quarta-feira, 27 de junho de 2012

Diário de Viagem 9/05 - San Pedro de Atacama - Valle de la Luna

A primeira noite dormindo no Campo Base foi bem tranqüila. Sem barulho, sem incômodos, quarto quentinho, cama confortável... e o melhor foi acordar e ter um café-da-manhã delícia esperando por você. Uma das funcionárias do hostel, a Maria, um amor de pessoa e muito atenciosa já veio me chamando de 'Anita' e perguntando se eu gostaria de ovos pra comer. Fala sério, né???
Uma pena que esse foi o único dia que tomei café lá no hostel. Todos os outros passeios a gente precisava sair de madrugada e ninguém estava acordado.

Encontrei minha tia no hostel dela (que providencialmente ficava praticamente DO LADO do meu hostel) e demos mais umas bandas por San Pedro. Não tinha lá muito o que fazer, porque como já disse, a cidade é minúscula e o passeio para o Valle de la Luna só ia sair as 15:00.



 A recomendação da moça da agência de turismo foi para levarmos água, protetor solar e labial e roupa de frio para o passeio. Desnecessário explicar o porquê da água, mas a roupa de frio foi preciso porque como disse no post anterior, a temperatura em San Pedro cai bruscamente. Até umas 16:00, no máximo 16:30 faz calor, muito calor. De repente a temperatura cai e aí meu bem, se você não estiver agasalhado...

Beliscamos uma torta num barzinho qualquer antes de sair e fomos para a porta da agência. Entramos num ônibinhos com um guia chileno - que arranhava um pouco de inglês também - e mais sei lá quantas pessoas. Só mulheres. Várias européias e um grupinho de umas 3 brasileiras.
Saímos de San Pedro rumo a primeira parada onde tem a tal pedra do Coyote. O ônibus ficou parado lá por uns 20 minutos mais ou menos até todo mundo tirar as fotos e admirar a paisagem.

E olha: que paisagem!!! Mas essa era só a primeira de muitas coisas maravilhosas que eu ia ver naquele dia e naquela viagem. Em volta daquele deserto todo, um monte de vulcões nevados. A sensação é de estar claramente num filme, porque é um visual que você não vai ver em qualquer lugar. Acho que isso explica a quantidade de europeu que sai de tão longe pra vir conhecer. E nós, que moramos aqui na América do Sul, honestamente temos obrigação de conhecer. É tudo muito rico, muito lindo, muito diferente. Nunca pensei que veria nada parecido na minha vida.





Saindo da pedra do Coyote, entramos de volta no ônibus e fomos até o Valle da Morte. Não consegui entender o porque de ter um nome assim meio forte. Parece um lugar horrível, inóspito e perigoso, né? Mas não, não é! Pode até ser inóspito porque fica no meio do nada, mas é outro lugar maravilhoso. O ônibus nos deixa na parte mais alta do Valle e vamos descendo caminhando. Dá mais ou menos uns 40 minutos e eu aconselho quem for, que faça o trajeto usando bota ou coturno. Eu não sabia que a maioria era areia fofa, fui de All-star e me arrependi amargamente. Entrou MUITA areia no meu tênis, hahahaha.
Tem muitas dunas em volta do valle e o pessoal aproveita pra praticar sandboard. Inclusive, em San Pedro a maioria das agências alugam os equipamentos para tal esporte. Durante a descida também é possível ver algumas planícies de sal... enfim, é lindo!











Depois de muita caminhada ainda bem que era descida, porque né? chegamos até onde estava o ônibus que fez sua última parada já no final da tarde no famoso Valle de la Luna para que a gente pudesse ver o (maravilhoso) pôr-do-sol. E acho que de tudo o que eu vi durante essa viagem pro Atacama, isso foi o mais incrível.
Paramos ao pé de uma montanha e toca mais caminhada e areia no tênis. Lendo assim vocês devem pensar: credo, que canseira! Sim, mas é uma canseira que é altamente recompensada quando se chega lá em cima.

Eu não sei se vou conseguir descrever fidedignamente a sensação de ver um pôr-do-sol daqueles, mas juro que vou tentar: você chega lá em cima e bem na sua frente o sol começa a desaparecer por detrás das montanhas. Bem lentamente. O céu vai ficando meio avermelhado e escuro ao mesmo tempo e é uma puta duma ventania, mas não chega a ser frio. Quando você olha pra baixo - o vale é bem alto - realmente lembra o solo lunar, com várias crateras, algumas esbranquiçadas por conta do sal. Nisso, o sol já se pôs, e  o local que ele se escondeu fica já escurecido. Você dá mais uma andada e quando olha pro seu lado direito vê o céu totalmente avermelhado. O sol reflete de alguma maneira ali, não sei como, porque ele já sumiu!!! E as nuvens do céu ficam VERDES!!!
Eu não tomei nenhum tipo de droga, eu juro por tudo que é sagrado, as nuvens realmente estão VERDES! É algo surreal, eu fiquei tão encantada.







Terminado esse show da natureza (ok, isso foi meio brega), descemos o morrão com direito a um tombo meu, porque eu sou jeca, pegamos o ônibus de volta para San Pedro, tomamos um banho rápido e fomos eu e minha tia jantar em um dos trocentos restaurantes bacanas que tem na cidadezinha.
O mais legal é o preço: como San Pedro é muito pequeno, então eles não variam muito justamente pra concorrência não ser desleal. Nessa noite fomos em um restaurante e ele oferecia uma entrada (sopa ou salada), duas opções de prato principal, uma sobremesa e uma taça de vinho ou pisco sour. Pagamos R$28,00 em tudo!!!
Sabe quando que a gente comeria tão bem assim por 28 dilmas aqui em São Paulo?

Dia de dormir cedo, porque o dia seguinte estaríamos de pé as 5:30 da matina para as 6 já embarcarmos no 4x4 em direção ao Salar do Atacama e Lagunas altiplânicas.

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