domingo, 14 de março de 2010

13/03/2010: Uma noite catártica





Pois é... depois de anos esperando, finalmente chegou o grande dia, o grande show, a grande emoção: ver novamente o Axl Rose (meu membro favorito do Guns) ao vivo mais uma vez. Depois de nove anos, eu mal podia acreditar que aquilo ia acontecer comigo novamente.

Os portões abriram as 16:00 e assim que entrei, grudei na grade lateral do lado direito do palco. Ali na frente já estava lotado, impossível conseguir um lugar. Mas tudo bem, era o Axl e o Bach, com certeza eles correriam de um lado para o outro (como realmente aconteceu durante toda a noite). Confesso que, assim que consegui meu lugar, me ajoelhei, levantei as mãos pro céu e gritei: EU TÔ AQUIIII. E dei um beijinho no chão. No show do Rock in Rio III, o máximo que fiz foi ter pulado, enquanto meu pai dizia: vai filha, pisa firme, vc tá em solo sagrado agora.
Sempre gostei de observar a reação das pessoas que entram em shows. Alguns entravam correndo, vi outros dando cambalhotas, uns choravam. Mas a sensação de felicidade plena e satisfação estava visível no rosto de cada um. Naquela noite, todos nós iríamos assistir aos dois maiores vocalistas de hard rock da história da música.

Houve demora prá começar os shows nacionais que abririam para o Sebastian Bach, o que causou um pouco de ansiedade nos presentes, ou pelo menos no pessoal que tava perto de mim ali na grade. A primeira banda que tocou foi o Rock Rocket. Com o som MUITO baixo e rejeição de grande parte do público (que arremessou copos de água e outros objetos - acho isso tão desnecessário), eles tocaram poucas músicas. Do set list, eu conhecia umas 3. Gosto do som deles, mas eles estavam totalmente fora do contexto. Conseguiram ganhar um pouco do público quando tocaram Attitude, cover do Misfits, que o Guns regravou no The Spaggethi Incident. Enfim, ao som de vaias e "ih, fora" a banda deixou o palco nos chamando de maloqueiros. Ok.

Ainda teria MAIS UMA banda antes do grandioso Sebastian Bach e seria o Forgotten Boys. O som dessa vez estava bem mais alto, a banda interajiu pouco com o público, mas esse se mostrou mais receptivo ao som alternê que eles apresentaram. Como não conheço NADA deles, a apresentação só serviu prá eu me concentrar e me preparar ainda mais para o Bach.

E as 21:40 mais ou menos, ele entra. Grandioso, com uma energia de dar inveja a qualquer garotinho de 20 anos e abrindo o show com Slave to the grind. Prá mim foi uma das várias surpresas do show dele, porquê até então ele abria com Back in the Saddle. Bach estava visivelmente emocionado (e porquê não dizer espantado) com a quantidade de pessoas que se espremiam entre as arquibancadas, pista vip e normal do Parque Antártica. A banda que o acompanha (muito boa, por sinal) então nem se fala. O vocalista arriscou várias palavras no nosso idioma como "sai do chão", "mãos prá cima", "estamos muito felizes em estar aqui" e coisas do gênero. E toda vez que o público gritava seu nome, ele retribuia com São Paulo, São Paulo. Clichês como fingir que ia dar mosh, se embrulhar na bandeira nacional e trocar o American por Brazilian na música American Metalhead (do cd Angel Down de 2007) agradaram e muito todo mundo que estava lá. Inclusive a mim.
Bach alternou músicas do Skid Row com as do já citado cd. Músicas aliás, muito boas. Mas é inegável que quando clássicos do calibre de Monkey Business, 18 and a life, Piece of Me e Big Gun eram executados, todo mundo ia ao delírio. Outra surpresa muito agradável foi escutar In a Darkneed Room ao vivo. O próprio Bach antes de cantá-la disse que fazia pelo menos uns 10 anos que ela não era executada. Me senti uma adolescente do finzinho dos anos 80/começo dos anos 90, apaixonada e emocionada, cantando a plenos pulmões. Foi um dos momentos mais maravilhosos do show, na minha humilde opinião. Ou não, porquê quando eles tocaram I Remember You (a essa hora, Bach estava usando uma camiseta que fizeram prá ele escrito Tião) foi catártico. Mais uma vez, aquele sentimento da adolescência voltaram a tona e eu curti até o último minuto daquela baladinha maravilhosa. Youth Gonne Wild era a música mais esperada por mim. Não por ser a última, mas porquê ela tem um significado imenso na minha vida. E quando ela começou, pulei, gritei, cantei, bati palma e agradeci por estar viva e poder presenciar aquele espetáculo. Bach e sua banda estavam com um sorriso de orelha a orelha, o guitarrista (?) estava filmando a galera com sua cam, foi de um lado ao outro do palco ao lado do Bach. Com certeza, eles vão guardar esse show na memória com um carinho especial.

Continua a seguir...

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