quarta-feira, 31 de março de 2010

Desde o dia 12/03/2010 que eu tô me segurando prá não escrever sobre isso, mas hoje eu não me aguentei.

Naquele dia, eu estava subindo a Rebouças de ônibus, a caminho de casa. O ônibus ia virar na Paulista e de lá eu ia pegar o metrô Consolação feliz da vida. Mas quando chegou ali na Oscar Freire os ônibus TODOS pararam! Mesmo no corredor exclusivo prá eles, eles pararam, não iam nem prá frente e nem prá trás. O motorista abriu as portas e todo mundo desceu e fez o restante do caminho a pé, ou seja, subir o resto da Rebouças até a Paulista/Consolação. Naquele dia, fez um calor desgraçado mas mesmo assim como estava com pressa, fui a pé mesmo tentando manter o bom humor (afinal, em menos de 24 horas eu ia ver o show do Axl e aquela coisa toda).
Quando cheguei em casa e abri o site da Folha, descobri que o trânsito tinha parado por causa de manifestações na Paulista e arredores de professores que reivindicam não sei o que.

Beleza, veio o fim-de-semana, se passou outra semana e quando chegou na sexta-fera dia 19/03/2010 a MESMA COISA ACONTECE! Descer do ônibus, andar a Rebouças, blábláblá. Ao contrário de uma semana atrás, meu humor não se fazia presente. Pô, uma vez tudo bem, mas DUAS VEZES? E sempre na sexta-feira, que o trânsito já é mais caótico que o resto da semana. Daí junta um bando de pessoas prá ficar fazendo manifestação.

Hoje, acabei de entrar no site da Folha e? MAIS MANIFESTAÇÃO NA PAULISTA!!! Já xinguei meio mundo (até passei um pouco de vergonha, porquê tinha uma pessoa que não é do meu departamento na mesa da chefona) e tô tomando coragem prá sair daqui em direção a faculdade. Ainda bem que descobri um caminho alternativo prá chegar até a COnsolação, mas cacete meu!

Acho que é nessas horas que eu percebo que tenho um "quê" de Hitler. Se eu fosse prefeita de São Paulo, já ia logo proibir manifestação nas vias principais da cidade. E nem me importo se isso é institucional, iam ter que me respeitar. E isso inclui Marcha prá Jesus, Parada Gay e o caralho a quatro. E existem motivos prá isso:
- O trânsito da cidade tá ficando cada vez pior. A limpeza também. Basta ver as enchentes que tem acontecido com frequência. Daí junta um monte de gente prá sair protestando, gritando e sujando tudo por onde passam.

- Digamos que por exemplo, tem 400 pessoas que estão nas manifestações. Pode ter certeza que desse número total, só umas 80 sabem DE VERDADE o que estão fazendo lá. Todas as outras 320 pessoas estão lá por pura vadiagem, farofice, farra ou prá mostrar que é engajado, quando na verdade nem sabem prá que tudo aquilo serve. A mesma coisa vale prá Parada Gay. Quantos amigos seus você já não viu falar: vamos na Parada Gay aí mano, vai ser mó divertido, quando na real eles são heteros a procura de algo prá fazer no Domingo.
Todas essas manifestações, passeatas pau no cu perderam sua essência real. E brasileiro é um povo que gosta mesmo é de zona, de festa, mesmo que essa festa reflita no trânsito caótico da cidade e deixe meio mundo sem conseguir chegar em casa ou na faculdade.

- Acho que não existe nada mais egoísta do que fazer passeata/manifestação dessa maneira, que só visa vantagens prá você e seus colegas de sindicato. Pessoas assim prejudicam muito a vida dos outros que não tem NADA A VER com o que tá acontecendo. Se eles ganham pouco, desculpa, mas azar o deles. Eu só quero sair do trabalho em paz e conseguir chegar a tempo das aulas na faculdade.




Esse tipo de caos, eu sou contra mesmo!
Sou a favor do caos quando é prá um bem comum. Manifestação prá tirar algum político corrupto do poder, sei lá. Se essas mesmas pessoas organizassem manifestações assim, eu juro que participaria. E tenho certeza que essa cidade seria um lugar mais habitável.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Guia de sobrevivência nos ônibus e metrôs de São Paulo


Inspirada no Guia de sobrevivência de como se alimentar no self-service sem ser comido do http://pinkego.org, eu resolvi fazer esse outro guia, mas a respeito do transporte público da cidade.

Regra nº 1: o negócio já começa antes de você entrar no ônibus e/ou no metrô. No primeiro caso, dica: você está num ponto onde passam vários Praça Ramos por exemplo e você precisa dele prá ir até o seu destino. Se por acaso no primeiro ônibus que passou você não consegue entrar de jeito nenhum, porquê está muito cheio, aguarde o próximo. Os corredores de ônibus só ficam com aquelas filas intermináveis por culpa dos apressadinhos que não podem esperar 5 minutos que seja até chegar um próximo mais vazio.
Já no metrô, se você não vai entrar naquele trem porquê está muito cheio e não quer ser empurrado, saia do caminho. Pois com certeza, se você ficar lá parado, uma manada de pessoas cansadas e irritadas vão sair te atropelando e aquela frase: só por cima do meu cadáver vai de repente, fazer todo o sentido prá você.

Regra nº 2: conseguiu entrar no ônibus? Legal, meio caminho andado prá você chegar em casa ou na faculdade. Mas pelo amor de tudo que é mais sagrado nesse mundo, já deixe separado o seu dinheiro ou bilhete único. Ahn, você não faz isso e quando chega na catraca fica caçando R$2,70 em moedas dentro dos seus bolsos? Pois nunca mais reclame da fila que fica do lado de fora do veículo, porque você é um dos grandes causadores prá que isso aconteça.

Regra nº 3: o telefone tocou. Atendeu? FALE BAIXO! Ninguém é obrigado a escutar sua conversa pouco interessante e nós já percebemos que você possui um aparelho celular. O mesmo vale para os que escutam música alta sem os fones de ouvido (lembra do post passado? Então). Você não é obrigado a escutar Guns n' Roses e eu não quero ouvir o Rebolation, obrigada!

Regra nº 4: você sentou no banquinho reservado a idosos, gestantes, obesos e etc. Daí entrou uma mulher que você definitivamente não sabe se ela espera uma criança ou se está (bem) acima do peso. O que fazer? NÃO CEDA O SEU LUGAR A ELA. Aconteceu comigo isso uma vez no metrô Paraíso e não foi agradável. A mulher disse: senta aqui. E eu, no ápice do mau humor respondi: eu não estou grávida, eu sou gorda mesmo! Tive que ouvir seus pedidos de desculpa do Paraíso até a Sé, estação onde ela desceu e foi um saco. Se a mulher realmente estiver grávida, ela vai PEDIR prá sentar.

Regra nº 5: ta sentado sozinho no banco? Bom prá você, se esparrame mesmo. Mas se alguém sentou ao seu lado, faça cara de paisagem e feche as pernas prá dar espaço a outra pessoa sentar. Isso vale prá quem coloca mochila, mala, jaqueta e derivados no banco vazio ao lado. Esses objetos não tem bunda, e se alguém precisa sentar lá, nada de fazer cara feia. Coloque no seu colo e siga sua viagem tranquilamente.

Regra nº 6: você está dentro do ônibus e o trânsito como sempre, está infernal? NÃO FIQUE RECLAMANDO E PRAGUEJANDO EM VOZ ALTA. Não vai adiantar em NADA, você não vai chegar mais cedo ao seu destino por isso e a pessoa que teve o infortúnio de sentar ao seu lado também está passando pela MESMA situação que você. Um pouco de respeito e bom senso não machuca ninguém.

Regra nº 7: a última e não menos importante. Terminou de beber aquela Dolly ou de comer o milho verde no potinho plástico? Não sei se você reparou, mas existe lixo DENTRO do ônibus prá que você possa jogar fora. Ahn, você ta dentro do metrô e lá não tem lixo? Tudo bem. Espere até saltar na sua estação prá colocar aquilo que ficou na sua mão no lugar certo! É muito fácil reclamar da prefeitura ou do governo porquê a cidade ta cada vez mais suja se você não faz sua parte.

sexta-feira, 26 de março de 2010

O melhor amigo do homem




Eu descobri que o melhor amigo do homem não é o cachorro, o gato, o papagaio, o peixe, o celular, o dinheiro. O melhor amigo do homem são os FONES DE OUVIDO! Sim, isso mesmo, os fones de ouvido.

