quarta-feira, 16 de junho de 2010

Notas de uma vida irônica

No dia 14/09/2007 eu conheci uma pessoa. Um homem. Ficamos naquela noite, era uma sexta-feira e quando nos beijamos foi como se o que estava acontecendo ao nosso redor, tinha parado. Cena de filme mesmo. A partir daquele beijo eu me apaixonei loucamente por ele. Em 27/09/2007 ele me pediu em namoro. Sim, num curto espaço de duas semanas viramos namorados e em um mês mais ou menos já declarávamos "eu te amo" um ao outro.

Foram 10 meses de namoro com essa pessoa. Ele era exatamente tudo o que eu sempre idealizei num homem. Alto, magro, rosto quadrado, sorriso lindo, beijo delicioso, cabelos longos e lisos. Nossos gostos musicais eram muito parecidos e na cama... bom, era uma delícia também. Mas em agosto de 2008 o namoro acabou. Na verdade, ele já tinha acabado em abril do mesmo ano, mas tanto eu quanto ele empurramos uma situação já quase insustentável com a barriga até o derradeiro momento do: não dá mais, precisamos terminar MESMO.
E eu sofri. Sofri muito. E não foram alguns poucos meses de fossa. Foi mais de um ano, mais do que eu podia imaginar, mais do que minhas lágrimas e meu coração já dilacerado podia aguentar. A gente ainda tinha algumas recaídas, mas nada que significasse algo para ele. Somente para mim, esperançosa, tola, sofrida e magoada.

Eis que em 2009 aconteceu algo que eu não imaginava. Quer dizer, eu não QUERIA imaginar - pois sabia que uma hora ou outra isso ia acabar acontecendo. ELE começou a NAMORAR... uma OUTRA MENINA! Ele não me quis de volta, ele conheceu uma outra pessoa, se apaixonou e logo começou a namorar com ela.

Aquilo prá mim foi quase como o Apocalipse. Instantâneamente eu passei a odiar a namorada atual. Achava defeito em tudo, tirava sarro de suas fotos, fazia provocações virtuais, encarava quando encontrava pessoalmente, fiz todos os meus amigos odiarem ela também. Eu gostava de brigar com ela, mas ao mesmo tempo aquilo parecia pesar umas 10 toneladas sobre as minhas costas.




Foram meses de ódio mortal contra uma pessoa que eu sequer conhecia pessoalmente, sequer tinha trocado um OI. Até que um belo dia, por uma intervenção do destino ou qualquer coisa que o valha, eu e ela passamos a nos falar por MSN. Primeiro para deixar tudo em pratos limpos. Ela entendeu o meu lado, o porquê de eu ter pirado e eu entendi o lado dela. Essas conversas aos poucos foram tornando-se diárias. Não tinha mais roupa suja para lavar, eram apenas conversas fúteis, típicas do Messenger. Quando eu me dei conta, estava falando sobre o meu ex (seu namorado) como se estivesse falando de uma pessoa qualquer. Sem que isso me doesse por dentro.

Mas foi nesse último fim-de-semana que aconteceu o que prá mim é o mais, hmmm, extraordinário até agora: nos encontramos em um bar para ver o show de uma banda cujo meu irmão E o meu ex namorado fazem parte. Eu e ela não ficamos nos encarando ou querendo briga. Pudemos olhar uma para a outra sem vergonhas, sem clima ruim, conversar como duas pessoas civilizadas. Como se nada daquelas atitudes infantis tivessem acontecido. E pude ver ELE com ela, sem que isso me fizesse sofrer AINDA pelo rompimento.





Irônico? Eu diria que sim.
Eu não sou muito boa em escrever, mas tenho certeza que Nelson Rodrigues faria uma ótima crônica sobre isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário