dias materializou-se na minha frente, diante dos meus olhos com miopia.

O encontro em si não foi nada demais, mas isso eu só percebo hoje, depois de 8 anos. Só fizemos andar pela Avenida Paulista, comer no Mc Donald's, beijar na boca e me sentir o máximo, pois afinal de contas era o meu primeiro encontro. E prá minha concepção à epoca, era mais que perfeito. Pfff..
Depois que voltei prá casa e o tão esperado encontro acabou, eu estava feliz mas ao mesmo tempo me sentia estranha, vazia. Um saudosismo imediato tomou conta de mim e eu não conseguia entender bem o porquê. Foi quando eu finalmente consegui compreender aquilo que o meu pai sempre me dizia: "o melhor da festa é esperar por ela". Toda aquela preparação, a ansiedade, os minutos intermináveis que haviam me torturado eram substituidos por essa sensação tão nova para mim.

Eu tinha 15 anos na época. E mal sabia que esse sentimento se repetiria por tantas outras vezes, em situações diversas.
Até hoje eu não sei lidar com isso.

domingo, 23 de maio de 2010

Desabafo

Meu pai mora num apartamento num bairro da zona Sul que fica bem próximo a uma favela chamada Favela do Vietnã. Desde 2003. E desde 2003 que em alguns (ou todos) os finais-de-semana a gente sofre quando o povo "da comunidade" resolve fazer festa. É festa de natal, festa junina, festa de dia das crianças ou simplesmente eles montam um palco, vão uns MC's e rola a madrugada IN-TEI-RA!!!
Não incomodaria, se por acaso o apartamento em que ele mora é virado pro lado dessa favela. Ou seja: 3 da matina, a festa rolando solta e parece que os caras tão DENTRO DO MEU QUARTO fazendo a zona.

Ontem a noite não foi diferente. Quase 4:00 da manhã e tinha um maldito de um "cantor" de funk carioca, enchendo a paciência. Dava prá ouvir EXATAMENTE o que ele dizia. Coisas do tipo: Comando Vermelho, ganhando dinheiro traficando drogas, quem é virgem levanta a mão, me dá sua periquita e outras coisas NOJENTAS, ASQUEROSAS que esse maldito "estilo musical" prega. Minha única solução prá conseguir dormir foi pegar meu iPod, colocar os fones de ouvido (sempre eles que me salvam) e ficar escutando Depeche Mode no talo, até a hora de eu pegar no sono pesado.
Antes disso, meu irmão e eu ficamos imaginando diversas situações catastróficas que poderiam acontecer: um raio caindo no meio da favela, matando todo mundo. Um helicóptero da Polícia Militar metralhando de lá de cima todo mundo e eu finalmente podendo dormir em paz, o capitão Nascimento e seu batalhão do BOPE vindo com tudo prá cima desses filhos da puta e acabando com a zona. Pensei até mesmo no Hulk pistoeando em cima da cabecinha deles e pronto, cabou. Sem favela, sem festa, meu sono tranqüilo de volta.

Eu pouparia esse texto sobre o quanto eu acho funk carioca a coisa mais infernal do mundo, mas não vou poupar, porquê o título dessa postagem é justamente DESABAFO. As letras são machistas e o pior de tudo: tem mulher que GOSTA. Tem mulher que grita, rebola e senta no pau de desconhecido enquanto os caras falam vem aqui minha gostosa, vou te maltratar e gozar na sua garganta, vai potranca, vai potranca. Depois, quando a mulher apanha do marido/namorado não sabe porquê. Na hora da festa, tudo é permitido, né? Se comportar feito uma puta de quinta categoria é legal. Mas aí depois que termina o baile, o cara acha que pode levar ao pé da letra o que o MC tava pregando lá no palco e trata a mulher como ela se comportou: como uma vaca, puta, biscate.
Isso sem falar nas letras que fazem apologia ao crime, armas, tráfico de drogas, PCC, Comando Vermelho e sei lá mais o quê. Depois o índice de criminalidade, assassinato, estupro, chacina, seqüestro relâmpago aumenta e ninguém sabe o motivo, né? Fico imaginando aquela mãe de 20 anos, que engravidou com 18 levando seu filho pequenininho nessas festas e ele ouvindo - pior, ABSORVENDO - esse tipo de informação. O que será que esse moleque vai ser quando crescer?