Eu sou uma pessoa movida a música: no trabalho, prá dormir, prá acordar, prá fazer cocô, prá transar e principalmente, prá chegar ao trabalho sã e salva. Entrar no ônibus lotado e ter que escutar um funk no mais alto volume ou aquele tecnobrega com uma mulher gemendo em tom de voz capaz de estourar cristal definitivamente não é a melhor maneira de começar o meu dia. Por isso, estou sempre empunhada do meu iPod 8GB (grande parte desse espaço ocupado por BOA música, na minha opinião). É só colocar aqueles maravilhosos e confortáveis foninhos brancos, e pronto! Parece que eu sou transportada para uma outra dimensão, onde os MC’s e a banda Calypso não existem.
Porém, quando de repente acaba a bateria do meu tão querido iPod eu quase entro em desespero. Como evitar conversas alheias sem cultura das amigas voltando prá casa depois de um dia cheio na “firma”, aquele senhor ao seu lado reclamando do trânsito e xingando Deus e o mundo porquê não vai chegar na consulta médica a tempo, aquele ser desconhecido tentando socializar com você no ônibus ou aquela pessoa vindo de lá de cima do país falando ALTO ao telefone celular, na tentativa de mostrar que possui tal aparelho?

Por isso que eu falo que todo mundo deveria nascer com fones de ouvido já acoplados a cabeça. Alguém te encheu o saco ou o cara sentado ao seu lado no busão resolveu ouvir a música nova da Beyoncé, sem nem ao menos perguntar se você gosta. Ao invés de desejar ser surdo(a), você estala os dedos e voilá: surge um par de fones ultrapotentes tocando somente músicas de seu agrado. Não seria maravilhoso você não ter contato com essas pessoas mal educadas de todo dia?

Enquanto isso não acontece, se te deu vontade de ouvir uma música bem alta, ponha no ouvido seus foninhos comprados naquele camelô na porta do metrô Santana, plugue no seu MP49 importado do Stand Center e poupe o ouvido de milhares de pessoas como eu, que não são obrigadas a partilhar do seu “gosto” musical.

Grata.

terça-feira, 23 de março de 2010

Caso Nardoni: falta do que fazer ou solidariedade?


Ontem, depois de quase dois anos, começou o julgamento de Alexandre Nardoni e a (ex) mulher dele Ana Carolina Jatobá, que são acusados de matar a filha dele, Isabela Nardoni.

Me lembro que na época do assassinato, da prisão preventiva dos dois e todo aquele trâmite inicial, o outono já tinha começado, fazia uns dias/noites gelados e mesmo com eles já presos no fórum de Santana, tinha uma multidão na porta do prédio deles com faixas, cartazes, velas, fotos da menina, dizeres de luto e pedindo justiça. Tinha gente que queria até mesmo INVADIR o tal do Edifício London em que a menina foi morta. Detalhe: nenhum dos dois estavam mais lá!!! Me lembro também que mesmo com a temperatura batendo na casa dos 12º, um vento gelado prá c*ralho tinha uma verdadeira MULTIDÃO de pessoas desocupadas, com as mesmas faixas e cartazes de pedidos de justiça, querendo o lichamento do casal. Eu ficava deitada no sofá quentinha, debaixo das cobertas vendo aquilo e me perguntava: esse povo não tem mais o que fazer não? Caramba, a polícia já tá fazendo a parte dela e não vai ser com muvuca que alguém vai resolver alguma coisa. Vai prá casa tomar um chocolate quente, dormir, ler um livro, lavar umas cuecas, sei lá!

A TV logo depois da morte da Isabela não parava de passar as mesmas informações sobre o caso, repetindo as mesmas coisas. Não aguentava mais ver aquele Cembranelli (não sei se é esse o sobrenome dele, mas é aquele cara que tem um olho menor que o outro) dando entrevista, falando a MESMA coisa que ele tinha falado 5 minutos atrás prá outra emissora. Depois que a notícia ficou "velha", puf, nunca mais ninguém deu ouvidos, não se tocou mais no assunto, como tudo nesse país. Uma vez ou outra saía uma notinha aqui e ali, mas nada comparado ao massacre midiático que sofri antes. Mas agora com o julgamento acontecendo, aquelas mesmas pessoas desocupadas voltaram com as mesmas faixas e cartazes prá porta do Fórum, esperando que a repórter de uma emissora qualquer lhe faça uma mini entrevista. Até perfil no Twitter prá acompanhar o julgamento foi criado e já tem mais de 4.000 seguidores. No site da Folha Online, você pode acompanhar MINUTO A MINUTO o que está acontecendo dentro da sala de julgamento. Me corrija se eu estiver errada, mas acompanhar a cada 60 segundos o que está acontecendo no julgamento do assassino de uma pessoa (tá, uma criança) é um tanto quanto doentio.

Ninguém para prá pensar que enquanto eu estou aqui digitando esse post, tem uma criança morrendo de fome no interior do Ceará. E enquanto você está sentado com a bunda na cadeira na frente do computador lendo esse texto, uma outra está morrendo por negligência médica em algum hospital público da Bahia ou do Rio de Janeiro. Mas ninguém faz esse estardalhaço todo e quando o âncora do jornal da noite da maior emissora do país for falar sobre algum desses casos, o tempo que ele vai dedicar a isso vai ser menos (bem menos) do que ele dedicou falando sobre o caso Nardoni.

E por quê isso? Por quê a menina era bontinha? De classe média e tinha dinheiro? Por quê morrer de fome, negligência médica, abandono é feio e indigno e ninguém quer ver isso na TV? Aparentemente, até na disputa pelo horário nobre na mídia os menos afortunados saem perdendo.







Eu entendo que é uma história revoltante, uma menina de 5 anos ser morta pelo próprio pai e pela madrasta dessa maneira, que mexe com o emocional de algumas pessoas mais sensíveis (especialmente aquelas que tem filhos). Mas ficar plantado(a) na frente do prédio onde eles moravam ou no Fórum, olhando pro nada me soa muito como falta do que fazer MESMO! Existem outras coisas acontecendo no país todo que, na minha ríspida opinião, são bem mais importantes que isso. A justiça já está fazendo o papel dela, não há nada que essas pessoas possam fazer. Se cada um cuidasse da sua vida ou daquilo que realmente fosse de interesse público, QUEM SABE esse país/cidade estivesse melhor encaminhada.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Notas de um Domingo comum...



Ontem fiz um programa que eu tava muito afim de fazer: ir ao cinema na Avenida Paulista. Fez uma tarde linda ontem e filmes que eu quero assistir e que estão em cartaz é o que não falta. Por isso, eu e a minha tia fomos ao cinema.

Primeiro, a escolha do filme. Preciosa - Uma história de esperança. Tanto eu quanto ela queríamos muito assistir, então fomos. Aonde? No Gemini. O Gemini prá quem não conhece, fica quase na frente da Cásper Líbero, na Avenida Paulista. A Avenida Paulista sempre foi um dos meus lugares favoritos aqui na cidade e de Domingo então fica mais gostoso ainda passear por lá. Além disso, eu considero que assistir algum filme naquele cinema é como uma viagem no tempo. Os carpetes e forros das paredes tem estampas super psicodélicas, lembra muito os objetos de decoração que o Stanley Kubrick usou no filme A Laranja Mecânica. Os bancos das salas são de couro vermelho e cabem mais de 300 pessoas lá dentro. Quando entramos, a música de fundo era um misto de música de tourada com bolero. Muito legal! É lógico que as poltronas não são as mais confortáveis, o som nem se compara com o Kinoplex por exemplo... mas acho muito válido de vez em quando sair desse circuito Cinemark-Bristol-HSBC-Unibanco. No Gemini, a "fauna" de pessoas é totalmente variada: cults, metidos a moderninhos, pessoas, digamos, comuns e alguns aleatórios. As salas quase nunca enchem (bônus, porquê ver filme em shopping ou nesses grandes complexos tem se tornado cada vez mais desagradável) e o ingresso é bem mais barato.

O filme em si é MUITO BOM! Claro, a história é pesada (sem trocadilhos com o peso das atrizes principais), triste, revoltante e mexe com quem tá assistindo. Ouvi muitos fungados de gente chorando enquanto assistia a projeção, mas c*ralho, como valeu a pena. Todos os atores estão ótimos, a trilha sonora... merecido o Oscar de melhor atriz coadjuvante. Gostei muito e recomendo!

