segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Minha segunda casa está voltando!




Quando eu tinha 14 anos, eu me achava mega gótica porque andava de preto, escutava Nightwish e tinha um sobretudo e um coturno. Coisa de adolescente, mas né, fazer o que.
E uma das coisas que eu mais tinha vontade de fazer aos 14 anos era conhecer o famoso Madame Satã. Uma balada no centro, que como amigos meus me contavam, tocava só música gótica e a casa parecia um castelo e blábláblá.

Só realizei meu desejo de conhecer a casa 4 anos depois, quando eu tinha 18. Me lembro até da data, dia 26/10/2005. Foi bem na época que eu comecei a andar com um pessoal que tinha mais a ver com o estilo de música que eu curto (meus amigos do colégio se dividiam entre micaretas, baladas na Vila Olímpia ou rolês de forró). Aí um dia, a Dani e a Milena (oi amiga!) me levaram no Madame. Era um sábado, aniversário da Dani, dia de open bar.
E por mais que me dissessem que o Madame Satã já não era a mesma coisa, eu não pude deixar de sentir algo diferente quando entrei lá.

Lembro que assim que pus os pés lá dentro, olhei em volta da casa, olhei o bar, olhei as paredes, a sombra do morceguinho que voava, o quadro do Jethro Tull, os tijolinhos a vista e pensei: caralho! O cheiro do incenso de cravo que ficava fumegando na porta da chapelaria. A pista de dança. Aquele porão de teto baixo com pouca iluminação. Tudo aquilo me deixou em êxtase.

Desse dia em diante, eu passei a frequentar a casa praticamente toda a semana, todos os dias, quinta, sexta, sábado e domingo. Fiz amizade com os barmans e mesmo em dia que as bebidas eram pagas, eu as conseguia de graça. Chegou uma época em que eu ia mesmo sozinha, pois sabia que ia encontrar algum conhecido lá. E mesmo que não encontrasse, eu nunca me importava de ficar só na pista, dançando VIRADA PRA PAREDE, é claro, hahahaha.
Levei muitos amigos meus lá, que não tinham nada a ver com o som, mas que saíram de lá falando super bem da balada. Levei meu ex-namorado num Domingo chuvoso e ele simplesmente adorou! Passei uma anti-véspera de Natal lá dentro, já dancei especial Depeche Mode no Carnaval de 2006. E quando eu passei no Mackenzie, adivinha onde foi que eu comemorei? Lá, é claro! Com direito a muita bebida e um dos maiores porres da minha vida.

Fiquei com muito cara gato lá dentro, já chorei de desilusão amorosa, transei na pista, fiquei até acenderem as luzes e mandarem a gente embora. Enfim, lá era a minha segunda casa. Até que um dia fecharam as portas e o Madame nunca mais voltou a funcionar! Durante um tempo fiquei bem mal, pois vivi muita coisa boa lá dentro. E podem me chamar de brega, mas eu me apego muito a essas coisas, a esses momentos. Muita coisa até hoje eu relaciono com o Madame.

Me senti órfã por um tempo, até que comecei a frequentar o Manifesto. Também vivi muita coisa legal lá, conheci muita gente. Mas nada se comparou a emoção que eu senti ao entrar no Madame Satã pela primeira vez. Não me importo que me chamem de louca, mas aquele casarão tinha uma energia diferente. Uma energia boa, em contrapartida a tudo que já falaram de mal da casa. Eu gosto tanto da casa, que cheguei a homenageá-la com uma tatuagem na perna. O S do Satã, que são duas cobras, uma comendo a outra, o símbolo do infinito.


Mas faz umas 3 semanas que tenho lido no facebook dos amigos que a equipe da DJ Club comprou o casarão, estão reformando e vão reabrir. Primeiro eu fiquei duvidosa, porque vai saber, né? Falaram que iam derrubar o imóvel pra construir outra coisa no lugar. Aí os boatos foram ficando cada vez mais fortes, até que hoje eu assisti esse vídeo aqui.

Ou seja: essa reinauguração VAI ACONTECER! E ao que tudo indica, vai ser ainda melhor que o Satã que eu frequentei. Conforme o vídeo foi passando pelos "cômodos" do imóvel, eu fui ficando emocionada, com saudade das coisas que aconteceram lá dentro. A hora que eles mostraram a pista então, quase dei um berro de felicidade. Achei que nunca mais ia ver aquilo na minha vida.

De acordo com eles, lá pelo meio de dezembro, a casa vai reabrir. Espero de verdade que isso aconteça. E que isso traga de volta uma das melhores épocas da minha vida.


"There's a light that never goes out"

2 comentários:

  1. É muita emoção!
    Até hoje eu me lembro da sua expressão de felicidade quando botamos o pé na porta do Casarão!
    E de tudo que aprontamos e nos divertimos...sem comentários!

    Só deixo aqui registrado que se eu tiver que fechar (de novo) algum corpete quando o Madame reabrir, vai ser com Super Bonder! hahahahahahahaha

    beijos *-*
    Milena

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  2. Ahuaheuahueahuehauhea

    essa história do corpete é CLÁSSICA.
    estaremos lá na reabertura, amiga!

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