Isso sem contar o fato de o nosso querido prefeito Gilberto Kassab alterar a lei do PSIU.
De acordo com texto do site do Jornal Estado de São Paulo:
"Entre as alterações previstas na nova lei estão a redução do valor das multas e a mudança no local da medição, que agora passa a ser feita na construção ao lado do estabelecimento "barulhento". Além disso, denúncias anônimas não são válidas, pois a ação será feita na presença do denunciante, do denunciado e de testemunhas." (para ler o texto completo, clique aqui)


Ahn sim: houve um ano em que eu chamei a polícia. Era de madrugada, muito frio e eu não aguentava mais aquele som na minha cabeça. Eles vieram, eu desci na portaria do prédio e o que me foi informado era que "eles tinham autorização da prefeitura e do PSIU prá realizar a festa e que eles não poderiam fazer nada". Minha vontade foi de virar e falar: porquê vocês não assumem que tem MEDO de entrar na favela e serem baleados? Fica mais digno prá vocês, seus merdas. Claro que fiquei quieta, pois se fizesse isso ainda seria presa por desacato a autoridade. Autoridade? Quem é a autoridade ali? Eles ou os malditos favelados festejando?

terça-feira, 18 de maio de 2010

Sobre Ronnie James Dio


Domingo de manhã veio a falecer um dos maiores vocalistas, ícones e o criador dos "chifrinhos" do heavy metal, Ronnie James Dio, depois de uma (curta) batalha contra um câncer. O cara substitiu (e muito bem) o Ozzy no Black Sabbath, cantou no Rainbow e teve uma carreira solo genial.

Enquanto todos do meio musical estão lamentando essa perda, um tal de André Forastieri escreveu em seu blog no R7 um texto absurdo intitulado "Ronnie James Dio, o deus ridículo do rock" (para ler o texto na íntegra, clique aqui).

Eu não sou uma grande conhecedora do Dio, tenho só um cd que ele gravou com o Sabbath em casa (o Heaven and Hell que aliás eu acho MARAVILHOSO) e da carreira solo dele, conheço as músicas mais clássicas. Mas existe uma coisa que é essencial no meio da música que se chama respeito. Você pode não gostar do Dio (ou dos Beatles, Jimmy Hendrix, Janis Joplin etc), mas é inegável que ícones como esses MUDARAM o rumo do chamado rock n' roll. Então, por mais que você não goste dos temas "Senhor dos Anéis/RPG/Harry Potter é coisa de pré-adolescente" que o Dio cantava, deve-se PELO MENOS respeitar o legado que o cara deixou.
E pelo visto, esse é um conceito que esse "jornalista" desconhece. Além de ser preconceituoso, por achar que metaleiro é tudo burro, desmiolado, sem cérebro, que não sabe ler, ignorante e outras mentiras que ele escreveu na sua página no Twitter.

Lendo esse tipo de coisa (e essa não foi a primeira vez que isso acontece. Quem se lembra do comentário equivocado e revoltante sobre shows de heavy metal que o super conceituado jornalista Arnaldo Jabor fez quando o Dimebag foi assassinado? Ou aquele outro jornalista lá da Veja São Paulo que elegeu o show do Iron Maiden como o pior de 2009, com argumentos ridículos e sem fundamento nenhum?), eu percebo que realmente nos dias de hoje, não precisa mais de diploma prá ser jornalista, crítico musical ou qualquer coisa que o valha.