Mas claro, pela história ser bem triste, eu e a minha tia saímos de lá de dentro meio passadas. A noite estava linda, nem muito quente e nem muito fria, então resolvemos tomar um choppinho prá relaxar. Fomos andando a pé pela Paulista até o Center 3. Enquanto a gente andava, minha tia comentou: "como será que os estrangeiros que vem prá cá olham a Avenida Paulista?" Claro que são com olhos diferentes dos nossos, moradores da cidade acostumados com a paisagem. Ainda tentei um exercício nessa caminhada de uns 15 minutos (estávamos sem pressa nenhuma) de ver com olhos de turista práquele amontoado de prédios, bancos e faróis mas é difícil. O MASP é interessante, mas não surpreende. O Parque Trianon, a feirinha, os hippies, a diversidade de pessoas numa mesma calçada já fazem parte do cotidiano de nós paulistanos. E mesmo assim, num grau de intensidade menor que os turistas, eu consigo apreciar tudo aquilo.

Chegamos no Center 3 e confesso que aqueles lados é o meu favorito de toda a Avenida Paulista. Prá quem não sabe, nesse shopping aos Domingos rola uma feira de roupas/sapatos/variedades chamada Como Assim?!?! Sou frequentadora assídua, conheço o que eles vendem lá de cor e salteado e acho que justamente por isso eu andava meio broxada de ir lá, porquê é sempre as mesmas coisas. Mas ontem eu resolvi prestar atenção naqueles stands que eu quase nunca olho e tive gratas surpresas. Eu e minha conta bancária, porque comprei duas blusas LINDAS, hahahahaha. Isso porquê eu tinha jurado que não iria comprar mais nada até ir pro Rio de Janeiro ver o show do Axl de novo; mas claro que não resisti.
Quis tomar alguma coisa do Starbucks, mas estava uma fila absurda e pensei: ou o chopp ou um Frapuccino com muito chantilly por cima. Dessa vez fiquei com o chopp, porquê o tempo tava super propício e depois do filme, eu precisava!

Lá no Center 3 tem um restaurante perto do Subway chamado Pateo da Luz que é uma delícia. A noite eles fazem um rodízio de pizza delicioso e durante o dia servem um almoço super gostoso também. O chopp tava uma delícia e os atendentes foram solícitos quando eu e a minha tia falamos que só queríamos tomar alguma coisa mas sem ter que pagar o couver artístico. Sim, a noite rola um banquinho e um violão e eu acho um saco. O cara ontem tocou coisa do Roberto Carlos e do Fábio Júnior (!!!), mas pelo menos o som não tava super alto e a gente pôde conversar sem ter que levantar o tom de voz uma com a outra.

Prá finalizar, passei na Augusta em busca do DVD do Nosferatu de 1922. Tenho um trabalho da faculdade prá fazer cuja proposta é escolher uma cena de algum filme mudo prá colocar voz em cima. Eu ia pegar O Gabinete do Doutor Caligari, mas como o Nosferatu eu já cheguei a assistir via Youtube, achei que seria mais fácil. Vamos ver...
Ahn sim. Uma coisa que eu gosto da Augusta (antes de chegar naquela parte dos botecos frequentados por modernetes, fashionistas MEUCU prá eles) são justamente essas barraquinhas de DVD's de filmes "cools". Minha mãe comprou uma vez o Freud - A Janela da Alma e eu comprei o Control (já falei sobre esse filme aqui). Tem vários filmes que são dificérrimos de achar até prá alugar, então vale a pena dar uma conferidinha.



Depois de um dia como esses eu vejo que por mais trânsito, poluição, violência, falta de estrutura e tudo mais que tem essa cidade eu me pergunto: tem como não amar isso aqui?

segunda-feira, 15 de março de 2010

Continuação do post 13/03/2010: Uma noite catártica



Pronto, fim do show do Bach, agora faltava muito pouco prá eu ver o meu frontman favorito... muito pouco? Claro que o show do Axl (desculpa, mas prá mim é uma dificuldade imensa falar show do Guns N' Roses sem os membros originais) iria atrasar PELO MENOS em uma hora. O atraso é quase como uma cláusula de contrato quando você compra seu ingresso prá um show dele. E quando a galera começa a vaiar nos intervalos entre uma música de fundo e outra, pode ter certeza que ele ta lá no camarim dele tranquilão, ouvindo tudo e com um sorriso de satisfação. É isso que o Axl quer.

Mas antes de falar sobre o show em si, abro um parágrafo para falar (mal) da empresa de segurança contratada. Os seguranças eram ignorantes (alguém avisa as pessoas que trabalham com isso que não é só colocar um terno e pronto, você vira autoridade?), ao contrário da empresa que cuidou da segurança do show do Metallica eles não distribuíram água prá quem estava na grade – o que na minha opinião deveria ser OBRIGAÇÃO dessas empresas, uma vez que quem tá lá esmagado não pode sair pra comprar água – e em determinado momento, todo mundo tava reclamando de sede. Depois de muita reclamação e gente sendo carregada pelos bombeiros a caminho da enfermaria, eles trouxeram algumas caixas de água. Deu pra matar um pouco a sede, mas fica aqui a minha reclamação e revolta a respeito desse fato lamentável!

De qualquer maneira, acho que fiquei tão entretida com essa história das águas que nem me dei conta de que o Axl atrasou uma hora e meia. Quando as luzes se apagaram e começou a introdução, dava pra sentir que aquelas 38 mil pessoas se transformaram em uma só, que estavam ali para apenas UM motivo: ver o líder do Guns n’ Roses ao vivo novamente, depois de 9 anos de espera (pra quem foi no Rock in Rio III, claro). E como não poderia deixar de ser, a entrada foi triunfal, mesmo com a música de abertura sendo do amado e ao mesmo tempo odiado Chinese Democracy. Estavam todos cantando, batendo palma, gritando, chorando. Até que Axl foi correndo em direção a lateral que eu estava e: STOP, STOP, STOP. Eu não acreditei naquilo. Algum imbecil da platéia tacou um copo de água em direção ao cara. Me pergunto o que leva uma pessoa a gastar R$400,00 num ingresso, ser espremido, suar e morrer de calor só pra ter o gostinho de jogar algo em algum famoso. Se não gosta, se é “Slashzete”, é tão mais fácil não ir né? Todo mundo ficou com medo de que ele desistisse do show ali na hora, mas ele fez apenas xingar e voltar a música de onde tinha parado. Me senti no Anhembi em 1992. E olha que nem tinha idade pra isso, hein? A animação do público continuou a mesma e aumentou quando ele perguntou: DO YOU KNOW WHERE THE FUCK YOU ARE? Comecei a chorar a partir daquele momento, não sabia o que fazia: se ria, se chorava, se tirava foto, se olhava pra ele. Logo em seguida, veio It’s so easy, Mr. Brownstone e Sorry, estrategicamente posicionada prá acalmar os ânimos, depois de 3 clássicos seguidos do grandioso Apettite. Mais uma vez me surpreendeu a reação das pessoas com mais uma música do Chinese sendo cantada e aplaudida. Em seguida veio Rocket Queen, e prá mim foi o momento mais emocionante da noite. Não pela música em si, mas porquê o Axl nessa hora veio até o lado que eu estava e OLHOU PRÁ MIM!!! Olhou prá mim e SORRIU. Preciso falar que eu chorei que nem criança? Não, né?

Depois de um solo de um dos guitarristas contratados por Axl Rose (Richard Fotus) veio o primeiro cover da noite: Live and let die chegou com muitos fogos de artifício, explosões e uma comoção geral da galera. Nessa hora, liguei pro meu pai prá ele ouvir a música - já que ele é fanático pelos Beatles. E foi quando eu desliguei com ele que comecei a chorar DE VERDADE. E foi assim até o fim da noite. Outro solo de um dos integrantes, dessa vez era Dizzy Reed. Aliás, antes de falar sobre a próxima música tocada (Street of Dreams) muita gente com quem eu conversei sobre o show achou que houveram muitos solos entre uma canção e outra, o que quebrava um pouco do ritmo do show. Eu também achei, mas imagino que o Axl tenha feito isso na intenção de apresentar sua banda nova para o público. E os músicos, apesar de não serem os integrantes originais, são muito bons e competentes. Mas voltando... Street of Dreams foi também bem recebida por todos e o Axl, apesar de algumas falhas nos momentos mais agudos, no geral mandou bem.

