segunda-feira, 8 de março de 2010

Baseado em fatos reais II


Até que um dia – e G. não sabe dizer ao certo quando foi e nem como as coisas se desenrolaram – ela e seus pais começaram a achar essa história muito suspeita. Afinal, se o cara tinha tanta grana assim, por quê ele nunca conseguia vir para o Brasil. G. sabia que ele havia deixado alguns parentes, amigos e até uma ex-namorada por aqui. Aliás, ex-namorada que de vez em quando se fazia presente, mandando mensagens virtuais mal-educadas prá G. Coisas como “pára de dar em cima dele, sua vaca. Se ele não vai ser meu, não será de ninguém” entre outras frases feitas típicas de mulher despeitada que não consegue aceitar o fim do relacionamento.
Enfim. O cerco foi se apertando, a desconfiança foi crescendo... até que chegou o dia da descoberta. Rastrearam os e-mails que L. mandava para o computador de G. e descobriram a coisa mais absurda: que L. na verdade NUNCA EXISTIU. Durante 3 anos, quem mandava esses e-mails alimentando uma história de amor de mentira era A., a esposa do tio de G!!!

Sim leitor. Isso mesmo que você leu. L. não existe, nunca existiu. Nunca houve alguém que viu fotos de G. e se interessou. Ele nunca morou em nenhum país, não tinha irmãozinho com leucemia e nem ex-namorada despeitada, simplesmente porquê o próprio L. NUNCA EXISTIU! A. conseguiu ser tão perversa, maldosa e louca, que durante 3 anos ela criou um personagem e deu a ele vida, amigos, família, viagens... uma história!
Os motivos prá que ela tenha feito isso com G.? As opiniões variam entre inveja, esquizofrenia, loucura ou até mesmo uma paixão de A. por G.
Os motivos prá que G. tenha conseguido cair nessa história tão direitinho? Ela não sabe exatamente explicar, mas crê que foi um conjunto de fatores. Fragilizada emocionalmente, carente e precisando de alguém que a fizesse se sentir bem, desejada e querida. E L. fazia isso. L. sabia todos os gostos de G., suas preferências, seus sonhos, ambições, o que a agradava e o que a desagradava num homem. E tudo isso só foi possível porquê G. era MUITO amiga de A. Prá montar um perfil adequado, foi fácil.

Ao ler isso você se pergunta: como que uma pessoa instruída, de boa família consegue cair no velho conto do namoro via internet? Por um lado eu Ana Clara consigo entender o questionamento. Mas veja leitor: G. era uma menina sem malícia. Sua pré e sua adolescência foi por conta do ballet, dança que ela se dedicava desde os 5 anos. Entre ensaios, apresentações e festivais, restava-lhe pouco tempo para festinhas, baladas, viagens entre amigos. G. foi a última menina da sala a beijar na boca e a menstruar. E a última também a perder a virgindade. Natural que sua malícia seja menor que suas amigas, que começaram a, digamos assim, “vida sexual” mais cedo. O fato é que A. foi altamente manipuladora e conseguiu atingir G. no ponto certo.
Ainda bem que G. tem uma família muito unida. A família mesmo, e não agregados que chegaram depois, como foi o caso de A. E justamente por essa união, ela conseguiu superar essa história, dar continuidade em sua vida, principalmente a amorosa.





(Essa história aconteceu mesmo. Não foi comigo, mas com uma amigona minha que eu conheço desde que tenho 7 anos. Não fiz nenhuma adaptação prá escrever o fato, tudo o que está publicado aconteceu EXATAMENTE dessa maneira).

Nenhum comentário:

Postar um comentário