Quando eu falo que às vezes tem momentos que eu sou contra a inclusão digital, não digo isso apenas pelos vídeos ridículos que são postados diariamente no Youtube. Por causa dessa democratização desenfreada, qualquer imbecil ignorante pode abrir um blog ou criar um site e sair falando merda por aí sem o mínimo de conhecimento e respeito.

Agora eu me pergunto: quem são os ignorantes e preconceituosos? Nós, os metaleiros acéfalos ou eles que saem escrevendo o que vêm a cabeça, com a desculpa de que "o blog é meu e eu escrevo o que quero", sem respeitar o luto de milhares de pessoas?

terça-feira, 11 de maio de 2010


Como quase todos os Domingos tediosos, eu resolvi dar um passeio pelo Center 3, olhar as roupas da feirinha e eventualmente gastar um dinheiro. Mas eu estava com uma sensação meio esquisita, alguma coisa fora do comum ia acontecer, eu tinha quase certeza disso.

E minha intuição não falhou. Lá estava eu passando na frente do Starbucks quando eu vi ele. E COM ELA!!! Fazia o que, uns 2 meses que eu nunca mais tinha visto ele na minha frente, nem sabia se estava vivo ou morto. E ela... ela que eu nunca tinha visto pessoalmente, apenas por fotos no Orkut. E eu sempre pensava: mas que menina mais sem graça, feinha, coitada. E ao vivo ela era... exatamente o que eu imaginava! Um picolé de chuchu num corpo de “mulher”. E foi quando eu estava parada no meio do shopping olhando prá eles dois sem piscar, com as pessoas esbarrando em mim que ele me viu. E eu senti que as bochechas dele começaram a queimar de nervoso. E estranhamente, eu estava super calma. E mais que isso, tomei coragem de ir andando em encontro do casal para CUMPRIMENTÁ-LO.

Quando cheguei perto, percebi que ele não sabia onde enfiar a cara. E eu, calmamente:
- Oi... tudo bom?
- Errr.. tudo bem, e você?
- Comigo? Comigo ta tudo ótimo... e você, quem é?

Nesse instante, me virei prá falar com ela. Um pouco mais baixa que eu, não me apresentou nenhum perigo, não me senti intimidada. E nesse exato momento, se ele pudesse tomá-la no colo e sair correndo dali, eu sei que ele faria.

- Eu sou a XYZ. Prazer, o seu nome?
- Aaaahn, então você que é a XYZ? Eu sou a Ana Clara. Ele deve ter falado muito de mim prá você, né?

As palavras me escaparam da boca assim sem mais nem menos. Ele me olhou com um olhar ameaçador, querendo me censurar por aquilo. Eu deveria estar arrependida, mas não. Queria dar corda naquela conversa, pois sentia uma diarréia verbal chegando. Era agora ou nunca. Ela me olhou com uma cara surpresa:

- Não, ele nunca me falou de você?

O quê? Faz o que faz e nem comenta a meu respeito?

- Nossa, que estranho. Sabe quando ele te traiu no feriado de Corpus Christi ano passado enquanto você viajava? Então, foi comigo. Sabe, na hora foi ótimo mas depois eu fiquei super arrependida, porquê ele tinha uma namoradinha já. Mas depois dele ter terminado com você, ele ficou me cercando durante uma semana até que no outro fim-de-semana ficamos de novo e então não nos largamos mais.

Eu não podia acreditar que realmente estava falando aquilo. Ela não sabia o que falar, me fitava com uma expressão chocada. Ele então, nem se fala. Estava sendo o reencontro perfeito. Continuei.

- Sabe, eu e ele nos dávamos super bem em tudo, TUDO. A gente curte quase as mesmas coisas, tinha assunto prá caramba. Claro que ele não te contou isso, mas no dia que vimos o show do Faith no More no Maquinaria, ele me disse depois: caramba Ana, ver show com você é uma delícia, você não fica pesando na minha. A XYZ era muito desanimada, ainda bem que terminamos. Não tinha mais nada a ver. Pois é menina, ele falou isso.
E na cama então? Nossa, como a gente se dava bem. Fiz várias coisas que ele nunca tinha feito nem com você, que namorou com ele há 4 anos e a nossa química era absurda, viu?