Outro solo, dessa vez do guitarrista DJ Ashbba. Foi um solo LINDO, de arrepiar mesmo. O cara toca bem, mas ainda sim não é o Slash. Aliás, percebi que os 3 guitarristas que o Axl contratou, todos eles tentam ser o Slash. Na maneira de tocar, no cigarrinho aceso no canto da boca, na abertura de pernas e como encaixavam suas guitarras. Isso me levou a conclusão de que o Slash sempre vai ser o alter-ego de Axl Rose, mesmo que ele nunca assuma isso.
Depois desse solo, veio talvez o maior sucesso do Guns: sim, ela... Sweet Child o' Mine. E é totalmente dispensável eu comentar alguma coisa. Quem estava lá sabe o que foi aquilo. Emocionante, catártico, maravilhoso... nenhuma desses adjetivos é o suficiente prá explicar. E mais uma vez, não conseguia cantar quase nenhuma frase da música, pois só fazia chorar.
Logo em seguida, veio um petardo do Use Your Illusion II: You Could be Mine foi exatamente como eu imaginava. Aquela intro da bateria deixou todo mundo ensandecido, e quando o Axl correu prá perto de onde eu estava, colocou o pé no P.A e cantou: Youuuu could be mi-iiine, eu me senti em algum show de 1991, ou na turnê dos Illusions no Japão.

E quando eu achei que ele ia tocar uma música qualquer do Chinese prá que eu pudesse respirar um pouco, um piano de cauda todo espelhado LINDO foi para o meio do palco, ficando EXATAMENTE no meu campo de visão. Eu já sabia o que estava por vir, e o mini cover de Another Brick in the Wall só serviu prá minha ansiedade aumentar ainda mais. Mas foi emocionante ver todo mundo cantando Hey teacher, leave the kids alone. E mais emocionante ainda quando ele começou a tocar November Rain. Claro que eu fui as lágrimas mais uma vez, não conseguia tirar os olhos daquele piano, do Axl cantando talvez a música mais sensível do Guns. Meu choro era um misto de felicidade, de satisfação, alegria, emoção, tristeza porquê sabia que aquela noite uma hora iria acabar. Mas quando eu fiz a burrada de olhar pro DJ Ashbba do meu lado solando EXATAMENTE IGUAL o Slash, meu choro foi de saudade da formação antiga. Não parava de pensar: caralho, ele podia estar aqui AGORA.
O encerramento da November Rain não poderia ser mais clichê (e mais emocionante também): uma "chuva" em forma de cascata de fogos no palco e meu sorriso de orelha a orelha. Muito melhor que em 2001, quando eu estava longe do palco e só vi uma miniatura do Axl, porquê meu pai me colocou nos ombros.

Outro solo, dessa vez do Bumblefoot. Tempo o suficiente pro Axl ir até o camarim e voltar com o seu chapéu branco. Knocking on heaven's door estava chegando, com uma versão um pouco mais agitada do que a executada no Rock in Rio. Mais uma vez, lágrimas e o estádio inteiro cantando a música inteira. Em seguida, outro clássico do Apetite: Nightrain. Todo mundo pulando e cantando. Axl agradeceu e saiu fora. Hora de começar a gritar Guns N' Roses, Guns N' Roses (menos eu, que ou ficava quieta, ou gritava só pelo nome do Axl) e de se preparar, pois o fim do show estava chegando.

A banda volta e começa o Bis com Madagascar. Dessa vez não teve o Axl "tocando" guitarra como há 9 anos e acho que ele desafinou menos. No telão, imagens de Marthin Luther King. Aliás, produção do show impecável, como tinha que ser. Nessas horas é bom saber que Axl Rose é perfeccionista, mas tão perfeccionista que chega a ser chato. Shackler's Revenge e This I love foram as próximas. No final da This I love, Axl pergunta: lovely evening, don't you think? Aliás, queria saber de onde ele tirou tanto bom humor. Ele teve seu momento Carlinhos Brown, ameaçou ir embora, mas continuou. Jogaram camisetas na cara dele, e ele sempre sorridente, guardava tudo o que atiravam no palco. Aliás, queria saber AONDE ele guarda tudo aquilo. Foram faixas (adorei uma que estava escrita: Don't worry mamma, Axl Rose is watching me e uma que o cara do meu lado tinha feito, com a inscrição: We Love Beta Lebeis), rosas de plástico, camisetas e até um sutiã!!! Isso sem contar no coro puxado POR ELE MESMO de "fuck you Axl Rose". Ele fez isso durante vários intervalos, sempre dando risadas sarcásticas.

Voltando ao show: a galera começou a gritar por Patience. E ela veio. E foi emocionante, mas ao mesmo tempo triste. O fim do show estava mesmo bem perto. Faltava só UMA música práquele sonho de adolescente acabar de vez. E claro, foi Paradise City.
Não preciso falar que aquilo foi abaixo. Mais uma vez fui as lágrimas com aquele apito, aquele riff de guitarra logo no começo, as corridinhas do Axl de um lado pro outro, a chuva de papel picado, as explosões e os fogos foram o encerramento perfeito para uma noite mais perfeita ainda.

Saí do Parque Antártica cansada, suada, com MUITO sono e os olhos inchados de tanto chorar. Mas valeu cada segundo, cada centavo dos R$240,00 do ingresso, cada gota de suor, cada minuto de sede que eu senti... achei que iria me decepcionar por não ser a banda antiga, mas não adianta. Meu integrante favorito sempre foi e sempre será o Axl. E vê-lo me fez a pessoa mais feliz do mundo inteiro!
Espero não ter que aguardar mais nove anos prá ter essa sensação de felicidade novamente...

domingo, 14 de março de 2010

13/03/2010: Uma noite catártica





Pois é... depois de anos esperando, finalmente chegou o grande dia, o grande show, a grande emoção: ver novamente o Axl Rose (meu membro favorito do Guns) ao vivo mais uma vez. Depois de nove anos, eu mal podia acreditar que aquilo ia acontecer comigo novamente.

Os portões abriram as 16:00 e assim que entrei, grudei na grade lateral do lado direito do palco. Ali na frente já estava lotado, impossível conseguir um lugar. Mas tudo bem, era o Axl e o Bach, com certeza eles correriam de um lado para o outro (como realmente aconteceu durante toda a noite). Confesso que, assim que consegui meu lugar, me ajoelhei, levantei as mãos pro céu e gritei: EU TÔ AQUIIII. E dei um beijinho no chão. No show do Rock in Rio III, o máximo que fiz foi ter pulado, enquanto meu pai dizia: vai filha, pisa firme, vc tá em solo sagrado agora.
Sempre gostei de observar a reação das pessoas que entram em shows. Alguns entravam correndo, vi outros dando cambalhotas, uns choravam. Mas a sensação de felicidade plena e satisfação estava visível no rosto de cada um. Naquela noite, todos nós iríamos assistir aos dois maiores vocalistas de hard rock da história da música.

Houve demora prá começar os shows nacionais que abririam para o Sebastian Bach, o que causou um pouco de ansiedade nos presentes, ou pelo menos no pessoal que tava perto de mim ali na grade. A primeira banda que tocou foi o Rock Rocket. Com o som MUITO baixo e rejeição de grande parte do público (que arremessou copos de água e outros objetos - acho isso tão desnecessário), eles tocaram poucas músicas. Do set list, eu conhecia umas 3. Gosto do som deles, mas eles estavam totalmente fora do contexto. Conseguiram ganhar um pouco do público quando tocaram Attitude, cover do Misfits, que o Guns regravou no The Spaggethi Incident. Enfim, ao som de vaias e "ih, fora" a banda deixou o palco nos chamando de maloqueiros. Ok.

Ainda teria MAIS UMA banda antes do grandioso Sebastian Bach e seria o Forgotten Boys. O som dessa vez estava bem mais alto, a banda interajiu pouco com o público, mas esse se mostrou mais receptivo ao som alternê que eles apresentaram. Como não conheço NADA deles, a apresentação só serviu prá eu me concentrar e me preparar ainda mais para o Bach.

