terça-feira, 17 de julho de 2012

Diário de Viagem - Uma noite em Calama

Eu particularmente estava morrendo de medo quando embarquei no ônibus em San Pedro rumo a Calama. Quer dizer, não era exatamente medo, mas era um pouco de receio, sabe? Primeiro porque, como eu comentei aqui anteriormente, Calama é uma cidade HORRÍVEL. Me causou muito má impressão, e aí eu fiquei com medo de que ela fosse também perigosa. E segundo porque eu tava apavorada de repente o chileno não conseguir me buscar no terminal, ou eu acabar parando num outro lugar... sei lá! Sou desesperada e drama queen mesmo, fazer o que. Mas ainda bem que deu tudo certo.

Uma coisa curiosa que eu observei durante toda a viagem de ônibus pra Calama. Nas cadeiras do meu lado estavam sentado um cara e uma menina. A menina devia ser novinha, no máximo uns 20 anos. O cara já aparentava ser um pouco mais velho que ela, mas não muito mais velho. Deu a impressão de que eles estudam na mesma escola.
Enfim... o ônibus deu a partida e rumou para a estrada e quando vi, a menina estava abrindo uma latinha de cerveja... QUENTE, mas ok. O curioso não foi a temperatura da breja e sim o fato de que ela e ele tomavam cada um uma latinha e entre um gole e outro eles escondiam a cerveja. Tipo, um gole, e escondiam a lata num saco plástico. Outro gole, saco plástico... a sensação é que eles estavam fazendo alguma coisa muito, MUITO errada MESMO! Eu sei que lá em Santiago se você é pego na rua com uma lata de breja ou uma garrafa de qualquer outra bebida alcoólica na mão, a polícia te prende e ponto final! O irmão de um amigo do meu pai, chileno, já foi preso porque estava bebendo na porta de casa. Mas não imaginei que fosse assim, tão proibido.

Enfim, a viagem até Calama foi tranqüila. Tirando a minha ansiedade monstra em chegar logo. Ansiedade essa que me impediu de dormir, logicamente.
O ônibus chegou na rodoviária - que por sinal foi um terminal diferente de onde eu peguei o ônibus na ida - e pronto, lá estava o chileno me esperando já com um hotel escolhido pra gente passar a noite. Não me perguntem o nome do hotel, porque eu não sei. Sei que era bem bacana, com cama confortável e o pessoal da recepção extremamente simpático. Quando chegamos, a menina que estava lá disse com um sorriso no rosto:
- Conseguiu encontrar sua namorada?

Pois bem, largamos as coisas no quarto e saímos a pé para jantar. Minha opinião sobre Calama não mudou nadica de nada. Continuo achando uma cidade feia e vou morrer pensando assim. Até o chileno acha isso. Mas enfim, eu tava com ele então nada mais importava /guei
Nessa nossa andada até o restaurante eu pude observar que tava rolando a maior comoção nas ruas por conta do dia de las madres, que ia ser no dia seguinte. A gente estava numa espécie de passarela fechada para carros com camelôs por todos os lados vendendo todo tipo de presente pro dia das mães. Uma coisa mais brega que a outra, HAHAHAHAHAHA. Até caixa de bombom estilo Especialidades Nestlé com uma fita decorativa em cima eu vi vendendo. Sério, tão brega, tão kitschi e tão divertido.

Ele escolheu um restaurante bem gostoso pra gente comer. Disse que nunca tinha ido, mas que os colegas de trabalho dele recomendaram. Ok, vamos lá. Novamente: não faço a MENOR idéia do nome do lugar, mas o restaurante me pareceu bastante tradicional na cidade, tipo sei lá, o Chácara Souza. Muitas famílias jantando, mães ganhando rosas (de plástico ou não) de presente e uns clipes de músicas em espanhol passando numa televisão.
Sentamos e pedimos o cardápio. Como eu tava MORRENDO de preguiça de tentar entender o que era cada prato, falei pro chileno: escolhe você. E ele pediu umas carnes com salada e sei lá mais o que.

A comida era bem gostosa e o jantar estava indo tudo bem até que... alguém pegou um microfone e falando extremamente rápido, anunciou uma cantora que iria fazer um show para homenagear as mães. Ok, jantar com música ao vivo not good. Mas aí entrou a cantora. Uma moça bem com cara de chilena, gordinha (gordinha não vai, gorda mesmo), soltou um playback bem estilo daqueles tecladistas de churrascaria e começou a ~cantar~.
Sério, ela ficou bem do lado da minha mesa o tempo TODO e ela cantava pra fora, tipo meio berrando, sei lá hahahahaha. O chileno falava comigo e eu mal conseguia entender uma palavra... sério, tava MUITO brega e a gente não conseguia parar de dar risada disso tudo.

Isso só deu combustível pra terminarmos nosso jantar o mais rápido possível pra voltar correndo pro hotel e aproveitar algumas horinhas juntos antes do despertador tocar e ele voltar ao trabalho na mineradora e eu, ir pro aeroporto de Calama rumo a São Paulo. =((

(Não tem fotos dessa noite em Calama)

Um comentário:

  1. kkkkkk é isso mesmo, estive lá, bem rápido, mas a imprenssão é muito estranha; Fiz o mesmo trajeto que você, usei a cidade somente de passagem.

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