segunda-feira, 25 de junho de 2012

Todo o amor do mundo

Hoje eu vou dar uma interrompida na série 'Diário de viagem' para fazer uma homenagem mais que merecida.

Uma homenagem pra alguém que chegou na minha casa em meados de Setembro de 2001 só com 40 dias de idade, dentro de uma caixa de leite porque nós ainda não estávamos totalmente preparados para recebê-la.
Alguém que demorou pra aprender a dormir sozinha sem ninguém por perto ou um rádio ligado.
Que quando foi dar seu primeiro passeio no Parque do Ibirapuera, conseguiu escapar das mãos da minha mãe e foi mergulhar no lago atrás dos patos que lá estavam. E que quando via uma pomba na rua, saía correndo feito louca tentando caçá-la.
Que fazia festa, abanava o toco do rabo e saía latindo e correndo pela casa quando alguém abria a porta da cozinha e falava: oi Bella.
Que quando fazia xixi fora do lugar, sabia muito bem que tinha feito coisa errada e tentava amolecer a bronca com aquele olhar de baixo para cima, como que tentando dizer: me desculpa!
Uma homenagem pra alguém que mesmo passeando mais ou menos 20 minutos por dia, num caminho com muitas ladeiras ainda tinha energia o suficiente pra brincar quando chegasse em casa.
Alguém que uivava quando a gente dizia o nome dela em voz de ópera, fazendo um biquinho engraçado com a boca.
Que soltava pêlos por toda a casa, colocava o focinho no lixo quando íamos jogar algum resto de comida, tentando pegar alguma coisa com a língua. E a gente falava: caramba, parece vira-lata! E que quando voltava do banho, chegava em casa toda feliz e contente, pois sabia que todo mundo ia acariciá-la, pois ela estava extremamente cheirosa.
Alguém que adorava ir no colo e deixava a gente segurá-la como se fosse um bebê recém-nascido, nos olhando com uma pureza tão grande mas tão grande, que eu tenho certeza que se ela pudesse falar ela diria: obrigada por esse carinho. Aliás... eu sei que você estava pensando isso na segunda-feira quando fiquei te fazendo carinho.
Que sempre virava de barriga pra cima, esperando que a gente passasse a mão ou pé enquanto ela ia pegando pouco a pouco no sono. E ai se parasse o carinho, ela acordava na hora resmungando e pulando no nosso colo.
Que mesmo não gostando de tomar banho com a gente, ficava quietinha no chuveiro enquanto íamos passando o shampoo e enxagüando com a água quentinha.
Alguém que ficava com a patinha em cima da nossa mão, como querendo dizer: por favor, não para de me fazer carinho, tá?
Que adorava ficar deitada na porta do meu quarto ou ainda do lado da minha cama. E que dormia comigo, com a cabeça apoiada na minha bunda, me esquentando melhor que qualquer cobertor que existe no mundo. E agora que chegou o inverno, quem vai me esquentar desse jeito?
Que roncava quando dormia.
Alguém que nunca viu maldade nas pessoas, se abrindo com qualquer um que fizesse um aceno ou falasse: nossa, que bonitinha.
Alguém que conseguiu destruir TODAS as caminhas que teve ao longo desses 11 anos, porque ela não conseguia deixá-la no lugar. Ela obrigatoriamente tinha que carregar a cama pra todos os cantos da casa.
Alguém que eu tinha certeza que mais cedo ou mais tarde ia começar a falar comigo, de tão humana que ela era.
Que já estava ficando meio surdinha, mas ainda sim era só falar 'Bella' e ela vinha correndo.
Alguém que ficava atrás de mim ou de qualquer pessoa que estivesse em casa, nos seguindo por onde a gente fosse. Quantas e quantas vezes tropeçamos em você, porque você parecia a nossa sombra?

Enfim, essa é uma homenagem a alguém que foi muito amada, muito cuidada, muito querida, muito simpática. Mas mais que isso. Foi alguém que nos ensinou a amar e que vai fazer a maior falta do mundo!

Bellinha, eu te amo!
E espero que você tenha percebido isso enquanto viveu conosco!






2 comentários:

  1. É isso aí filha! Que bom que a gente tem as palavras pra aliviar, né? Bjs

    ResponderExcluir
  2. Um cachorro não entende o que falamos mas sentem nossa energia...Se a Bella nunca fugiu nesses anos todos é porque realmente gostava de vocês.....Eles não interpretam nada...São apenas animais, depois cão, depois uma raça e por último, um nome. Se vocês a trataram como um animal, saiba que este, então, foi muito feliz em sua passagem. Pena que o Chance não teve a oportunidade de a conhecer.

    ResponderExcluir