E as 21:40 mais ou menos, ele entra. Grandioso, com uma energia de dar inveja a qualquer garotinho de 20 anos e abrindo o show com Slave to the grind. Prá mim foi uma das várias surpresas do show dele, porquê até então ele abria com Back in the Saddle. Bach estava visivelmente emocionado (e porquê não dizer espantado) com a quantidade de pessoas que se espremiam entre as arquibancadas, pista vip e normal do Parque Antártica. A banda que o acompanha (muito boa, por sinal) então nem se fala. O vocalista arriscou várias palavras no nosso idioma como "sai do chão", "mãos prá cima", "estamos muito felizes em estar aqui" e coisas do gênero. E toda vez que o público gritava seu nome, ele retribuia com São Paulo, São Paulo. Clichês como fingir que ia dar mosh, se embrulhar na bandeira nacional e trocar o American por Brazilian na música American Metalhead (do cd Angel Down de 2007) agradaram e muito todo mundo que estava lá. Inclusive a mim.
Bach alternou músicas do Skid Row com as do já citado cd. Músicas aliás, muito boas. Mas é inegável que quando clássicos do calibre de Monkey Business, 18 and a life, Piece of Me e Big Gun eram executados, todo mundo ia ao delírio. Outra surpresa muito agradável foi escutar In a Darkneed Room ao vivo. O próprio Bach antes de cantá-la disse que fazia pelo menos uns 10 anos que ela não era executada. Me senti uma adolescente do finzinho dos anos 80/começo dos anos 90, apaixonada e emocionada, cantando a plenos pulmões. Foi um dos momentos mais maravilhosos do show, na minha humilde opinião. Ou não, porquê quando eles tocaram I Remember You (a essa hora, Bach estava usando uma camiseta que fizeram prá ele escrito Tião) foi catártico. Mais uma vez, aquele sentimento da adolescência voltaram a tona e eu curti até o último minuto daquela baladinha maravilhosa. Youth Gonne Wild era a música mais esperada por mim. Não por ser a última, mas porquê ela tem um significado imenso na minha vida. E quando ela começou, pulei, gritei, cantei, bati palma e agradeci por estar viva e poder presenciar aquele espetáculo. Bach e sua banda estavam com um sorriso de orelha a orelha, o guitarrista (?) estava filmando a galera com sua cam, foi de um lado ao outro do palco ao lado do Bach. Com certeza, eles vão guardar esse show na memória com um carinho especial.

Continua a seguir...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Era uma vez...


... uma menina que nasceu no dia 18/02/1987. No mesmo ano, uma banda recém-descoberta lançava um cd chamado Apetite for Destruction. Essa menina jamais poderia imaginar que esse cd, essa banda, os acordes da guitarra, o vocalista iriam mudar sua vida completamente.

Quando ela tinha 3 anos, morava com os pais em Uberlândia. E foi no ano de 1991 que ela viu aquele show na TV pela primeira vez na sua vida. Seu pai, músico e publicitário (não necessariamente nessa ordem), tinha gravado aquele show no Rio de Janeiro e assistia maravilhado aquela apresentação. E como dizem por aí, tal pai tal filha. Em pouco tempo ela também ficou extasiada com aquele jeito de rebolar do vocalista. Um cara loiro, de olhos claros, cheio de tatuagens e piercings, magrinho, com uma bandana na cabeça, cantando da maneira mais visceral possível. Como toda aquariana intensa, ela mergulhou de cabeça nessa paixão. Assistia àquela fita pelo menos umas 3 vezes por semana. Colocava roupas parecidas e imitava aquele vocalista lindo na frente da TV, dançando igualzinho. Aliás, o tal vocalista tinha virado seu namorado imaginário e ela fazia todas as amiguinhas que iam na sua casa assistirem aquele show. As amiguinhas por sua vez, imploravam para a mãe da menina: tia, me leva prá casa, ela só quer brincar de rock.
No ano de 1992, a banda veio prá São Paulo e tocaria do lado da casa dela. Seu pai colocou-a no ombro e foi até os arredores na esperança de que eles pudessem assistir ao show do lado de fora, já que na época ela só tinha 5 anos. Quando chegaram lá, o show já tinha acabado e ela ficou muito triste.

Os anos foram passando, a menina foi crescendo e a fita com aquele show foi ficando de lado. Seu gosto musical foi mudando aos poucos. Como toda pré-adolescente dos anos de 1998/1999, ela foi fã de boy-band, Spice Girls... até quem um dia, no finalzinho de 2000, vendo TV descompromissadamente começou a passar um clipe de uma música chamada Sweet Child o' Mine. Era como se algo dentro dela tivesse despertado, uma luz tivesse sido acesa e de repente ela voltou a amar aquela banda de novo. Mas dessa vez era diferente. Ela tinha mais idade, discernimento, conseguia cantar inglês e juntar trocadinhos para comprar pôsteres e revistas sobre a tal banda. Em apenas dois meses conseguiu montar toda a discografia dos caras. Passava suas tardes pós aulas na escola em casa ouvindo todas as músicas, com a letra na frente, decorando até o suspiro do vocalista. Assistia a MTV torcendo prá que passasse alguma matéria, algum clipe, qualquer coisa sobre a banda "mais perigosa do planeta". O último cd que faltava prá ela completar sua coleção foi aquele mesmo cd que foi lançado no ano de seu nascimento. Levou um tempo prá achar a venda, mas quando finalmente conseguiu, até chorou.

No final de 2000, veio a notícia: aquele vocalista sexy vinha para o Brasil!!! Tocar no mesmo festival daquela fita que ela tanto assistia e sabia de cor. Bom demais prá ser verdade. Seu pai - quem indiretamente apresentou à banda prá ela - foi também e com certeza, foi o melhor dia dos seus 13 anos de vida. Ela chorou do começo ao fim, cantou todas as letras... enfim, foi um sentimento de felicidade tão forte que ela não consegue explicar até hoje, depois de 9 anos daquele 14/01/2001.

O vocalista foi embora aquele dia dizendo: nos vemos no próximo verão. Mas chegou o próximo verão e ele não voltou. Nem ele e nem o cd novo que seria lançado. Ela se sentia como uma menininha apaixonada esperando na porta de casa pelo seu amor para que eles fugissem juntos e vivessem felizes para sempre. Mas ela saiu da fossa, continuou vivendo e depois de 2 anos ouvindo as mesmas músicas sem parar, mais uma vez ela deixou de lado aqueles cd's e começou a ouvir outras coisas. Mas no fundo, sempre que ouvia versos como "Said woman take it slow and we come together fine" ou "Take me down to the paradise city where the grass is green and the girls are pretty", seus olhos se enchiam de lágrimas e até o menor fio de seus cabelos se arrepiava. É... era amor mesmo, não tinha como negar.

E hoje, no ano de 2010 ela está prestes a (re)viver o melhor dia da sua vida. O tal cd novo saiu, ela se decepcionou, o vocalista engordou, envelheceu e nem de longe lembra aquele magrelinho que rebolava dentro de um shortinho sem parar. Mas quando ela se dá conta que amanhã ela vai vê-lo ao vivo, vai cantar aquelas músicas que fazem parte dos seus 23 anos, todas essas ressalvas não fazem mais sentido. Seu coração ainda bate mais forte quando ouve a pergunta DO YOU KNOW WHERE THE FUCK YOU ARE, e até os pelos pubianos arrepiam quando o tal vocalista senta ao piano e toca aquela música de mais de 8 minutos.

quinta-feira, 11 de março de 2010


Ontem a noite eu tava relendo meu diário de 2004. Eu faço muito isso, sabe? Pego meus diários antigos e fico relendo, dando risada das coisas que eu escrevia, do que eu pensava, da maneira como eu agia e enfim. O diário de 2004 foi quando eu estava no 3º colegial. E eu, como grande parte dos alunos do ensino médio sempre tive sérias dificuldades em matérias como Matemática, Física, Química etc etc etc.

Me lembro que a minha sala do colégio era um inferno. A galera toda falava prá caralho, ria alto, atendia celular no meio da aula. E quando vieram as médias do primeiro trimestre de Física claro que todo mundo rodou animalmente, inclusive eu (que cheguei com média 3,0). Na semana que a gente recebeu o boletim foi o maior baque, gente chorando pelos corredores da escola porquê ia ser proibido de sair no fim-de-semana pelos pais, outros porquê poderiam perder a bolsa de estudos... o maior bafafá. O professor Jaime (era ele quem dava física) naquela mesma semana conseguiu dar sua aula normalmente. Tava todo mundo tão assustado e com medo de uma possível DP no fim do último ano, que a galera ficou toda quietinha. Na semana seguinte, tava aquela zona DE NOVO. Na oooutra semana, o professor deu sua aula (em meio às conversinhas paralelas e risadinhas sem fim) e antes de sair da classe, disse que tinha trazido uma música do Lenine em homenagem a minha turma. Ele colocou a música prá rodar e distribuiu letras prá todo mundo, que dizia assim:

Umbigo meu nome é umbigo
Gosto muito de conversar comigo
Umbigo meu nome é espelho
Não dou ouvidos nem peço conselhos
Umbigo meu nome é certeza
Só é real o que convém à realeza
Umbigo meu nome é verdade
Sou o dono do mundo e o rei da cidade

Umbigo meu nome é umbigo...
Umbigo meu nome é umbigo...