- Você acredita que ele chegou a me pedir em namoro? Pois é... eu tava meio receosa, porquê achava que ele ainda não tinha se livrado totalmente da sua presença. Mas acabei aceitando, porquê ele disse que estava to-tal-men-te apaixonado por mim. Pena que o namoro durou pouco e no fim das contas ele resolveu ficar com você. Mas sabe que isso nem é tão ruim assim? Eu disse a ele quando fiquei sabendo que vocês iam voltar, que ele só iria ficar com você porquê você é muito fraquinha, coitada. Enquanto vocês estão juntos, ele pode pular a cerca o quanto quiser, porque você aceita. Aliás, como que pode né? Ser traída 3 vezes e mesmo assim falar que ama e que perdoa? Se fosse comigo, ia ser 1, 2 prá mandar secar gelo, porque tem coisas que eu não aceito. É, vocês se merecem mesmo. Boa sorte ao casal, beijos.

E virei as costas, sem mais nem menos me sentindo uma vitoriosa. Enfim eu destruíra de vez aquele pseudo relacionamento e abrindo os olhos da pobre coitada. Enquanto me afastava dos dois, ainda dei uma olhadinha de canto de olho e os vi discutindo. Quer dizer, só ela falando, reclamando e apontando o dedo na cara, porquê ele estava destruído, arrasado. Falar o quê, argumentar o quê? Ele me olhou também de baixo prá cima, e eu dei um sorriso meio de lado cínico. Prá completar, fiz um tchauzinho e sumi de sua vista.

O reencontro perfeito, digno de filmar e colocar num filme. Pena que foi tudo sonho, e fui transportada dessa cena maravilhosa para minha cama com o celular despertando as 8:15.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Inveja

De acordo com o Wikipédia, a palavra inveja significa:
"Um sentimento de aversão ao que o outro tem e a própria pessoa não tem. Este sentimento gera o desejo de ter exatamente o que a outra pessoa tem (pode ser tanto coisas materias como qualidades inerentes ao ser)e de tirar essa mesma coisa da pessoa, fazendo com que ela fique sem. É um sentimento gerado pelo egocentrismo e pela soberba de querer ser maior e melhor que todos, não podendo suportar que outrem seja melhor."


Lendo o real significado da palavra, eu me pergunto: o que leva uma pessoa que frequenta as mesmas baladas que eu, beija os mesmos caras que eu e leva uma vida quase parecida com a minha a falar que "você tem inveja de mim?" Eu não sei se é pobreza de espírito, falta de argumentos na hora de querer discutir, pobreza de espírito ou desconhecimento do real significado de inveja.

Prá mim, o que é realmente invejável é gente que passa as férias de inverno na Europa, passa o final de semana em Nova York ou já veio de família rica e bem nascida. Tenho inveja por exemplo da Gisele Bundchën (?) que é casada com um cara super gato, tem um corpo maravilhoso e uma carreira impecável.

Eu não tenho motivos prá ter inveja de uma pessoa que eu acho que é mais feia que eu, que vai NAS MESMAS baladas que eu, sua conta bancária não é recheada de zeros e o corpo dela nem é tão bonito assim. Assim como quando alguém me ataca virtualmente, a última coisa que eu vou falar é que essa pessoa tem inveja de mim. Inveja por quê? Eu sou gorda, vivo pobre, ainda sou estagiária, baixinha, meu cabelo precisa de escova progressiva, minha pele é oleosa e eu não tenho namorado.
Esse negócio de "sua inveja faz minha fama" (frase mais manjada IMPOSSÍVEL) ou "tá com inveja, entra na fila", tudo isso é tão banal, tão... clichê.




Inveja?
Só do que realmente vale a pena.