Eu sou mais eu! dê cá um close no narciso
Umbigo meu nome é umbigo
Me peça tudo, só não peça para ter juízo
Umbigo meu nome é umbigo
Não sei de nada além de mim: o amor é cego
Umbigo meu nome é umbigo
Vivo na sombra e água fresca do meu ego
Eu vou andando, e quem quiser que acerte o passo
Faça o que eu digo, e eu me concentro no que faço
Se um dia o mundo pegar fogo eu salto antes
E dou adeus a seis bilhões de figurantes
Umbigo meu nome é umbigo
Quem está contra mim também está comigo
Umbigo meu nome é guru
Eu caí do céu foi pra mandar em tu
Umbigo meu nome é umbigo
O mundo perde o freio, e eu nem ligo
Comigo só não vai quem já morreu
Umbigo meu nome sou eu





Enquanto a música tocava, todo mundo lia a letra e não entendia nadinha do que tava acontecendo. Alguns davam risadinhas e faziam comentários do tipo: afe, que professor louco, passando música? Ou então: hahahaha, umbigo, que palavra engraçada, hahahaha.

Talvez eu tenha sido a única a entender o que ele queria dizer com a música e com a letra. E não é me sentindo não, mas se você que está lendo isso aqui estivesse na sala naquele minuto, iria concordar comigo. Ele deu um tapa na cara com luva de pelica em mim e naquele bando de adolescente bobo que estudava comigo, dizendo da maneira mais fina possível que éramos todos EGOÍSTAS! Todo mundo tinha mandado mal na matéria dele, vindo com médias baixíssimas E MESMO ASSIM as conversinhas paralelas e o desinteresse estavam lá, fazendo parte das aulas.

Eu ia terminar o post falando que talvez algum professor meu da faculdade deveria fazer o mesmo com a minha turma, mas acredito fortemente que não iria adiantar NADA! Se com 17 anos o pessoal entendeu a indireta, que dirá o povo com os seus 22, 23 anos... porquê parece que, com algumas pessoas, quanto mais velho mais burro, alienado e estúpido você se torna!













(Talvez esse fato seja o que mais me marcou no colégio).

terça-feira, 9 de março de 2010

Cineminha...


Esse fim-de-semana não fiz nada demais. Então aproveitei prá assistir alguns filmes que tinham sido lançados há algum tempo, mas eu ainda não tinha conseguido conferir:



UP - ALTAS AVENTURAS: nossa, sem comentários. Chorei do início ao fim. Os filmes da Pixar estão ficando cada vez melhores, e a dublagem que os nossos profissionais tem feito é de deixar o filme legendado no chinelo. Aliás, eu ia começar a assistir o filme no legendado, mas achei chato e coloquei no dublado. Muito mais legal.



OS DELÍRIOS DE CONSUMO DE BECKY BLOOM: bobinho, mas não posso dizer que não me identifiquei. A cena em que ela resolve comprar a tal encharpe verde porquê tem certeza que vai combinar com a roupa que ela tá usando NAQUELE MOMENTO... nossa, quantas vezes eu já não fiz isso. Comprar coisas prá depois me arrepender... sou mestra nisso. Eu e 11 em cada dez mulheres. Por isso que, apesar de ser bobinho, vale assistir, porquê com certeza rola uma identificação.



CONTROL: Filme sobre a vida do Ian Curtis, vocalista do Joy Division. Quem dirigiu o filme foi o mesmo diretor do Réquiem para um sonho (um dos meus filmes favoritos), outro filme fudido de bom. Eu tenho o DVD, já tinha assistido uma vez... mas esses dias ando com vontade de rever todos os meus filmes de drogados e suicidas. Revi e caralho, que filme FUDIDO!
Ele é todo em preto e branco, mostra como o Ian Curtis se tornou vocalista da banda até o dia que se enforcou, em maio de 1980 aos 23 anos. Fora que tem duas cenas que eu acho animal, porquê combina o diálogo com uma letra de música: a primeira, quando a mulher dele bate na porta do quarto falando: Ian, come to bed. Nisso, mostra um ângulo do caderno que o Ian tá segurando e ele escreve: She's lost control. Em seguida começa a tocar a música... e tipo a letra tem tudo a ver com a cena.
Outra cena que eu acho animal é quando mostra um diálogo entre ele e a esposa. O casamento tá visivelmente desgastado, ele já havia arrumado uma amante, e em seguida começa a tocar Love will tear us apart. O filme só mostra que todas as letras que ele escrevia tinham uma relação direta com os acontecimentos da vida dele e como devia ser triste ter epilepsia naquela época.



AVATAR: Sim sim sim... depois de MUITO TEMPO da estréia, eu resolvi encarar o Cinemark e sua sala suja e fedendo a pipoca com manteiga, colocar os óculos 3D e assistir ao tão comentado filme, indicado a vários Oscars. Acho que minha opinião é a de muita gente: os efeitos são maravilhosos? SIM. Direção de arte impecável? SEM DÚVIDAS. Mas a história TÁ LONGE de ser boa. Clichê, fraquinha, roteiro bem mais ou menos. Até então não tinha sido anunciado o vencedor do Oscar de melhor filme, mas fiquei temerosa se eles iam dar o prêmio pro James Cameron ou não. Porquê honestamente, não vale. E ainda bem que premiaram o Guerra ao terror. Sinceramente, não assisti ao tal filme então não posso falar se foi merecedor de ganhar. Mas achei interessante essa escolha, porquê geralmente quando tem Oscar com um filme concorrendo em várias categorias, geralmente ele leva todas as estatuetas prá casa (me lembro da trilogia do Senhor dos Anéis, era um saco ver o Oscar naquela época). Não sei se a Academia quis fazer uma média ou se, por se tratar de terrorismo, guerra e Iraque, eles se identificaram mais com a história do vencedor do que com a fantasia do Avatar e aí deu no que deu.






Agora, quero assistir aos outros filmes que foram premiados, especialmente o Guerra ao terror. Fiquei meio chateada porquê o Bastardos Inglórios não levou como melhor filme, porquê eu assisti ano passado umas duas vezes e achei FUDIDO! Tá, sou suspeita prá falar, porquê sou apaixonada pelo Tarantino. Mas a idéia dele fazer a história do jeito DELE, é beem interessante. Pelo menos o Christopher Waltz levou como melhor ator coadjuvante. Realmente, ele mandou bem como general alemão.
























E agora chega de tentar da uma de crítica de cinema.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Baseado em fatos reais II


Até que um dia – e G. não sabe dizer ao certo quando foi e nem como as coisas se desenrolaram – ela e seus pais começaram a achar essa história muito suspeita. Afinal, se o cara tinha tanta grana assim, por quê ele nunca conseguia vir para o Brasil. G. sabia que ele havia deixado alguns parentes, amigos e até uma ex-namorada por aqui. Aliás, ex-namorada que de vez em quando se fazia presente, mandando mensagens virtuais mal-educadas prá G. Coisas como “pára de dar em cima dele, sua vaca. Se ele não vai ser meu, não será de ninguém” entre outras frases feitas típicas de mulher despeitada que não consegue aceitar o fim do relacionamento.
Enfim. O cerco foi se apertando, a desconfiança foi crescendo... até que chegou o dia da descoberta. Rastrearam os e-mails que L. mandava para o computador de G. e descobriram a coisa mais absurda: que L. na verdade NUNCA EXISTIU. Durante 3 anos, quem mandava esses e-mails alimentando uma história de amor de mentira era A., a esposa do tio de G!!!

Sim leitor. Isso mesmo que você leu. L. não existe, nunca existiu. Nunca houve alguém que viu fotos de G. e se interessou. Ele nunca morou em nenhum país, não tinha irmãozinho com leucemia e nem ex-namorada despeitada, simplesmente porquê o próprio L. NUNCA EXISTIU! A. conseguiu ser tão perversa, maldosa e louca, que durante 3 anos ela criou um personagem e deu a ele vida, amigos, família, viagens... uma história!
Os motivos prá que ela tenha feito isso com G.? As opiniões variam entre inveja, esquizofrenia, loucura ou até mesmo uma paixão de A. por G.
Os motivos prá que G. tenha conseguido cair nessa história tão direitinho? Ela não sabe exatamente explicar, mas crê que foi um conjunto de fatores. Fragilizada emocionalmente, carente e precisando de alguém que a fizesse se sentir bem, desejada e querida. E L. fazia isso. L. sabia todos os gostos de G., suas preferências, seus sonhos, ambições, o que a agradava e o que a desagradava num homem. E tudo isso só foi possível porquê G. era MUITO amiga de A. Prá montar um perfil adequado, foi fácil.

Ao ler isso você se pergunta: como que uma pessoa instruída, de boa família consegue cair no velho conto do namoro via internet? Por um lado eu Ana Clara consigo entender o questionamento. Mas veja leitor: G. era uma menina sem malícia. Sua pré e sua adolescência foi por conta do ballet, dança que ela se dedicava desde os 5 anos. Entre ensaios, apresentações e festivais, restava-lhe pouco tempo para festinhas, baladas, viagens entre amigos. G. foi a última menina da sala a beijar na boca e a menstruar. E a última também a perder a virgindade. Natural que sua malícia seja menor que suas amigas, que começaram a, digamos assim, “vida sexual” mais cedo. O fato é que A. foi altamente manipuladora e conseguiu atingir G. no ponto certo.
Ainda bem que G. tem uma família muito unida. A família mesmo, e não agregados que chegaram depois, como foi o caso de A. E justamente por essa união, ela conseguiu superar essa história, dar continuidade em sua vida, principalmente a amorosa.





(Essa história aconteceu mesmo. Não foi comigo, mas com uma amigona minha que eu conheço desde que tenho 7 anos. Não fiz nenhuma adaptação prá escrever o fato, tudo o que está publicado aconteceu EXATAMENTE dessa maneira).

sexta-feira, 5 de março de 2010

Baseado em fatos reais I


G. estava tão na fossa naquela época, que quando a namorada do seu tio disse que um amigo seu viu uma foto dela e se interessou, ela logo se interessou também. O único detalhe é que ele não morava no Brasil. Droga, ela pensou. Mas A. (a namorada do seu tio) falou tão bem de L., que valia a pena trocarem e-mails. Como não tinha nada a perder, G. resolveu dar uma leve investida.

Primeiro começaram a trocar e-mails inocentemente. O que você gosta de fazer? Ahn, só isso? Você tem cara de ser mais novinha. Ballet? Nossa, também adoro dançar. É tenho um irmão mais novo que tem leucemia. Há quanto tempo você vive em outro país? É legal? Conheceu A. de onde? Nossa, como você é bonita. Foram meses assim. G. não sabe dizer ao certo quanto tempo exatamente, mas um belo dia ela se deu conta de que estava mais envolvida nessa história do que ela realmente gostaria. Voltou a ficar na fossa. Antes, era como se estivesse tapando o sol com a peneira, usando L. prá esquecer daquele outro cara que a tinha feito sofrer. Mas quando ela se deu conta de que estava bastante envolvida emocionalmente com um cara que ela sequer conhecia pessoalmente, a tristeza foi muito maior. Enquanto isso, ela confidenciava os e-mails que trocava com L. com a melhor pessoa que poderia aconselhá-la: A. Afinal, L. era amigo dela, com certeza ela lhe daria conselhos valiosos. Mas também, cada vez que G. pensava seriamente em desistir daquela pseudo-história de amor, A. desencorajava-a. Como que você pode fazer isso G. Ele é completamente louco por você e você precisa de um cara legal, que te trate bem, bonito, simpático. Sim sim, G. concordava com tudo isso. Mas como se entregar dessa maneira prá um cara que ela não conhecia REALMENTE?

As semanas foram se passando. Elas se transformaram em meses. Os meses se transformaram em anos. Sim, foram 3 anos nesse maldito círculo vicioso, onde G. passava seus dias trocando e-mails com L. E-mails apaixonados, promessas de um visitar o outro em breve e até mesmo e-mails de brigas de namorados. Coisa mais estranha era essa. Briga de namorados via internet com um cara que ela nem conhecia de verdade.
G. queria mesmo sair desse círculo vicioso. Mas por algum motivo desconhecido ela não conseguia. Ela queria conhecer L. pessoalmente, olhar nos olhos dele, tocá-lo. Chegou a comprar passagens de avião para visitá-lo nos EUA. Mandou um e-mail dizendo: estou indo te visitar no dia tal. Preciso te conhecer. Dois dias depois, ela recebeu a resposta: G. me desculpa, não estou nos EUA, precisei ir à Europa para o tratamento de leucemia do meu irmãozinho. Droga, não ia ser dessa vez que eles iriam se conhecer. Até que surgiu uma luz: A. iria se casar com o tio de G. e L. havia sido convidado pras comemorações. Foram 3 meses de preparação, ansiedade, nervosismo e felicidade. FINALMENTE eles poderiam sair do campo virtual e se relacionarem no campo real. No dia do casamento, a surpresa: L. não estava conseguindo embarcar. Algum problema nos aeroportos americanos (ele já tinha voltado para os Estados Unidos), ou com o passaporte. Mais uma vez o destino tinha interferido no encontro dos dois.
E por mais que G. continuasse tentando, ela não conseguia se envolver com ninguém, não conseguia esquecer essa história, sair dessa “relação” tóxica. É, foram 3 anos levando uma vida assim, de mentira.

(continua no próximo post)

quinta-feira, 4 de março de 2010

A dream come true


Foto tirada no sábado. Eu e o Rafael Bittencourt, um dos guitarristas do Angra. Sim, eu gosto de Angra e dei uma de tiete no fim-de-semana que passou. E os motivos são simples:
1- Angra foi uma das bandas que eu mais escutei na minha adolescência. Eu e a minha amiga ficávamos escutando as músicas e achando aquilo o som mais pesado do mundo da música (aahn a pseudo-inocência dos meus 14 anos). Além de claro, ficarmos pagando o maior pau pros integrantes cabeludos, "roqueiros" e com cara de mal.

2- Meu pai, depois de anos e anos tentando, finalmente conseguiu uma oportunidade de gravar um cd com as músicas que ELE compôs. O cd e as músicas estão ficando muito legais. Isso prá ele é uma baita de uma oportunidade, porquê o sonho dele sempre foi viver de música. Como ele não conseguiu, foi ser redator publicitário e se contentou apenas a tocar aqui e ali, sempre por diversão.
E nessas dele finalmente conseguir fazer uma gravação decente, o produtor do disco comentou que é amigo de ANOS do Rafael Bittencourt e perguntou pro próprio se ele topava fazer o solo de uma das músicas QUE O MEU PAI ESCREVEU. E ele aceitou!!!

Considerando que o Angra, ao lado do Sepultura, é uma das bandas nacionais mais conhecidas por quem curte, digamos, rock tanto aqui dentro quanto lá fora, tem uma porrada de cd's gravados, eu já fui em uns 3 shows entre outras coisas... isso que aconteceu com o meu pai foi uma puta duma oportunidade! E eu fiquei super emocionada quando vi o cara entrar no estúdio, plugar o cabo na guitarra e na pedaleira e sair tocando, solando maravilhosamente bem. E mais emocionada ainda quando ele perguntou pro meu irmão (ele toca guitarra na banda do meu pai): - cara, eu não escutei a música ainda, você gravou alguma coisa prá eu ter uma base? Quando meu irmão disse que não tinha gravado, o Bittencourt disse: - tudo bem então. Vai armando os acordes no braço da sua guitarra que eu ME ESPELHO EM VOCÊ. (!!!)
Tem noção disso? O Rafael Bittencourt usando O MEU IRMÃO como espelho!!! Aquilo me deixou muito feliz, emocionada, fiquei super inflada de orgulho.
E ainda depois de tudo isso, o cara saiu prá jantar com a gente. Eu não podia acreditar, o Rafael Bittencourt na mesma mesa que eu, comendo camarão com a mão, bebendo SUCO e pedindo O TELEFONE CELULAR DO MEU PAI, falando: tô dando um toque no seu celular, grava meu número aí cara.

Prá muita gente isso pode parecer idiotice. Tipo: afe meu, a mina felizona porquê o cara do Angra jantou com ela, ela tirou foto dele. Grande merda.
Mas prá mim, nem é pelo lance da foto, ou do jantar. É pela felicidade de ver que o meu pai tá conseguindo. Aos poucos, tocando pelas beiradas ele tá chegando lá. E eu sei o quanto de provação que ele passou até chegar onde ele está. Sei das várias vezes que ele teve que ouvir da minha mãe: desiste, suas músicas não vão dar em nada. Foca no seu trabalho, que é aquilo que dá dinheiro aqui em casa, alimenta as crianças e ajuda a pagar as contas. Vai saber o que seria hoje se ele tivesse desistido naquela época. Tô muito feliz por ele, por meu irmão e por mim. É uma felicidade que vocês não vão conseguir compreender. É felicidade que só os filhos estão sentindo. O máximo que posso fazer é compartilhar com vocês e pedir prá que torçam MUITO. Por mim, pelo meu irmão e principalmente, PELO MEU PAI!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Baseado em cenas reais


Aquela mancha de sangue no asfalto me deixou meio mal. Fiquei tentando imaginar quem seria o dono daquele líquido vermelho.
Eu sou curiosa, e quando desci do ônibus e vi aquela cena e as viaturas, fui perguntar para o policial o que tinha acontecido. Primeiro quis confirmar: - Moço, aquilo ali é sangue? É sim, foi a resposta dele. Daí perguntei: - O que aconteceu? Ele me disse que foi atropelamento. Eu até quis continuar o interrogatório, mas acho que não teria estômago prá isso.

Fiquei imaginando quem teria sofrido o acidente. Seria um homem ou uma mulher? Um morador de rua talvez, que na tentativa de atravessar a Consolação super movimentada, foi acertado em cheio por um carro ou um ônibus. Poderia ser alguém que morasse nas redondezas, voltando cansado(a) do trabalho. Chegaria na sua casa, comeria qualquer coisa que tivesse na geladeira, assistiria o Paredão do BBB e depois iria dormir prá no dia seguinte começar tudo de novo. E se fosse uma pessoa de idade? Um velhinho, uma senhorinha cujo reflexos já não são como antigamente e não conseguiu escapar.
Mas de todos esses meus devaneios, o pior foi que poderia ter sido algum estudante. E da minha faculdade! Podia ter sido alguém que acabou de entrar no Mackenzie, feliz da vida por entrar na tão sonhada universidade e com as aulas e as novidades. Podia ter sido algum veterano, no seu último ano indo de encontro com seus colegas de grupo de TGI, dando graças a Deus por estar acabando... podia ter sido eu! Nunca se sabe.

(A mancha de sangue no asfalto realmente existiu e alguém foi mesmo atropelado na Consolação ontem no fim da tarde quando eu estava chegando na faculdade)

terça-feira, 2 de março de 2010

Vince Neil em São Paulo


Daí que no sábado passado teve show do Vince Neil, vocalista do Motley Crue. O Motley é uma banda de hard rock que eu gosto bastante, já escutei muito e cheguei a pagar passagem de avião, hotel, ingresso prá vê-los no show de Buenos Aires em 2008. A viagem em si foi muito legal, a galera que foi junto, enfim... não me arrependo de absolutamente nada.

Mas quando anunciaram que vinha só o vocalista da banda fazer show num lugar chamado Carioca Club, eu não me animei NEM UM POUCO em gastar meu rico dinheirinho e ir nesse show. Ao contrário de 95% das pessoas que eu conheço, que ficaram super felizes, faziam contagem regressiva, ficaram ansiosos antes do show e blábláblá.
E eu não me animei por alguns motivos básicos:
1- eu sabia que o Vince Neil só ia tocar músicas do Motley. Ou seja, prá que pagar um show prá ver só o vocalista cantar as MESMAS músicas que eu JÁ VI ele cantando com a banda INTEIRA? Ver o vocal fazer cover dele mesmo? Não, obrigada.

2- eu gosto de Motley Crue não pelo Vince Neil, mas sim pelo Nikk Sixx e o Tommy Lee. O Vince não canta NADA ao vivo. Aliás, ele já não cantava naquela época que o GGG foi lançado (isso foi em, sei lá, 1987) e hoje que tá velho e gordo então, nem se fala. Como os dois integrantes que eu mais gosto não viriam pro show, achei desnecessário torrar R$100,00.

De qualquer maneira, acabei ganhando um ingresso de presente de aniversário. Fiquei feliz pela atitude de quem me presenteou, mas no fundo eu tava com PREGUIÇA de ir até o show. Enfim, no sábado a noite eu acabei indo até lá, mas me confundi com os horários e quando cheguei no local, o negócio já tinha acabado. Encontrei alguns amigos na porta. Eles estavam literalmente em êxtase por ter visto o Vince ao vivo. Alguns desacreditaram que eu não tava dando a mínima por ter perdido o show e eu disse a eles mais ou menos o que escrevi aqui.

Daí, ontem a noite eu estava no Twitter e vejo um conhecido meu escrevendo o seguinte: Mais fã de Vince neil e Motley Crue do que NUNCA. E cada vez tenho mais certeza do que eu quero e do que eu sou e serei pelo resto da vida!
Sabe qual foi a minha vontade? De responder: AHÃM FILHO, seu sonho de vida é tocar em banda cover de hard rock no Manifesto e no Inferno?
Parei velho, sério. Além de tudo, o hard rock pelo visto deixa as pessoas burras e sem ambições, né? Galera se contenta com as migalhas das bandas e dos shows (fiquei sabendo que ele tocou umas 10, 11 músicas só) e com o fato de ficar sonhando em ser rockstar de banda cover. Enche a cara de bebida, cheira prá caralho, passa a brisa e eles começam a fazer tudo de novo.
Não sei se eu que tô ficando velha, se tô ficando menos tolerante com certas atitudes... mas esse tipo de coisa tem me irritado MUITO. E acho que por isso que eu ando evitando de sair e fazer balada. Alguma coisa mudou e eu não sei dizer exatamente o que é.
Seria finalmente o processo de amadurecimento fazendo efeito?

segunda-feira, 1 de março de 2010

Marcelo Dourado


Sim, vou dedicar alguns minutos do meu dia de trabalho prá postar sobre Big Brother Brasil no meu blog. Afinal o blog é meu e eu escrevo o que quiser por aqui, independente de acharem que eu sou fútil, sigo a cultura de massa e etc. Mas o fato é que, apesar de várias ressalvas do já citado programa, acho no mínimo interessante ver como 14 pessoas desconhecidas e diferentes se comportam dentro de uma casa por meses.

E mais que escrever sobre BBB, eu vou defender o meu ponto de vista, o porquê de eu defender o Marcelo Dourado. Eu não discordo que ele seja uma figura bastante polêmica, com comentários muitas vezes de mal gosto (como por exemplo ele ter falado que heterossexual não pega Aids), mas não dá prá negar que o cara é autêntico!
Ele não tem medo de chegar na pessoa e chamar junto prá conversar, prá esclarecer as coisas. Não dá tapinha nas costas, não fica justificando voto e principalmente não fica desesperado ao enfrentar o paredão. Tanto não tem, que ontem ele indicou a namoradinha de um outro cara (froxo prá caralho por sinal), colocando o dele na reta. Ele sabia desde o começo que corria esse risco e mesmo assim não amarelou na decisão.
Acho engraçado aquelas pessoas dentro da casa falarem: "nossa, ele é jogador mesmo, tá jogando, tem estratégia". Ué, o Big Brother no geral não é um JOGO? As pessoas estão dentro de uma casa não prá fazer amizades ou confraternizar. O objetivo é conseguir ganhar o dinheiro, certo? Então, se esse é o objetivo, o cara tá se saindo MUITO BEM! Acho que o pessoal pensa tanto em aparecer na TV, em posar na Playboy e no Paparazzo e esquece que eles estão lá prá JOGAR. Se fosse prá fazer amizade, eles não se trancafiavam numa casa por meses... iam pro bar tomar uma cerveja, entrar em sala de bate-papo, se cadastravam em agências de relacionamento, sei lá!

Outra coisa: o Brasil é um país MUITO hipócrita! Colocaram 3 nêgos homossexuais num reality show e pronto! Nooooossa, como a mentalidade das pessoas muda, estamos nos tornando um povo com menos preconceito, mais abertos à diversidade sexual. MENTIRA!!! Pseudo liberalismo. É bonito falar em rede nacional que você apóia a causa homossexual sendo que por dentro você não pensa assim. Outro motivo pelo qual eu admiro o Marcelo Dourado é o fato dele falar abertamente que não consegue achar "normal". Ele sabe muito bem o que isso pode causar a ele, mesmo assim ele vai lá e fala. Da mesma maneira que as pessoas tem o direito a serem homossexuais, outras pessoas tem o mesmo direito de não gostar. Aceitam, mas não necessariamente gostam.

(Abro um parênteses aqui prá falar que o simples fato de eu admirar isso nele não significa que eu tenha o mesmo pensamento dele. Eu acho normal - JURO - duas pessoas do mesmo sexo ficarem juntas. Acho que todo mundo tem que ser feliz como se sente melhor).

Fora o fato de ter rolado uma discussão com ele logo nas primeiras semanas de confinamento, a respeito da tatuagem que ele tem com uma suástica. Claro que quando se fala nesse símbolo, logo pensamos em nazismo, Holocausto, Hitler. Mas realmente, a suástica era usada MUITO ANTES de Segunda Guerra Mundial. Assim como a Cruz de Ferro (digo isso porquê já fui acusada de ser skin head ou qualquer merda do gênero porquê usava um anel com a cruz).

Eu gosto de pessoas que nem ele, talvez porquê eu me identifique em algumas características dele. O cara é sincero, esquentado (que nem eu), estourado, que não faz tipo nem é frouxo. Pessoas assim são verdadeiras, não tem medo de se expor. Quem se esconde muito prá mim é porquê tem alguma coisa muito podre debaixo do tapete.
Sinceramente, tomara que ele ganhe!